Infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) e outras enfermidades têm como principal fator de risco a hipertensão arterial sistêmica, ou a “pressão alta” como é popularmente conhecida. Segundo dados do Ministério da Saúde, essa condição afeta pelo menos um a cada quatro adultos no país e representa um dos principais mecanismos que favorece a ocorrência da morte súbita no país, matando 300 mil brasileiros anualmente. Ela também é mais comum em pessoas acima dos 60 anos de idade. Mas como chegamos a esses números tão preocupantes? Esse é o nosso tema de hoje. ¹ Show
O que é hipertensão arterial sistêmicaAntes de definir a hipertensão arterial, é preciso entender que a pressão corresponde à força que o coração faz para que ocorra a distribuição sanguínea pelo corpo. Quando a pressão é alta, significa que o coração precisa fazer um esforço maior do que o normal para que o sangue seja distribuído corretamente. Entretanto, o fato de a pressão estar alta em uma medição pontual não significa necessariamente que a pessoa sofra de hipertensão. Afinal, são vários os fatores que podem fazer com que a pressão arterial aumente, por isso é natural que ela varie ao longo do dia. Fonte: Envato: Foto de MblachSendo assim, a elevação dos níveis da pressão sanguínea nas artérias, que chamamos de hipertensão arterial sistêmica, só é considerada uma doença crônica quando os valores das pressões máxima (sistólica) e mínima (diastólica) são iguais ou ultrapassam os 130/80 mmHg (ou 13 por 8) na maior parte do tempo, e especialmente quando se está em repouso. 2, 3 Nesse ponto, você já deve estar se perguntando o que é isso de pressão máxima e pressão mínima, não é? Continue a leitura e entenda melhor o funcionamento do nosso corpo. Entendendo a aferição da pressão arterial 4A aferição da pressão realizada por um profissional da saúde é feita utilizando um aparelho chamado esfigmomanômetro e também um estetoscópio. O esfigmomanômetro é posicionado em volta do braço, na região do bíceps, enquanto o estetoscópio é utilizado para ouvir os batimentos cardíacos. Fonte: Envato – Foto de Bia LasiewiczO primeiro número indica a pressão com que o sangue é bombeado do coração para o restante do corpo. Enquanto o segundo refere-se à pressão com que ele retorna para dentro do órgão, fazendo o caminho inverso. Talvez você se lembre das aulas de Ciências nos tempos de escola, nelas, aprendemos que esses movimentos complementares do coração são chamados de sístole (contração) e diástole (dilatação). Por isso, a combinação dos dois números que indicam a pressão serem denominados pressão sistólica (ou pressão máxima) e pressão diastólica (ou pressão mínima). A recomendação é que a pressão sistólica não passe de 12 mmHg. Já o segundo valor, o da pressão diastólica, ou mínima, deve ficar em torno de 8 mmHg. É o famoso 12 por 8. No caso, os números 12 e 8 correspondem, respectivamente, a 120 e 80 milímetros de mercúrio (mmHg), unidade de pressão adotada. Essa pressão precisa ser forte o suficiente para alcançar a circulação periférica (simplificadamente os vasos menores, veias mais finas e das regiões mais extremas do corpo), mas não a ponto de causar danos aos vasos sanguíneos. Níveis e classificação da hipertensão arterial sistêmicaAntes de apresentar os níveis da hipertensão arterial, é importante lembrarmos que ela é uma condição clínica que depende de múltiplos fatores e caracterizada por uma elevação constante dos níveis de pressão. Assim, seu diagnóstico deve ser feito considerando a média da pressão arterial maior ou igual a 130/80 mmHg verificada em pelo menos três dias diferentes com intervalo mínimo de uma semana entre as medidas. Fonte: Envato – Foto de Alex StandOu seja, soma-se a média das medidas do primeiro dia mais as duas medidas subsequentes e divide-se por três. A constatação de um valor elevado em apenas um dia, mesmo que em mais do que uma medida, não é suficiente para estabelecer o diagnóstico de hipertensão. Atualmente, os níveis de pressão arterial para adultos são divididos da seguinte forma: 5
Vale ainda lembrar que situações de estresse físico, como dor, e emocional, como o luto e a ansiedade, por exemplo, podem elevar a pressão arterial, portanto evite fazer a aferição em dias em que fatores assim possam interferir no diagnóstico. Tipos de hipertensão arterial 6Agora que já entendemos um pouco melhor como funcionam as diferentes pressões que formam os númerso que definem se o nível da pressão é saudável ou não, é hora de conhecer os dois tipos de hipertensão arterial. Sim, existem também diferentes tipos de pressão alta… mas calma, vamos explicar isso. Fonte: Envato – Foto de MicensHipertensão arterial primáriaA hipertensão arterial primaria é forma mais comum de hipertensão. É o aumento da pressão que se dá