Qual o sentido do filme Quarto de Guerra?

No dia 28/11, sábado passado, tive o privilégio de assistir a pré-estreia de um filme que, embora tenha um tema central, toca muitos outros princípios do Reino de Deus. Trata-se do filme “Quarto de Guerra.”

O tema central é a oração intercessória, uma disciplina espiritual que desafia a nossa prática perseverante, mas que, em justa medida, é tremendamente eficaz. Os acontecimentos no filme giram em torno dela e se desenvolvem de forma muito original.

Pesquisando mais sobre o filme, vi vários pequenos depoimentos dos produtores e atores que revelaram que sua intenção não é apenas exortar o espectador à intercessão, mas despertar a igreja à unidade em suas localidades por intermédio da oração para que, desta maneira, possamos ver o Reino de Deus chegando a um número cada vez maior de pessoas gerando arrependimento, restauração de famílias, confissão de pecados, restituição entre outros.

Dos mesmos produtores de Corajosos, Prova de Fogo e outros, “Quarto de Guerra” é uma ótima ferramenta de Deus para cooperar na obra de fazer discípulos.
Verei de novo! Desta feita, com a família. Super recomendo! 😉

Segue o trailer

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SENTA QUE LÁ VEM DICA!

SINOPSE

Elizabeth (Priscilla Evans Shirer) e Tony (T.C. Stallings) formam um casal em crise de relacionamento. A filha pequena percebe que ambos estão à beira do divórcio, mas eles não conseguem chegar a um acordo. Um dia, Elizabeth conhece uma mulher idosa que lhe apresenta o poder da oração e, a partir deste momento, a jovem mãe decide depositar a sua fé nas preces divinas.

Fonte: http://www.adorocinema.com

OPINIÃO

Trata-se de um filme religioso em que o casal busca resgatar o casamento que está se perdendo, ouvi muito algumas pessoas comentando sobre esse filme e fiquei curiosa par assistir.

Não considerei os diálogos muito bem elaborados, e talvez as coisas se solucionem rápido demais, mas a mensagem do filme em si, é muito válida. Acredito muito nessa mensagem, mas acho que por ter ouvido tanto sobre o filme mantive minha expectativa alta demais, gostei muito mais do filme Prova de Fogo, que parte do mesmo sentido, porém muito mais emocionante.

Sou filha de pais separados, então o que mais me chamou atenção em Quarto de Guerra, foi o fato de como a separação e o descaso dos pais afeta o emocional das crianças, me serviu de alerta pro quanto nossos filhos são carentes da nossa atenção.

Não foi dos melhores filmes que assisti, mas no aspecto geral foi bom e indico para quem gosta desse tipo de filme.

Assisti nesses sites de filmes online, me desculpem mas não lembro qual foi, porque tentei em tantos que já estava quase desistindo quando deu certo, rsrsrs.

Espero que gostem da dica.

Bjs,

Paula 🙂

O mais recente filme dos irmãos Kendrick (sim, os mesmos de Prova de Fogo, Desafiando Gigantes e A Virada) tem agradado, e muito, o público cristão. Mas só eles. Isso porque Quarto de Guerra (War’s Room) foi totalmente pensado para este público. E não é necessário fazermos pesquisas para sabermos se esta era a intenção dos roteiristas e diretores.

Quarto de Guerra tem como tema central a oração, isso é claro. Mas, dentro do tema, os Kendrick resolvem abordar outros temas tradicionalmente cristãos de forma despretensiosa e aberta como, divórcio, estrutura familiar, corrupção, traição e subjugo conjugal. O filme é recheado de linguagens tipicamente protestantes e de personagens facilmente reconhecíveis no cotidiano cristão protestante em qualquer parte do mundo. E não, o filme não foi feito para o grande público. Diferente de Prova de Fogo – pensado totalmente para que fosse indicado a casais com crises, independente do credo – a atual produção dos Kendrick fala direto a um público específico e não está preocupada em agradar ou desagradar o resto (também diferente de Deus não está morto, que usa o ateu como peça inimiga e materializa a fé cristã agredindo, em alguns momentos, outras crenças).

Enredo superficial?

Alguns sites altamente conceituados da academia internacional do cinema andam questionando a trama do roteiro. Alguns analisam pontos críticos do filme como facilmente resolvidos e outros nem tão aprofundados. Mas não é bem assim. E, mais uma vez, Quarto de Guerra usa uma linguagem não convencional para explicar a solução das problemáticas. Fica claro a intenção desta solução quando a personagem principal, Elizabeth (Priscilla Shirer), entende a função de sua oração e entra em batalha espiritual dentro de sua casa, se posicionando como dona e administradora do local.

