O processo de escravização começa no século XV quando foram feitos os primeiros contatos de europeus, em especial os Portugueses, com o território africano, ocupando primordialmente territórios Islâmicos, onde irá ocorrer a chamada “Diáspora Africana” percorrendo um árduo caminho até nossa contemporaneidade. Quando começou a ser realizada em grande escala pelos europeus, a escravização já integrava as práticas sociais e econômicas dos Africanos, antes mesmo do processo colonial do Brasil. Em geral os prisioneiros de guerra eram escravizados, em outros esse era um recurso para a garantia de pagamento de dívidas ou aplicação de penas contra aqueles que cometessem algum crime mais grave. Com a interferência europeia, as práticas de escravização mudaram completamente na África, estas antes desenvolvidas em um contexto social e político das populações africanas, vieram a integrar uma atividade comercial sistemática anexada a economia mercantilista europeia. Dessa maneira a escravização se tornou uma atividade econômica de caráter essencial, onde o escravizado passou a ser uma mercadoria negociável no mercado Atlântico. Estes eram transportados para a América Portuguesa nos porões dos navios tumbeiros, onde as condições de viagens eram terríveis. Interessados em tirar o máximo de lucro de suas atividades, os traficantes lotavam os porões dos navios, pois o preço de venda do escravo – muito maior que o preço de compra – compensava a porcentagem que morria na travessia do Atlântico. Entre a captura e a venda, muitos escravizados pereciam. Somando a brutalidade da captura e do transporte, a saúde fragilizada e o trabalho intenso após a chegada, cerca de 40% dos negros escravizados morriam durante a viagem nos porões dos navios negreiros. E, apesar da resistência dos que conseguiam desembarcar na Colônia, duravam como escravizados apenas de sete (7) a dez (10) anos. A partir do século XVI a escravização é o grande sustentáculo do processo de colonização do continente Americano, porque mais do que nunca as potências europeias precisavam acumular capital para desenvolver suas atividades comerciais. Com a invasão do Brasil no século XVI em 22 de Abril de 1500 pelos navegantes Portugueses essa situação era agravada pelo fato de o país não possuir excedente populacional suficiente que pudesse suprir a colônia. Além disso, os baixos salários não estimulavam a vinda de colonos para o Brasil. No caso da colonização Lusitana a utilização de escravizados sempre foi vista como a mais viável alternativa para que os dispendiosos empreendimentos de exploração tivessem a devida funcionalidade. Inicialmente os Portugueses almejaram utilizar da força de trabalho dos nativos (Índios) para que a exploração fosse concretizada, no entanto, a mão de obra indígena foi refutada mediante a dificuldade de controle sobre populações que ofereciam maior resistência e também por despertar o interesse da Igreja Católica em utilizá – los como novos convertidos ao Cristianismo Católico. Ainda assim, as regiões mais pobres, em que a força de trabalho era mais escassa, os índios ainda foram utilizados como escravos. Para contornar a crescente demanda por força de trabalho, Portugal resolveu então investir no tráfico de escravizados vindos diretamente da Costa Africana, assim, os Lusitanos que já exploravam o mercado Africano de escravizados, precisaram apenas ampliar o negócio, organizando a transferência dessa mão de obra para o Brasil. Ao contrário dos indígenas os negros africanos já estavam habituados ao trabalho agrícola, ao pastoreio e á utilização de metais. Tal opção tornava – se viável por dois motivos essenciais: o domínio que Portugal já possuía em regiões da África e as possibilidades de lucro que a venda desses escravizados poderiam trazer aos cofres da Coroa Portuguesa. Além disso, havia o apoio da própria Igreja Católica que associava os africanos à prática do islamismo. Com os escravizados residentes na colônia, eram encarregados de funções distintas nas quais desenvolviam seus trabalhos. Ao longo desse processo os Portugueses já tinham percebido a maior habilidade dos africanos, tanto no trato com a agricultura em geral, quanto em atividades especializadas, como o fabrico do açúcar e trabalhos com ferro e gado. Além disso, havia o fato de que, enquanto os portugueses utilizaram a mão de obra indígena, puderam acumular os recursos necessários para comprar os africanos. Essa aquisição era considerada investimento bastante lucrativo, pois os escravizados negros tinham um excelente rendimento no trabalho. Após serem vendidos a um grande latifundiário, os escravizados eram utilizados para o trabalho nas grandes monoculturas e recolhidos em uma habitação coletiva conhecida como senzala. Esse tipo de escravizado era conhecido como “Escravo de Campo ou Escravo de Eito” e compunha boa parte da população escravizada