A classificação dos seres vivos é muito complexa, uma vez que os organismos apresentam muitas diferenças e, por isso, a tarefa de agrupá-los é vista como complicada. Inicialmente, os seres vivos eram classificados em animais ou vegetais. Mais recentemente, no final dos anos 1960, começou-se a reconhecer os cinco reinos (Monera, Protista, Fungi, Plantae e Animalia) e até os dias atuais essa divisão é apresentada nos livros didáticos. Show Com os avanços científicos, a classificação em cinco reinos logo demonstrou-se incorreta em alguns pontos, o que levou a uma nova forma de classificar os seres vivos. Atualmente, costuma-se dividi-los em três domínios, que são um nível acima do reino. Os três domínios são: Archaea, Bacteria e Eukaria. → Archaea O domínio Archaea, assim como o domínio Bacteria, inclui organismos procariontes, ou seja, que apresentam células sem um núcleo definido. No domínio Archaea, encontramos organismos que vivem normalmente em ambientes com condições extremas, como fontes termais e locais com alto teor de sal. → Bacteria Como dissemos antes, nesse domínio, estão os organismos procariontes, que também são agrupados no domínio Archea. Nesse grupo, encontramos a grande maioria dos procariontes conhecidos, tais como: bactérias que causam doenças nos seres humanos, cianobactérias e tantas outras que vivem na água e solo. → Eukarya Nesse domínio, estão agrupados todos os organismos que apresentam células eucariontes. Assim sendo, nesse grupo, são encontrados alguns organismos unicelulares, bem como plantas, fungos e animais. → E os reinos? Atualmente, os reinos aceitos pelos cientistas são o Plantae, o Fungi e o Animalia. O Monera não é mais considerado um reino, pois os organismos classificados nele estão divididos em dois domínios (Archaea e Bacteria). O reino Protista também desintegrou-se porque seus membros apresentam características bastante distintas entre si. Vale salientar, no entanto, que a classificação em cinco reinos ainda é mantida em muitos livros por causa de sua facilidade didática.
Existem três domínios de seres vivos. Esse sistema tem várias diferenças em relação ao sistema de cinco reinos dos seres vivos. Nessa aula, veremos como é feita essa classificação, quem são os seus representantes e quais são esses três domínios. Nesse sistema, os domínios são a classificação superior e em vez de 5 reinos dos seres vivos, que agora passam a ser 6 reinos. Veja um vídeo introdutório sobre a classificação dos seres vivos Quais são os três domínios dos seres vivosOs três domínios dos seres vivos são: bacteria, archea e eukaria. Esse sistema foi proposto em 1977 por Carl Woese e é cada vez mais aceito, pois usa como principio a bioquímica e filogenética para agrupar o diferentes reinos dos seres vivos. A categoria mais abrangente é Domínio e são três os domínios conhecidos:
Estima-se que são conhecidas atualmente entre 1,5 e 1,8 milhão de espécies de seres vivos. Há evidências para se supor que muitas espécies ainda não foram identificadas e estima-se que esse número seja entre 10 milhões e 100 milhões de novas espécies, não considerando as espécies extintas. Os grandes grupos de seres vivosAs duas formas de organização básica das células estão na base da moderna organização geral dos seres vivos em grandes grupos, denominados domínios. A análise de certos tipos de ácidos nucleicos permitiu identificar semelhanças e relações de parentesco entre os organismos. Assim, todos os organismos eucarióticos foram agrupados no domínio Eukarya, pois são muito mais semelhantes entre si do que em relação aos organismos procarióticos. Aqui estão incluídos os organismos dos tradicionais reinos Protista, Fungi, Plantae e Animalia. Os organismos procarióticos, pertencentes ao antigo reino Monera, por sua vez, estão divididos em dois grandes grupos. Um dos grupos, o domínio Bacteria, contém as bactérias mais comuns e as cianobactérias, procariotas fotossintetizantes com clorofila, denominadas anteriormente algas azuis. O outro grupo abrange os organismos procarióticos capazes de aproveitar energia de uma série de fontes, sem utilizar a clorofila para esse fim, além de terem capacidade de produção de metano (metanogênicos) e de viver em condições extremas: tanto em lugares de alta temperatura (hipertermófilos) como de temperaturas muito baixas (psicrófilos). Eles compõem o domínio Archaea e atualmente são chamados arqueas. Note que não mencionamos os vírus na classificação dos seres vivos. Como eles não têm padrão celular e possuem algumas características de seres vivos (podem se reproduzir) e de minerais (podem se mineralizar e permanecer inativados por séculos), os cientistas os classificam de uma forma diferente, que será estudada mais adiante em seu curso de Biologia. Na tabela abaixo, estão sintetizadas as principais semelhanças e diferenças entre os grandes grupos de organismos.
