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A denominação Guerras do Ópio é conferida a dois conflitos armados registrados na China no século 19. Os conflitos foram travados entre os países ocidentais e a Dinastia Qing, que permaneceu no governo chinês entre 1644 e 1912. A primeira Guerra do Ópio foi registrada entre 1839 e 1824 e foi travada entre a China e Grã-Bretanha. A segunda Guerra do Ópio ocorreu entre 1856 e 1860 e envolveu a China, a Grã-Bretanha e a França. Nas duas guerras, as forças ocidentais saíram vitoriosas e assim ganharam privilégios comerciais no território chinês. As guerras marcaram a vigência de uma série de tratados desiguais e várias incursões sobre a China, além da derrocada da dinastia Qing no início do século 20. CausasNa verdade, as Guerras do Ópio surgiram das tentativas da China de sufocar o comércio de ópio. As barreiras estavam em comerciantes estrangeiros, principalmente os ingleses, que exportavam o ópio de maneira ilegal para a Índia desde o século 18. O comércio, no entanto, cresceu drasticamente a partir de 1820. O problema é que dentro da China, a dependência da droga era generalizada e estava causando graves implicações sociais e econômicas. Na tentativa de suprimir o comércio da droga e restabelecer a ordem social, em março de 1839, o governo chinês confiscou e destruiu 20 mil caixas de ópio que totalizavam 1,4 mil toneladas. A droga pertencia a comerciantes britânicos. Contrários às medidas, os comerciantes ingleses mataram um aldeão chinês, mas recusaram-se à submissão de um tribunal na China e o período foi marcado por hostilidades. Navios de guerra britânicos destruíram o bloqueio chinês imposto em Rio das Pérolas, na cidade de Hong Kong. Principais AcontecimentosEm consequência da resistência, o governo inglês mandou em 1840 a força expedicionária para a China, atacaram e ocuparam a cidade de Canton. Em 1842, as tropas chinesas conseguiram reação significativa, mas as forças britânicas tomaram a cidade de Nanjing ao fim de agosto daquele ano. Naquele ano foi assinado o Trato de Nanjing, que obrigava a China a indenizar a Grã-Bretanha e ceder Hong Kong e aumentar os portos de livre comércio. Além das implicações comerciais, os britânicos protegidos pelo trato de Humen, assinado em 8 de outubro de 1843, deu aos ingleses o direito de serem julgados somente nos tribunais da Grã-Bretanha. Privilégios semelhantes foram exigidos por outros países. Segunda Guerra do ÓpioA segunda Guerra do Ópio ocorreu em 1850 e envolvia a reação dos chineses frente ao domíno inglês. A Grã-Bretanha tentava entre 1850 e 1864 estender seus direitos na China, contudo, em 1856, funcionários chineses embarcaram em um navio inglês que havia prendido vários tripulantes da China. Em resposta, um navio inglês bombardeou Canton e houve embate entre as tropas dos dois países. Os chineses queimaram as fábricas e armazéns comerciais dos estrangeiros, o que elevou a tensão. Do lado inglês, a França decidiu enviar tropas de apoio após o assassinato de um missionário francês no início de 1856. Não houve dificuldade para as operações militares de ingleses e franceses e em 1858, os aliados chegaram a Tianjin, forçando os chineses à assinatura do Tratado de Tiajin, em junho de 1858. O tratado previa a abertura de vários portos ao comércio ocidental e a livre circulação de missionários cristãos no território chinês. Em Xangai, no fim de 1858, a importação do ópio foi liberada. Leia também:
Essa guerra aconteceu na China no século 19. Saiba quais foram as causas e consequências desta guerra.Navio de guerra britânico bombardeando navios chineses O que foi A Guerra do Ópio, também conhecida como Guerra Anglo-Chinesa, foi um conflito armado ocorrido em território chinês, em meados do século XIX, entre a Grã-Bretanha e a China. Ocorreram dois conflitos: A Primeira Guerra do Ópio (entre os anos de 1839 e 1842) e a Segunda Guerra do Ópio (entre 1856 e 1860). Contexto histórico A Guerra do Ópio aconteceu dentro do contexto do Imperialismo e Neocolonialismo da segunda metade do século XIX. Nações europeias, principalmente a Inglaterra, conquistaram e impuseram seus interesses econômicos, políticos e culturais aos povos e países da Ásia, África e Oceania. Causas da Primeira Guerra do Ópio (1839 a 1842) No início do século XIX, as nações europeias só tinham autorização do governo chinês para fazer comércio