O que nos separará do amor de deus estudo

É mais comum do que imaginamos, acreditar, em meio às dificuldades da vida, que Deus se apartou de nós. Foto (Divulgação)

Tânia da Silva Mayer*

É mais comum do que imaginamos, acreditar, em meio às dificuldades da vida, que Deus se apartou de nós, de que não nos vela com seu auxílio e nem nos beneficia com sua misericórdia. É que algumas vezes, algumas situações podem apresentar-se de maneiras decididamente dilacerantes. O descobrimento de uma doença grave, a perda do emprego, a violência e as guerras, a morte de uma pessoa querida, uma traição inesperada, o fim de um relacionamento antigo, entre outras coisas, gera em nós um sentimento de instabilidade e solidão. É quando percebemos quão sozinhos e lançados à sorte estamos no universo. Para quem tem fé, essa sensação pode vir atrelada à ideia de que Deus se esqueceu de nós.

O povo de Deus caiu, por diversas vezes, nessa emboscada de acreditar que foram abandonados pelo seu Libertador. A experiência do êxodo da escravidão para a libertação revela um povo pronto a tombar na primeira dificuldade. “Por que nos trouxestes a este deserto? Para matar de fome toda esta gente?” (Ex 16,3) Era o questionamento dos que entendiam equivocadamente o processo para a liberdade. Com o pressuposto da dificuldade, a primeira intelecção é a de que Deus não está mais com a gente, que caminhamos errantes sem seu auxílio. A tentação maior nesse conflito é a idolatria de ir atrás de outros deuses, acreditando que seriam eles a nos oferecer estabilidade para adversidades que são consequência de nossa condição.

Por trás desses conflitos, os do povo da Bíblia e os nossos hoje, reside um pouco de teologia da retribuição e de teologia da prosperidade. A teologia da retribuição sempre afirmou que aos bons, aos que são justos, acorreriam coisas boas, e que aos maus, aos injustos, acorreriam os males. Na lógica da prosperidade, toda riqueza e bem é fruto da fidelidade a Deus, a pobreza, por sua vez, é resultado da infidelidade. Essas teologias e os seus sistemas lógicos serão, aos poucos, e desde o Antigo Testamento, denunciados, revelando seus limites e incoerências. Jó, que é justo, debaterá com seus amigos, apresentando sua justiça e revelando que aos justos pode ocorrer uma série de infortúnios. O rompimento com essas teologias nos coloca ainda mais defronte ao mistério que é a vida e aos seus acontecimentos. Despertando nossa consciência para a gratuidade desinteressada do amor de Deus.

Nisso tudo é importante notar a especificidade da graça de Deus e sua relação conosco: Deus fez-nos livres e de nenhum modo está disposto a revogar nosso estado de criaturas, mesmo em Jesus, somos novas criaturas. Não há um jogo Dele conosco e com nossa fraqueza, o que há é seu amor sempre presente, mesmo diante das situações e acontecimentos que nos fragilizam ainda mais. Deus é Deus com a gente! Paulo compreendeu isso muito bem. É a respeito disso que escreve aos Romanos: “Nada será capaz de nos separar do amor de Deus, que está no Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 8,39). Nada na natureza, nada da nossa condição humana, nada do jogo dos homens contra os homens, nada disso nos separa do amor de Deus. É a esta certeza que somos chamados a nos apegar, é esse o dogma que precisa ser anunciado aos que se encontram desamparados e abandonados, os em vias de sepultar a esperança do coração, porque diante dos muitos sofrimentos que se apresentam. Deus é por nós, sempre conosco, para sempre, nada e ninguém poderá mudar isso.

*Tânia da Silva Mayer é mestra e bacharela em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia – FAJE; Graduanda em Letras pela UFMG. É editora de textos da Comissão Arquidiocesana de Publicações, da Arquidiocese de Belo Horizonte. Escreve às terças-feiras. E-mail: .

O texto reflete a opinião pessoal do autor, não necessariamente do Dom Total. O autor assume integral e exclusivamente responsabilidade pela sua opinião.

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QUEM NOS SEPARARÁ DO AMOR DE CRISTO?

ROMANOS 8:31-39

31  Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?

32  Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas?

33  Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica.

34  Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.

35  Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?

36  Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; Somos reputados como ovelhas para o matadouro.

37  Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.

38  Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir,

39  Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.

Quem pode nos separa do amor de Cristo?

     Estava, um dia, saindo da Santa Casa de Misericórdia de São José dos Campos - SP, onde havia deixado minha esposa e minha filha internadas, minha filha estava na UTI e eu estava sofrendo de depressão. Um homem se aproximou de mim e pediu-me que o ajudasse a comprar um remédio, eu disse a ele que não tinha dinheiro e então aquele homem olhou para mim e disse que iria se jogar na frente do primeiro caminhão, quando chegasse à Dutra. Aquele homem saiu caminhando rápido por uma rua e eu, não tive dúvida, fui atrás daquele senhor que eu não conhecia. Mesmo eu estando com tantos problemas, não hesitei, mesmo estando fraco.  Aquela vida tem um enorme valor para Jesus Cristo e o Espírito Santo de Deus tocou em mim, alcancei aquele senhor e pedi a ele para fazer uma oração, ele parou e me atendeu. Fomos para calçada, ali comecei a orar para que em nome do Senhor Jesus aquele espírito de morte e enfermidade saísse, sentimos o Espírito Santo agir e o coração daquele senhor se aquietou, ele me revelou que havia pertencido a uma igreja e fazia parte do ciclo de oração, mas estava afastado da igreja. Quando terminamos de orar observei que o semblante daquele homem era outro, de uma pessoa em paz. A paz que só Jesus Cristo pode dar. Eu disse aquele senhor para voltar a sua igreja e ir para sua casa, ele disse: eu preciso mesmo! E agora saiu em outra direção e foi embora. Eu não vi mais essa pessoa nas proximidades da Santa Casa, pois todos os dias, durante mais ou menos um mês acompanhei minha esposa e filha. Graças a Deus! minha filha saiu da UTI e teve alta juntamente com minha esposa, assim podemos voltar para casa e ficar mais firmes com Jesus Cristo.  Acredito que aquele senhor retomou sua vida espiritual e voltou à comunhão da sua igreja, mas passou por um declínio espiritual. Não sei o motivo que o afastou da igreja e do amor de cristo deixando-o vulnerável para ação do inimigo da nossa alma. Ele retornou, nunca é tarde para retornamos ao amor do pai celestial.  

"Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte." (II Coríntios 12 : 10)

    Nos momentos de fraqueza é que Deus mais quer nos usar, não é no momento que queremos, mas sim quando Deus quer usar. É quando nos sentimos fracos, é que o Espírito Santo de Deus nos torna forte e capacitados para "o agir" de Deus nas vidas que Ele quer alcançar com sua misericórdia e amor.

     O apóstolo Paulo pergunta: Quem nos separará do amor de Cristo?  Sabendo e conhecendo o amor de Cristo por nós, eu te pergunto: Quem te separará do amor de Cristo?

      Será a tribulação? Ou seja, serão aqueles momentos difíceis que todos nós passamos? Momentos em que pensamos que não há mais saída, e quando você menos espera Deus já te livrou. Será essas tribulações que irá nos afastar do amor de Cristo? Para Paulo, NÃO! E para você?

      Será a angústia? Será que os sofrimentos que todos nós passamos é que nos separará do amor de Cristo?

     Sofrimentos maiores do que os nossos Jesus passou! Será que por causa do meu irmão que me angustiou é que eu vou me separar do amor de Cristo? Não! Eu não vou me separar por causa disso! E você?

     Será Perseguição? Será que por causa do marido que não quer que a esposa vá para a igreja, ou vice-versa, eu vou me separar do amor de Cristo? Será que porque eu sou chamado de crente, que não pratica as coisas do mundo, eu vou me separar do amor de Cristo?

     Será a fome? Acredito que isso não é comum entre nós, mas para quem escreveu era, Paulo.

     Será a nudez? Ou seja, a pobreza. Será que pelo fato de eu ser pobre eu vou me afastar do amor de Cristo? Já ouvi muitas pessoas dizendo que não vão para a igreja, porque não tem uma roupa chique para ir. Será que isso é motivo para nos separar do Amor de Cristo? Para mim não! E para você?

     Será o perigo? Serão as situações de perigos que passamos que nos separará do amor de Cristo? Lembrando que Deus é por nós! Logo, haverá perigos, mas somos livrados de todos. Será que o perigo nos afastará do amor de Cristo? Não afastou a Paulo, e nem a mim! E você?

     E por último; será a espada? Ou seja, a Morte? Será que o medo da morte poderá nos separar do amor de Cristo? Será que a própria morte nos separará do amor de Cristo? Não! De modo nenhum! Pois se estamos com Deus e deixamos Deus ser por nós, a morte não nos separará do seu amor, pelo contrário, nos levará para junto dEle nos céus, nos aproximará ainda mais do nosso bom e amoroso Pai celeste. Será a morte? Não!

     Esses são alguns motivos e situações que Paulo cita, e que ele próprio passou por amor a Cristo e nada disso lhe afastou do amor de Cristo.

     Paulo Sofreu tribulação, angústia, perseguição, quase foi morto por causa de sua fé. Paulo passou fome, Paulo muitas vezes não tinha o que vestir, Paulo em suas viagens passou por momentos de perigos, esteve ao fio de espada, e depois de passar por tudo isso Paulo poderia ter dito: "Não quero mais saber de Deus, de igreja, de Cristo. Vou abandonar tudo, ou vou dar um tempo!" Paulo não disse isso, pelo contrário, ele disse: Quem nós separará do amor de Cristo? Nada! Segundo Paulo.

     O que Paulo cita no texto, quase todos os seres humanos enfrentam, são situações complicadas e difíceis, mas não são motivos de nos afastarmos do amor de Cristo.

     Será a Fofoca? Pessoas que não tem nada para fazer e ficam falando mal do próximo, comentando sobre a vida alheia e quando ficamos sabendo, dizemos: vou me afastar, vou dar um tempo. Será que isso é motivo para nos afastarmos do amor de Cristo?

     Será que os problemas pessoais, desentendimentos? Será que um problema, ou um desentendimento que eu tive com alguém da igreja, vai me separar de tamanho amor que Cristo tem por mim? Não! E você?

     Será uma mágoa ou uma simples ofensa? Será que porque o meu irmão disse algo que eu não gostei, eu vou me separar do amor de Cristo?

     Meus irmãos, esses problemas Paulo nem mencionou, pois dá até vergonha, ver alguém dizer que vai se afastar, vai se separar do amor de Cristo por tais motivos.

     Os que abandonam a Cristo por tais motivos é por que não sabem o que é vida cristã, não dão valor ao imenso amor de Cristo.

     Pois Paulo, por experiência própria, diz mais adiante: "Em todas essas cousas, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou". Ou seja, passamos por tudo isso, e podemos ter a certeza de que em todas estas dificuldades somos mais que vencedores por meio de Cristo.

     No final, Paulo fala de coisas que ele ainda não tinha presenciado, e que com certeza iria presenciar, mas ele diz: Porque eu estou bem certo de que nem morte, nem vida, nem anjos, nem principados, nem cousas do presente, nem do porvir, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá nos separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.