Texto Show Vidas Secas E a viagem prosseguiu, mais lenta, mais arra- stada, num silencio grande. Ausente do companheiro, a rando as pessoas, que se retardavam. Ainda na v�spera eram seis viventes, contando tia sinal de comida. As manchas dos juazeiros tornaram a aparecer, seira e os ferimentos. As alpercatas dele estavam res, duros como cascos,
gretavam-se e sangravam. [20] jo de cantar. A voz saiu-lhe rouca, medonha. Calou-se Deixaram a margem do rio, acompanharam a [25] modou os filhos, que arriaram como trouxas, cobriu- [30] mente um monte pr�ximo, algumas pedras, um carro Estavam no p�tio de uma fazenda sem vida. O sist�ncia, penetrou num cercadinho cheio de plantas do, viu um barreiro vazio, um bosque de catingueiras RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. S�o Paulo: Livraria Martins Editora, 1969. Adaptado. Lista de 10 exercícios de Literatura com gabarito sobre o tema Mario Quintana com questões de Vestibulares. 01. (UEMA) Mario Quintana, poeta gaúcho, foi um dos maiores expoentes da literatura brasileira. Com estilo eclético, estreou em 1940, desafiando os críticos literários por se ter tornado um poeta popular. Sua poesia é compreensível sem ser banal; sua originalidade é natural; suas metáforas são claras, mas, ao mesmo tempo, surpreendentes. Leia o poema Solau à moda antiga para responder à questão. Senhora, eu vos amo tanto Que até por vosso marido Me dá um certo quebranto... Pois que tem que a gente inclua No mesmo alastrante amor Pessoa animal ou cousa Ou seja lá o que for, Só porque os banha o esplendor Daquela a quem se ama tanto? E sendo desta maneira, Não me culpeis, por favor, Da chama que ardente abrasa O nome de vossa rua, E vossa linda macieira Que ainda ontem deu flor... QUINTANA, M. Esconderijos do tempo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013. Nesse poema, marcado pelo senso de humor, reconhece-se, fortemente, características da poesia medieval trovadoresca nos versos:
02. (UEMA) Leia o poema para responder à questão. Selva selvaggia As palavras espiam como animais: umas, rajadas, sensuais, que nem panteras... outras, escuras, furtivas raposas... mas as mais belas palavras estão pousadas nas frondes mais altas, como pássaros... O poema está parado em meio da clareira. O poema caiu na armadilha! debate-se e ora subdivide-se e entrechoca-se como esferas de vidro colorido ora é uma fórmula algébrica ora, como um sexo, palpita... Que importa que importa qual seja enfim o seu verdadeiro universo? Ele em breve será inteiramente devorado pelas palavras! QUINTANA, M. Esconderijos do tempo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013. Selva selvaggia exemplifica uma das características da poética de Mário Quintana:
03. (UCPEL) Sobre Mário Quintana e sua obra, analise as afirmações seguintes como falsas (F) ou verdadeiras (V). I. Vindo de um mundo destruído em sua grandeza, Mário constrói, a princípio, uma poesia eminentemente crepuscular, percorrida por uma constante amargura e articulada em torno da morte e da tristeza das coisas. II. O poeta também escreve poemas curtos em prosa. Lembram epigramas, pois são apresentados em prosa, mas com dimensão e densidade poéticas e, por isso, necessariamente curtos e geralmente irônicos. III. A manutenção de uma lírica tradicional é contrabalançada por uma linguagem de absoluta simplicidade, como se em Quintana houvesse a fusão do subjetivismo crepuscular, de origem simbolista, com o estilo coloquial da poesia moderna. A sequência correta é
04. (UEMG) Uma tendência marcante na poesia de Mário Quintana pode ser observada na ambientação onírica, em que o eu-lírico penetra no mundo dos sonhos, do inconsciente, trazendo para o poema imagens inusitadas, muito recorrentes na literatura neossimbolista. Marque, a seguir, a alternativa cujos versos expressam essa tendência.
