A Alemanha foi dividida em dois países após a Segunda Guerra Mundial explique Por que isso ocorreu

Após a derrota do país na Segunda Guerra Mundial e o início da Guerra Fria, a Alemanha permaneceria dividida por 40 anos, com cada uma das partes integrando blocos econômico-ideológicos opostos. Só em 1990, com o colapso da União Soviética e o fim da Guerra Fria, a Alemanha foi reunificada.

A Alemanha foi dividida em dois países após a Segunda Guerra Mundial explique Por que isso ocorreu

A Alemanha, após a guerra, foi dividida em duas nações, a Ocidental e a Oriental.[1]

A Alemanha foi dividida em dois países após a Segunda Guerra Mundial explique Por que isso ocorreu

A cidade de Nurembergue em maio de 1945, destruida pelos bombardeios aéreos aliados. Os principais centros urbanos alemães após a guerra estavam em ruínas.

Os alemães referem-se muitas vezes a 1945 como a Stunde Null (a hora zero), para descrever o quase-total colapso do país, que também enfrentava uma situação de escassez alimentar. Na Conferência de Potsdam, a Alemanha foi dividida pelos Aliados em quatro zonas de ocupação militar; as três zonas a oeste viriam a formar a República Federal da Alemanha (conhecida como Alemanha Ocidental), enquanto que a área ocupada pela União Soviética se tornaria a República Democrática da Alemanha (conhecida como Alemanha Oriental), ambas fundadas em 1949. A Alemanha Ocidental estabeleceu-se como uma democracia capitalista e a sua contraparte oriental, como um Estado comunista sob influência da URSS. Em Potsdam, os Aliados decidiram que as províncias a leste dos rios Oder e Neisse (a "linha Oder-Neisse") seriam transferidas para a Polônia e a Rússia (Kaliningrado). O acordo também determinou a abolição da Prússia e a repatriação dos alemães que residiam naqueles territórios, formalizando o êxodo alemão da Europa Oriental.

As relações entre os dois Estados alemães do pós-guerra mantiveram-se frias, até a política de aproximação com os países comunistas da Europa Oriental promovida pelo Chanceler ocidental Willy Brandt (Ostpolitik), nos anos 1970, cujo conceito principal era "Dois Estados alemães dentro de uma nação alemã". O relacionamento entre os dois países melhorou e, em setembro de 1973, as duas Alemanhas tornaram-se membros da ONU.

Durante o verão de 1989, mudanças políticas ocorridas na Alemanha Oriental e na União Soviética permitiram a reunificação alemã. Alemães orientais começaram a emigrar em grande número para o lado ocidental, via Hungria, quando o governo húngaro decidiu abrir as fronteiras com a Europa Ocidental. Milhares de alemães orientais ocuparam missões diplomáticas da Alemanha Ocidental em capitais do leste europeu. A emigração e manifestações em massa em diversas cidades pressionaram o governo da Alemanha Oriental por mudança, o que levou Erich Honecker a renunciar em outubro; em 9 de novembro de 1989, as autoridades alemãs orientais surpreenderam o mundo ao permitir que seus cidadãos cruzassem o Muro de Berlim e outros pontos da fronteira interna alemã e entrassem em Berlim Ocidental e na Alemanha Ocidental - centenas de milhares aproveitaram a oportunidade. O processo de reformas na Alemanha Oriental culminou com a reunificação da Alemanha, em 3 de outubro de 1990.

Juntamente com a França e outros países europeus, a nova Alemanha tem exercido um papel de liderança nas instituições comunitárias europeias. É um dos principais defensores da união monetária, de uma maior unificação nas áreas de política, defesa e segurança da Europa. O governo alemão expressou interesse em assumir um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

  • Wirtschaftswunder
  • Konrad Adenauer
  • Alemanha Ocidental
  • Alemanha Oriental
  • Reunificação da Alemanha

  1. Fulbrook, Mary. "The Two Germanies, 1945–90" (ch. 7) e "The Federal Republic of Germany Since 1990" (ch. 8) (Cambridge: Cambridge University Press, 2004).

  •   Portal da Alemanha

Obtida de "https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=História_da_Alemanha_após_1945&oldid=63493072"

A divisão da Alemanha, diferente do que muitos pensam, não marca apenas a construção do muro de Berlim. A consolidação dessa divisão política aconteceu logo no final da Segunda Guerra Mundial.

