Introdução Show A habilidade de desenvolver determinadas atividades como correr ou pedalar, necessita da produção de energia pelos músculos estimulados, ou seja, aumento na degradação do ATP (adenosina trifosfato) e a resíntese do mesmo. Se a demanda não é atingida ocorre a fadiga muscular. Em qualquer atividade física que ocorre em tempo superior a alguns minutos, a energia é fornecida pelo sistema aeróbio, ou seja, utiliza o oxigênio para degradar moléculas de carboidratos e ácidos graxos. A mitocôndria e as fibras musculares respondem às informações químicas, que são fornecidas durante a contração muscular e a utiliza na resíntese do ATP, ou seja, na fosforilação do ADP. Esse processo necessita da liberação de oxigênio para ativar as fibras musculares e também da disponibilidade de nutrientes (carboidratos e ácidos graxos) para manter o consumo do oxigênio. Esses combustíveis devem estar presentes em quantidades adequadas no organismo. O oxigênio é captado pelo músculo através do fluxo sanguíneo e se difunde dos capilares para a mitocôndria das fibras musculares. A produção de energia pode ser interrompida se ocorrer uma diminuição no fornecimento de combustível ou então, se ocorrer diminuição nas reações de oxi-redução a nível celular. Os exercícios de resistência provocam adaptações musculares que controlam o fornecimento de energia. As adaptações que ocorrem com o treinamento promovem alterações no metabolismo muscular, adaptando-o para aumentar a velocidade das trocas entre os capilares e as células e conseqüentemente uma melhoria no desempenho físico. Estrutura muscular O organismo adapta-se ao aumento de intensidade de exercício (de suave para moderado a intenso) pela utilização de maior número de fibras em geral na seguinte ordem: Tipo I, Tipo IIa e Tipo IIb. Sabendo-se das características dos tipos de fibra, torna-se fácil entender porque o desempenho atlético pode ser facilmente prolongado de intensidade submáxima e de curta duração até aquele de alta intensidade. Sabe-se que as adaptações das fibras musculares induzidas pelo treinamento não promovem alterações significativas entre as fibras de contração lenta (Tipo I) e contração rápida (Tipo II). O elevado número de fibras de contração lenta (70 a 90%) que observa-se em atletas de resistência de alto nível, provavelmente, é genético e não devido ao treinamento (Fink et al, 1977). Mitocôndria Capilaridade muscular O aumento da capilaridade ao redor de cada fibra aumenta a captação de oxigênio devido ao aumento da capacidade de difusão desse elemento, encurtando a distância necessária para que o oxigênio se difunda no músculo e/ou pelo aumento do tempo para que o processo ocorra (ou seja, as células vermelhas do sangue ficam mais tempo nos capilares). Este aumento da capilarização contribui para a melhora da oxiginação, como já foi observado com animais de laboratório submetidos a treinamento (Bebout et al, 1993; Yang et al, 1994) e em seres humanos (Saltin et al, 1976) e como conseqüência promove um aumento na captação de oxigênio como se observa em indivíduos treinados para provas de resitência. Fluxo sanguíneo Parece que ocorrem modificações e adaptações durante o treinamento, envolvendo uma melhor utilização do fluxo sangüíneo nos músculos e, também ocorre um aumento na troca de nutrientes entre os capilares e as fibras. Este fato tem um papel importante no controle arterial vasomotor no suprimento e na resistência dos vasos (Delp et al, 1993; Segal, 1994) e também no aumento da capacidade de trocas entre os vasos que circundam as fibras musculares. Metabolismo De fato, quando comparamos com indivíduos não treinados, os sinais das fibras musculares treinadas que podem acelerar o metabolismo durante o exercício estão atenuados, portanto, reduzindo a utilização de carboidratos e provavelmente contribuindo para uma economia de glicogênio muscular que é observado em pessoas treinadas (Karlsson et al, 1972). Essas adaptações metabólicas