05. (UCS) Sobre a poesia de Mario Quintana, é correto afirmar que
06. (UEMA) O Surrealismo, movimento vanguardista, trazia como princípios a prevalência do automatismo psíquico em estado puro e a expressão do pensamento de maneira automática e espontânea, gerando, na escrita literária, imagens impulsionadas pelo inconsciente. As poesias de Mario Quintana, não muito raro, trazem imagens que dialogam com a proposta surrealista, como se pode observar no seguinte conjunto de versos, extraído do livro de poemas Esconderijos do tempo:
07. (FGV-RJ) “A poesia é necessária” Título de uma antiga seção do velho [Rubem] Braga na Manchete. Pois eu vou mais longe ainda do que ele. Eu acho que todos deveriam fazer versos. Ainda que saiam maus, não tem importância. É preferível, para a alma humana, fazer maus versos a não fazer nenhum. O exercício da arte poética representaria, no caso, como que um esforço de autossuperação. É fato consabido que esse refinamento do estilo acaba trazendo necessariamente o refinamento da alma. Sim, todos devem fazer versos. Contanto que não venham mostrar-me. Mário Quintana. Na volta da esquina. Porto Alegre: Globo, 1979. Diferentemente do que ocorria na referida seção da revista Manchete e ocorre também no texto acima, nos quais o assunto é a poesia, a maioria das crônicas de Rubem Braga baseava-se no seguinte tema:
08. (PUC-RS) NSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o trecho extraído de “Maria-Fumaça”, de autoria de Mario Quintana, e analise as afirmativas que seguem. “As lentas, poeirentas, deliciosas viagens nos trens antigos. As famílias (viajavam famílias inteiras) levavam galinhas com farofa em cestas de vime, que ofereciam, pois não, aos viajantes solitários. E os viajantes solitários (e os meninos) ainda desciam nas estaçõezinhas pobres... Para os pastéis, os sonhos, as laranjas... (...) O mal dos aviões é que não se pode descer a toda hora para comprar laranjas. Nesses aviões, vamos todos imóveis e empacotados como encomendas. Às vezes encomendas para a Eternidade... Cruzes, poeta! Deixa-te de ideias funéreas e pensa nas aeromoças, arejadas e amáveis como anjos. E “anjos”, aplicado a elas, não é exagero nenhum. (...) Entre a monotonia irreparável das nuvens, nada vemos da viagem. Isto é, não viajamos: chegamos. Pobres turistas de aeroportos, damos a volta ao mundo sem nada ver do mundo. I. Nesse texto, Mario Quintana retira a matéria para sua criação literária do tema da viagem, comparando diferentes modalidades de transporte e hábitos dos viajantes. II. Valendo-se de uma linguagem simples, com frases irônicas e com humor, Mario Quintana reflete sobre a função da viagem e o seu significado para o viajante. III. Para o poeta, viajar de avião não concretiza o verdadeiro prazer da viagem, que estaria mais no ato de ver, experimentar, conhecer, do que no percurso partida-chegada. A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são:
09. (UEMG) Na poesia de Mário Quintana e nos Contos de Aprendiz, de Carlos Drummond de Andrade, há temáticas comuns que são desenvolvidas por meio de uma elaboração da linguagem que é peculiar ao gênero e ao tipo de texto próprio de cada autor. Assinale, abaixo, a alternativa em que foram apontados CORRETAMENTE aspectos temáticos comuns às duas obras.
10. (FUVEST) A borboleta Cada vez que o poeta cria uma borboleta, o leitor exclama: “Olha uma borboleta!” O crítico ajusta os nasóculos e, ante aquele pedaço esvoaçante de vida, murmura: — Ah!, sim, um lepidóptero... Mário Quintana, Caderno H. nasóculos = óculos sem hastes, ajustáveis ao nariz. Depreende-se desse fragmento que, para Mário Quintana,
São características da obra literária de Mario Quintana?Estilo literário de Mario Quintana
Poemas em prosa; Tendência ao humor; Linguagem simples, próxima à coloquialidade; Temáticas ligadas à reflexão sobre a existência humana, como a passagem do tempo.
Qual o estilo de escrita de Mario Quintana?De forma geral, a escrita de Mario Quintana é marcada por humor e simplicidade. Já no aspecto formal, sua poesia recorre tanto aos versos livres quanto à rigidez na metrificação de sonetos.
Qual o principal tema da obra de Mario Quintana?Escreveu obras poéticas, além de obras infanto-juvenis, sendo que as principais são: A Rua dos Cataventos (1940) Canções (1945) Sapato Florido (1947)
Como Mario Quintana escreveu?Aprendeu noções de francês com seus pais. Em 1919 mudou-se para Porto Alegre e ingressou no Colégio Militar, em regime de internato. Nessa época, publicou seus primeiros versos na revista literária dos alunos do Colégio Militar. Em 1923, Mário Quintana publicou um soneto no jornal de Alegrete, com o pseudônimo de "JB".
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