Humanamente, a solução pode parecer simples mas, espiritualmente, a atitude faz toda a diferença. E aqui, outra vez, o enredo mostra-se escrito para um público específico.

Alívio cômico. Sabedoria cristã.

Clara (Karen Abercrombie) é a senhora mais fofa do mundo. Aquela que te faz lembrar da sua avó ou tia maluca. Sempre com tiradas nas horas certas, Clara com certeza foi a melhor escolha no roteiro para manter a trama amarrada.

A sábia senhora é uma espécie de tutora de Elizabeth que, baseada em seus erros no passado, aprende estratégias espirituais para batalhar com Deus e resolve repassar à sua discípula. Com perguntas constrangedoras e sem soluções alternativas, Clara consegue fazer com que Elizabeth aceite sua proposta alternativa para salvar seu casamento quase no fim.

Clara transmite segurança, humor e muita fé. Ela consegue fazer com que acreditemos que aquela história não é uma ficção, mas uma situação cotidiana. Clara consegue nos manter presos ao filme do começo ao fim e – ouso dizer – sem ela, talvez Quarto de Guerra não fizesse tanto sentido.

Abuso psicológico

Um dos temas centrais do filme é o relacionamento de Elizabeth com Tony (T.C. Stallings). Tony é o típico malandro que pensa que tudo o que faz na vida nunca será descoberto por ninguém. Ele faz questão de provocar sua mulher para que a discussão comece, sempre. Não aceita seus argumentos e sua justificativa para sua ausência e frieza é o dinheiro que precisa ganhar para pagar as contas de sua família.

Durante todo o filme vemos um homem oprimindo uma mulher com suas atitudes inconsequentes e egocêntricas. Teoricamente, nossa primeira solução seria dizer que Elizabeth deveria largar seu marido e abandonar um relacionamento abusivo que chegou a ponto de não haver mais respeito. Essa solução se baseia na atual filosofia pregada que diz que a mulher é independente e decide pelos seus atos. E ela realmente é. Ser humana que merece respeito e valorização. Mas as atitudes apregoadas a levam para a mesma inconsequência que muitos homens têm. E o filme dá uma solução totalmente inesperada, humanamente falando: submissão, reconhecimento das falhas e oração.

Elizabeth passa a enxergar seu relacionamento como parceria, não como mercadoria, ao mesmo tempo que Tony aprende que casamento não é um self-service que você escolhe o que quer, é um combo inteiro.

O filme mostra que relacionamentos não devem ser descartados. Eles devem ser consertados.

Final não-clichê (ATENÇÃO: SPOILER)

Todo filme voltado para o público cristão sempre tem o final “e foram felizes e abençoados para sempre”, pode reparar. Quarto de Guerra foi o primeiro que assisti que não oferece esse desfecho. Tudo bem que a solução que eles encontraram para arrumar o relacionamento do pai com a filha foi meio sem vergonha (opinião minha, o que um campeonato de cordas tem de importante para dedicarem 15 minutos do fim para isso?).

Mas o que mais gosto do fim são as consequências que Tony tem que lidar. Depois que Elizabeth começa a lutar por sua família, as coisas começam a aparecerem e o “nada fica oculto diante de Deus” começa a se aplicar. Tony perde o emprego, é descoberto por sua esposa, perde seu carro, se submete a consertar as coisas com a família e, para ajudar ainda mais, tem que reconhecer que roubou amostras da empresa para fazer uma grana por fora.

As consequências são justas. Ele não vai preso por causa do roubo, mas é sentenciado a pagar tudo que deve para empresa que ele roubou. Tony acaba em uma empresa ganhando menos que sua esposa (coisa que ele se vangloriava para oprimi-la). Enfim, as coisas acabam não tão felizes, mas reais. E isso torna o filme mais tangível ainda.

Humilde opinião

Quarto de Guerra é um filme que foi feito para conversar com o público cristão protestante. Existem muitas características e situações que são culturalmente desse grupo e que, talvez, não seja bem absorvido pela grande massa.

É um filme divertido, reflexivo e tipicamente “gospel”. E o que impressiona é este fato. Nunca um filme declaradamente cristão durou tanto tempo nos cinemas nem foi tão comentado entre os críticos.

Existem algumas falhas no filme que poderiam ser evitadas. As soluções para os problemas realmente aparecem muito rapidamente, como se não fossem tão graves assim. Está certo que a explicação espiritual para elas é bem clara mas, para o público maior, parece que não é dada a devida importância.

Mesmo assim, acredito que esta talvez seja a melhor produção cristã já feita. Observando bem.

Assista o trailer (E, depois, o filme):