Sociedade da informação, do conhecimento e da aprendizagem: desafios para educação no século XXI

@inproceedings{Coutinho2011SociedadeDI, title={Sociedade da informaç{\~a}o, do conhecimento e da aprendizagem: desafios para educaç{\~a}o no s{\'e}culo XXI}, author={Clara Pereira Coutinho and Eliana Santana Lisb{\^o}a}, year={2011} }

In this article we consider the major challenges that faces education at the beginning of the millennium due to the collapse of the Information Knowledge and Learning Society. Webegin by examining the concept information, the raw material that forms the basis of knowledge and communication between people. We will address then on the concepts of Knowledge and Learning, central in the development of a new global society that everyone can use to access and share information individually or in… 

Grátis

18 pág.

Sociedade da informação, do conhecimento e da aprendizagem: desafios para educação no século XXI

  • Sociedade da informação, do conhecimento e da aprendizagem: desafios para educação no século XXI
    Denunciar


Pré-visualização | Página 4 de 7

não se prende somente à formação de capital humano para realizar determinadas tarefas, pelo contrário, apregoa um modelo de aprendizagem que tem como base o desenvolvimento de competências e habilidades, com o propósito de tornar os indivíduos aptos a enfrentarem inúmeras situações, bem como a desenvolverem a capacidade do trabalho em equipa. Pode-se então dizer, que aprender a conhecer e aprender a fazer são indissociáveis, por estabelecerem entre si uma relação simbiótica em que um coexiste a partir da existência do outro. Aprender a viver juntos, é a capacidade de estabelecer vínculos sociais através da compreensão do outro, respeitando o pluralismo cultural, bem como na capacidade de gerir possíveis conflitos. E por fim, Aprender a ser, que pressupõe uma aprendizagem que tem como objectivo criar estratégias de ensino que proporcionem aos indivíduos o desenvolvimento da auto-regulação do seu processo de aprendizagem, com autonomia, discernimento e responsabilidade social. DESAFIOS PARA A EDUCAÇÃO E PARA A ESCOLA O(s) desafio(s) que se coloca(m) à escola pode(m) formular-se da seguinte forma: qual o papel da escola - local de eleição e, durante séculos, único para se ensinar e aprender - na implementação dessa nova sociedade fortemente apoiada nas tecnologias da informação e comunicação, na produção do conhecimento e que precisa de trabalhadores capazes de continuar a aprender ao longo da vida? 14 | RE, Vol. XVIII, nº 1, 2011 Para Pozo e Postigo (2000), um dos contributos mais importantes que a escola e seus agentes podem dar no sentido de preparar os alunos para esses novos desafios, será o de ensinar a gerir o conhecimento ou, em outras palavras, a gestão metacognitiva. Para tanto, os autores referem cinco tipos de capacidades que garantem uma efectiva gestão metacognitiva do conhecimento, essenciais ao sucesso numa sociedade informatizada e que são: competências para a aquisição de informação, competências para a interpretação da informação, competências para a análise da informação, competências para a compreensão da informação e competências para a comunicação da informação. Concordamos pois com Lencastre (2009, p. 1) quando nos diz que “estamos na era em que os docentes se devem colocar como mestres e aprendizes, na expectativa de que, por meio da interacção estabelecida na «comunicação didáctica» com os estudantes, a aprendizagem aconteça para ambos”. Para Pozo (2004), é inevitável que a escola e seus agentes repensem as formas de ensinar, pois, numa sociedade em que não os alunos não dominam as competências para conceber, analisar e reflectir as “representações simbólicas socialmente construídas (numéricas, artísticas, científicas, gráficas, etc.)”, pode ser considerada socialmente, “economicamente e culturalmente empobrecida”, já que “converter os sistemas culturais em instrumento de conhecimento - fazer uso epistémico deles - requer apropriação de novas formas de aprender e se relacionar com o conhecimento” (Pozo, 2004, online), permitindo o aprimoramento do pensamento crítico e reflexivo, tentando despir-nos da ignorância e da alienação e descortinando as possibilidades de emancipação nos vários segmentos sociais. Face a esta realidade a escola e os seus agentes têm de mudar os métodos e técnicas de ensino e pensar em formas eficientes e eficazes para preparar os estudantes para a sociedade do conhecimento de que falámos na secção anterior. Segundo Veen e Vrakking (2009), uma das finalidades da educação ao longo dos tempos foi a de preparar os indivíduos para exercerem diversos papéis na sociedade. No entanto, os autores são categóricos em afirmar que esta primazia tem vindo a decair ao longo das últimas décadas, o que pode estar ligado ao advento das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), e à necessidade da aprendizagem ao longo da vida em ambientes informais até então nunca pensados. De