Qual o principal objetivo da construção da Fortaleza de São José de Macapá?

Matéria-prima veio, exclusivamente, do Rio Pedreira e da Ilha de Santana. Diferença de outras fortificações é que o monumento no Amapá usou rochas com características geológicas locais.

Fortaleza de São José foi construída às margens do rio Amazonas — Foto: Jorge Abreu/G1

A construção da Fortaleza de São José de Macapá contou com rochas, exclusivamente, encontradas no Rio Pedreira e na Ilha de Santana. Essa conclusão faz parte de uma tese de doutorado apresentada ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), para colaborar com a conservação e manutenção do monumento.

Conforme o estudo, desenvolvido pela professora de arquitetura Roseane Norat, a aplicação dessas rochas revela também que o construtor se apropriou das características e soube pôr, adequadamente, no monumento. Ela destaca que a pesquisa vem no sentido de compreender os materiais construtivos para a preservação.

Roseane Norat, professora de arquitetura, apresentou os resultados do estudo — Foto: Jorge Abreu/G1

Além da Fortaleza de São José, a tese de doutorado abrangeu fortificações de Belém, capital do Pará, e Costa Marques, município de Rondônia que faz fronteira com a Bolívia. Diferente do monumento amapaense, as duas outras receberam matérias-primas de locais ainda desconhecidos pelo estudo.

“A pesquisa apontou que no caso das rochas, aliado com as questões históricas, referencia o Rio Pedreira como uma principal fonte de matéria-prima. São compatíveis com as que observamos no monumento. Nas outras fortificações, é perceptível a utilização de rochas de outras procedências, mas na Fortaleza de São José, realmente, todas são do contexto geológico local”, explicou.

Foram usadas técnicas laboratoriais analíticas, raio-X e estudo de resistência para a constatação, para apresentação da tese nesta semana ao Iphan, em Macapá. Para a professora, qualquer novidade sobre o monumento tem caráter de nível nacional, já que é a maior fortificação do país e foi eleita uma das sete maravilhas brasileiras.

Entrada para visitação na Fortaleza de São José — Foto: Jorge Abreu/G1

Atualmente no quadro efetivo da Universidade Federal do Pará (UFPA), Roseane Norat explica que decidiu usar a Fortaleza de São José, como objeto principal de estudo, porque chegou a ser gerente de projetos no monumento, entre os anos de 1998 e 2001, além da importância nas questões sociais e culturais para a sociedade.

“A Fortaleza de São José é um dos monumentos mais importantes da história nacional. Então quando se descobre qualquer informação sobre isso, podemos tecer com relações que não são só apenas materiais e físicas, como também aspectos sociais e culturais”, explicou.

Abraão Ribeiro vende água e refrigerante no entorno da Fortaleza — Foto: Jorge Abreu/G1

Abraão Ribeiro, de 67 anos, vende água e refrigerante no entorno da fortificação há mais de uma década. Natural do Ceará, ele ressalta já se considera amapaense e usa o local de trabalho como também de lazer, nos dias de folga, mas apesar da paixão, pouco sabe da história.

“A Fortaleza de São José de Macapá é um local muito bonito. Mas, eu não tinha a mínima ideia de onde vieram todas essas as pedras. Moro há 22 anos aqui, mas mesmo assim não sabia dizer. Turistas sempre passam por aqui e perguntam por essa informação”, falou o vendedor.

Fortaleza de São José de Macapá fica na orla da capital — Foto: Jorge Abreu/G1

Tem alguma notícia para compartilhar? Envie para o Tô Na Rede!

  • Amapá
  • Belém
  • Bolívia
  • Costa Marques
  • Macapá
  • Pará
  • Rondônia
  • UFPA

Newsletter G1Created with Sketch.

O que aconteceu hoje, diretamente no seu e-mail

As notícias que você não pode perder diretamente no seu e-mail.

Para se inscrever, entre ou crie uma Conta Globo gratuita.

Obrigado!

Você acaba de se inscrever na newsletter Resumo do dia.

Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!


