Por que a criança nasce com autismo

Obesidade gestacional, por exemplo, praticamente dobra o risco da criança apresentar transtorno do espectro autista (TEA)

No Brasil, cresce o número de crianças diagnosticadas com autismo. Nas escolas, por exemplo, o percentual de alunos com transtorno do espectro autista (TEA) matriculados em classes comuns no Brasil aumentou 37,27% entre 2017 e 2018, segundo dados do Censo Escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Não à toa, o assunto foi tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Futuras mamães e gestantes podem, por meio de alguns hábitos e alimentação, diminuir o risco que seu filho apresente Transtorno do Espectro Autista (TEA), caracterizado pelo déficit de interação e comunicação social, assim como certos padrões específicos de comportamento.

Trazendo para o lado da nutrição, estudos mostram que alterações de glicemia no feto e no recém-nascido possuem relação com o desenvolvimento do TEA.

Mais sobre o assunto

A hiperglicemia intrauterina pode afetar a conectividade neural por meio da formação de toxinas, assim como age no mecanismo que guia os neurônios e células. A hipoglicemia prolongada, mais frequente em bebês pequenos para idade gestacional e filhos de mães diabéticas, também pode ser um fator para alterações neuronais.

Entre os fatores de risco para o desenvolvimento do TEA, temos:

  • Diabetes mellitus e ganho excessivo de peso durante a gravidez;
  • Obesidade gestacional, que praticamente dobra o risco de TEA.

O melhor tratamento para a perda de peso e normalização dos níveis de glicose durante a gestação é alimentação adequada e exercícios (com acompanhamento).

Cuidar da alimentação é fundamental para a saúde da mamãe e bebê. Se você deseja engravidar ou está grávida, comece agora a mudar alguns costumes. Sua saúde interfere diretamente no bem-estar do seu filho.

Veja, abaixo, outros fatores que aumentam o risco de ter uma criança com TEA:

– Ovários policísticos,– Estilo de vida sedentário e alimentação inadequada,– Estresse,– Pré-eclâmpsia,– Insuficiência placentária,

– Consumo de alimentos que tenham PPA.

Busque ajuda de um nutricionista qualificado para te orientar.

Desde a identificação no anos 1940, o autismo tem sido caracterizado como um distúrbio social-interativo, liguístico/simbólico ou cognitivo, mas nunca foi identificada uma origem. Dado que o autismo manifesta-se em várias competências simultaneamente, a sua origem envolve simultaneamente vários sistemas ou é uma estrutura tão primitiva que tem repercursões sobre vários comportamentos aos quais está associado.

Embora as várias investigações realizadas não tenham ainda encontrado uma causa, é consensual que contribuem fatores genéticos e fatores ambientais.

Fatores genéticos

O estudo genético do autismo foi apenas iniciado nos anos 1980. Anteriormente a esta década era assumido que a origem do autismo estava na relação fria que a mãe tinha com os filhos. O estudo passou a ser baseado em gémeos, mas pouco se aprofundou devido a principalmente duas razões: o desenvolvimento técnico não era suficientemente avançado e os meios de diagnóstico também não eram sólidos. A evolução das técnicas de mapeamento genético e de diagnóstico têm ao longo dos anos melhorado e têm sido alcançados cada vez mais resultados.

Os fatores genéticos são normalmente estudados através de gémeos monozigóticos (idênticos) e dizigóticos (gémos "falsos"). Os gémeos monozigóticos tem origem no mesmo óvulo e por isso têm exatamente o mesmo código genético. Os estudos fazem-se comparando a percentagem de gémeos monozigóticos e dizigóticos que têm Autismo quando o outro irmão já é diagnosticado.

O que muitos destes estudos revelam é que a percentagem do segundo gémeo ter também Autismo é superior nos gémeos monozigóticos: 70% a 90% para os gémeos monozigóticos e 0% a 10% para gémeos dizigóticos, concluído assim que a origem do Autismo tem uma forte componente genética.

Para além do estudo de gémeos, observa-se que a probabilidade de casos de autismo é 25 vezes maior em famílias onde já existem parentes com um historial de autismo, que os pais e outros parentes de crianças com autismo têm características cognitivas e comportamentais semelhantes mais frequentemente do que grupos de controlo (pais sem filhos com autismo) e que mutações genéticas aumentam o risco de doenças.

