O que fazer quando se é picado por escorpião

O que fazer quando se é picado por escorpião

Recentemente, foram publicadas na mídia diversas notícias sobre picadas de escorpião no estado de São Paulo, em alguns casos levando à morte. Quanto menor a criança, os efeitos tendem a ser mais graves, por causa da relação de seu peso com o veneno inoculado. Como este tema assusta os pais, consultamos nossos especialistas para esclarecer algumas dúvidas.

O soro antiescorpiônico é eficaz e pode ser usado em crianças pequenas?

O soro funciona e pode ser usado em todas as idades, inclusive abaixo de 7 anos. A gravidade dos acidentes escorpiônicos e, consequentemente, o risco de morte, é muito maior entre as crianças do que entre os adultos. Habitualmente, quanto menor a criança, maior a gravidade do acidente devido à relação entre o veneno inoculado e o peso da criança.

Sempre que houver picada de escorpião, o soro antiescorpiônico é recomendado?

Os acidentes escorpiônicos são classificados em leves, moderados e graves, de acordo com os sintomas. Nos acidentes moderados e graves e em todas as crianças menores de 3 anos existe indicação do uso de soro antiescorpiônico.

Quais são os sintomas após a picada?

Além de dor no local, que acontece em todos os casos, pode haver náuseas, taquicardia, agitação, sonolência, sudorese, vômito, hipertensão, entre outros.

Crianças correm mais risco de morte?

Sim. Quanto menor a criança, maior a gravidade. Os principais fatores que influenciam o risco de morte são o tipo do escorpião e a idade (o risco de morte é maior em pacientes menores de 14 anos).

Outro fator que influencia o risco de morte é o tempo decorrido entre a picada e a administração do soro, sendo muito mais elevado entre os pacientes atendidos após 6 horas, do que entre aqueles que recebem soro até uma hora após o acidente.

Portanto, em caso de picada por escorpião ou outro animal peçonhento, quanto mais rápido o paciente for levado ao serviço de saúde, maior a chance de sucesso no tratamento.

O que fazer em caso de picada de escorpião?

O paciente deve ser levado rapidamente a um serviço de saúde. Até chegar, podem ser administrados analgésicos para alívio da dor.

Algumas dicas:

  • Não utilizar garrotes ou torniquetes;
  • Não fazer incisões no local da picada;
  • Não aplicar querosene, amoníaco, e outras substâncias no local da picada;
  • Não administrar bebidas alcoólicas;
  • Manter o paciente em repouso, evitando caminhar;
  • Manter o paciente hidratado.

O Hospital Infantil Sabará tem soro?

Não.

Onde encontro soro?

Em São Paulo, o soro é fornecido pelo Hospital Vital Brazil, que funciona dentro do Instituto Butantan e é referência para acidentes com animais peçonhentos (cobras, aranhas, escorpiões). Funciona todos os dias, 24 horas.

Como evitar uma picada de escorpião?

  1. Usar calçados e luvas nas atividades rurais e de jardinagem.
  2. Examinar calçados e roupas pessoais, de cama e banho, antes de usá-los.
  3. Não acumular lixo orgânico, entulhos e materiais de construção.
  4. Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e rodapés.
  5. Utilizar telas, vedantes ou sacos de areia em portas, janelas e ralos.
  6. Manter limpos os locais próximos das residências, jardins, quintais, paióis e celeiros.
  7. Combater a proliferação de insetos, principalmente baratas e cupins.
  8. Preservar predadores naturais, como seriemas, corujas, sapos, lagartixas e galinhas.
  9. Limpar terrenos baldios pelo menos na faixa de um a dois metros junto ao muro ou à cerca.

Saiba mais aqui.

Tags: picada, escorpião, soro, veneno

Entenda o que fazer em caso de picada de escorpião

A limpeza do ferimento com sabão pode ser uma medida auxiliar inicial. Entenda os riscos

O que fazer quando se é picado por escorpião

Após picada de escorpião procure ajuda - Créditos: Getty Images/ Tsvetan Ganev-CECLII / 500px

Você tem medo de picada de escorpião? No verão, quando as temperaturas e a umidade são mais elevadas, as características da estação e do ambiente são ideais para a reprodução de animais peçonhentos, como serpentes, aranhas e escorpiões.