do músculo favorecem o desempenho de indivíduos treinados para provas de resistência (Holloszy e Boot, 1976; Holloszy e Coyle, 1984). Estímulo do treinamento Além disso, para um determinado programa, o treinamento deve ser executad A magnitude do treinamento aumenta o conteúdo mitocondrial que é também influenciado pela duração da série. Como pode-se observar na figura 2, as séries prolongadas promovem um grande aumento no conteúdo mitocondrial. Porém, a influência do tempo de duração de cada série aumenta, o tempo adicional parece ter pouca importância no aumento do conteúdo mitocondrial. Por outro lado, a intensidade do exercício interage com a duração da série e os minutos iniciais tornam-se mais efetivos na adaptação do músculo. Observas-se, na figura 2 que o pico de adaptação no conteúdo mitocondrial parece ser mais rápido quando a intensidade de sessão é maior. Os benefícios das sessões de longa duração em melhorar o desempenho estão relacionadas com as adaptações cardiovasculares, balanço hídrico, disponibilidade de substratos ou outros fatores que não estão diretamente relacionados com as adaptações específicas a nível muscular. Pelo menos, parte dos efeitos benéficos do aumento da intensidade do treinamento para induzir as adaptações musculares podem ser atribuídos à intensidade de solicitação das fibras musculares (Dudley et al, 1982). Este fato está representado na figura 3. Uma vez que o pico de desempenho (ou seja, desenvolvimento de força e/ou potência) é obtido pelo desenvolvimento do conjunto de fibras (representado na figura 3 pelas fibras com alta capacidade oxidativa), o aumento da potência está calcado na requisição de fibras musculares adicionais. Este tato pode ser observado pela marcante adaptação que ocorre com as fibras de baixo poder oxidativo, que aumentam para atender a maior demanda devido ao exercício mais intenso. Exercício de curta duração Este é um dos exemplos da complexidade das mudanças e da variedade na duração do treinamento que é necessário para que uma determinada adaptação possa ocorrer, na fase de transição de uma condição de relativa inatividade, a um estágio de condicionamento físico ótimo. Todas as melhorias que ocorrem no desempenho físico após o treinamento não podem ser atribuídas unicamente às adaptações desenvolvidas pelo músculo. Outras modificações (neuromuscular, cardiovascular e endócrinas) podem ser instrumentos que contribuem para realçar o desempenho após um treinamento de semanas ou meses. Inatividade No exemplo da figura 1 observa-se o período relativamente longo (identificado como b) necessário para recuperar o estado de equilíbrio metabólico provocado pelo hiato de tempo de inatividade no aumento do conteúdo mitocondrial. Resumo Referências Bebout, D.E., M.C. Hogan, S.C. Hempleman, and P.D. Wagner (1993). Effects of training and immobilization on VO2 and DO2 in dog gastrocnemius muscle in situ. J. Appl. Physiol. 74: 1697-1703. Booth. F.W. (1977). Effects of endurance exercise on cytochrome c turnover in skeletal muscle. Annals N.Y. Acad. Sci. 301: 431-439. Cadefau, J., H. J. Green, R. Cusso, M. Ball-Burnett, and G. Jamieson (1994). Coupling of muscle phosphorylation potential to glycolysis during work after short-term training. J.Appl. Physiol. 76:2586-2593. Delp, M.D., R.M. McAllister, and M.H. Laughlin (1993). Exercise training alters endothelium-dependent vasoreactivity of rat abdominal aorta. J. Appl. Physiol. 75: 1354-1363. Dudley, G.A., W.M. Abraham, and R.L. Terjung (1982). Influence of exercise intensity and duration on biochemical adaptions in skeletal muscle. J. Appl. Physiol. 53:844-850. Dudley, G.A. P.C. Tullson and R.L Terjung (1987). Influence of mitochondrial content on the sensitivity of respiratory control. J. Biol. Chem. 262: 9109-9114. Fink, W.J., D.L. Costill, and M.L. Pollock (1977). Submaximal and maximal capacity of elite distance runners. Part II. Muscle Fiber composition and enzyme activities. Annals N.Y. Acad. Sci. 301: 323-327. Gollnick, P.D., and B. Saltin (1982). Significance of skeletal muscle oxidative enzyme enhancement with endurance training. Clin. Physiol. 