Qual era a intenção política da elite brasileira no processo de independência

Celebramos o dia da Independência do Brasil em 7 de setembro. A data carrega muitos significados históricos, culturais e políticos. É o grande momento onde o país deixa de ser uma colônia portuguesa e passa a ser uma nação independente.

Em 1815 o Brasil tinha sido elevado à condição de Reino Unido de Portugal, assim  teria os mesmos direitos e deveres. O Historiador Euprônio Neto, conta que a elite econômica portuguesa queria que o Brasil se tornasse colônia, assim o Brasil perderia a liberdade de comércio, a condição de semi-autônoma política.

“Então a elite brasileira que não aceitava em hipótese nenhuma a condição de voltar à colônia, e não queria perder a liberdade econômica, tem a nossa semi-autonomia política, então a elite brasileira trabalha o processo de independência que teve na figura do Dom Pedro primeiro  responsável pela nossa condução do processo da nossa independência”.

O grito do Ipiranga que é a atitude de proclamar a independência ocorreu no dia 07 de Setembro de 1982. Contudo a intenção da independência já estava manifesta dentro do Brasil há mais tempo. O historiador lembra que  Tiradentes foi o primeiro grande herói da independência; depois  João de Deus, Lucas Dantas, Gonzagas das virgens, Manoel Faustino, Cipriano Barata, que em 1798 lutavam em prol da independência da Bahia. Depois tivemos Cabugá Leão Coroado e outros que vão fazer parte de uma tentativa de independência que ocorreu em 1817 em Pernambuco. 

“Então Dom Pedro, juntamente com a elite brasileira no dia 7 de setembro viabilizou esse processo”.

O processo de Independência  tem grande importância no marco da nação. Ela simboliza o rompimento definitivo com Portugal, e o Brasil se estabelece como uma nação autônoma, desvinculada de qualquer outro Rei, e passa a ter um governo que governa de acordo com os interesses do seu povo. Euprônio explica que isso em termos, porque o Brasil  é importante e quando se fala em  independência, se  fala de um rompimento político. 

“Sobre o ponto de vista econômico e social não houve rompimento nenhum. O Brasil continua sendo um país agrário, exportador, dominado por uma elite agrária. O Brasil continua sendo socialmente um país de escravos, continua sendo um lugar em que o povo não participa do jogo político, já que pra ser leitor nesse país, é necessário participar do jogo político.

De lá pra cá, o que somos?

Euprônio diz não ter dúvida de que o Brasil é um país independente, e que a nação é importante no panorama mundial. Ele destaca o enorme potencial que o país possui;  e afirma que somos sem sombra de dúvida das nações, uma das mais importantes do mundo sobre todos os aspectos.

“Ainda que no Brasil a gente viva uma desigualdade econômica social absurda , somos o país fora da arca com o maior contingente, isso é bom porque nós somos um povo que somos miscigenados de origem mas também entendemos que a pobreza, a desigualdade, o preconceito ainda imperam o nosso país; mas de fato somos um país independente, somos uma potência econômica, isso é fato”.

Economicamente o Brasil deixou de ser apenas uma nação agrária, e hoje é um grande exportador de de produtos primários de commodity, e tem uma indústria que se desenvolveu e tem uma capacidade  produtiva nacional de proporção; além disso, o país tem uma tecnologia nacional que é importantíssima. Para o historiador o Brasil continua sendo um país que responde infelizmente ao desejo, aos anseios das elites, ele destaca que poucos governos de fato tiveram capacidade de desenvolver um olhar social, um olhar pro povo. 

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No dia 7 de setembro de 1822, o príncipe regente dom Pedro, irritado com as exigências da corte, declarou oficialmente a separação política entre a colônia que governava e Portugal. Em outras palavras, ele proclamou a Independência do Brasil.

Um mês depois, mais precisamente em 12 de outubro de 1822, dom Pedro foi aclamado imperador e, em 1º de dezembro, coroado pelo bispo do Rio de Janeiro, recebendo o título de dom Pedro 1º.

Resumidamente, a conquista da independência do nosso país poderia ser contada dessa forma, mas a história não é tão simples assim. Começa realmente com o enfraquecimento do sistema colonial e a chegada da corte portuguesa ao Brasil (1808) e só termina em 1824, com a adoção da primeira Constituição brasileira.

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Os motivos da separação

Entre os séculos 18 e 19, cresceram no Brasil as pressões externas e internas contra o monopólio comercial português e a cobrança de altos impostos numa época de livre comércio.

Diversas revoltas - a exemplo da Inconfidência Mineira, a Conjuração Baiana e a Revolta Pernambucana de 1817 -, aliadas à Revolução Francesa e à independência dos Estados Unidos, provocaram o enfraquecimento do colonialismo e reforçaram o liberalismo comercial no Brasil. Em 1808, com a abertura dos portos, o Brasil passou a ter mais liberdade econômica e, com sua elevação à categoria de Reino Unido, deixou de ser, formalmente, uma colônia.

