O que é esporão de galo

Dores nos pés durante os exercícios físicos e ao descalçar sapatos de salto, dificuldade para dar os primeiros passos do dia e de levantar os dedos com a planta dos pés no chão, sensação de encurtamento dos músculos da panturrilha e queimação na planta do pé são alguns dos alertas do esporão de galo. Também conhecido por fascite plantar, esporão do calcâneo ou esporão de calcanhar, trata-se de uma inflamação que gera um crescimento no osso do calcanhar, o calcâneo. O fisioterapeuta e presidente da Associação Brasileira de Reabilitação de Coluna e do Instituto de Tratamento da Coluna Vertebral, Helder Montenegro, desenvolveu uma cartilha com exercícios que visam ajudar a aliviar os sintomas

1. Ande descalço em terreno regular sempre que possível, pois isso favorece o alongamento da planta do pé.

2. Ao acordar, ainda deitado de costas, aponte os dedos dos pés em direção à cabeça por 20 segundos; repita o movimento cinco vezes.

3. Alongue a planta do pé. Apoie os dedos dos pés na parede e o calcanhar no chão, então escorregue os dedos devagar até que a sola do pé encoste totalmente no chão. Repita esse movimento oito vezes por dia em cada perna.

4. Alongue a panturrilha usando uma rampa (que pode ser feita em casa ou improvisada). Enquanto uma perna descansa no alto da rampa, a outra fica na base com o joelho esticado. Mantenha o calcanhar na rampa e aproxime o corpo do apoio. Deixe a coluna reta e segure a posição por 20 segundos. Faça este exercício oito vezes em cada perna.

5. Repita o movimento anterior agora com o joelho dobrado. Também por 20 segundos e oito vezes em cada perna.

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O esporão do calcâneo é uma condição médica caracterizada por um crescimento anormal que pode surgir no osso calcâneo, o maior osso do pé, localizado no calcanhar.

Esse crescimento ósseo que é característico do esporão do calcâneo não pode ser observado a olho nu, sendo necessária a realização de exames de imagem, como o Raio-X, para que a condição possa ser diagnosticada da forma correta.

De modo geral, o esporão do calcâneo é formado por um depósito extra de cálcio, que acontece no osso calcâneo. Esse depósito extra, que causa a formação do osso “adicional” no local, é resultado de lesões e inflamações que afetam o calcâneo e que podem ser desencadeadas devido, por exemplo, ao uso de sapatos apertados e ao sobrepeso.

O esporão do calcâneo é bastante raro em crianças e jovens, sendo que um de seus fatores de risco é estar acima dos 40 anos de idade, com sobrepeso ou obesidade e realizar atividades físicas intensas que usam muito os pés, como dança de salão, flamenco ou mesmo futebol.

Quais os sintomas de esporão do calcâneo?

Em muitos casos, o paciente não sente nenhum sintoma de esporão do calcâneo e somente descobre a doença ao realizar exames de imagem nos pés por conta de outras condições médicas.

Entre os sintomas mais comuns de esporão do calcâneo que podem se apresentar, destacamos:

  • dor na sola do pé;
  • dor intensa, similar a uma pontada ou uma facada, ao apalpar o calcanhar ou mesmo ao apoiar peso do corpo no calcanhar;
  • dor que melhora ao ficar com os pés repousados e piora ao fazer atividades como subir escadas ou caminhar;
  • inchaço no calcanhar e no tornozelo.

Como é o tratamento de esporão do calcâneo?

O tratamento de esporão do calcâneo é feito por meio de estratégias que aliviem os sintomas, como manter os pés elevados e colocar gelo no calcanhar. 

Alguns pacientes também podem ter que fazer o uso de palmilhas especiais, que aliviam o impacto do caminhar no calcanhar.

Nos casos mais dolorosos, é recomendada a realização de fisioterapia e mesmo o uso de medicamentos para aliviar a condição.

Procedimentos cirúrgicos podem ser feitos, a depender de avaliação médica. Geralmente, elas são recomendadas somente aos casos mais graves.

A Rede D’Or possui hospitais espalhados pelo Brasil. Todas as instituições possuem selos de qualidade nacionais e internacionais, como o que é oferecido pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), que são uma garantia de excelência no atendimento hospitalar.

Ao todo, são mais 80 mil médicos das mais diversas especialidades, disponíveis para auxiliar no tratamento e no diagnóstico de condições diversas.

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O esporão do calcâneo é resultado do crescimento anormal de um pequeno segmento do osso do calcanhar, que se forma na parte de baixo ou na região posterior desse osso.

Calcâneo é o maior osso do pé humano, um dos sete que constituem o tarso, estrutura anatômica e funcional da parte superior do pé, próxima ao tornozelo. É o calcâneo que dá forma ao calcanhar. Sua principal função é oferecer suporte para grande parte do peso corporal, a fim de redistribuí-lo depois por todo o pé, quando a pessoa caminha, salta ou corre. Para tanto, possui uma camada espessa de células queratinizadas, revestida por almofada de tecido gorduroso, que dificulta a desidratação das camadas inferiores da pele e amortece o impacto.

O osso calcâneo está conectado a diversos tendões, ligamentos e à fáscia plantar, membrana de tecido conjuntivo que se estende por toda a sola do pé, desde o calcanhar até a base dos dedos. Por sua vez, o tendão de Aquiles, cordão resistente formado também por tecido conjuntivo fibroso, estabelece a conexão entre o osso calcâneo e os músculos da panturrilha (barriga da perna).

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Embora haja estudos que mostrem igual prevalência do distúrbio em homens e mulheres, outros defendem que as mulheres são mais afetadas. O certo é que o esporão do calcâneo, raramente, acomete crianças e adolescentes.

