Como é feito o mangá

O mangá é uma espécie de história em quadrinhos japonesa em que se lê de trás para frente e é caracterizado pelo exagero na expressão dos personagens, como olhos muito grandes. Embora muitas pessoas desconheçam a existência desse tipo de quadrinhos, foi a partir dele que se deu origem a grande parte dos animes mais famosos do mundo como Dragon Ball, por exemplo. A principal dúvida a respeito deles, porém, é quem foi o criador do mangá.

Quem é fã desses quadrinhos com certeza já teve curiosidade em saber quem criou o primeiro mangá do mundo e como ele surgiu. Apesar de todos saberem que os mangás foram criados originalmente no Japão, são poucas as pessoas que conhecem a história que deu origem a esse grande fenômeno.

Confira a seguir quem foi o criador de mangá e como ele surgiu!

Quem foi o criador do mangá?

O mangá teve origem por meio do Teatro das Sombras, o Oricom Shohatsu no Japão, o qual percorria diversos vilarejos contando lendas durante a época feudal usando fantoches. Depois de algum tempo as lendas começarem a ser escritas e ilustradas em grandes rolos de papel, dando então origem às histórias em sequência que mais tarde receberam o nome de mangá.

Como é feito o mangá
Como é feito o mangá
Teatro das Sombras, o Oricom Shohatsu, foi o criador do mangá

Ainda na década de 20, algumas editoras começaram a publicar essa nova espécie de quadrinhos, mas sua fama se deu apenas na década de 40.

Depois de ter se tornado muito famoso pelo Japão, a produção do mangá teve que ser interrompida durante a Segunda Guerra Mundial, para retornar em 1945 impulsionado pelo Plano Marshall, já que parte dessa verba era destinada exatamente para livros japoneses.

Nesse período os mangás começaram a se popularizar ainda mais, uma vez que depois da guerra restaram poucas atrações culturais. Depois disso, Osamu Tezuka deu origem aos traços mais marcantes do mangá atual: olhos grandes e expressivos, recebendo o nome de “pai do mangá moderno”.

Como é feito o mangá
Como é feito o mangá
Osamu Tezuka é considerado o criador do mangá moderno

No entanto, o termo mangá surgiu muito antes disso tudo acontecer, por volta de 1814 nos hokusai mangá, que são histórias que trazem caricaturas e ilustrações sobre a cultura japonesa.

Quando o mangá chegou no Brasil?

O mangá chegou no Brasil em 1988 com o Lobo Solitário pela Cedibra, e foi adaptado para a leitura ocidental invertendo as artes para que fosse possível ler de trás para frente.

Foi só em 2000 quando a Conrad lançou Dragon Ball que os mangás começaram a ser produzidos em seu formato original, sem a necessidade de serem invertidos antes de serem impressos.

Quando os mangás começaram a virar anime?

Embora seja difícil saber exatamente qual mangá deu origem ao primeiro anime, sabe-se que esses desenhos animados chegaram às telas nos anos 60, e os primeiros a serem publicados foram o Homem de Aço, Ás do Espaço, Oitavo Homem e Zoran.

Leia também Qual é a diferença de mangá e anime?

Como os mangás são publicados no Japão?

No Japão os mangás são publicados capítulo por capítulo em almanaques de até 500 páginas em papel reciclado, e conta com cerca de 20 séries diferentes e uma periodicidade semanal ou mensal.

Como é feito o mangá
Como é feito o mangá
o mangá é caracterizado por ser lido de trás para frente

Diferente do que muitos pensam, os mangás não são apenas infantis. Enquanto existe uma série de histórias voltadas para crianças como Koro-Koro, do Pokémon, também existem histórias adultas como a Weekly Morning de Vagabond.

Um fato curioso é que depois de ler os mangás, os japoneses costumam jogá-los no lixo e são raros os que fazem coleções como os brasileiros.

Quando uma séria faz muito sucesso, depois de vários capítulos publicados a histórias ganha uma republicação em edições colecionáveis com todos os episódios, conhecidas como tankohon, o formato em que a maioria dos mangás são publicados aqui no Brasil.

Como é feita a produção do mangá?

O primeiro passo para a produção do mangá é estudar a preferência dos leitores, já que a revista precisa de variedade mas ainda assim, vender. Para isso as empresas editoriais usam cupons de pesquisas encartados nas revistas.

