Qual é a importância da agricultura familiar para a segurança alimentar?

11/07/2019

A agricultura familiar, que consiste no cultivo realizado por pequenos produtores rurais e, na maioria das vezes, do mesmo grupo familiar, tem ganhado cada vez mais espaço no cenário econômico, climático e científico. É responsável pela renda de 40% da população economicamente ativa do país e por mais de 70% da renda dos brasileiros ocupados no campo.

Historicamente, esse tipo de cultivo acompanhou o crescimento do país. Segundo levantamento feito pelo Governo Federal em 2018, a agricultura familiar brasileira configurou-se como a oitava maior produtora de alimentos do mundo e a maior do Brasil. Hoje, 87% da mandioca, 70% do feijão, 60% da produção nacional de leite, 59% do rebanho suíno, 50% das aves e 46% do milho consumidos pela população brasileira vêm desse tipo de cultivo.

De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o setor movimenta US$ 55,2 bilhões por ano. A representatividade é tanta que envolve aproximadamente 4,4 milhões de famílias agricultoras, ou seja, 84% dos estabelecimentos rurais brasileiros.

No mundo, os números não são menos expressivos. Os agricultores familiares são responsáveis pela produção de mais de 80% de toda a comida do planeta, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), que, inclusive, lançou recentemente a "Década da Agricultura Familiar", com o objetivo de fomentar, entre 2019 e 2028, políticas que permitam o desenvolvimento e o progresso desta área de atuação.

Os debates sobre o tema estão mais intensos porque estudos apontam para um aumento de consumo de alimentos para os próximos vinte anos. O Brasil está entre os países que terão que dobrar sua produção para atender a esta demanda. E no mundo, segundo a ONU, mais de 90% das 570 milhões de propriedades agrícolas são administradas por um indivíduo ou por uma família e dependem, principalmente, da mão de obra familiar — dados que reforçam a necessidade de estímulo contínuo ao tema que pode mudar uma realidade global.

A atividade está exposta a fragilidades que podem prejudicar o seu desenvolvimento sustentável e que envolvem questões como segurança alimentar e desafios no escoamento dos alimentos. O desperdício, por exemplo, é um dos principais problemas a serem enfrentados. O modelo agrícola já chegou a desperdiçar 35% da produção brasileira. Com o uso racional deste tipo de serviço, poderíamos alimentar mais de um terço dos habitantes apenas com o que desperdiçamos no país, atualmente.

O consumo consciente do alimento em qualquer esfera da sociedade é um assunto que deve sempre ser discutido. Aliada à agricultura familiar, a educação alimentar e nutricional é uma importante ferramenta de empoderamento individual para melhorias das condições de saúde e hábitos alimentares. Embora a alta demanda de alimentos industrializados se faz cada vez mais presente, é de suma importância a implementação de intervenções educativas capazes de capacitar os indivíduos a realizarem escolhas mais saudáveis.

E como não conectar a educação alimentar com a produção e consumo de alimentos vindo da agricultura familiar? Com este pensamento, em 2014, a II Conferência Internacional sobre Nutrição, em Roma (Itália), discutiu possíveis estratégias com as quais a educação alimentar e nutricional poderia contribuir para a geração de oportunidades de desenvolvimento da agricultura familiar e como a população poderia se beneficiar desses produtos.

É levando em conta o debate acerca da agricultura familiar no Brasil, cuja atividade está na base da economia de 90% dos municípios brasileiros com até 20 mil habitantes, que o Prêmio Fundação Bunge traz o tema para uma de suas áreas homenageadas neste ano. Com o propósito de incentivar a inovação e disseminar conhecimento, o Prêmio reconhece há mais de 60 anos profissionais que contribuem para o desenvolvimento da cultura e das ciências no Brasil.

Por Adalberto Luis Val, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA/MCTI) e membro do Conselho Administrativo da Fundação Bunge.

Publicado: 01 Agosto, 2022 - 08h49 | Última modificação: 01 Agosto, 2022 - 19h29

Escrito por: Redação RBA

Contag

Qual é a importância da agricultura familiar para a segurança alimentar?

A Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag) lançou nesta semana a primeira edição de um anuário estatístico do setor, elaborado em parceria com o Dieese. O objetivo é mostrar a importância dessa atividade para a economia e a população.

“A agricultura familiar brasileira é a principal responsável pelo abastecimento do mercado interno com alimentos saudáveis e sustentáveis, que busca a preservação dos recursos ambientais, a cultura rural, gera ocupações rurais e promove o desenvolvimento sustentável do país”, afirma a Contag.

“A sua importância é estratégica para o Brasil e para o mundo, pois é a oitava maior produtora de alimentos do planeta. (…) Os empreendimentos familiares produzem a diversidade de culturas, o que gera um impacto positivo na qualidade dos produtos e na relação com o meio ambiente.”

Oitava produtora mundial de alimentos

O país tem 3,9 milhões de estabelecimentos familiares voltados à agricultura, que ocupam apenas 23% das terras, mas são responsáveis por 10,1 milhões de empregos (67%). Segundo a Contag, esses estabelecimentos “respondem por 23% do valor bruto da produção agropecuária brasileira e pela dinamização econômica de 90% dos municípios brasileiros com até 20 mil habitantes (68% do total)”. Além disso, é a oitava maior produtora mundial de alimentos: “Na América Latina e Caribe, as agricultoras familiares, camponesas e as mulheres indígenas produzem 45% dos alimentos consumidos”.

Com dados sobre população, produtores, previdência, juventude, mulheres, terceira idade, entre outros, o anuário foi lançado justamente na Semana da Agricultura Familiar. O evento tem como referência o dia 24 de julho, que homenageia o setor. Em 2017, o Fundo das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) declarou o período 2019-2028 como a Década da Agricultura Familiar.

Desenvolvimento sustentável

“São mulheres, homens e LGBTQIA+, jovens e pessoas idosas, agricultores(as) familiares, assentados(as), reassentados(as), pescadores artesanais, quilombolas, indígenas, silvicultores, aquicultores e extrativistas que, de sol a sol, dedicam-se a promover a agricultura, a pecuária e atividades não agrícolas”, afirma a Contag, ressaltando o papel do setor na segurança alimentar. “Desse modo, contribui diretamente para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, sobretudo no combate à pobreza, à fome e a redução das desigualdades.”

“Sem territórios rurais prósperos e inclusivos, a América Latina e o Caribe não serão capazes de alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: 78% das 169 metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável dependem exclusivamente ou principalmente de ações realizadas em áreas rurais do mundo”, diz a FAO.

Confira aqui a íntegra do Anuário Estatístico da Agricultura Familiar.

Qual a importância da agricultura familiar na segurança alimentar?

A agricultura familiar é de suma importância para assegurar a segurança alimentar. A agricultura familiar é de suma importância para assegurar a segurança alimentar e nutricional da população brasileira, uma vez que é responsável por 70% dos alimentos consumidos no país.

Qual a importância da agricultura familiar para a segurança alimentar da América Latina?

A agricultura familiar é responsável por uma parcela fundamental da produção de alimentos consumidos internamente na América Latina e Caribe. Em média os cultivos em mãos dos pequenos agricultores representam mais de 80% do total, e são responsáveis por 30 a 40% do PIB agrícola regional.

Qual a importância da agricultura familiar para nossa saúde?

Um aspecto fundamental da agricultura familiar é a produção de alimentos saudáveis, utilizando práticas que não agridem o meio ambiente e a biodiversidade e a saúde, aumentando a produtividade, de modo a alimentar quase 10 bilhões de habitantes no mundo até 2050.

O que é e qual a importância da agricultura familiar?

A agricultura familiar corresponde à produção agropecuária realizada por pequenos produtores em que o sistema agropecuário é mantido pelo núcleo familiar e, no máximo, por alguns poucos funcionários assalariados. Essa prática refere-se, portanto, a pequenas propriedades rurais, nunca maiores que quatro módulos fiscais.