A divisão da Alemanha no pós-guerra

Em 1945, os líderes das nações Aliadas (União Soviética, Estados Unidos e Grã-Bretanha) participaram de conferências para definir os rumos da política europeia no pós-guerra. Foram realizadas as conferências de Yalta, em fevereiro, e de Potsdam, entre julho e agosto. Além disso, também foi discutida a reorganização das fronteiras, em especial da Alemanha.

A Alemanha foi dividida em dois países após a Segunda Guerra Mundial explique Por que isso ocorreu
Mapa da Alemanha dividida pelas zonas de influência dos países Aliados.

Ficou estabelecido que o território alemão ficaria dividido em quatro zonas de influência. Elas ficariam sob responsabilidade da Grã-Bretanha, França, Estados Unidos e União Soviética. O estabelecimento das fronteiras considerou o avanço das tropas durante o esforço de guerra. Isso fez com que a capital, Berlim, ficasse situada dentro da zona de influência da União Soviética.

Dada a importância da cidade, ficou decidido também que ela seria dividida em zonas de influência controladas pelas mesmas potências que dividiram o país. Contudo, no contexto da Guerra Fria, esta divisão da Alemanha passa a ser compreendida de outra forma.

A Alemanha foi dividida em dois países após a Segunda Guerra Mundial explique Por que isso ocorreu
Mapa de Berlim dividida entre as potências aliadas.

Início da Guerra Fria

Ao fim da guerra, ficou evidente que tanto os Estados Unidos quanto a União Soviética saíram como as maiores potências do planeta. Além disso, era claro que ambos os países possuíam projetos de sociedade profundamente divergentes. A segunda metade do século XX foi, então, marcada pela bipolaridade de uma guerra ideológica, tecnológica e geopolítica.

Já em 1946 se delineavam os contornos da Guerra Fria. Em 5 de março daquele ano, o então ex-primeiro-ministro britânico, Winston Churchill, afirmava que a Europa estava dividida por uma cortina de ferro. Como as tensões entre os dois blocos continuaram aumentando, o termo acabou se popularizando e a cortina virou, literalmente, um muro.

Alemanha Oriental e Ocidental

O futuro da Alemanha era incerto durante os primeiros anos do pós-guerra. Políticos das quatro nações que coordenavam as zonas de influência e personalidades alemãs debatiam o destino do país. As zonas de influência dos Estados Unidos, França e Grã Bretanha uniram-se, dando origem à República Federal da Alemanha (RFA), em maio de 1949.

Em outubro de 1949, surge a República Democrática Alemã (RDA), que será uma extensão da União Soviética. As duas unidades políticas ficaram conhecidas popularmente como Alemanha Ocidental, de influencia capitalista, e Alemanha Oriental, comunista.

Construção do Muro de Berlim

A construção do muro de Berlim foi iniciada em 13 de agosto de 1961, por iniciativa da RDA. A migração para a zona de influência ocidental já ocorria e era, inclusive, proibida desde 1952, antes mesmo do muro. Sua construção, realizada ao redor da cidade de Berlim, tratava-se de mais uma medida de contenção de um fluxo que já existia.

A Alemanha foi dividida em dois países após a Segunda Guerra Mundial explique Por que isso ocorreu
Fotografia da construção do muro de Berlim.

As migrações passaram a ser cada vez mais utilizadas como propaganda anticomunista pela Guerra Fria. Destaca-se o caso do jovem pedreiro Peter Feccher, que foi alvejado tentando atravessar o muro em 17 de agosto de 1962.

Videoaula

Revise esta aula com este vídeo do canal Leitura ObrigaHistória, apresentado pelo Icles Rodrigues que é quase um documentário sobre o tema: 

A queda do muro e fim da divisão da Alemanha

A partir da década de 1970, a RFA e a RDA começaram a demonstrar sinais de aproximação. Após reconhecerem um ao outro como Estados, puderam, enfim, ocupar assentos na ONU. Mesmo assim, o muro de Berlim continuava atrelado à imagem da Guerra Fria e da União Soviética.

Em novembro de 1989, é permitida a travessia de cidadãos da Alemanha Oriental para a Republica Federal da Alemanha. As populações dos dois lados reagem rapidamente indo em direção ao muro para derrubá-lo e se reencontrarem.

A queda do muro representava, naquele momento, os últimos suspiros da União Soviética. O processo de dissolução da grande nação comunista iniciou-se no governo de Mikhail Gorbachev através de duas reformas, uma econômica e outra política, que ficaram conhecidas como Perestroika e Glasnost, respectivamente. Em novembro de 1991 a União Soviética chegava ao fim.

