O que são indicadores sociais

Para que sejam tomadas medidas capazes de alavancar o nível de desenvolvimento dos diferentes territórios do mundo, é necessária a obtenção de dados, estatísticas e informações que permitam identificar quais são os principais problemas que as populações e os lugares vivem. Por esse motivo, é de fundamental importância, além das análises de conjuntura, a geração de dados que possam atuar como indicadores socioeconômicos, aqueles que apontam as características básicas do desenvolvimento das sociedades.

Dentre os principais indicadores socioeconômicos, podemos destacar: o PIB, a renda per capita, o IDH, o Coeficiente de Gini, o nível de desemprego e a oferta de serviços públicos à população. A seguir, confira uma explicação geral sobre cada um desses conceitos.

PIB – Produto Interno Bruto

O PIB (Produto Interno Bruto) é um importante conceito referente à riqueza produzida pelas atividades econômicas de um determinado país. Seu valor corresponde a tudo o que foi produzido e devidamente consumido, seja esse consumo direto ou indireto.

Quando falamos que o PIB de um país aumentou, significa que a economia foi mais ativa em relação a um período anterior, ou seja, as atividades econômicas tiveram uma maior atuação tanto em níveis de produção quanto em níveis de consumo. Para isso ocorrer, é preciso um bom mercado consumidor, uma ampla infraestrutura com mão de obra e a presença de investidores.

Além de ser um indicador econômico, o PIB é também uma referência utilizada em diversas mensurações. Por exemplo: um país qualquer investe 6% do seu PIB em educação, ou seja, ele utiliza em verbas públicas um valor equivalente a 6% de todas as riquezas que são produzidas em seu país. Se o PIB aumenta, a verba da educação, portanto, também aumenta.

Renda per capita

Renda per capita é a distribuição das riquezas produzidas no país pela sua população. No entanto, ao contrário do que muitas pessoas pensam, ele não é calculado a partir do PIB, mas sim do PNB (Produto Nacional Bruto), que, resumidamente, é o valor do PIB subtraído pelo capital que deixa o país e somado ao capital que entra no país.

Sendo assim, a renda per capita indica o PNB de um país ou região dividido pela sua população correspondente em um dado período de tempo. Esse dado, no entanto, não indica a distribuição correta das riquezas de um local, mas apenas a sua média aritmética, servindo para comparar o PNB de um país em termos proporcionais, pois, afinal de contas, países mais populosos tendem a apresentar um PIB e um PNB mais elevados, o que não representa uma riqueza propriamente dita. A Noruega, por exemplo, possui um PIB muito menor que o do Brasil, mas a sua renda per capita é muito superior à nossa.

IDH – Índice de Desenvolvimento Humano

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é um conceito elaborado pela ONU na década de 1990 com vistas à obtenção de mais dados sobre o desenvolvimento social para além de informações puramente econômicas, levando em conta a qualidade de vida da população como um todo.

Atualmente, o cálculo do IDH leva em consideração a relação entre três principais fatores:

a) a Renda Bruta per capita da população, que inclui a produção de riquezas somada à remessa de divisas recebida por um país ou território;

b) a Expectativa de Vida, referente à esperança de vida da população ao nascer;

c) o Acesso à educação, medida pelas taxas de alfabetização, escolaridade e o número de matrículas efetuadas.

Coeficiente de Gini

O Coeficiente de Gini – ou Índice de Gini – é um dado utilizado para medir o índice de desigualdade social e foi criado pelo estatístico italiano Corrado Gini no ano de 1992. Ele analisa a correlação entre as populações mais pobre e as mais ricas, classificando-as conforme os níveis de renda.

Em termos matemáticos, esse coeficiente é medido de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, mais desigual é o país; quanto mais próximo de zero, melhor é a distribuição de renda.

Taxa de Desemprego

O desemprego é um dos principais problemas que podem ser enfrentados por um país, pois representa tanto uma ausência de renda por boa parte da população quanto a redução do mercado consumidor, o que gera menos lucro e, portanto, menos emprego. Não por acaso, as grandes crises econômicas sempre afetaram a população por meio da elevação das taxas de desemprego.

Por esse motivo, os órgãos oficiais sempre estão atentos a esse importante indicador socioeconômico. No caso do Brasil, quem cuida disso é o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e, embora esse dado tenha permanecido baixo nos últimos tempos, ainda é muito monitorado, pois, caso comece a elevar-se, medidas econômicas emergenciais precisarão ser tomadas.

Oferta de serviços públicos

A qualidade de vida da população, em muitos casos, está também associada à oferta de serviços pelo Estado, dentre os quais, podemos destacar o saneamento básico (coleta de lixo e rede de água e esgoto), a iluminação pública e outras infraestruturas, tais como o asfalto e a sinalização de ruas e estradas.

Além de todos esses dados acima apresentados, podem ser considerados muitos outros indicadores sociais, tais como a proporção da População Economicamente Ativa, a qualidade dos serviços de saúde pública, entre muitos outros.

Analisa a qualidade de vida e os níveis de bem-estar das pessoas, famílias e grupos populacionais, a efetivação de direitos humanos e sociais, bem como o acesso a diferentes serviços, bens e oportunidades, por meio de indicadores que visam contemplar a heterogeneidade da sociedade brasileira sob a perspectiva das desigualdades sociais.