Feito isso, o editor e autor definem o rumo que a história irá tomar e fazem uma prévia do roteiro, que depois da aprovação, começa a ser criado pelo autor em uma frequência de cerca de 20 páginas por semana.

Muitos dos artistas contam com assistentes para fazer a arte-final e inserirem as retículas, que são as sombras e volumes das imagens, além da criação do cenário e dos balões de falas.

Quando tempo demora para um mangá virar anime?

Em média, o destaque dos mangás se dão nas primeiras revistas, mas não existe um padrão quanto a isso. Em revistas muito famosas, assim que o mangá recebe muita atenção, um canal de TV compra os direitos e produz uma série semanal em horário nobre – entre as 17 e 19 horas. Quanto mais sucesso o mangá fizer, mais episódios são produzidos.

Em outros casos, alguns estúdios transformam um mangá mais cult e menos famosos em longa-metragem ou em uma série para TV ou DVD. Quando esse anime acaba indo para a TV, disputam em horários menos concorridos como durante a madrugada por exemplo.

Como é feito o mangá
Como é feito o mangá
Mangá Gundam

Porém, ainda é possível acontecer o inverso: um anime que faz muito sucesso virar um mangá, como acontecem com Gundam, um robô gigante muito famoso no Japão.

Agora que você viu quem foi o criador de mangá e como ele foi criado, já consegue ter uma noção básica de como esse mercado funciona fora e dentro do Brasil. Caso você tenha interesse em começar a produzir esse tipo de quadrinhos existem diversos cursos na Internet que ensinam técnicas para criar os desenhos feitos em mangás.

Curso de Desenho de Mangá e Anime

Mangás são histórias em quadrinhos desenhadas no “estilo japonês”. Os animes (“animê”) seriam as versões animadas (para televisão, cinema), desses desenhos. São desenhos muito populares não apenas no Japão, mas no mundo todo.

No curso grátis de Desenho de Mangá/Anime básico, o aluno aprenderá as técnicas mais fundamentais desse tipo de desenho, como os materiais necessários para começar, como desenhar perfil, boca, mãos, pés, etc, Como desenhar ações e combates dentre outros.

Os mangás possuem características distintas que os difere dos estilos de quadrinhos de outras partes do mundo, sobretudo dos comics americanos, a começar pela representação gráfica. O alfabeto japonês é composto de ideogramas que não representam somente sons, mas também ideias. Assim, em um mangá as onomatopéias, além de fazerem parte da arte, são uma importante ferramenta na narrativa da história.

A ordem de leitura dos quadrinhos japoneses é diferente daquela que estamos acostumados. Uma HQ japonesa começa onde seria o fim de uma publicação ocidental. Além disso, o texto é disposto da direita para a esquerda.

O estilo de traço também difere dos gibis de outros país. Os personagens dos quadrinhos japoneses sempre tem olhos grandes e corpos esguios.

Outra característica peculiar dos mangás é que primeiramente eles são publicados em capítulos em revistas que parecem verdadeiros almanaques que reúnem várias histórias de diversos autores. Os mangás que se destacam têm, posteriormente, seus episódios reunidos em volumes próprios de mais ou menos 200 páginas cada. Isso permite aos autores criar histórias mais longas e aprofundadas e sempre com começo, meio e fim.

A disposição dos quadrinhos em uma página de mangá também é consideravelmente diferente daquela que se costuma a se ver em um “comic” americano. Nos gibis de heróis da Terra do Tio Sam costuma-se a ter três ou quatro fileiras de quadros por páginas. Como os mangakás, os autores de gibis japoneses, dispõem de um espaço maior para contar sua história, eles podem empregar um número menor de quadrinhos se comparado aos americanos – não é incomum, por exemplo, ver páginas até mesmo em branco ou com uma única imagem estourada. Esse subterfúgio ajuda a acelerar a narrativa, dando aos mangás uma dinâmica que se aproxima a cinematográfica.

Outra característica das HQs nipônicas sempre presente é o fato de serem produzidas em preto-e-branco e publicadas em papel jornal. Isso torna o produto mais barato e acessível à todos os tipos de leitores – desde crianças à executivos, de estudantes à donas de casa.

Nos mangás não há limites para a imaginação. Acompanhar uma HQ japonesa é uma experiência única. É mergulhar em um mundo próprio, cheio de ação, aventura, drama, heróis, heroínas, criaturas mágicas e muita, muita diversão.