através do porto de Cantão. O governo chinês também proibia os europeus de comercializarem seus produtos diretamente com os consumidores chineses. Havia intermediários (funcionários públicos) que estabeleciam cotas de produtos e preços a serem cobrados. A Grã-Bretanha, em plena Segunda Revolução Industrial, buscava avidamente mercados consumidores para seus produtos industrializados, porém as medidas protecionistas chinesas dificultavam o acesso dos britânicos ao amplo mercado consumidor chinês. Como não conseguiam ampliar o comércio de mercadorias com os chineses, os ingleses passaram a vender ópio, de forma ilegal, para a população da China como forma de ampliar os lucros. O ópio, cultivado na Índia (colônia britânica) era viciante e fazia muito mal a saúde. Em pouco tempo, os ingleses estavam vendendo toneladas de ópio na China, tornando o vício uma epidemia. O governo chinês chegou a enviar uma carta para a rainha Vitória I da Inglaterra protestando contra este verdadeiro tráfico de drogas mantido pelos ingleses. Mesmo com os protestos do governo chinês, os ingleses continuaram a vender ópio na China. Em 1839, como forma de protesto, o governo chinês ordenou a destruição de um carregamento de ópio inglês. O governo britânico considerou o ataque uma grande afronta aos seus interesses comerciais e ordenou a invasão armada à China, dando início a Primeira Guerra do Ópio. Os britânicos invadiram e dominaram a China. A guerra terminou com a derrota chinesa em 1842. O tratado de Nanquim e as consequências para a China Após a guerra, a Inglaterra impôs o Tratado de Nanquim aos chineses, com as seguintes obrigações: - A China teve que abrir cinco portos ao livre comércio; - Os ingleses passaram a ter privilégios no comércio com a China; - A China teve que pagar indenização de guerra à Inglaterra; - A China teve que ceder a posse da ilha de Hong Kong aos britânicos (a ilha foi possessão britânica até 1997). A Segunda Guerra do Ópio (1856 a 1860) Foi uma continuação da Primeira Guerra do Ópio, porém a Inglaterra contou com a França e a Irlanda como aliadas contra os chineses. O conflito armado começou logo após funcionários chineses revistarem um navio britânico. Como os chineses já não estavam respeitando algumas cláusulas do Tratado de Nanquim, os britânicos resolveram atacar novamente a China que saiu derrotada mais uma vez. Os ingleses e franceses impuseram o Tratado de Tianjin a derrotada China. Tratado de Tianjin - Dez portos chineses deveriam permanecer abertos ao comércio internacional; - Liberdade para os estrangeiros de viajar e fazer comércio na China; - Garantia de liberdade religiosa aos cristãos em território chinês; - A China deveria pagar pesadas indenizações de guerra à Inglaterra e França.
Última revisão: 29/07/2020. Por Jefferson Evandro Machado Ramos Você também pode gostar de:
Império das Lágrimas - A Guerra do Ópio Autor: Freches, José Editora: Bertrand (Portugal) Fontes de pesquisa utilizadas na elaboração do texto: - SCHNNEBERGER, Carlos Alberto. Manual Compacto de História Geral. São Paulo: Editora Rideel, 2011.
Quais foram as consequências da primeira Guerra do Ópio 1840 e 1842?Nessa primeira fase da Guerra do Ópio, os britânicos derrotaram os chineses. Logo após o fim do conflito, os dois países assinaram, em 1842, o Tratado de Nanjing, que obrigou a China a pagar indenizações e entregar Hong Kong aos britânicos e abrir seus portos ao livre comércio.
Quais foram as consequências da primeira Guerra do Ópio?Essa Primeira Guerra do Ópio durou de 1840 a 1842 e resultou na derrota chinesa e na consequente subordinação da China às potências ocidentais que exigiam abertura ao livre mercado.
Qual foi o resultado da Guerra do Ópio?A guerra terminou com a derrota chinesa e a assinatura do Tratado de Nanquim, em agosto de 1842. A China aceitou suprimir o sistema de Co-Hong (companhia governamental chinesa) e abrir cinco portos ao comércio estrangeiro. A ilha de Hong Kong foi proclamada colónia britânica.
Qual a causa da Guerra do Ópio?Na verdade, as Guerras do Ópio surgiram das tentativas da China de sufocar o comércio de ópio. As barreiras estavam em comerciantes estrangeiros, principalmente os ingleses, que exportavam o ópio de maneira ilegal para a Índia desde o século 18. O comércio, no entanto, cresceu drasticamente a partir de 1820.
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