À procura do gene

No entanto, o mapeamento genético da doença tem mostrado que há uma grande heterogeneidade genética, ou seja, não tem sido possível encontrar uma modificação genética comum a todos os casos.

O uso de novas tecnologias permitem atualmente detetar erros de multiplicação de genes e por isso detetar mutações de novo, isto é, mutações espontâneas, não herdadas pela família, que não eram detetadas com a tecnologia normalmente usada. Estas mutações espontâneas contribuem com cerca de 10% a 20% dos casos de Autismo.

Embora a maior parte dos estudos apontem para uma grande contribuição genética, outros estudos indicam que os fatores genéticos não explicam totalmente a origem do Autismo. 

Fatores ambientais

Os fatores ambientais associados ao autismo são a exposição a toxinas e medicamentos, infeções da mãe durante a gravidez, a idade dos pais e complicações no parto ou no período neonatal. No entanto, embora seja consensual que a origem do Autismo não seja exclusivamente genética, não há concordância no que diz respeito a que fatores ambientais podem mesmo ser causas do Autismo, gerando muita discordância entre especialistas.

Fatores prenatais, perinatal e neonatais

Os fatores antes da concepção (prenatais), no parto (perinatais), e após o nacimento (neonatais), são fatores ambientais em estudo.

A exposição da mãe a toxinas como o tabaco poluição, exposição a vírus e o uso de alguns medicamentos aumenta o risco de Autismo. O uso de medicamentos inibidores de recpatação seletiva de seretonina, antidepressivos, aumenta para o dobro o risco de Autismo. No entanto, nos quadros de depressão, a falta de uso de medicamentos prescritos pelo médico traz também consequências negativas.

A nutrição é também um fator que pode estar associado ao autismo: a falta de vitaminas durante a gravidez aumenta o risco dos filhos terem Autismo. As mães que usam vitaminas três meses antes ou depois da conceção têm menores riscos de ter filhos Autistas, em particular quando há uma pré-disposição genética. O intervalo entre gravidezes pode ter também influência, sendo o risco três vezes maiores quando o intervalo é inferior a um ano, o que se explica pela desnutrição da mãe após a gravidez e parto (níveis de gorduras poli-insaturadas, ferro e folato).

Uma variedade de vários fatores durante a gravidez que reduzem o oxigénio para o feto, como cordão umbilical à volta do pescoço, crescimento retardado ou pouco peso no nascimento, são fatores que também podem aumentam a probabilidade de Autismo.

Uma combinação de fatores

É importante salientar que estes estudos, embora indiquem fatores associados ao maior risco, podem não apontar para a sua origem:

  • Mães mais velhas podem ser mais experientes e por isso levar aos seus filhos com maior facilidade a um médico especialista ou a idade pode levar a algumas alterações genéticas;

  • O uso de seretonina pode causar o Autismo ou o stress e ansiedade, tratados com a seretonina podem ser a real causa;

  • O Autismo pode ter uma causa puramente genética ou os fatores ambientais podem podem aumentar o risco de uma prédisposição ou então diminuir esse risco.

Última atualização: 17/11/15

Fontes: http://www.thedoctorwillseeyounow.com/content/kids/art3380.html, Esther Etinh M.D.

O autismo é um transtorno no desenvolvimento neurológico da criança que gera alterações na comunicação, dificuldade (ou ausência) de interação social e mudanças no comportamento, sendo geralmente identificado entre os 12 e 24 meses de idade.

Pessoas com autismo podem apresentar algumas características específicas, como manter pouco contato visual, ter dificuldade para falar ou expressar ideias e sentimentos, e ficar desconfortáveis em situações sociais, além de poderem apresentar comportamentos repetitivos, como ficar muito tempo balançando o corpo para frente e para trás, por exemplo.

É importante ressaltar que o autismo não é uma doença, mas sim um modo diferente de se expressar e reagir, que, apesar de não ter cura, não se agrava com o avanço da idade. No entanto, quanto mais cedo for realizado o diagnóstico e iniciado o tratamento, melhores serão a qualidade de vida e a autonomia da pessoa.