Causas

O esporão do calcâneo é resultado do crescimento anormal de um pequeno segmento do osso do calcanhar, que se forma na parte de baixo ou na região posterior desse osso, próximo à inserção do tendão de Aquiles. Essa projeção óssea anômala é causada por microtraumatismos que ocorrem por encurtamento da fáscia plantar ou dos tendões, uma vez que essas estruturas passam a exercer tração excessiva e permanente sobre o periósteo (membrana resistente que recobre a face externa dos ossos) do calcanhar, por longos períodos.

Fatores de risco

São considerados também fatores de risco para o desenvolvimento de esporões do calcâneo:

  • Idade acima dos 40 anos – como a almofada de gordura que recobre o osso do calcanhar tende a desgastar-se naturalmente, com o tempo, o risco de desenvolver esporões aumenta à medida que a idade avança;
  • Obesidade e sobrepeso – o excesso de peso pode representar aumento da sobrecarga sobre os pés, o que favorece a manifestação de processos inflamatórios crônicos e a ruptura dos tecidos adjacentes;
  • Pés cavos (curvatura muito acentuada) ou chatos (planos, quase sem curvatura), alterações na marcha, má postura, uso de sapatos inadequados;
  • Prática de atividades físicas (dança, corrida, futebol, saltos) que implicam forte impacto sobre os pés sem a realização prévia de exercícios preparatórios de alongamento e aquecimento adequados;
  • Doenças como fascite plantar, artrite reumatoide, osteoartrite, gota, por exemplo, também constituem fator de risco para o desenvolvimento de esporões no calcâneo.

Sintomas

Com frequência, o esporão do calcâneo é um problema ortopédico assintomático. Em geral, o portador não apresenta sinais externos de inflamação (inchaço, vermelhidão e calor).

Quando os sintomas se manifestam, a principal queixa costuma ser dor forte na região do calcanhar, que alivia com repouso e intensifica sob esforço. É comum que surja depois de um período de descanso, assim que a pessoa se levanta e apoia o peso do corpo sobre o pé afetado ou, então, depois de ficar em pé, imóvel, por muito tempo, ou após realizar atividades físicas intensas. Nessas situações, a dor chega a ser tão forte que a pessoa não consegue ficar em pé e caminhar.

O esporão do calcâneo pode, ainda, estar associado à dor aguda e penetrante como a de uma facada, quando o centro do calcanhar é pressionado. Importante registrar que, nesses casos, o esporão não é a causa da dor nos pés. Ela é provocada pela inflamação crônica que se instalou nos tecidos ao redor da lesão óssea.

Diagnóstico

O diagnóstico leva em conta os dados obtidos no exame clínico e no levantamento da história de vida do paciente.

Embora exames como os de raios X possam não revelar a presença das alterações ósseas próprias dos esporões, se forem discretas, a ressonância magnética é bastante útil para estabelecer o diagnóstico diferencial com outras doenças que também apresentam dor nos pés como um dos sintomas predominantes. Entre elas, vale destacar: gota, artrite reumatoide e a fascite plantar. Especialmente, no que se refere a esta última, é fundamental estabelecer a distinção. A fascite plantar é uma inflamação que acomete a fáscia plantar, membrana que se estende desde o osso calcâneo até os dedos do pé. Já o esporão do calcâneo é uma saliência óssea que se projeta na base ou atrás do osso calcâneo.

Tanto o esporão do calcâneo quanto a fascite plantar podem ocorrer em momentos diferentes, ou simultaneamente.

Tratamento

Via de regra, o tratamento clínico conservador produz resultados satisfatórios no tratamento do esporão do calcâneo. Para efeito de diagnóstico, o médico leva em conta as queixas do paciente e os dados obtidos no levantamento de sua história de vida. O objetivo é buscar alívio da dor e o controle do processo inflamatório.

Repouso, compressas de gelo, elevação do membro comprometido são recursos não medicamentosos úteis para controle dos sintomas. Por sua vez, o uso de palmilhas ortopédicas de silicone sob o calcanhar (calcanheiras) é uma medida útil quando o objetivo terapêutico é amortecer o impacto da pisada no solo e diminuir a pressão sobre o esporão. O inconveniente desse tipo de órtese é o aumento da pressão que ela exerce sobre a planta do pé.

A terapia por ondas de choque (ultrassom) já se mostrou eficaz no tratamento dessas lesões.

Fisioterapia, exercícios de alongamento, massagens são medidas bem-vindas no tratamento do esporão do calcâneo. Há casos, porém, em que a indicação por um médico de medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios se faz absolutamente necessária. A infiltração local de corticoides só é indicada raramente, quando não houve resposta satisfatória ao tratamento conservador.

Já a cirurgia fica reservada apenas para os quadros graves que exigem a remoção do esporão. Isso ocorre quando as outras opções terapêuticas não alcançaram os resultados esperados e os sintomas continuam incomodando.

Recomendações

  • Toda atividade esportiva deve começar por exercícios para alongar e aquecer a musculatura, mesmo que eles não sejam de grande impacto;
  • A prática dos exercícios deve ser interrompida ao primeiro sinal de dor no calcanhar;
  • A escolha do calçado que melhor se adapta ao tipo de exercício praticado deve ser uma preocupação não só dos atletas de alta performance, como a de todas as pessoas que praticam exercícios de baixo impacto no dia a dia;
  • O controle do peso corpóreo em níveis saudáveis representa uma forma de evitar que o excesso de carga recaia sobre os calcanhares;
  • Recidivas do esporão podem ocorrer quando as mudanças no estilo de vida não foram suficientes para eliminar os fatores de risco da desse distúrbio ortopédico.