Em 1820, a burguesia portuguesa tentou resgatar sua supremacia comercial, promovendo a Revolução Liberal do Porto. No ano seguinte, o parlamento português obrigou dom João 6º a jurar lealdade à Constituição e a voltar para Portugal. Seu filho dom Pedro foi deixado no Brasil, na condição de príncipe regente, para conduzir uma eventual a separação política.

O rompimento

As pressões contra o controle de portugal cresceram na colônia, e a metrópole passou a exigir a volta de dom Pedro. O príncipe deu sua resposta a Portugal no dia 9 de janeiro de 1822 (dia do Fico), com a célebre frase "Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, diga ao povo que fico".

Iniciou-se um esforço político por parte dos ministros e conselheiros de dom Pedro, pela permanência dos vínculos com Portugal, mantendo um pouco de autonomia para o Brasil. Queriam uma independência sem traumas, mas as críticas ao colonialismo ficaram insustentáveis. Dom Pedro, então, se viu pressionado a oficializar o rompimento.

Foi assim que, em 3 de junho de 1822, dom Pedro convocou a primeira Assembleia Constituinte brasileira. Em 1º de agosto, declarou inimigas as tropas portuguesas que desembarcassem no Brasil e, dias depois, assinou o Manifesto às Nações Amigas, justificando o rompimento com as cortes de Lisboa e garantindo a independência do país, como reino irmão de Portugal.

Em represália, os portugueses anularam a convocação da Assembleia Constituinte brasileira, enviaram tropas à colônia e exigiram o retorno imediato do príncipe regente a Portugal. No dia 7 de setembro de 1822, durante uma visita a São Paulo, nas proximidades do rio Ipiranga, dom Pedro recebeu uma carta com as exigências das cortes e reagiu proclamando a independência do Brasil. Bahia, Maranhão e Pará, que tinham juntas governantes de maioria portuguesa, só reconheceram a independência em meados do ano seguinte, depois de muitos conflitos entre a população e os soldados portugueses.

No início de 1823, houve eleições para a Assembleia Constituinte que elaboraria e aprovaria a Carta constitucional do império brasileiro, mas, em virtude de divergências com dom Pedro, a Assembleia logo foi fechada. A 1ª Constituição brasileira foi, então, elaborada pelo Conselho de Estado e outorgada pelo imperador em 25 de março de 1824.

Com a Constituição em vigor, a separação entre a colônia e a metrópole foi finalmente concretizada. Mesmo assim, a independência só é reconhecida por Portugal em 1825, com a assinatura do Tratado de Paz e Aliança entre Portugal e Brasil, por dom João 6º.

Reconhecimento da independência do Brasil

Dom Pedro 1º negociou com as nações estrangeiras o reconhecimento da independência do Brasil. Os Estados Unidos foram o primeiro país a reconhecê-la oficialmente. Não obstante, a adoção da forma de governo monárquico e as tendências absolutistas do imperador brasileiro gerou resistência ao reconhecimento da independência do Brasil por outros países americanos recém libertos do jugo colonial.

Na Europa, por outro lado, as nações conservadoras se opunham ao reconhecimento da independência de qualquer ex-colônia. A Inglaterra, porém, desempenhou um papel de mediadora, nas negociações para o reconhecimento internacional da independência do Brasil. Obteve deste modo, inúmeras vantagens comerciais. Foi por intermédio da Inglaterra que, em 1825, Portugal reconheceu a independência brasileira em troca de uma indenização de dois milhões de libras.

Quais os interesses da elite brasileira com a Independência do Brasil?

Podemos citar: abertura dos portos às nações amigas, o tratado de comércio e navegação, a criação do Banco do Brasil e da Casa da Moeda, o incentivo às artes, a elevação do Brasil ao Reino Unido de Portugal e Algarves etc. O fim do Império Napoleônico, em 1815, restaurou as antigas monarquias europeias ao poder.

Qual era a intenção da política da elite brasileira no processo de independência?

A elite participou diretamente desse processo com o objetivo de impedir que o povo e os deputados portugueses fizessem com que o Brasil voltasse a ser colônia e seu comércio com outros países fosse proibido novamente.

Porque a elite queria a Independência do Brasil?

A independência do Brasil aconteceu na medida em que a elite brasileira percebeu que o desejo dos portugueses era restabelecer os laços coloniais. Quando a relação ficou insustentável, o separatismo surgiu como opção política, e o príncipe regente acabou sendo convencido a seguir esse caminho.

Quais foram os objetivos da Independência do Brasil quem a proclamou?

A independência do Brasil foi um processo iniciado a partir da Revolução Liberal do Porto, que levou ao rompimento entre Brasil e Portugal, no dia 7 de setembro de 1822. A independência do Brasil aconteceu em 1822, tendo como grande marco o grito da independência que foi realizado por Pedro de Alcântara (D.