A problemática da preservação do património arqueológico, nomeadamente das sepulturas escavadas na rocha.

Histórico dos 11 fortes construídos no território do atual estado do Amapá, de 1612 até os dias de hoje.

Esta obra trata de uma aproximação conceitual sobre a história das fortificações, dedicando-se então ao estudo das obras de defesa construídas no litoral de Santos, São Paulo, entre os séculos XVI e XX. Edição eletrônica de 2018.

As Paisagens Culturais Marítimas são conjuntos de sítios arqueológicos submersos, ou combinações de sítios terrestres e submersos que reflectem a relação entre o Homem e o meio aquático. Estas paisagens podem variar entre uma região do litoral, como áreas circunscritas, onde se incluem sítios terrestres hoje inundados, ou sítios subaquáticos actualmente secos. No entanto, o que liga todos estes sítios é a premissa de que cada aspecto da paisagem cultural, político, ambiental, tecnológico e físico, estão inter-relacionados e não podem ser compreendidos isoladamente. Por outro lado esta abordagem proporciona ligações físicas e teóricas entre a arqueologia subaquática e terrestre, bem como a arqueologia pré-histórica e histórica e, consequentemente, proporcionar um quadro para integrar diversos aspectos como o comércio, contratos de recurso, habitação, produção industrial, e de guerra num estudo holístico do passado. A proposta de comunicação pretende ser uma primeira aproximação de síntese marítima balanceada entre os naufrágios, estruturas marítimas e outros vestígios do Concelho de Cascais na época moderna.

A desembocadura do Amazonas foi, desde o século XVI, a principal porta de entrada para os exploradores europeus numa das maiores regiões tropicais do mundo. Face às circunstâncias naturais e humanas do território amazônico, interessa-nos entender quais os mecanismos materiais que foram simultaneamente motor e resultado do processo de contato entre os indígenas e os agentes da colonização. Daremos, para isso, um enfoque especial às notícias das primeiras interações, à organização do espaço colonial, aos padrões de assentamento e possíveis relações de dependência europeia das pré-existências e das expetativas indígenas. A cidade de Belém, fundada em 1616, e o seu entorno, serão o nosso ponto de partida para um olhar que se estenderá à baixa bacia do Amazonas, desde a ilha de Marajó até Santarém.

Results of archaeological excavations carried out in 2009 at Praça do Comércio (Lisbon, Portugal) during construction of the water and sanitation system by the river. The identified structure is related to an old wharf addorsed to a large wall probably built in the 17th century, remaining in activity until the 1755 Lisbon Earthquake. Its characterization will allow a historical view of the urban environment in the riverfront, in the capital of the Portuguese Empire, before the reconstruction of Lisbon following the Earthquake of 1755.

Quais os objetivos da construção da Fortaleza de São José de Macapá?

Erguida com o propósito de defender a Amazônia, em especial diante da perspectiva de uma invasão francesa, ocupa uma extensa área na margem esquerda da foz do Rio Amazonas. Fundada em 1758, poucos antes do início da construção do marco arquitetônico e histórico que hoje é um dos seus principais pontos turísticos.

Qual a importância da Fortaleza de São José?

Patrimônio Material Nacional A consequência mais marcante da construção da Fortaleza foi a criação e desenvolvimento da Vila de São José de Macapá, que deu origem à capital amapaense. É a maior fortificação erguida pelos portugueses na América Latina e, já é reconhecida como Patrimônio Material Nacional.

O que o Governo português queria garantir quando construiu a Fortaleza de São José de Macapá?

Dessa forma, a Fortaleza de São José de Macapá, inaugurada em 1782, foi pensada para demarcar e assegurar territórios contra possíveis inimigos: ingleses, franceses, holandeses e espanhóis.

Como surgiu a Fortaleza de São José de Macapá?

Construída entre 1764 e 1782. Seu projeto, de autoria do engenheiro Henrique Antônio Gallúcio, foi inspirado em modelo do engenheiro militar francês Sebastien Le Preste, Marquês de Vauban. Foi erguida pelas mãos de negros e índios, escravos da colonização portuguesa.