facto, tal como sugerido na secção anterior, uma vez que as tecnologias estão permanentemente em mudança, a aprendizagem ao longo da vida é consequência natural do momento social e tecnológico que vivemos, a ponto de podermos chamar a nossa sociedade de «sociedade de aprendizagem» (Lencastre, 2009). Para Fernandes e Araújo, (online), a utilização das TIC garante a difusão de novas estratégias de veiculação da informação, bem como novos modelos de comunicação, abrindo um leque de possibilidades de mudanças comportamentais e atitudinais do ser humano em relação aos processos educacionais. Com a velocidade que estão a ocorrer estas mutações, a necessidade de reflectir sobre os objectivos e a função social da escola é inevitável. Como pode a escola e seus agentes RE, Vol. XVIII, nº 1, 2011 | 15 (educadores, professores, funcionários) contribuir para a instituição da sociedade da aprendizagem? De que forma podem os agentes educativos fazer da escola um lugar de eleição, não o único, para a construção do saber? Um local onde ocorre a aprendizagem, mas que vê nas novas formas de comunicação e contextos de aprendizagem da Web social não concorrentes mas parceiros na criação de modelos de interacção e construção colaborativa do conhecimento? Para Veen & Vrakking (2009) a solução passa pelo uso das tecnologias como parceiras do processo de construção do saber e pela formação de professores. As TIC permitem aproximar pessoas de diferentes origens socioeconómicas, propiciando o aparecimento de espaços para troca de informações e partilha de conhecimentos. Isto torna-se um desafio para a escola, pois ensinar em plena era digital contribui para criar “oportunidades nunca antes vistas para tornar o ensino uma profissão apaixonante e motivadora, que faça diferença para a sociedade futura. Tais oportunidades relacionam-se a novos papéis, novos conteúdos e novos métodos de ensino e aprendizagem.” (Veen & Vrakking, 2009, p.14). Ferreira (online) acredita que o uso das tecnologias em contexto educativo, não vai resolver todos os problemas da educação mas que o seu uso responsável, com objectivos bem definidos, poderá estar directamente relacionada, e passamos a citar, “à competência humana e profissional daquele que fará a intermediação no processo de ensino e aprendizagem: o docente”. Isto implica a construção de uma nova identidade para o professor, que diante das tecnologias, deverá estar preparado para agir neste novo cenário: um professor capaz de ressignificar a aprendizagem e estimular a produção colectiva - de forma autónoma e organizada através das redes digitais, pois somente assim a educação será capaz de atender as demandas de um futuro próximo. No entanto, mudar o sistema educativo é uma tarefa que requer vontade, motivação e o mais importante, vontade política. Sendo assim, baseados nos trabalhos de Veen e Jacobs (2005) apresentamos os princípios gerais para a educação do futuro. i. Confiança – Em linhas gerais esse princípio, preconiza que o professor precisa ter confiança em que o seu aluno vai aprender. A educação tradicional, segundo estes autores, tem sido alvo de constantes incertezas, visto que, desde os primórdios dos tempos, as escolas tem seus sistemas de avaliação pautados mais na verificação e medição das deficiências dos alunos do que nas suas possíveis conquistas. Isso, de certa forma, inibe o estímulo do aluno em aprender visto que acaba por ver a escola como um espaço que pune, classifica, rotula e não como um ambiente com múltiplas possibilidades de aprendizagem. ii. Relevância – O aluno tem que perceber que os conteúdos ministrados em sala de aula têm algum significado na sua vida, podendo ser aplicados em outros contextos sociais. Para os autores, este princípio além de oferecer conhecimentos que 16 | RE,

Quais são os principais desafios da sociedade da informação?

Os desafios da sociedade da informação são inúmeros e incluem desde os de caráter técnico e econômico, cultural, social e legal, até os de natureza psicológica e filosófica.

Qual a importância do conhecimento para a sociedade do século XXI?

Aprender transforma os saberes, modifica o comportamento, quebra paradigmas e possibilita a criatividade e a inovação. Não é um processo enfadonho ou desestimulante, pois deparar-se com o novo, traz novas cores ao cotidiano, desafia, surpreende e motiva.

Qual o papel da educação escolar na sociedade da informação e do conhecimento?

Na sociedade da informação e do conhecimento a educação escolar disputa a atenção dos alunos com outros espaços sociais mais atraentes e dinâmicos e é nesse momento que o papel do professor deve ser repensado para desenvolver alternativas metodológicas que permitam a construção do conhecimento e o desenvolvimento da ...

O que e a sociedade da informação e do conhecimento?

A expressão Sociedade da Informação e do Conhecimento é utilizada para caracterizar o novo padrão de acumulação capitalista que assume maior relevância e significado a partir dos anos 90.