A Síntese de Indicadores Sociais teve início em 1998. Sua origem remonta à publicação Indicadores sociais: relatório 1979, também do IBGE, que, rompendo com a hegemonia de indicadores econômicos para estes fins, em especial o Produto Interno Bruto - PIB, avançou na proposição de um novo escopo de avaliação das condições de vida da população, contemplando, à época, questões relacionadas a População e famílias, Divisão do trabalho, Mobilidade ocupacional da força de trabalho, Distribuição de renda, Despesa familiar, Habitação, Educação e Saúde. Até a edição de 2016, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD constituiu a sua principal fonte de informação, complementada com outras estatísticas, tanto do IBGE como de fontes externas. Com o encerramento da PNAD e sua substituição pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - PNAD Contínua, esta passou a ser a principal fonte de informação do estudo, somando-se a ela, da mesma forma, outras estatísticas internas e externas.

Ao longo de sua existência, o estudo tem procurado abarcar uma série de informações essenciais para o mapeamento das desigualdades e seus efeitos sobre a realidade social brasileira, com vistas não só à incorporação de assuntos atuais e relevantes para as políticas públicas, como também ao aprofundamento das análises a partir do eixo das desigualdades de gênero, cor ou raça e grupos de idade.

A periodicidade do estudo é anual, exceto nos anos de realização do Censo Demográfico. Sua abrangência geográfica é nacional, com resultados divulgados para Brasil, Grandes Regiões, Unidades da Federação, Regiões Metropolitanas e Municípios das Capitais.

Esta publicação reúne informações sobre as condições de vida da população brasileira, acompanhadas de comentários que destacam, para cada dimensão de análise, algumas das principais características observadas nos diferentes estratos populacionais. Seus indicadores ilustram a heterogeneidade da sociedade sob a perspectiva das desigualdades sociais e estão organizados em cinco capítulos nos quais se buscou salientar, complementarmente, os impactos da pandemia de COVID-19 sobre as estatísticas usualmente analisadas.  

O capítulo Estrutura econômica e mercado de trabalho relaciona a dinâmica da economia e o comportamento de indicadores do mercado de trabalho, tais como desocupação, informalidade e subutilização, os quais ressaltam desigualdades estruturais incidentes em grupos populacionais mais vulneráveis. O capítulo Padrão de vida e distribuição de rendimentos aborda as desigualdades a partir de indicadores de distribuição de rendimento e pobreza monetária, enriquecido com exercícios de avaliação dos impactos dos programas sociais nos rendimentos domiciliares. O capítulo Educação esboça um retrato das desigualdades de oferta e acesso relativamente ao ensino à distância na educação básica e traz informações sobre a inclusão tecnológica desses alunos face à realização apropriada de suas atividades no contexto da pandemia, bem como sobre as condições sanitárias e as providências das escolas para evitar contágios. O capítulo Habitação abarca não apenas a estrutura física dos domicílios, mas também sua localização e inserção na infraestrutura existente, o acesso a serviços e seus custos financeiros, entre outros elementos. Ao final, o capítulo Saúde trata de algumas das dimensões indicativas de desigualdades de acesso a tal serviço e explora o financiamento do setor a partir dos gastos públicos e das famílias, a infraestrutura existente, a necessidade de atendimento devido a condições de saúde, e a mortalidade.

A publicação, fartamente ilustrada com tabelas, gráficos e cartogramas, também está acessível no portal do IBGE na Internet, que oferece ainda o plano tabular completo dos cinco temas pesquisados.

A principal fonte de informação de tais análises é a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - PNAD Contínua, realizada pelo IBGE. Outras estatísticas do Instituto, além de registros de variadas fontes externas, contribuem para delinear um painel multifacetado da realidade social brasileira, cuja comparação com outros países é pautada em indicadores disponibilizados por organismos multilaterais.

A sistematização desses dados atende a recomendações internacionais e contribui para a compreensão das modificações nos perfis demográfico, social e econômico da população, possibilitando, assim, o monitoramento de políticas sociais e a disseminação de informações relevantes para toda a sociedade.

As informações a seguir descrevem os metadados estatísticos, que são o conjunto de conceitos, métodos e aspectos relacionados às estatísticas, e são informações necessárias para compreender as características e a qualidade das estatísticas e interpretá-las corretamente.

Informações Gerais

Possibilitar o conhecimento da realidade brasileira, visando avaliar a qualidade de vida e os níveis de bem-estar das pessoas, as famílias e grupos sociais, a efetivação de direitos humanos e sociais, o acesso a diferentes serviços, bens e oportunidades.Sistema de indicadores sínteseDados de Censo, Dados de pesquisa por amostragem probabilística, Registros administrativos, IndicadoresAnualPopulação residente nos domicílios particulares permanentes

Metodologia

Elabora e analisa indicadores da população brasileira, construídos a partir de dados oriundos de pesquisas do IBGE e de outras instituições, abrangendo temas como características da população, educação, crianças e adolescentes, família, trabalho e rendimento, saúde, cor ou raça, idosos, saneamento e habitação, entre outros.Não se aplicaNão se aplicaNão se aplica

Temas

Família, Grupos populacionais específicos, Trabalho, Trabalho remunerado, Outras formas de trabalho, Rendimento, despesa e consumo, Gênero, População, Condições de vida, pobreza e desigualdade, Educação, Características gerais da população, Habitação, Componentes da dinâmica demográfica e estatísticas vitais

Unidades de informação

Pessoa, DomicílioPessoa Pessoa, Domicílio.

Períodos de referência

Ano - 01/01/2019 a 31/12/2019

Disseminação

Publicação Digital (online)Município da Capital

Histórico

A Síntese de Indicadores Sociais é uma publicação anual que teve início em 1998. Sua origem no IBGE remonta ao relatório de Indicadores Sociais, publicado nesta instituição em 1979 e que teve, entre seus objetivos, avançar na proposição de novos indicadores de avaliação das condições de vida da população, rompendo, com isso, com a hegemonia de indicadores econômicos para estes fins, em especial o Produto Interno Bruto.

Saiba mais

https://metadados.ibge.gov.br/consulta/estatisticos/operacoes-estatisticas/XS

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