Qual é a função dos obstáculos da corrida com barreiras para o 100 e 110 mts?

Qual é a função dos obstáculos da corrida com barreiras para o 100 e 110 mts?
Qual é a função dos obstáculos da corrida com barreiras para o 100 e 110 mts?
Capacidade de acelera��o e resist�ncia de velocidade de
corredores mirins em uma prova de 100 metros rasos

Qual é a função dos obstáculos da corrida com barreiras para o 100 e 110 mts?

 

 *Universidade Federal de Santa Catarina

**Universidade Federal de Santa Maria

(Brasil)

Juliano Dal Pupo*

Ivon Chagas da Rocha Jr**

 

Resumo

          O objetivo deste estudo foi verificar o comportamento da curva de velocidade, analisando tempo de acelera��o, manuten��o de velocidade e desacelera��o, em corredores mirins ao realizarem uma prova de 100m rasos, comparando tais valores encontrados com dados encontrados para atletas adultos. Participaram deste estudo 14 corredores mirins, sendo 7 do g�nero masculino com idade m�dia de 12,35 � 0,83 anos e 7 do g�nero feminino, com idade m�dia de 12,61 �0,70 anos. Para a obten��o da curva de velocidade ao longo dos 100m, utilizou-se uma t�cnica de filmagem denominada �panning�, na qual com uma c�mera de v�deo faz-se uma �varredura� de toda extens�o do percurso. A curva de velocidade apresentada pelos corredores mirins apresentou uma fase de acelera��o positiva, que foi caracterizada at� os 40m da prova. A partir deste ponto, caracterizou-se a desacelera��o, sendo que as perdas de velocidade ao final da prova chegaram a 7 e 10% nos corredores masculinos e femininos, respectivamente, em rela��o � m�xima velocidade alcan�ada na prova. As caracter�sticas da curva de velocidade dos corredores mirins mostrou diferen�as em rela��o � capacidade de acelera��o e resist�ncia de velocidade de atletas adultos nos 100m rasos.

          Unitermos

: Atletas. Corridas de velocidade.

Abstract

          The objective of this study was to verify the behavior of the speed curve, analyzing the time of acceleration, speed maintenance and deceleration, in young runners performing 100m dash, comparing the values found with data found for adult athletes. Fourteen young runners were assessed, being 7 males with average age of 12,35 � 0,83 years and 7 female, with average age of 12,61 � 0,70 years. The �panning" method was used for obtaining of the speed curve in the 100m, in the which is made a "sweeping" of every course extension with a video camera. The speed curve presented by the young runners showed a phase of positive acceleration that was characterized up to the 40m of the run. Starting from this point, the deceleration was characterized, and the losses of speed at the end of the run arrived 7 and 10% in the male and female runners, respectively, in relation to the maxim speed reached in the proof. The speed curve characteristics of the young runners showed differences in relation to capacity of acceleration and speed endurance of the adult runners in the 100m dash.

          Keywords

: Athletes. Speed races.
 
 
Qual é a função dos obstáculos da corrida com barreiras para o 100 e 110 mts?
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 12 - N° 118 - Marzo de 2008

Qual é a função dos obstáculos da corrida com barreiras para o 100 e 110 mts?

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Introdu��o

    Nas competi��es de atletismo na modalidade de corridas de velocidade, a tradicional e cl�ssica prova de 100m rasos v�m a caracterizar-se como uma atividade na qual o atleta vir� realizar esfor�os de intensidade e freq��ncia m�ximos. O atleta vencedor nesta prova pode ser considerado como o �mais veloz� ou que possui a maior velocidade. Em uma abordagem cl�ssica e tradicional, autores como Letzelter (1981), Schmolinski (1982) e Silva (1987) costumam decompor as corridas de velocidade, em especial a corrida de 100m rasos, em 4 fases, assim denominadas: fase de rea��o, fase de acelera��o, fase de velocidade m�xima e fase de desacelera��o.

