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A carta argumentativa é um gênero textual muito importante na sociedade contemporânea. Isso porque é por meio dela que cidadãos podem opinar sobre diversos assuntos, enviando seus apontamentos para destinatários diversos, tais como instituições privadas, representantes públicos ou jornais. A função básica da carta argumentativa é apresentar e defender o ponto de vista do remetente.

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A estrutura do gênero em questão traz elementos básicos da carta, tais como:

Nas cartas, é necessário escrever, na primeira linha do texto, o momento e o local em que o remetente (aquele que envia a carta) está quando escreve.

Por exemplo: “São Paulo, 07 de abril de 2019”.

  • Vocativo marcando o destinatário:

Na carta, logo abaixo da data, deve-se informar a quem se dirige aquele texto mediante o vocativo. É bom lembrar que o vocativo é uma estrutura linguística que tem como função referir-se diretamente ao interlocutor de uma comunicação. Veja, a seguir, um trecho com data e vocativo:

Recife, 13 de maio de 2003
Prezada professora Maria,

Perceba, “Prezada professora Maria” é o vocativo dessa carta.

Essa parte da carta refere-se ao texto em si, sem as estruturas auxiliares aqui descritas.

  • Fechamento ou despedida com assinatura:

No final da carta, é comum que existam uma saudação final ao destinatário da carta e, logo abaixo, a assinatura do remetente. É bom lembrar que, nos vestibulares, normalmente não é permitido assinar as cartas por medida de segurança. Veja um exemplo de fechamento:

Atenciosamente,
Professor João Ferreira da Silva

Características

Para além das questões estruturais inerentes a quase todas as cartas, especificamente na argumentativa, é necessário estar atento às seguintes características:

  • Apresentação do assunto da carta e da tese (opinião) do autor sobre o tema na introdução da carta;

  • Construção de argumentos bem fundamentados que comprovem o ponto de vista do remetente;

  • Se possível, desenvolvimento de contra-argumentação – ou seja, produção de argumentos que refutem ideais contrárias àquelas do autor.

  • Conclusão sintetizando os argumentos e a tese ou, se necessário, sugerindo soluções para o tema abordado.

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Exemplo

Veja um exemplo de carta argumentativa:

São Paulo, 29 de novembro de 2008

À População e aos Dirigentes da cidade de São Paulo.

O Estatuto da Cidade, Lei Federal nº 10.257 de 10 de julho de 2001, estabeleceu instrumentos fundamentais de política urbana e gestão participativa vinculadas ao Plano Diretor, o qual torna-se obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes.

O Plano Diretor Estratégico, Lei Municipal nº 13.430, de 13 de setembro de 2002, define metas, diretrizes e ações estratégicas para o desenvolvimento econômico e social, o desenvolvimento humano e o desenvolvimento urbano e do meio ambiente para todo o Município. Em 25 de agosto de 2004 foi aprovada Lei 13.885, que estabelece o Plano Regional Estratégico de cada uma das 31 Subprefeituras e também as regras para o uso e ocupação do solo, ou seja, o zoneamento da cidade.

As regras estabelecidas nestas leis determinam como a cidade se estrutura e como se darão a organização e a produção dos espaços e atividades urbanas em função desta estrutura. As principais preocupações demonstradas nestes instrumentos de planejamento foram relativas à função social da cidade e da propriedade urbana, ao estabelecimento de instrumentos de gestão que possibilitem melhor distribuição das oportunidades e riquezas gerando inclusão social e à preservação e recuperação do meio ambiente.

Mas não se pode esquecer de dois aspectos fundamentais destes planos: a descentralização da gestão dando maior autonomia às Subprefeituras aliada à efetiva participação popular no processo de planejamento da cidade e suas regiões.

O Plano Diretor Estratégico prevê diretrizes de curto e longo prazos em horizonte até o ano de 2012, com uma revisão prevista em seu artigo 293 para 2006, exclusivamente da Lei 13.430, para adequação das ações estratégicas nele contidas e acréscimo de áreas passíveis da aplicação dos instrumentos previstos no Estatuto da Cidade. Qualquer revisão anterior a 2012, portanto, deve se ater ao limite estabelecido por este artigo e deve ser precedida de uma criteriosa análise dos resultados do que tenha sido implantado efetivamente como ação estratégica de curto prazo.

