E possível levar um choque ao tocar em pessoas ou objetos não ligados a sistema elétricos?

E possível levar um choque ao tocar em pessoas ou objetos não ligados a sistema elétricos?
Close up of male hand holding and opening the metallic car door handle. Urban lifestyle with automobile concept Zephyr18/Getty Images

Publicidade

Se você costuma levar choque ao descer do carro e tocar na lataria, ao abrir a maçaneta de casa (os metais são os condutores favoritos) e até mesmo ao encostar em outra pessoa, saiba que a culpa é da eletricidade estática. Nós explicamos!

“No dia a dia, nosso corpo vai acumulando energia, principalmente por causa do atrito”, afirma o professor de física da Universidade de Brasília (UnB), Tarcisio Marciano da Rocha Filho. Aí, quando estamos muito carregados e encostamos em alguma coisa ou alguém com uma diferença de carga elétrica, a tendência é que haja uma troca de elétrons, formando uma corrente: o choque!

O professor exemplifica: “O carro em movimento acumula elétrons e os pneus de borracha isolam essa carga, ou seja, a carcaça não descarrega. Aí, quando você desce e coloca sua mão na porta, você fecha o circuito, acontece a transição de elétrons, e você sente a corrente elétrica”.

E há alguns materiais que contribuem para o acúmulo da carga no nosso corpo: sapato com sola de borracha (isolante perfeito, que não te deixa descarregar), roupas de lã, tecidos sintéticos… Assim, se quiser diminuir as chances de tomar um choque resultante da eletricidade estática, prefira sapato de couro, tecidos de algodão ou qualquer outro natural.

Estamos levando mais choques

Não é impressão! Com o tempo seco, ficamos mais carregados e tomamos mais choque, sim. O ar seco proporciona acúmulo de eletricidade estática.

Continua após a publicidade

Isso porque, a umidade normalmente ajuda a descarregar. “A água é um ótimo condutor de eletricidade, então, em uma chuva, o carro descarrega”, exemplifica o professor.

Dá pra evitar?

Nem tanto… Mesmo que você esteja descalça, corre o risco de encostar em alguém ou alguma coisa com uma boa diferença de cargas e acontecer a troca.

A dica para sentir menos é: aumente a área de contato. Repare que você sente mais a corrente quando toca só o dedo no objeto carregado ou em alguém. Então, se você encostar a mão inteira, o braço, a perna, aumentará a área de transição e certamente sentirá menos.

Mas não se preocupe, porque a corrente desse tipo de choque é baixíssima, de curta duração e não faz mal algum à saúde.

Continua após a publicidade

  • Ciência

  Trabalhar com equipamentos elétricos e eletrônicos é conviver diariamente com situações de risco. Uma realidade da qual ninguém está livre mesmo em um momento de relaxamento, longe das funções profissionais, em casa ou nas atividades de laser.

  Quem nunca precisou trocar um chuveiro elétrico em uma emergência no fim de semana? Que mãe ou pai não se preocupam com o bebê que, engatinhando, tem a natural curiosidade de manusear uma tomada elétrica? Quem não teve a necessidade de consertar um interruptor ou tentar reparar o eletrodoméstico que ficou sem contato com a rede por algum problema de desgaste de componente? Até mesmo uma simples troca de lâmpada?

  As consequências do contato com objetos e equipamentos energizados são muitas vezes imprevisíveis, mesmo porque o corpo humano é um poderoso condutor de eletricidade. Os acidentes podem se resumir a um leve choque elétrico sem maiores sequelas, mas podem também partir de uma descarga elétrica de grande proporção, o que leva a corrente a circular pelo corpo, provocando lesões em órgãos vitais, queimaduras de alto grau, reações químicas internas, traumas e transtornos psicológicos.   

  Dois grupos de variáveis definem as consequências dos choques elétricos no organismo humano:

 a) Variáveis externas: intensidade, tensão e frequência da corrente elétrica; Tempo de duração do contato com a fonte energizada; Extensão da superfície de contato com a fonte energizada e Condições climáticas em ambientes secos ou úmidos;

 b) Variáveis internas: Condições gerais do organismo do próprio indivíduo; Área da pele atingida; Percurso da corrente elétrica pelo corpo; Órgãos do corpo atingidos pela corrente e Capacidade de resistência orgânica do indivíduo a alterações fisiológicas externas.

 Os efeitos de uma corrente elétrica circulando pelo corpo humano dependem ainda de suas características de origem, ou seja, das fontes que emanam a energia. Nesse sentido, há duas espécies de choque:

 1ª) Choque Estático: Provocado pela eletricidade estática que permanece em certas superfícies, decorrentes de atritos ou efeitos capacitivos. É perceptível quando, por exemplo, tocamos a lataria de um automóvel que acabou de ser desligado e sentimos um "golpe" de formigamento ocasionado pelo choque. O choque estático pode ocorrer inclusive quando duas pessoas, com cargas estáticas diferentes, se cumprimentam. Por ter curta duração, o tempo suficiente para a descarga eletrostática, normalmente não oferece maiores riscos, exceto quando a carga acumulada seja tão significativa a ponto de provocar faíscas que podem ser nocivas em ambientes ressecados. Os choques de eletricidade estática ocorrem com mais frequência no inverno, quando a maioria das pessoas utilizam roupas de lã sintética.

 2ª) Choque Dinânimo: Provocado pelo contato com a denominada parte viva de um ponto energizado, abastecido de forma constante pela corrente elétrica, sem interrupção. O efeito será permanente até que a fonte de alimentação seja desligada. Trata-se do choque mais convencional e também o mais perigoso, tanto pela intensidade quanto pela duração do contato. É o caso clássico do choque em uma tomada comum com isolamento deficiente ou o contato com aparelhos eletrônicos diversos com defeitos ou falta (irregularidades) de aterramento, que fazem a vítima "grudar" (contração muscular) no ponto de contato até que a fonte de alimentação do equipamento seja desligada da tomada, ou, alguém capacitado efetue o desligamento do disjuntor relacionado ao circuito local presente no QDG (Quadro de Distribuição Geral). 

 Normalmente o corpo humano mostra-se bastante resistente aos choques nos primeiros segundos, mas a continuidade da corrente passando pelo organismo por períodos mais longos, como é o caso do choque dinâmico, expõe o corpo a situações de vulnerabilidade, ocasionando danos mais graves, dependendo da intensidade da corrente elétrica, isto é, da amperagem.

  Os episódios mais simples são resultados de choques que vão de 0,1 a 30 mA (miliamperes), acima dos 30 mA os riscos cardíacos são bem mais intensos, com possibilidade de fibrilação, e os mais complexos superam os 500 mA, gerando efeitos na maior parte das vezes irreversíveis, pressupondo asfixia imediata, graves queimaduras e colapso cardíaco.

  Os choques dinâmicos são uma decorrência de duas espécies de tensões elétricas:

  Tensão de Toque: Ocorre quando uma pessoa encosta algum membro superior em um objeto energizado, neste caso o indivíduo estará exposto a uma diferença de potencial elétrico, uma tensão que passa a circular da extremidade do membro superior que proporcionou o contato até os membros inferiores. Se o toque ocorrer no momento de um curto circuito local, o indivíduo estará submetido a um choque dinâmico e terá o corpo percorrido pela corrente elétrica, com riscos de fibrilação ventricular.

               Vtoque = (Rcorpo humano + Rcontato : 2) . Ichoque

  Tensão de Passo: Se a pessoa não encostar no objeto energizado durante o curto circuito ou durante uma descarga elétrica atmosférica, por exemplo, o indivíduo estará submetido, por meio de seus membros inferiores, à diferença de potencial no momento da passagem da corrente elétrica pelo solo. Se o indivíduo mantiver os dois pés, juntos ou bem próximos um do outro, na superfície de potencial, a tensão de passo será nula, não havendo choque elétrico.

               Vpasso = (Rcorpo humano + 2 . Rcontato) . Ichoque

  No entanto, se a corrente provocar uma contração muscular excessiva e levar o individuo à queda no chão, resultará em uma tensão de toque, com todas as suas consequências nocivas. Nesse sentido, a tensão de toque é mais perigosa que a tensão de passo por expor grande área do corpo ao circuito elétrico em função do percurso da corrente, incluindo o músculo cardíaco, embora o choque nos membros inferiores também possa, com menor probabilidade, atingir a corrente sanguínea e chegar ao coração.

                                   Perfil da Corrente Elétrica

  •   Na corrente contínua (CC), presente na maior parte dos circuitos elétricos e eletrônicos de pequeno porte, o sentido dos elétrons que passam pelo condutor nunca é alterado, circulando sempre do polo positivo para o negativo (sentido convencional). É o tipo de corrente encontrado em pilhas, uma vez que não percorre longas distâncias. Na CC, o perigo de um acidente ventricular só existirá por um curto período vulnerável do ciclo cardíaco.
  •   Na corrente alternada (CA), a forma como é gerada a energia faz com que seja invertida de maneira periódica, mudando o movimento dos elétrons, como num contínuo efeito bumerangue. Uma vez que os condutores variam de polaridade, não há polos, e sim fases. São correntes de maior voltagem e, por isso, percorrem longas distâncias, como o abastecimento de energia entre uma usina e uma cidade. Na CA com frequência de 60 Hz, sistema de fornecimento convencional, há maior possibilidade de ocorrer fibrilações ventriculares às vítimas do choque elétrico.

  FONTE: NR10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade / SENAI-SP

Quando você toca em alguém e dá choque?

Você sabe porque isso acontece? A resposta é simples: excesso de cargas estáticas. Um simples aperto de mão em outra que não tem a mesma carga estática podem fazer com que ambas sintam um leve choque, pois o excedente de carga em uma das pessoas se distribui, passando parcialmente para a outra.

Quais são as duas condições em que uma pessoa pode levar um choque elétrico?

Choque Elétrico Causas Os maiores responsáveis por esse tipo de acidente são os raios e a fiação de alta tensão, ou seja, com voltagem superior à 600 volts. Porém, a eletrocussão também pode ocorrer devido à baixa voltagem se houver roupas molhadas, poças de água ou umidade elevada.

Porque levamos choque ao encostar em objetos?

É comum percebermos esse choque quando encostamos em objetos de metal como a porta do carro, o registro do chuveiro, a maçaneta de uma porta, ou quando encostamos em outra pessoa, pois todos são bons condutores de eletricidade que permitem que a corrente elétrica flua no material.

O que causa um choque no corpo humano?

O choque tem diversas causas: Volume de sangue reduzido, função de bombeamento do coração inadequada ou alargamento (dilatação) excessivo dos vasos sanguíneos.