    Em competi��es atl�ticas para categorias mirins, tem-se proposto pelas federa��es de atletismo nas corridas de velocidade a dist�ncia de 50 ou 60m, ao inv�s dos tradicionais 100m realizados pelas categorias adultas. Tais dist�ncias com percurso reduzido tem por finalidade manter as caracter�sticas destas provas, descritas no par�grafo anterior.

    A corrida de 100m rasos tem como caracter�stica a manifesta��o da velocidade na sua forma m�xima em grande parte da prova, exigindo esfor�os m�ximos do atleta. Para corredores adultos e treinados, a realiza��o desta corrida n�o exigir� grandes capacidades de resist�ncia de velocidade. No entanto, quando realizada por crian�as, esta mesma prova atl�tica possivelmente tornar-se-� de mais dif�cil execu��o e exigir� uma demanda superior � dos adultos, devido �s limita��es neuromusculares presentes nas crian�as

(TOURINHO FILHO, 1998).

    Em fun��o da dist�ncia a ser percorrida nos 100m rasos, as crian�as necessitar�o requisitar possivelmente, al�m de velocidade m�xima, grande capacidade de resist�ncia de velocidade, que se caracteriza por manter, em um determinado per�odo de tempo, a m�xima velocidade alcan�ada na prova. A resist�ncia de velocidade � dependente da capacidade e pot�ncia anaer�bica dos corredores (VITTORI, 1996), que est� ainda em desenvolvimento em crian�as (TOURINHO FILHO, 1998). Desta forma, devido ao elevado n�vel de esfor�o a ser desempenhado para tentar adquirir e manter a m�xima velocidade, caracter�stica fundamental destas provas, estes indiv�duos possivelmente obter�o perdas de velocidade precocemente em compara��o � adultos na mesma prova.

    Para corredores adultos tem-se relatado que a capacidade de acelera��o pode estender-se at� os 60-70% de uma corrida de 100m rasos, vindo a sofrer perdas de velocidade somente nos �ltimos trechos da prova. De acordo com avalia��es realizadas (DICK, 1989), a maior velocidade poss�vel de um corredor adulto ap�s uma sa�da parada pode ser conseguida entre 40 e 70 metros, ao que chamamos de velocidade pura, para em seguida come�ar a diminuir, mais ou menos, dependendo das qualidades de resist�ncia do corredor.

    Tais caracter�sticas da capacidade de acelera��o, manuten��o e resist�ncia de velocidade, no entanto, n�o est�o claramente evidenciados em corredores mirins. De acordo com as cita��es anteriores, em fun��es das limita��es neuro-musculares e bioqu�micas, a realiza��o de 100m por estes indiv�duos poder� n�o apresentar as mesmas caracter�sticas que costuma-se descrever em adultos , vindo a descaracterizar uma prova de velocidade.

    Com base nisso, o objetivo deste estudo foi verificar o comportamento da curva de velocidade, analisando tempo de acelera��o, manuten��o de velocidade e desacelera��o, em corredores mirins ao realizarem uma prova de 100 m rasos, comparando tais valores encontrados com dados encontrados para atletas adultos.

Materiais e m�todos

    Participaram deste estudo 14 corredores mirins, sendo 7 do g�nero masculino com idade m�dia de 12,35 � 0,83 anos e 7 do g�nero feminino, com idade m�dia de 12,61 �0,70 anos. Todos os sujeitos eram pertencentes � equipes colegiais de atletismo e que tinham inclusos em seus treinamentos semanais corridas de velocidade, com tempo de pr�tica m�nimo na modalidade de 1 ano e m�ximo 2 anos. O grupo de estudo foi selecionado por ades�o volunt�ria. Todos os indiv�duos assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido.

    A coleta de dados constituiu-se de duas etapas: a primeira, na qual os indiv�duos realizaram uma corrida de 50m e a outra, uma corrida de 100m rasos, � m�xima velocidade, utilizando a t�cnica de sa�da baixa com blocos de partida. As mesmas foram realizadas em uma pista de atletismo de carv�o. O intervalo recuperativo entre cada etapa foi de 48 h, ambas realizadas no per�odo vespertino, das 14 �s 16 horas. Os indiv�duos utilizaram sapatilhas com pregos e roupa habitual para corridas.

