30 agosto 2020 Show Reunimos as principais informações sobre a tragédia que completa 1 ano hoje Há exatamente um ano, no dia 30 de agosto de 2019, as primeiras manchas de petróleo cru eram vistas no litoral da Paraíba. Segundo o último relatório publicado pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), em março, o total de áreas atingidas pela tragédia foi de 1.009 locais em mais de 130 municípios em 11 estados das regiões Nordeste e Sudeste. Segundo a Marinha do Brasil, foram retirados da costa brasileira mais de 5.000 toneladas de petróleo cru. Por Douglas Santos De acordo com Clemente Coelho Júnior, biólogo, oceanógrafo e professor adjunto do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Pernambuco (UPE) e co-fundador do Instituto Bioma Brasil, o óleo ainda não acabou. “Em junho, houve um reaparecimento de manchas causado por mudanças climáticas das marés e dos ventos que desenterraram fragmentos. Existem ainda muitos outros enterrados na areia, sobre os corais como, por exemplo, em Japaratinga (AL). E esses fragmentos menores devem continuar a aparecer durante muito tempo. E não sabemos exatamente quanto ainda foi depositado no fundo dos mares e oceanos e nem quando ou como esse material deve chegar”, afirmar Coelho Júnior. Após um ano de trabalho, a Marinha do Brasil encerrou as investigações militares sem encontrar os culpados pelo vazamento. Segundo a organização governamental, o derramamento inicial teria ocorrido em alto mar, cerca de 700 km da costa brasileira, em águas internacionais e que o óleo foi extraído na Venezuela, mas não necessariamente foi derramado por empresas ou navios venezuelanos. As investigações da Polícia Federal continuam. Perguntas e respostas O que é esse óleo? Quantos locais foram atingidos? A lista dos locais pode ser acessada clicando aqui. Quando e onde apareceram as primeiras
manchas? E as últimas manchas? Qual é a origem
do vazamento? A principal linha de investigação utiliza um estudo foi feito por pesquisadores do Instituto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Segundo o estudo, o movimento das correntes marítimas da região indica que o ponto de origem
do vazamento de petróleo teria ocorrido em uma região entre 600 km e 700 km da costa, entre os estados de Sergipe e Alagoas. Para determinar a região os pesquisadores utilizaram uma metodologia de modelagem reversa das correntes. O derramamento de óleo foi criminoso ou foi acidental? Quanto tempo as manchas navegaram no mar até chegar na costa brasileira? Quanto tempo demora para limpar todo o petróleo derramado? Caso os responsáveis pelo vazamento sejam confirmados, qual poderia ser a punição? É possível
retirar o óleo completamente, ou sempre haverá resíduos invisíveis? Quantas toneladas de óleo já foram recolhidas? Quais os impactos na natureza? Um estudo realizado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) analisou mais de 50 amostras de animais coletados nas áreas atingidas e identificou petróleo cru em peixes, moluscos e crustáceos. Segundo Vinícius Nora analista de conservação do WWF-Brasil, o impacto nos manguezais pode ser irreparável. “O mangue é um ambiente altamente complexo e com uma biodiversidade incrível. Porém, ele é muito sensível e essas áreas podem levar muitos anos para se recuperarem. Podendo essa reversão ser impossível em alguns casos”, diz. Quando sedimentado e alojado no fundo do mar, o petróleo cru inviabiliza a vida nos locais onde se deposita. E quando micro particulado, o material pode ser ingerido por animais e se alojar nas partes internas podendo ser ingerido por humanos. É possível usar satélites para buscar as manchas de óleo? Por que o óleo não foi contido com barreiras de contenção flutuantes? O Governo Federal demorou para agir? O Brasil não tem um plano de emergência para esse tipo de situação? Em abril de 2019, o Governo Federal extinguiu o comitê executivo que deveria colocar o plano em ação no caso de um desastre por vazamento de petróleo – e deveria ter formado os comitês locais, com respectivos diagnósticos e planos de ação para cada região. O que diz o Governo Federal sobre o atraso? Esse óleo faz mal à saúde humana? Riscos à saúde pelo contato com o petróleo cru: Quais
os impactos na economia local? O que o WWF-Brasil está fazendo? Além disso, o WWF-Brasil, juntamente com as ONGs, Conservação Internacional (CI-Brasil), Oceana no Brasil, Rara-Brasil e SOS Mata Atlântica compõem a Conexão Abrolhos, uma iniciativa que visa para denunciar os perigos de uma possível extração de petróleo em águas profundas nas proximidades do Parque Nacional Marinho de Abrolhos, que ao lado de cientistas, populações tradicionais do extremo sul da Bahia e cidadãos de todo o país, evitou o leilão de quatro blocos de exploração de petróleo e gás na Bacia de Camamu-Almada. O grupo também atua para o monitoramento dos recifes de corais. O WWF-Brasil também contribuiu nas discussões da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as origens das manchas, avalia as medidas tomadas pelos órgãos do governo e que irá propor medidas que reduzam o risco de acontecimentos parecidos no futuro. A CPI tinha previsão de ser encerrada em maio, mas devido à pandemia causada pelo coronavírus, as reuniões foram suspensas e ainda não há previsão das próximas reuniões. Como solucionar o vazamento de petróleo?Equipamentos mais comuns anti-derramamento de óleo: barreiras flutuantes, dispersantes, absorventes e adsorventes de óleo e os coagulantes.. Derrame em Rio.. Poluição em Marinas e Portos.. Absorção de Óleo com Manta.. Absorção de Óleo com Manta.. Qual a principal atitude a ser tomada caso haja um derramamento de petróleo?Ações de contenção caso o derramamento ocorra
Prevenir o vazamento de petróleo é, de certa forma, apostar em uma loteria, na qual o risco de um acidente deve ser sempre levado em conta.
Como limpar o derramamento do petróleo no mar?O uso de barragens flutuantes para conter a dispersão do petróleo, a queima deste combustível na superfície marinha, e a retirada de seu excesso por certos tipos de bóias absorventes presentes em embarcações marítimas, são outras alternativas utilizadas para controlar os vazamentos deste composto no mar.
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