com o envelhecimento, principalmente se relacionado com o aumento da rigidez da parede arterial. Entre 85% e 95% das pessoas com hipertensão arterial têm hipertensão primária. Esse tipo de hipertensão é consequência da soma de fatores genéticos e ambientais, principalmente os hábitos pouco ou nada saudáveis, como a má alimentação, incluindo o consumo elevado de sal, cafeína, tabagismo e também o sedentarismo, por exemplo. Hipertensão arterial secundáriaA hipertensão arterial secundária é aquela cuja causa é conhecida. Entre 5% e 15% das pessoas com hipertensão arterial têm hipertensão secundária. A identificação de hipertensão em jovens ou quando o tratamento e controle requer uso de vários remédios pode levar o médico a suspeitar de hipertensão secundária. Diferentes doenças que podem causar hipertensão secundária. Veja: Causas da hipertensão secundária
Tratamentos para pressão altaÉ claro que cada caso possui um tratamento específico, mas a parte positiva é que podemos controlar a pressão alta tratando corretamente o problema que a está causando. Além disso, é sempre bom tomar alguns cuidados, seja para controle ou mesmo para evitar que a pressão arterial fique alta. Esses cuidados também irão contribuir no tratamento aas doenças que têm como consequência a alteração da pressão arterial. Vejamos alguns deles: 7
Consequências da hipertensão não controlada 8Como toda doença, quando não tratada, a pressão alta pode levar à sérias complicações. Dentre as quais podemos citar aquelas que atingem o sistema cardiovascular, renal e nervoso, podendo ainda acarretar aumento do coração. A hipertensão pode levar à insuficiência cardíaca, aneurismas nos vasos cerebrais e aumentando o risco de acidente vascular cerebral (AVC). Além disso, ela pode atacar os rins e provocar ataques cardíacos ou lesões arteriais em outros órgãos. Fonte: Envato – Foto de Nd3000Outras complicações relacionadas à hipertensão mal controlada são problemas oculares. A hipertensão pode danificar os vasos sanguíneos na retina, a área atrás do olho onde a imagem é formada, causando a doença conhecida como retinopatia hipertensiva. Lembre-se que a pressão alta é uma das principais causas de morte súbita no país, matando 300 mil brasileiros anualmente, o que representa 820 mortes por dia, 30 por hora ou uma a cada dois minutos. Portanto, não negligencie a doença, não deixe de tomar corretamente a medicação prescrita pelo médico e faça regularmente a aferição, registro e controle da pressão arterial. O melhor tratamento ainda é a prevençãoA hipertensão não tem cura e, portanto, seu tratamento acompanhará o indivíduo pela vida toda. A mudança de hábitos diários é tão importante para a pessoa hipertensa quanto o tratamento medicamentoso. Aliás, nesse sentido, a adoção de uma vida saudável, com controle do peso corporal, prática regular de exercícios físicos, abandono do cigarro e redução e/ou moderação no consumo de álcool e sal, por exemplo, é uma importante contribuição preventiva tanto da hipertensão como de inúmeras outras doenças. Portanto, previna-se! Cuide de si e de quem você ama! Acompanhe a Supera e compartilhe esse artigo, pois assim você ajuda a levar mais informação e bem-estar para as pessoas a sua volta! Colaborou com esse artigo:Dr. Edmo Atique Gabriel Cardiologista – CRM 105226 Referências bibliográficas e datas de acesso1 – Ministério da Saúde – 02/06/2020 2 – Ministério da Saúde – 02/06/2020 3 – PEBMED – 02/06/2020 4 – Superinteressante – 02/06/2020 5 – MDSaúde – 03/06/2020 6 – Manual MSD – 03/06/2020 7 – Via Saúde – 03/06/2020 8 – Ministério da Saúde – 03/06/2020 doenças cardiovasculares hipertensão arterial primária hipertensão arterial secundária hipertensão arterial sistêmica pressão alta pressão diastólica pressão sistólica sal causa pressão alta saúde do coração Qual a diferença de pressão alta para hipertenso?A hipertensão arterial é aquela chamada de pressão alta e é caracterizada pelos valores acima de 140/90 mmHg de pressão arterial. Esse quadro é grave e é um dos mais importantes fatores de risco para desenvolvimento de problemas cardiovasculares, cerebrovasculares e renais.
O que a gente sente quando está com a pressão alta?Por sua vez, nos casos de hipertensão (pressão alta), o paciente sente dores constantes na região da nuca e dor na cabeça, náuseas, visão turva e palpitação cardíaca. Entretanto, alguns existem sintomas são comuns a ambos os casos (tanto hipotensão quanto hipertensão), como: tonturas, turvação da visão e náuseas.
O que provoca pressão alta?As causas mais comuns da pressão alta são a alimentação rica em sal e a falta de exercício físico regular, mas também pode acontecer devido a algum problema de saúde, como doenças renais ou alterações cardíacas.
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