Filme “Adeus, Lênin”

O filme alemão “Adeus, Lênin”, de 2003, dirigido por Wolfgang Becker tem como temática a queda do muro de Berlim e o fim da divisão da Alemanha. De forma bem humorada e inteligente, o filme conta a história de um jovem que tenta esconder de sua mãe o fato de que o muro e a URSS ruíram.

Isso mantém relação com a postura da RDA naqueles anos, que chegou a censurar publicações da URSS a fim de esconder os sinais da mudança que ocorria.

Exercícios sobre a divisão da Alemanha

Texto para questões 1 e 2:

As noções de colonialismo, imperialismo, dependência e interdependência, assim como as de projeto nacional, via nacional, capitalismo nacional, socialismo nacional e outras, envelhecem, mudam de significado, exigem novas formulações. Na medida em que se desfazem as hegemonias construídas durante a Guerra Fria, declinam as superpotências mundiais, envelhecem ou apagam-se as alianças e acomodações estratégicas e táticas sob as quais se desenhava o mapa do mundo até 1989, quando caiu o Muro de Berlim, o emblema do mundo bipolarizado.

Simultaneamente, começam a emergir novos polos de poder, revelam-se os primeiros traços de outros blocos geopolíticos, manifestam-se as primeiras acomodações e tensões entre os estados-nações preexistentes, bem como entre os que se formam com a desagregação da Iugoslávia, Tchecoslováquia e União Soviética.

(Disponível em: IANNI, Octávio. A era do globalismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1999. p. 12)

1 – (PUCCamp SP/2019)

O Muro de Berlim, mencionado no texto, foi construído

a)  em decorrência da reação da Alemanha Ocidental ao Tratado de Versalhes, que a responsabilizava pelos ônus causados durante a guerra, provocando a cisão com a parte oriental do país, que havia aceitado o Tratado.

b) com recursos norte-americanos, pelo governo da Alemanha Ocidental, procurando isolar economicamente a parte oriental do país, dominada pela URSS desde o fim da II Guerra, de modo a inviabilizar o avanço do regime socialista no território germânico.

c) pela República Democrática Alemã, procurando instituir uma barreira que circunscrevia e isolava a parte de Berlim vinculada à República Federal da Alemanha, capitalista, do resto do território da Alemanha comunista, evitando as fugas e migrações constantes da parte oriental da capital para a ocidental.

d) em comum acordo entre a Alemanha Oriental e a Ocidental, no auge da Guerra Fria, nos anos 1960, após longo período de conflitos internos, dividindo a capital situada na fronteira entre esses dois países.

e) devido à preocupação da Alemanha comunista em criar um obstáculo às forças militares ex-nazistas da parte ocidental da Alemanha, que pregavam o revanchismo em relação à URSS, ameaçando invadir a parte oriental, a despeito da separação legal entre as duas Alemanhas desde 1946.

2 – (PUCCamp SP/2019)

…quando caiu o Muro de Berlim […] Simultaneamente, começam a emergir novos polos de poder…

Os novos polos de poder surgem

a) em um momento em que cessam os conflitos políticos em várias partes do mundo devido à ação decisiva da Otan e à formação do G-7, congregando os novos centros de decisão.

b) com o advento da globalização, processo mundial que teve início em meados da década de 1990 e se alastrou de forma expansionista e irreversível por todo o planeta.

c) atrelados ao fim das ideias neoliberais que pregavam a ampliação do papel do Estado na economia e facilitando o surgimento de novas potências econômicas.

d) como resultado de um intenso processo de regionalização econômica e da ampliação do poder geopolítico de países que se mantiveram em estado latente durante as décadas da bipolaridade.

e) a partir de uma nova fase da globalização que, embora não linear, representou a integração global dos fenômenos econômicos, financeiros, ambientais e culturais, fato inédito na bipolaridade.

3 – (UECE/2018)

No ano de 1963, John F. Kennedy proferiu um discurso na cidade de Berlim. Com um charmoso sotaque americano, ele disse a frase que entrou para a História: “Há dois mil anos o maior orgulho era poder dizer-se: Civis Romanus Sum [Sou cidadão romano]. Hoje, no mundo livre, o maior orgulho é poder dizer-se Ich bin ein Berliner [Sou um berlinense]”. A visita do presidente americano a essa cidade ocorreu em um contexto difícil, iniciado em 1961, com a construção do muro que significou a

a) materialização da Guerra Fria em Berlim.

b) idealização do desenvolvimento capitalista alemão.

c) efetivação da expansão comunista europeia em Berlim.

d) marca da superioridade expansionista alemã.

Gabarito:

Compartilhe: