Como e por quê o solo e irrigado

Você sabe qual é o tipo de irrigação do solo ideal para a sua lavoura? Conheça agora os diferentes métodos e sistemas disponíveis no mercado

O fornecimento de água para plantações em quantidade suficiente e no momento certo é uma forma de assegurar a sobrevivência de lavouras em inúmeras regiões do Brasil. 

Por isso, a irrigação do solo é uma técnica que se tornou indispensável hoje em dia: lavouras irrigadas chegam a produzir, em média, 3 vezes mais que o sequeiro.

Assim, a técnica tem recebido cada vez mais investimentos tecnológicos que promovem a sustentabilidade e o uso consciente dos recursos naturais.

Mas você conhece todos os benefícios da irrigação agrícola? Confira:

Por que irrigar o solo?

A decisão de irrigar ou não uma cultura é, normalmente, determinada pela quantidade e distribuição de chuvas no local.

Dentre os benefícios de utilizar a irrigação do solo nas plantações, destacam-se: 

  • O aumento da produtividade; 
  • A melhoria e a garantia da qualidade do produto; 
  • A produção na entressafra;
  • A possibilidade do uso intensivo da terra; 
  • A redução do risco de investimento pela ocorrência de estiagens. 

Além desses pontos, fatores como a necessidade hídrica das culturas e a qualidade e disponibilidade de água da fonte também são levadas em em conta.

Dessa forma, ao decidir irrigar sua lavoura, o próximo passo que o produtor deve seguir é a seleção do método e do sistema de irrigação, ou seja: a forma pela qual a água será aplicada ao solo.

Método x Sistema

Você sabe a diferença entre método e sistema de irrigação? A gente explica: 

O método de irrigação é a maneira pela qual a água pode ser aplicada às culturas. 

Já o sistema se refere à disposição dos elementos que funcionam como uma estrutura organizada para possibilitar a irrigação. 

A partir do método escolhido, há vários sistemas de irrigação que podem ser empregados

Essa grande disponibilidade de tipos de sistemas de irrigação deve-se à variação de solo, clima, culturas, disponibilidade de energia e condições econômicas da produção.

Os principais métodos de irrigação do solo

Em geral, há quatro principais métodos de irrigação: superfície, aspersão, localizada e subirrigação, embora o último seja menos utilizado em produções de larga escala no campo. 

Veja em detalhes sobre cada um deles:

Irrigação por superfície

O método de irrigação por superfície consiste na distribuição da água por gravidade através da superfície, ou seja: a água é depositada diretamente no solo.

No Brasil, só o cultivo do arroz por inundação é responsável por 25% da área irrigada do país, o que corresponde a aproximadamente 2 milhões de hectares (Atlas Irrigação 2021).

Vantagens:

  • Possui menor custo fixo e operacional para realização;
  • Requer equipamentos simples;
  • Fácil operação;
  • Há pouca interferência de ventos;
  • Possibilita o uso de água com partículas sólidas em suspensão.

Desvantagens:

  • Depende das condições topográficas da região;
  • É inadequado para solos altamente permeáveis;
  • Possui maior dificuldade de dimensionamento;
  • Requer constante monitoramento;
  • Possui baixa eficiência na distribuição da água se mal planejado ou manejado, necessitando de altos volumes de água para irrigação.

Os sistemas de irrigação do solo por superfície podem ser em nível ou em declive. Geralmente são utilizados em culturas como o arroz irrigado. (Figura 1). 

Entretanto, também podem ser aplicados através de sulcos construídos em declive, localizados próximos às linhas de plantio da cultura, permitindo a irrigação das plantas (Figura 2).

Como e por quê o solo e irrigado
Figura 1. Irrigação por superfície via inundação na cultura do arroz irrigado. Fonte: Irrigação.net

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Figura 2. Irrigação por superfície através de sulcos na cultura do milho. Fonte: Planeta Arroz

Irrigação por aspersão

O método de irrigação por aspersão consiste no lançamento de jatos de água no ar, que caem sobre a cultura em forma de precipitação.

É um dos métodos mais usados no mundo por se adequar aos mais diversos tipos de terreno e situações (Coleção SENAR 2019). 

Em 2019, foram identificados, no Brasil,  1,5 milhões de hectares irrigados por pivôs centrais, um dos sistemas mais utilizados para esse método (Levantamento da Agricultura Irrigada por Pivôs Centrais no Brasil, 2019).

Vantagens:

  • Pode ser adaptado às diferentes condições de topografia, solo e cultura;
  • Têm maior eficiência de irrigação se comparado ao método por superfície;
  • Pode ser totalmente automatizado e transportado para diferentes áreas.

Desvantagens:

  • O custo de instalação e operação pode ser elevado;
  • Pode sofrer a influência dos ventos;
  • Favorece o aparecimento de doenças em algumas culturas devido ao molhamento foliar constante.

A irrigação do solo por aspersão pode ser realizada através do sistema de aspersão convencional, autopropelido ou de pivô central

A aspersão convencional pode ser fixa ou portátil, sendo geralmente utilizada na horticultura, nos gramados, nos jardins e nas pastagens (Figura 3). 

Já o sistema autopropelido consiste em um único canhão ou mini canhão montado em um carrinho, que se desloca longitudinalmente ao longo da área a ser irrigada (Figura 4). 

