Como os familiares professores e gestores podem auxiliar no processo de transição da educação infantil para o ensino fundamental?

Publicado em 25 de maio de 2022

A transição da educação infantil (EI) para o ensino fundamental (EF) é um período repleto de mudanças para os alunos, pais e educadores. Há novas configurações de espaço, horários, professores e conteúdos mais complexos, além de mais exigências nas avaliações. Não raro, essas novidades podem gerar insegurança e ansiedade nas crianças.

Diálogo e contexto

Segundo a doutora em educação Angélica de Almeida Merli, a transição deve se pautar em um processo de continuidade, abrindo caminhos para interações entre crianças pequenas, crianças grandes, professores e famílias e na formação de um ambiente acolhedor para todos. Ela também defende o diálogo entre professores e gestores da EI e do EF e incentiva o uso de uma documentação. “A criança não chega no primeiro ano sem ter vivido nada, ela tem uma história. E esses registros vão contar sobre o trabalho que foi realizado e sobre como foi para cada uma dessas crianças esses contextos e vivências”, afirma Merli.

Em sua tese de doutorado , defendida na Universidade de São Paulo (USP), Merli se dedicou a entender o processo de transição vivido por educadores e estudantes na rede pública municipal de São Paulo. Nesta entrevista, ela avalia os dilemas e desafios na passagem das crianças de uma etapa de ensino para a outra.

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Novas configurações na classe, novos professores, conteúdos mais complexos, mais autonomia nos estudos e mais exigência nas avaliações. A transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental I é um período repleto de mudanças para os alunos e para os seus pais.

Não raro, as novidades geram empolgação, pois evidenciam crescimento, aprendizado e desenvolvimento. No entanto, há também uma enorme carga de insegurança e ansiedade. O medo do desconhecido e do novo faz com que as crianças iniciem o Ensino Fundamental I temendo atividades avaliativas, bem como o aumento da autonomia em sala de aula e nos intervalos. Os temores, em muitos casos, se estendem aos pais.

Diante disso, como possibilitar que o começo de uma etapa tão importante da vida escolar ocorra de maneira mais tranquila? Em primeiro lugar, cabe lembrar que não existe um padrão. Cada criança, em sua individualidade apresenta uma reação diversa. Há alunos que se adaptam rapidamente, mas existem também os que resistem, choram, rejeitam. Sendo a insegurança parte inerente do processo, é importante não negar esse sentimento. Expressar diferentes emoções diante do desconhecido faz parte do início do ano letivo.

A parceria selada entre família, escola e aluno faz toda a diferença para que essa reação seja controlada com o tempo. Cabe ao professor adotar uma postura acolhedora, transmitindo ao educando a segurança necessária para que ele consiga lidar de forma saudável com essa nova etapa.

A família também tem papel fundamental ao participar ativamente da transição, transmitindo estabilidade e firmeza à criança, para que se sinta protegida e propensa a encarar as mudanças que se apresentam. É necessário ainda proporcionar autonomia ao aluno, para que ele entenda que os pais estarão ao seu lado, mas que, neste momento ele precisa fazer um esforço para se adaptar à rotina escolar e superar esse desafio.

O tempo dessa adaptação varia de criança para criança, e a escola respeita a individualidade de cada aluno, embora a expectativa seja que o processo esteja concluído até o final do primeiro trimestre. A ansiedade, como ressaltamos, é normal e não precisa (nem deve) ser rechaçada. No entanto, caso a insegurança se torne permanente, passa a não ser mais uma reação saudável. Isso demanda intervenções para auxiliar o aluno a vencer suas dificuldades.

No Liceu Coração de Jesus, a transição se inicia de forma gradual, a partir do terceiro trimestre da Educação Infantil III. Neste momento, as crianças participam de atividades típicas do Ensino Fundamental, e tem também a oportunidade de interagir com os alunos desse ciclo. Procuramos transformar a passagem em um momento de alegria, mostrando para os alunos que haverá sim grandes desafios, mas também conquistas e aprendizado. Ressaltamos sempre o quanto cada aluno é capaz, fazendo-o compreender que uma nova etapa é sempre uma oportunidade de evoluir, de ir mais adiante.

O colégio, por sua vez, baseia-se na tríade do Sistema Preventivo de Dom Bosco, na qual um dos pilares é a amorevolezza. Segundo o santo fundador da congregação, amorevolezza significa educar com carinho, ternura e afetuosidade. Em consonância com esse princípio, a escola se dispõe - nesse período e em todos os outros - a caminhar lado a lado com o aluno em todos os momentos. Assim, caso a criança se sinta insegura, saberá que tem toda a equipe que atua na escola para ajudá-la e apoiá-la com muito carinho e dedicação.

*Pedagoga, pós-graduada em psicopedagogia clínica e institucional. Professora do 1º ano do Ensino Fundamental no colégio Liceu Coração de Jesus.

** Pedagoga, pós-graduada em neurociência e psicologia aplicada. Professora do 2º ano do Ensino Fundamental no colégio Liceu Coração de Jesus

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Como os familiares professores e gestores podem auxiliar no processo de transição da educação infantil para o ensino fundamental?
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Como os familiares professores coordenadores gestores podem auxiliar no processo de transição da educação infantil para o ensino fundamental?

A transição para o Ensino Fundamental em sala de aula Com o passar do tempo, isso vai sendo adaptado à nova realidade. A disposição das carteiras, os espaços para brinquedos e a adaptação da jornada de horas na escola também são boas formas de fazer com que o pequeno se acostume com a rotina de maneira espontânea.

Como os familiares professores coordenadores gestores podem auxiliar no processo de transição?

O professor e o coordenador podem contribuir para que todas essas novidades se encaminhem de um jeito natural e bem-sucedido, não apenas com os alunos, mas também com as famílias. No 1º ano, a criança começa a ter uma rotina de alfabetização e a ser avaliada constantemente.

Como a escola deve se preparar para a transição da educação infantil para o ensino fundamental?

Outra dica importante para a escola é a construção de um currículo com mudanças gradativas. No primeiro ano, por exemplo, pode ser interessante manter algumas brincadeiras e propostas de interação. Na medida em que as crianças vão se adaptando à nova rotina, pode-se inserir mais conteúdo e atividades de avaliação.

Como professor da educação infantil que ações atividades tem realizado para garantir uma transição tranquila das crianças de sua turma?

Este processo é complexo e exige paciência, principalmente por conta dos educadores, o professor deve desenvolver atividades em grupo, trabalham a coletividade e também modificam o foco de energia dos estudantes para esta transição, a fim de que compreendam que a nova etapa será positiva, como professor da Educação ...