2: 1-12. Green, H.J., R. Helyar. M. Ball-Burnett, N. Kowalchuk, S. Symon, and B. Farrance (1992). Metabolic adaptations to training precede changes in muscle mitochondrial capacity. J.Appl. Physio. 72:484-491. Henriksson, J., and J.S. Reitman (1977). Time course of changes in human skeletal muscle succinate dehydrogenase and cytochrome oxidase activities and maximal oxygen uptake with physical activity and inactivity. Acta Physiol. Scand. 99:91-97. Holloszy, J.O. (1967). Biochemical adaptations in muscle. Effects of exercise on mitochondrial oxigen uptake and respiratory enzyme activity in skeletal muscle. J.Biol. Chem. 242:2278-2282. Holloszy, J.O., and F.W. Booth (1976). Biochemical adaptations to endurance exercise in muscle. Ann. Ver. Physiol. 38:273-291. Holloszy, J.O., and E.F. Coyle (1984). Adaptations of skeletal muscle to endurance exercise and their metabolic consequences, J.Appl. Physiol. 56: 831-838. Karlsson, J., L.O. Nordesjo, L. Jorfeldt, and B. Saltin (1972). Muscle lactate, ATP, and CP levels during exercise after physical training in man. J.App. Physiol. 33:199-203. Mackie, B.G., and R.L. Terjung (1983). Influence of training on blood flow to different skeletal mu Mole, P.A., L.B. Oscai, and J.O. Holloszy (1971). Adaptation of muscle to exercise. Increase in levels of plamityl Co-a synthetase, carnitine palmityltransferase, and plamityl Co-a dehydrogenase, and in the capacity to oxidize fatty acids. J. Clin. Invest. 50: 2323-2330. Robinson, D.M., R.W. Ogilvie, P.C. Tullson, and R.L. Terjung (1994). Increased peak oxygen consumption of traine muscle requires increased electron flux capacity. J.Appl. Physiol. 77: 1941-1952. Saltin, B, and P.D. Gollnick (1983). Skeletal muscle adaptability: significance for metabolism and performance. In: L.D. Peachey (ed.) Handbook of Physiology, Sec. 10, Skeletal Muscle, Baltimore, MD: Williams and Wilkins, pp. 555-631. Saltin, B., K. Nazar, D.L. Costill, E. Stein, E. Jansson, B. Essen, and P.D. Gollnick (1976). The nature of the training response: peripheral and central adaptations of one-legged exercise. Acta Physiol. Scand. 96: 289-305. Segal, S.S. (1994). Cell-to-cell communication coordinates blood flow control. Hypertension 23:1113-1120. Sexton, W.L., and M.H. Laughlin (1994). Influence of endurance exercise training on distribution of vascular adaptions in rat eskeletal muscle. Am. J. Physiol. 266: H483-90. Terjung, R.L. (1979). The turnover of cytochrome c in different skeletal-muscle fibre types of the rat. Biochem. J. 178: 569-574. Yang, H.T., R.W. Ogilve, and R.L. Terjung (1994). Peripheral adaptions in trained aged rats with femoral artery stenosis. Circ. Res. 74:223-243.
Quais as adaptações do corpo durante o exercício?RESPOSTAS ADAPTATIVAS AO EXERCÍCIO FÍSICO
Exemplos: aumento da frequência cardíaca e da pressão; aumento da temperatura corporal; aumento da frequência respiratória. ADAPTAÇÕES CRÔNICAS: são aquelas que ocorrem após a sistemática realização de atividade física.
O que são adaptações ao treinamento físico?As adaptações neurais ocorrem no inicio de um treinamento é o estágio inicial do ganho de força esse tipo de adaptação melhora a coordenação intermuscular e aumenta a ativação do músculo permitindo que durante uma tensão mais fibras do músculo sejam recrutadas.
São adaptações fisiológicas produzidas pelo trabalho de resistência geral exceto?São adaptações fisiológicas produzidas pelo trabalho de resistência geral, exceto: a) Multiplicação das hemoglobinas e mioglobinas.
Quais são as adaptações esperadas com treinamento regular com exercício?Durante o exercício, é esperado aumento da frequência cardíaca, do débito cardíaco, da ventilação pulmonar e da temperatura interna em comparação ao estado de repouso. Todas essas mudanças são exemplos de adaptações agudas.
|