Ora, se grande parte dos 34 artigos que deveriam ser regulamentados não o foram e a maior parte das ações estratégicas não foram implantadas até hoje, não é cabível uma revisão ou transformação de conteúdo, neste momento, que vá além de corrigenda de pequenos erros que permaneceram no texto original da Lei.

[...]

Pelas razões aqui expostas, nós, signatários desta Carta Social, rejeitamos o Projeto de Lei 671/2007 e qualquer proposta de revisão da Lei Municipal nº 13.430 de 13 de setembro de 2002, o Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo, que continue a incorrer nos problemas ora apresentados.

[...]

Com o objetivo de construir uma cidade justa, democrática e sustentável, onde a qualidade de vida da população e o desenvolvimento social com redução de diferenças e inclusão sejam reconhecidos pelo Poder Executivo, através do Plano Diretor Estratégico, como conquistas mais importantes que a contemplação de qualquer interesse setorial ou privado, subscrevem esta Carta:

Comissão Executiva do Seminário em Defesa do Plano Diretor Estratégico

Defenda São Paulo

Movimento Nossa São Paulo

Instituto Polis

Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos

Sindicato dos Arquitetos no Estado de São Paulo

Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo

Central de Movimentos Populares

União dos Movimentos de Moradia

Fórum Centro Vivo

Mandato do Vereador Chico Macena

Arquiteto Jorge Wilheim

Arquiteto Nabil Bonduki

  • Por Paola Nalvarte
  • 20 outubro, 2021

O Washington Post anunciou recentemente a adição de dois colunistas regulares à sua seção de opinião em espanhol, Post Opinion. Ambos se juntam a outras vozes latino-americanas proeminentes em uma plataforma popular para destacar questões importantes na região, conforme a editoria cresce em audiência e conteúdo.

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Jornalista venezuelana Luz Mely Reyes, colunista do The Washington Post. (Cortesia)

“Que o Post continue focado em incorporar as vozes e olhares das colunistas femininas também é uma grande contribuição para a igualdade de gênero e, no meu caso particular, como mulher negra na América Latina, sinto-me honrada e consciente da responsabilidade que implica ter um plataforma de tanto alcance”, disse a jornalista venezuelana e nova colunista fixa do Post Opinion, Luz Mely Reyes à  LatAm Journalism Review (LJR) .

Desde o seu  lançamento, em agosto de 2019, o número de leitores da editoria vem crescendo em mais de 50 países, com as maiores audiências no México, Peru, Colômbia e na comunidade de língua espanhola nos Estados Unidos, disse à LJR o editor da Global Opinions do Post, Elías López Gross.

“Temos uma base muito sólida nesses quatro países e hoje também temos uma newsletter [semanal] que é uma ótima maneira de apresentar o que estamos fazendo, como as últimas manchetes e colunas que são mais importantes para o leitor”, ele comentou. Lopez. “Só neste ano, a newsletter cresceu 23% em assinantes. Estamos muito contentes".

Este espaço é uma oportunidade para "colocar nosso grão de areia" para melhorar o debate na América Latina, disse Mael David Vallejo, editor sênior do Post Opinion, à  LJR. Por isso, acrescentou, buscam integrar em suas fileiras mais autores de diferentes países da região, de trajetória reconhecida ou emergentes, para que por meio de suas colunas ajudem a entender melhor o que está acontecendo em seus países.

Além de Luz Mely Reyes, o jornalista peruano Diego Salazar também ingressou recentemente no quadro de colunistas regulares do Post Opinion.

“O Washington Post, que é um dos jornais mais importantes do mundo ocidental, está assumindo um forte compromisso de incluir cada vez mais vozes diversas, principalmente em nossa região, na América Latina. Ser colunista do Post dá a você uma plataforma mais ampla do que eu tinha como mero colaborador”, disse Salazar à  LJR .

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Jornalista peruano Diego Salazar, colunista do The Washington Post. (Cortesia)

Uma das características que Salazar destacou no que diz respeito a escrever colunas de opinião para um jornal americano como o Post, é que ao contrário do que acontece na maior parte dos meios de comunicação hispano-americanos com colunas de opinião, onde os textos tratam do que o jornalista pensa de uma determinado acontecimento, o Post pede a seus colunistas um argumento, uma análise e uma proposta para o leitor sobre os fatos.

Nesse sentido, comentou Salazar, dificilmente terá a estrutura e os espaços necessários no Peru que o Post lhe dá para tratar dos assuntos do seu país com o rigor editorial que o jornal norte-americano exige.

Outro colunista regular do Post, o jornalista cubano Abraham Jiménez Enoa disse à LJR que o jornal lhe dá a oportunidade de colocar temas sobre Cuba na conversa global que geralmente passam despercebidos e que quem não acompanha o dia a dia do país ou leia a mídia independente da ilha.

Escrever para o Post sobre Cuba é como “ter uma voz que ressoa muito mais no mundo”, disse Jiménez, especialmente porque em seu país a imprensa independente sofre assédio e perseguição por parte do governo.

Embora o Post não tenha uma linha editorial política estabelecida, tem uma agenda muito clara sobre os temas que considera prioritários, além dos temporários, disse Vallejo. Sua cobertura inclui questões de desigualdade, violência de gênero, racismo, direitos da comunidade LGBT + e direitos humanos em geral.

Por semana, o Post Opinion publica entre 10 e 14 textos de produção original em espanhol.

Enquanto o Post Opinion continua crescendo, outro importante jornal americano recebe um pedido urgente de seus leitores, para não deixar de publicar colunas de opinião em espanhol em sua edição diária.

Mais de 100 jornalistas, autores, ex-presidentes e intelectuais escreveram uma carta ao diretor do The New York Times, AG Sulzberger.

"Um boato começou a circular em minha comunidade jornalística de que o New York Times está planejando eliminar o 'NYT em espanhol' por completo", escreveu o jornalista Jon Lee Anderson, um dos signatários, publicou Axios alguns dias atrás.

A carta assinala que acontecimentos recentes, como lideranças com tendências autoritárias e agitação social na região, “exigem constante escrutínio da imprensa”. Os signatários expressaram sua tristeza pelo fechamento da redação espanhola em 2019, mas que se sentiram encorajados pela existência do espaço de opinião em espanhol.

“Acreditamos que a publicação diária de perspectivas e reportagens escritas e editadas em espanhol por quem conhece a América Latina contribui muito para a 'missão do Times de' ajudar as pessoas a entender o mundo', pois é o melhor modelo do tipo de jornalismo que pode ajudar a fortalecer a democracia nos lugares que mais precisam”, destacam na carta. Não devemos esquecer que existe uma conexão histórica entre a América Latina e os Estados Unidos, que tem consequências que ressoam em ambos os lados da fronteira, hoje mais do que nunca”.

Em 2016, o Times  abriu uma redação para produzir conteúdo em espanhol sobre as Américas, com escritório no México, que fechou em 2019, por “motivos financeiros”. Nos três anos de funcionamento, a edição teve um grande alcance continental e mundial, com uma prolífica produção de mais de 900 artigos de opinião e centenas de artigos originais de jornalistas e pesquisadores da região, segundo uma de suas então editoras, Paulina Chavira.

A seção espanhola do Times reuniu os textos de jornalistas, acadêmicos, pesquisadores e especialistas, tendo uma grande chegada na mídia e governos de outros países do continente. Quando o jornal decidiu suspender sua edição hispânica, seus editores mostraram-se surpresos e insatisfeitos com a decisão e despediram-se de seus leitores, dando-lhes uma seleção de suas melhores matérias.

Melissa Torres, porta-voz do Times, explicou à LJR que apesar de ter encerrado sua edição em espanhol há dois anos, o NYT continua publicando conteúdo em espanhol diariamente, além do boletim El Times, que é publicado duas vezes por semana. Torres disse que, embora não tenha mais uma equipe voltada para a produção de conteúdo jornalístico original em espanhol, há uma equipe dedicada a selecionar, traduzir e divulgar grande parte da cobertura em inglês do jornal para falantes de espanhol nos Estados Unidos e em outros países.

“Nossa estratégia agora se concentra em nossas principais notícias para assinantes, para uma audiência global. Considero importante mencionar que a interrupção do NYT en Español em 2019 não afetou nossas seções de notícias na América Latina, que continuam produzindo conteúdos originais da região”, disse.

O Washington Post anunciou recentemente a adição de dois colunistas regulares à sua seção de opinião em espanhol, Post Opinion. Ambos se juntam a outras vozes latino-americanas proeminentes em uma plataforma popular para destacar questões importantes na região, conforme a seção cresce em audiência e conteúdo.