Existem diversos fatores de interferência humana que também podem fazer o risco de picadas aumentar, como explica Elma Pereira dos Santos Polegato, presidente da Comissão Técnica de Saúde Ambiental do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo.

"As atuais mudanças climáticas, desmatamento, crescimento desordenado das cidades (com aumento e acúmulo de lixo), além da falta de predadores naturais, provocam deslocamentos desses animais peçonhentos de seus abrigos fora do período que normalmente buscam se alimentar, o que pode provocar acidentes diversos", afirma a especialista.

Entenda o que fazer em caso de picada de escorpião, quais sintomas podem surgir, como identificar a espécie e como evitá-lo.

Em caso de picada de escorpião, a recomendação é ir imediatamente ao posto de saúde ou hospital de referência mais próximo. Se possível, levar o animal ou uma foto para identificação da espécie, permitindo assim uma avaliação mais eficaz sobre a gravidade do acidente, uma vez que o soro antiescorpiônico não é indicado em todos os casos.

"Apenas profissionais da saúde poderão fazer essa avaliação. O tratamento nos casos leves e moderados, resumidamente, se dá de acordo com os sintomas apresentados. O antiveneno é indicado em casos moderados ou graves", ressalta Elma.

De acordo com a especialista, é importante lembrar que limpar o local da picada com água e sabão pode ser uma medida auxiliar, desde que não atrase a ida ao serviço de saúde.

"Além disso, não se deve, em hipótese alguma, tentar perfurar, cortar, espremer, fazer torniquete para tentar remover o veneno, pois essas são ações contraindicadas e que não resolvem", acrescenta.

A maioria dos acidentes com picada de escorpião é leve e o quadro local tem início rápido e duração limitada. Os adultos apresentam: dor imediata, vermelhidão e inchaço leve por acúmulo de líquido, piloereção (pelos em pé) e sudorese (suor) localizadas.

Movimentos súbitos, involuntários de um músculo ou grupamentos musculares (mioclonias) e contração muscular pequena e local (fasciculações) são descritos em alguns acidentes por Escorpião-preto-da-Amazônia. Já crianças abaixo de sete anos apresentam maior risco de alterações sistêmicas nas picadas por escorpião-amarelo, que podem levar a casos graves e requerem soroterapia específica em tempo adequado.

No Brasil os escorpiões mais comuns são o preto e o amarelo. Tecnicamente, no país, os escorpiões de importância em saúde pública são as seguintes espécies do gênero Tityus:

  • Escorpião-amarelo (T. serrulatus) - com ampla distribuição em todas as macrorregiões do país, representa a espécie de maior preocupação em função do maior potencial de gravidade do envenenamento e pela expansão em sua distribuição geográfica no país, facilitada por sua reprodução e fácil adaptação ao meio urbano
  • Escorpião-marrom (T. bahiensis) - encontrado na Bahia e regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil
  • Escorpião-amarelo-do-nordeste (T. stigmurus) - espécie mais comum do Nordeste, apresentando alguns registros nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina
  • Escorpião-preto-da-amazônia (T. obscurus) - encontrado na região Norte e Mato Grosso.

De maneira geral, os cuidados devem ser:

  • Manter a higiene da casa, incluindo quintais e jardins
  • Usar calçados e luvas nas atividades rurais e de jardinagem
  • Examinar calçados, roupas pessoais, de cama e banho, antes de usá-las
  • Afastar camas das paredes e evitar pendurar roupas fora de armários
  • Não acumular entulhos e materiais de construção
  • Limpar regularmente móveis, cortinas, quadros, cantos de parede
  • Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e rodapés
  • Utilizar telas, vedantes ou sacos de areia em portas, janelas e ralos
  • Manter limpos os locais próximos das casas, jardins, quintais, paióis e celeiros
  • Evitar plantas tipo trepadeiras e bananeiras junto às casas e manter a grama sempre cortada
  • Limpar terrenos baldios, pelo menos na faixa de um a dois metros junto ao muro ou cercas.

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