Ao analisarmos o poema em questão, sobretudo no que se refere à estética, constatamos, evidentemente, que se trata de um soneto, composto por dois quartetos (estrofes com quatro versos) e dois tercetos (estrofes com três versos). Aspecto esse que simbolizou uma das principais características da estética em questão – o retorno aos moldes clássicos, mais precisamente à Antiguidade clássica. Outro aspecto, que também demonstra essa preocupação com o culto à forma, diz respeito à posição das rimas, uma vez dispostas de forma cruzada, com bem nos demonstra os versos: Fino artista chinês, enamorado,(a) Bem ao gosto parnasianista, temos a linguagem, uma vez representada no poema como uma espécie de trabalho de ourivesaria, adornada, trabalhada, rica, voltada para um intenso preciosismo linguístico. O fato de a poesia não expressar nenhuma representatividade para o poeta, ele mesmo, dotado de uma impassibilidade nítida, parece se mostrar alheio, neutro à realidade a qual pinta, mesmo porque faz uso de um objeto (ora representado pelo vaso) para representar uma visão acerca do universo propriamente dito, aspecto esse materializado por meio dos seguintes versos: Estranho mimo aquele vaso! Vi-o, |