Características básicas dos representantes dos domínios Bacteria, Archaea e Eukarya. O registro fóssilPode parecer estranho imaginar que seres tão minúsculos como as bactérias deixem registros fósseis, mas eles são muito mais comuns do que se pensa, inclusive no Brasil. Certas bactérias têm a propriedade de formar grandes massas ao se reproduzir, as quais podem deixar marcas características nas rochas. São os estromatólitos fósseis, formados a partir de grandes massas de cianobactérias, seres procarióticos capazes de realizar fotossíntese. Estromatólito originário de Sete Lagoas, MG.Além da membrana citoplasmática, as células das cianobactérias apresentam uma parede celular espessa e resistente, e seu crescimento provocou o acúmulo de sedimentos, o que favoreceu a fossilização. Formações muito antigas e ainda vivas dessas bactérias são encontradas no litoral da Austrália e têm cerca de 3,5 bilhões de anos. No Brasil os mais antigos estromatólitos fósseis conhecidos estão longe do mar, em Minas Gerais, na região do Quadrilátero Ferrífero, e têm cerca de 1,8 bilhão de anos. Cerca de 60% da superfície do Brasil é ocupada por rochas muito antigas, do período denominado Pré-Cambriano, correspondente à época de formação dos estromatólitos. As cianobactérias atuais são muito parecidas com as formas fósseis encontradas nas rochas, sugerindo que esses organismos se modificaram pouco nesse enorme período de tempo. Possivelmente, foram os primeiros habitantes fotossintetizantes dos mares primitivos, quando havia pouca vida e pouco oxigênio na atmosfera. Há pouco mais de 2 bilhões de anos organismos fotossintetizantes começaram a alterar a quantidade de gases da atmosfera com a produção de gás oxigênio. Sistemas de táxons mais comunsAs categorias de classificação dos seres vivos que é atualmente aceita, da mais abrangente para a menos abrangente são:
Reinos da BiologiaA segunda categoria mais abrangente é Reino. Desde Lineu, essa categoria já passou por algumas alterações e é provável que, com novas descobertas científicas, outras modificações aconteçam. É comum encontrarmos agrupamentos de seres vivos em cinco reinos, inclusive esse assunto já foi tratado aqui no site. Entretanto, esses cinco reinos mais estudados só levam em conta os seres vivos de dois domínios: o Eukarya (reinos Metazoa, Plantae, Protoctista e Fungi) e o Bactéria (reino Monera). São esses os reinos que iremos estudar neste livro. Reino MetazoaTambém pode ser chamado de Animalia ou de Animal. Todos os seres vivos conhecidos deste reino apresentam as seguintes características:
Exemplos: esponjas, polvos, aranhas, peixes e aves. Reino PlantaeTambém pode ser chamado de reino Vegetal ou das Plantas. Os seres vivos agrupados nesse reino apresentam as seguintes referências:
Exemplos: musgos, samambaias, pinheiros e laranjeiras. Também pode ser chamado de Protista (do grego proto= primeiro). Um exemplo é o plasmódio (causador da malária), que depende de outros seres para obter seu alimento (heterótrofo), porém é formado por uma única célula (unicelular). Outro exemplo é a euglena, que é capaz de produzir o seu próprio alimento (autótrofa), porém é unicelular. Esses e outros organismos microscópicos constituíam um problema de classificação para os cientistas anteriores à década de 1960, pois não se encaixavam em nenhum dos dois reinos de seres vivos existentes até então. A euglena, o plasmódio e algumas algas são do reino Protoctista. Entre os seres vivos classificados no reino Protoctista, estão:
Os protoctistas unicelulares também são conhecidos como protozoários (do grego protos = primeiro; zoon = anima]), por se considerar, na época, que eram “animais primitivos”. As algas podem ser unicelulares ou pluricelulares e todas são autótrofas. Reino FungiAlgumas características justificaram a criação de um reino exclusivo para os fungos, o reino Fungi. Os fungos (cogumelos, bolores, fermentos):
Existem fungos macroscópicos, ou seja, que podem ser vistos sem auxílio de instrumentos {como os cogumelos) e microscópicos, ou seja, que só podem ser vistos com o auxílio de um microscópio (como as leveduras). Reino MoneraOs seres vivos do reino Monera (do grego moneres = único, solitário) têm como características:
Um exemplo de ser vivo do reino Monera heterótrofo é a Leptospira sp. e um exemplo de autótofo é a cianobactéria. Existiriam mais reinos nos Eukarya? O reino Protoctista é um candidato a ser subdividido em outros reinos, porque nele estão incluídos seres vivos com características muito distintas, mas isso ainda é um tema polêmico que precisa ser aceito pela comunidade científica. A Biologia é uma ciência em constante transformação. No entanto, o estabelecimento de novas ideias e mudanças costuma ser lento, porque requer diversos estudos e a concordância entre os pesquisadores. Veja a aula organização celular do seres vivos. Resumo da aula Domínios dos seres vivos
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