da colônia. A rotina de trabalho desses escravizados era árdua e poderia alcançar um turno de 18 horas diárias (dezoito). As condições de vida eram precárias, sua alimentação extremamente limitada e não contava com nenhum tipo de assistência ou garantia. Além disso, aqueles que se rebelava contra a rotina imposta eram mortos ou torturados. Mediante tantas adversidades, a vida média de um “Escravo de Campo” raramente alcançava um período superior a 20 anos de idade. Outros tipos de escravizados também compunham o ambiente colonial. Os “Escravos Domésticos” que viviam no interior das residências tinham melhores condições de vida e tinham a relativa confiança de seus proprietários. Geralmente os cargos domésticos eram ocupados por escravizadas incumbidas de cuidar da casa, das crianças e inclusive, estar sexualmente disponível ao seu “Senhor”. Nas cidades ainda temos a figura dos “Escravos de Ganho” que poderiam reverter lucro ao seu dono ao cuidar de um comércio ou vender produtos. Durante todo o período que durou a exploração dos africanos escravizados e seus descendentes na América Portuguesa, registraram-se atos de resistência e rebeldia, como tentativas de assassinato de feitores e senhores, fugas e suicídios. Devido o africano ser arrancado de sua terra, de sua família, de sua cultura e trazido para o pesado trabalho escravo, com o tempo procurou formas de expressar sua resistência à escravização. Muitos destes, quando não submissos ao processo de exploração, articulavam planos de fuga e desenvolviam comunidades autossuficientes costumeiramente chamadas de quilombos. Nesses locais de fuga desenvolviam uma pequena agricultura associada a atividades artesanais constituídas com o objetivo de atender a demanda da própria comunidade. Enfim, eram Comunidades Negras Livres. Entre os principais quilombos destacamos o de Palmares, que se desenvolveu em Alagoas, na região da Serra da Barriga. Considerado principal foco de resistência negra, Palmares só foi destruído no final do século XVII. 40 anos após a abolição da escravatura, ainda praticava-se essa atividade desumana no Brasil. Comunidades negras sofriam com a ausência de liberdade. “Liberdade, uma palavra que o sentimento humano alimenta que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda” – Cecília Meirelles. Referências
O que é: Diáspora Africana: deslocamento de grandes grupos populacionais, em geral forçado ou incentivado. Religião Islâmica: O Islamismo é a religião que se baseia nas palavras do profeta Maomé (Muhammad), que estão escritas em um livro chamado Corão, ou Alcorão (Qur’na). ISLAMISMO, ISLAM, ISLÃ, ISLÃO, RELIGIÃO MUÇULMANA: todos estes termos querem dizer - e significam - a mesma coisa. Igualmente os adjetivos: muçulmano, islâmico, islamítico, islamita, todos eles têm o mesmo significado. Termo Descoberto/Descobrimento: não é o mais apropriado, pois dá ideia de vazio. E nosso país tinha sua própria língua, cultura, índios. E os portugueses, ao colonizarem-nos, acabaram com isso. Sou de igreja pentecostal há 12 anos. Tenho visto que em comparação a crentes de igrejas históricas (as quais também conheço relativamente) os pentecostais são muito desinteressado e fracos no tocante à teologia. Pentecostal caga e anda para teologia. Pentecostal gosta de louvor, testemunho, pregação, oração, fogo, poder, etc. Tudo isso é bom e necessário. Mas creio que a teologia também tem importância vital. Quando falo em teologia, estou falando de estudo bíblico metódico, não uma simples reunião na qual todos falam muito e dizem tão pouco, como vejo especialmente em assembleias de Deus. Falo de estudo bíblico metódico, e não de comentários devocionais. Por que o estudo bíblico técnico/metódico é tão desvalorizado no meio pentecostal? Será que entender doutrinas fundamentais (e até mesmo as não tão fundamentais assim, como escatologia) é algo tão enfadonho para os pentecostais? Entender com propriedade assuntos como apologética, história eclesiástica, teologia sistemática, filosofia, etc, é assim tão "pé no saco", desestimulante e sem importância? Por que os pentecostais (salvo devidas exceções, que são poucas) simplesmente "tão nem aí" para o estudo bíblico metódico/didático (teologia), enquanto irmãos de igrejas históricas como batistas e presbiterianos caem dentro??? Num blog pentecostal, um autor escreveu o seguinte: "Precisamos ensinar teologia ao povo". Concordo plenamente com ele. Mas por que quando tentamos fazer isso, o povo simplesmente some da EBD ou de outras atividades voltadas para esse fim? O que acontece com os pentecostais, afinal? Update: Marccius - Pois, é cara! Exatamente. Mas os pentecostais só querem a emoção. A teologia fica de lado! Update 2: Marccius - Pois, é cara! Exatamente. Mas os pentecostais só querem a emoção. A teologia fica de lado!
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