Qual o motivo para o protagonista se recusar a pegar em armas durante a guerra?

Eis o tão aguardado regresso de Mel Gibson como realizador e ainda com um tema que lhe é próximo: o projeto chama-se «Hacksaw Ridge» e relatará a história verídica de um soldado da Segunda Guerra Mundial, Desmond T. Doss, que ganhou a Medalha de Honra do Congresso dos EUA por atos de bravura apesar de se ter recusado pegar em armas por motivos religiosos. Andrew Garfield está na fase final das negociações para assumir o papel.

Recrutado em 1942, Doss recusou matar ou carregar uma arma, acabando por se tornar médico no brutal cenário da guerra no Pacífico. Sem se intimidar pelo ostracismo a que foi votado pelos outros soldados por causa das suas crenças, tornou-se uma lenda quando salvou 75 homens durante a batalha de Okinawa.

Aí, ajudou a evacuar os feridos perto das linhas do inimigo, ficando debaixo de fogo ao tratar de soldados no terreno, acabando, durante uma noite, ferido por uma granada e alvejado por um atirador. Pelos seus atos de bravura, receberia ainda duas condecorações Estrelas de Bronze e três Purple Heart, uma das distinções de maior representatividade no circuito militar norte-americano.

«Hacksaw Ridge» é um projeto que está em desenvolvimento há mais de 13 anos e será o primeiro filme realizado por Mel Gibson desde «Apocalypto» em 2006, ele que ganhou os principais Óscares de 1995 com «Braveheart - O Desafio do Guerreiro».

Qual o motivo para o protagonista se recusar a pegar em armas durante a guerra?

“Até o último homem” – porque toda a vida conta!

O filme lançado em 2016, dirigido por Mel Gibson (que também dirigiu “A Paixão de Cristo”) traz à tona o drama de Desmond T. Doss que, convocado para a Segunda Guerra Mundial, se recusa a utilizar qualquer arma contra os seus inimigos.

Para Doss, toda a vida conta e é possível encontrar paz num ambiente de caos e de tantas catástrofes.

Uma escolha

Desmond vai para a guerra, mas escolhe a vida como aliada, recusando-se a utilizar armas e a matar quem quer que seja, incluído aqueles com quem “oficialmente” luta.  A sua escolha tem consequências, chegando a ser ridicularizado pelos outros soldados, a quem resulta muito estranho que aquele homem não queira utilizar a defesa de quem vai para a guerra: uma boa arma!

Desmond Doss faz uma opção clara pela vida. Como médico do exército, salva vidas através do seu trabalho desenvolvido com empenho, do seu amor a Deus e do desejo de voltar vivo para casa, reencontrar a sua esposa e, finalmente, viver o romance que sempre sonhou.

Um herói

A sua recusa em participar em lutas sangrentas, não o impede de procurar salvar aqueles que fizeram essa escolha. O filme mostra momentos duros, onde muitos são feridos de forma profunda e muitos outros não escapam da morte.

Doss luta contra tudo o que acontece durante a guerra. Luta não apenas contra o facto de ter que matar, mas também contra os maus sentimentos que o assaltam. Luta contra ele mesmo. E luta contra tudo o que o impede de salvar vidas, de salvar até o último homem que estiver ferido, mesmo que em campo opositor.

Durante a Batalha de Okinawa trabalha na ala médica e salva mais de 75 homens, sendo condecorado, o que faz de Doss o primeiro opositor de consciência da história norte-americana a receber a Medalha de Honra do Congresso Americano.

A crítica

A crítica especializada comenta o modo cristão de Desmond Doss encarar a guerra. O filme é baseado na vida de um homem com o mesmo nome, que escolheu a vida, contrariando o próprio contrato de trabalho que o mandava “matar para defender”.

“Desmond sublinha a contradição do heroísmo americano: por um lado, não tirar a vida de uma pessoa é percebido como virtude, por outro lado, tirar a vida de inimigos que nos atacam, é considerado um ato heroico. De que modo se concilia o mandamento “Não matarás” com o patriotismo guerreiro? Até o Último Homem oferece-nos uma leitura didática, mas interessante, deste paradoxo. A primeira solução é retirar a humanidade do inimigo: os soldados mais sangrentos veem nos japoneses uma figura satânica, portanto digna de ser combatida com violência. A segunda é isentar-se de culpa pelo alter ego de grupo: não há problema em matar se isso for praticado por todos, como uma ordem direta dos superiores. Os soldados não se sentem responsáveis por cumprirem o que se espera deles. Talvez por isso a decisão do personagem principal soe como ofensiva: quebra o acordo tácito de que matar é algo defensável, contanto que todos o façam (...)  Existe espaço para a paz no meio da guerra, sugere o filme, assim como existe espaço para a religião enquanto homens se matam selvaticamente. A cena em que o batalhão espera pelo fim de uma prece antes de atacar o inimigo simboliza a ideia de que é possível matar e permanecer puro aos olhos de Deus”.

Contudo, o filme deixa clara a contradição entre a fé e a guerra e a sua impossível conciliação. 

Para onde caminhamos?

Como reflexão, para aqueles que sendo cristãos assistimos a este filme, fica a seguinte pergunta: estou disposto a dar a vida? Assumir o seguimento de Jesus implica ser “outro Cristo” e o que Jesus fez foi precisamente entregar a sua vida. 

Olhemos para os que convivem connosco e pensemos nas atitudes de salvação que temos tido em relação à vida dos outros: contribuo para que haja paz nas relações? Evito falar mal dos outros e sou capaz de valorizar o que cada um é? As minhas atitudes e palavras provocam consolo ou desconsolo?

Todos nós podemos salvar alguém sem irmos para a guerra. Lutemos para que até o último homem seja salvo e tenha vida em abundância.

Com informações de http://www.adorocinema.com/filmes/filme-208104/
O filme
26 de janeiro de 2017 (EUA)
2h 20min / Drama, Biografia
Direção: Mel Gibson
Elenco: Andrew Garfield, Vince Vaughn, Teresa Palmer

Assista o Trailer:

Quinta, 30 de Abril de 2020

Porque Desmond Doss não pegava em armas?

Doss se recusava a pegar em armas e a matar, por motivos pessoais e religiosos, mas mesmo assim se alistou no Exército durante a Segunda Guerra Mundial porque acreditava ser a coisa certa a fazer.

Qual o nome do filme que o soldado não usa arma?

Em Até o Último Homem, durante a Segunda Guerra Mundial, o médico do exército Desmond T. Doss (Andrew Garfield) se recusa a pegar em uma arma e matar pessoas, porém, durante a Batalha de Okinawa ele trabalha na ala médica e salva mais de 75 homens, sendo condecorado.

O que é verdade em Até o Último Homem?

Baseada em fatos reais, e com direção de Mel Gibson, a narrativa conta a história de um médico do exército, que, durante a Segunda Guerra Mundial, se recusa a pegar em uma arma e matar pessoas. Mas, salva mais de 75 homens.

Quem foi o soldado 10 mundos?

Desmond Doss
País
Estados Unidos
Serviço
Exército dos Estados Unidos
Anos de serviço
1942–1951
Patente
Cabo
Desmond Doss – Wikipédia, a enciclopédia livrept.wikipedia.org › wiki › Desmond_Dossnull