Principais sinais e sintomas

Alguns dos principais sinais e sintomas que caracterizam o autismo incluem:

  • Dificuldade na interação social, mantendo pouco contato visual, expressão facial ou gestos, ter dificuldade em fazer amigos, e em expressar ideias e emoções;
  • Prejuízo na comunicação, como ter dificuldade em iniciar ou manter uma conversa, compreender o ponto de vista de outras pessoas, entender figuras de linguagem, humor ou sarcasmo, manter um tom de voz monótona (parecendo um robô), ou deixar de responder ou demorar a responder quando chamado;
  • Alterações comportamentais, como não saber brincar de faz de conta, ficar aborrecido com pequenas mudanças nos hábitos ou ter muito interesse por algo muito específico, como a asa de um avião ou números;
  • Comportamentos repetitivos, como ficar muito tempo sentado balançando o corpo para frente e para trás e repetir várias vezes algumas palavras ou frases.

Além disso, pessoas com autismo também podem ter dificuldade para dormir e apresentar nervosismo ou agitação frequentes. Estes sinais podem ser tão leves que algumas vezes acabam passando despercebidos, mas também podem ser moderados a graves, interferindo no comportamento e na comunicação. Veja um teste online para identificar os principais sintomas de autismo.

Apesar dos desafios, as pessoas com autismo também podem apresentar muitas qualidades, como conseguir se lembrar por muito tempo de detalhes e acontecimentos, ter facilidade para aprender a ler e ter boas habilidades com músicas, números e arte, por exemplo.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico de autismo em crianças e adolescentes deve ser feito por uma equipe multidisciplinar, que pode incluir pediatra, psicólogo, psiquiatra, fonoaudiólogo e neuropsicólogo, e geralmente é feito através da observação da criança, de informações sobre a idade dos pais, gestação e parto, e da realização de alguns testes de diagnóstico e exclusão de outras patologias, como exame de sangue, eletroencefalograma e testes auditivos.

Já em adultos, o diagnóstico pode ser um pouco mais difícil, pois os sintomas do autismo são similares a outros transtornos, como ansiedade ou transtorno de déficit de atenção. Por isso, ao perceber sinais e sintomas, como dificuldade de interação social e comunicação ou comportamentos repetitivos, é aconselhado passar por uma consulta com um neuropsicólogo ou psiquiatra, para que seja feita uma avaliação adequada.

O autismo muitas vezes pode ser leve e confundido com timidez, falta de atenção ou “esquisitice”. Por isso, em caso de dúvidas, é recomendado realizar uma consulta com um médico para fazer uma avaliação e indicar o tratamento mais adequado.

O que causa o autismo

As causas do autismo ainda não são totalmente conhecidas, no entanto estudos mais atuais sugerem que os fatores genéticos, hereditários e ambientais, são os principais relacionados com o desenvolvimento do transtorno.

Algumas das possíveis causas do autismo incluem:

  • Causa hereditária: pessoas com irmãos com a síndrome, apresentam um maior risco de desenvolver autismo;
  • Doenças genéticas: ter algumas doenças genéticas, como síndrome de Down, síndrome do X frágil, síndrome de Rett e esclerose tuberosa, podem aumentar as chances de desenvolver o autismo;
  • Fatores ambientais, como consumo de bebidas alcoólicas, tabaco, medicamentos ou outras drogas durante a gestação, podem aumentar o risco de desenvolver autismo.

Além disso, gravidez de alto risco, pais com idade avançada, parto induzido ou baixo peso ao nascer, também podem aumentar o risco de desenvolvimento do autismo.

Como é feito o tratamento

Apesar do autismo não ter cura, o tratamento, quando realizado corretamente, pode ajudar a melhorar a qualidade de vida, a capacidade de comunicação e a autonomia da pessoa.

O tratamento do autismo deve ser feito somente com acompanhamento de um médico e varia de acordo com as necessidades individuais, podendo incluir:

  • Uso de medicamentos e suplementos, como risperidona, aripiprazol, melatonina, probióticos e ômega 3;
  • Sessões de fonoaudiologia, para melhorar a fala e a comunicação;
  • Terapia comportamental, para facilitar as atividades diárias;
  • Terapia ocupacional, para melhorar a socialização.

Além disso, também é aconselhado manter uma dieta balanceada, que pode ajudar a melhorar o sono, diminuir a irritabilidade e melhorar o apetite. Veja um exemplo de dieta para autismo.