E, por último, o sistema por pivô central fixo consiste em uma única haste lateral, que gira em torno do próprio eixo, formando um círculo (Figura 5).

Esse sistema possibilita um alto grau de automação, permitindo baixa necessidade de mão de obra, como ativação e desativação dos turnos de rega automatizados.

Como e por quê o solo e irrigado
Figura 3. Irrigação por aspersão em olericultura. Fonte: Boas Práticas Agronômicas

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Figura 4. Irrigação por aspersão via sistema autopropelido (canhão) . Fonte: Irrigazette

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Figura 5. Irrigação por aspersão via pivô central. Fonte: Juntos pela água

 

Irrigação localizada

Na irrigação localizada, a água é aplicada em apenas uma fração do sistema radicular das plantas através de emissores pontuais (gotejadores), lineares ou superficiais.

Em 2020, a área irrigada através desse método teve um aumento de 15% no Brasil, se comparado a 2019. Ao todo, são 78.775 mil hectares.

Vantagens:

  • É capaz de reduzir o consumo de água;
  • Mantém o teor de umidade do solo adequado para as plantas através de irrigações frequentes e em pequenas quantidades.

Desvantagens:

  • Custo inicial elevado. 

Os principais sistemas de irrigação localizada do solo são gotejamento, microaspersão e subsuperficial

O sistema por gotejamento possui os gotejadores sobre a linha de plantio ou próximo a ela, aplicando a lâmina de água na superfície do solo (Figura 6). 

Assim, a grande vantagem desse sistema comparado com o de microaspersão é que a água aplicada não molha as folhas ou o tronco. 

Já, comparado com o sistema subsuperficial, é a facilidade e praticidade de instalação e manutenção. 

Por outro lado, no sistema por microaspersão, a água é aplicada por emissores rotativos ou fixos (Figura 7). 

Dessa forma, permite o umedecimento de uma área maior, sendo aplicado em culturas com grande espaçamento como, por exemplo, a da Nogueira-pecã

E, finalmente, o sistema subsuperficial é constituído de emissores instalados na subsuperfície do solo, com aplicação da água na zona radicular da cultura (Figura 8). 

A vantagem desse sistema é o melhor aproveitamento de água, reduzindo a evaporação direta para a atmosfera.

Como e por quê o solo e irrigado
Figura 6. Irrigação localizada via gotejamento em olericultura.

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Figura 7. Irrigação localizada utilizando microaspersores. Fonte: AgriExpo

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Figura 8. Irrigação localizada via sistema subsuperficial. Fonte: Revista Rural

Subirrigação

Também chamada de drenagem controlada, a subirrigação é um método que consiste na aplicação de água na subsuperfície do solo.

É feita, geralmente, pela formação de um lençol de água artificial ou pelo controle de um lençol natural, mantendo-o a uma profundidade conveniente.

No Brasil, segundo pesquisa da Unicamp, ainda não existe um levantamento oficial da área irrigada por esse método. Isso porque é uma tecnologia relativamente nova e que ainda não está incluída nos censos ou levantamentos sobre irrigação.

Vantagens:

  • Elevada taxa de infiltração no solo;
  • Pouca exigência de mão-de-obra;
  • Pouca quantidade de energia e água requeridas.

Desvantagens:

  • Exigência de condições naturais nem sempre disponíveis;
  • Topografia não-favorável;
  • Não é adequada para algumas culturas.

Sistema inteligente para controle de irrigação

A seleção correta do sistema de irrigação agrícola é um resultado que depende das condições financeiras, climáticas, e dos fatores de produção com os diversos sistemas de irrigação disponíveis. 

Mas, quando escolhida corretamente, e aliada às tecnologias certas, a irrigação do solo possibilita a redução de riscos, além de melhorias de produtividade e de utilização racional da água.

É por isso que a Raks oferece um sistema inteligente que permite que você, produtor, saiba quando e quanto irrigar sua lavoura

Com sensores de desenvolvimento próprio que medem em tempo real a umidade do solo, você vai assumir de uma vez por todas o controle do seu sistema de irrigação, produzindo mais com menos recursos.

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Como e a irrigação do solo?

No método da irrigação localizada, a água é aplicada com emissores em partes da área ocupada pelas raízes das plantas, formando uma faixa úmida. Os emissores são: pontuais (gotejadores), lineares (tubo poroso ou “tripa”) ou superficiais (microaspersores). A distribuição da água acontece através do solo.

O que a irrigação causa no solo?

Devido à infiltração da água dos canais e à percolação do excesso de água aplicada na irrigação, os terrenos nas áreas irrigadas ou no seu entorno podem ter os lençóis freáticos elevados e, conseqüentemente, salinizados.

Por que devemos irrigar?

Porque Irrigar? A irrigação é uma técnica utilizada na agricultura, cujo objetivo fundamenta-se no fornecimento controlado de água para o cultivo de plantas em quantidade suficiente e no momento certo, assegurando assim a sobrevivência da planta visando aumento de produtividade.

Como a irrigação foi desenvolvida?

No Brasil, a irrigação teve a sua origem no estado do Rio Grande do Sul, durante a sua colonização, através do cultivo do arroz irrigado por inundação. Através de incentivos governamentais nos anos de 1970 e 1980 a irrigação no Brasil começou a ser expandida e a ocupar maiores áreas.