    Para a obten��o da curva de velocidade ao longo dos 50 e 100m, utilizou-se uma t�cnica de filmagem denominada �panning�, na qual com uma c�mera de v�deo faz-se uma �varredura� de toda extens�o do percurso. Para tal, utilizou-se uma filmadora da marca Panasonic, com freq��ncia de 30 quadros/segundo. A raia em que os indiv�duos realizaram a corrida foi dividida em 10 partes iguais atrav�s de marcas feitas no solo, dispostas a cada 5 m nos 50 m e a cada 10 m na corrida dos 100 m rasos. Foram fixados dardos, servindo como referenciais de sinaliza��o, sobre uma linha paralela ao plano da corrida, de modo que estes, juntamente com as marcas feitas no solo, estivessem alinhados com o eixo �tico da c�mera. Esta c�mera estava localizada no meio do percurso, a uma dist�ncia de aproximadamente 40m perpendicular � pista (ver figura 1). Para a obten��o dos valores de velocidade m�dia de cada uma dessas partes do percurso total, � necess�rio saber o tempo que o atleta realizou dentro de cada uma delas. Para isso, foi realizada uma contagem do n�mero de quadros dentro de cada um destes espa�os, tomando como refer�ncia a passagem da cabe�a do sujeito pelos alvos de refer�ncia (dardos), que estavam alinhados com as marcas de divis�o do percurso. Assim, conhecendo-se o n�mero de quadros e a freq��ncia de aquisi��o da filmadora, � poss�vel determinar o tempo e, com a dist�ncia j� conhecida, obtem-se a velocidade m�dia. O videocassete utilizado para an�lise de imagens possibilitava apresentar 60 campos/segundo (30 quadros/segundo), o que permitiu um detalhamento maior de cada segmento do percurso.

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Figura 1. Esquema ilustrativo da corrida atrav�s da t�cnica de filmagem denominada �panning�

    Para descrever o comportamento da curva de velocidade dos corredores utilizou-se medidas descritivas de tend�ncia central (m�dias) e de variabilidade (desvios-padr�o) para cada segmento da curva. O teste t para amostras independentes foi utilizado para comparar a velocidade entre os g�neros. O n�vel de signific�ncia adotado foi de 5%.

Resultados e discuss�o

    A curva de velocidade apresentada pelos corredores mirins na prova de 100m rasos est� apresentada na figura 2. De acordo com a mesma, a fase de acelera��o positiva foi caracterizada at� os 40m da prova, visto que a velocidade aumenta at� este ponto, registrando-se o pico da mesma, 6,80 e 6,70 m/s, nos sujeitos masculinos e femininos, respectivamente.

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Figura 2. Curva de velocidade na corrida de 100m rasos realizada por corredores mirins

    Durante este percurso inicial de acelera��o, verificou-se nos 10m iniciais da corrida uma velocidade m�dia baixa, tendo em vista que o tempo � cronometrado a partir do disparo, na qual os atletas ainda est�o parados nos blocos de partida. Desta forma, a velocidade m�dia nestes metros iniciais ser� determinada pelo tempo de rea��o e capacidade de acelera��o dos corredores. No segundo trecho da prova (10-20m), verificou-se grande aumento da velocidade m�dia em rela��o aos primeiros 10m, passando, nos corredores masculinos, de 3,93 m/s para 6,39 m/s e de 3,89 m/s para 6,34 m/s nos femininos, demonstrando assim grande acelera��o neste espa�o. Nos pr�ximos dois trechos (20-40m) a velocidade ainda continua ascendente, por�m de maneira menos acentuada, caracterizando uma acelera��o menor, tendendo a ficar nula pr�xima aos 40m, momento de maior velocidade na prova.

    Em estudo realizado com jovens velocistas chilenos de 13 anos, verificou-se que os mesmos alcan�aram a velocidade m�xima (7,04 m/s) aos 30m em uma prova de 60m rasos realizada � m�xima velocidade, sendo que esta tendeu a manter-se est�vel at� os 45m (D�AZ, 1990). Tais resultados assemelharam-se aos encontrados no presente estudo, indicando assim uma tend�ncia de jovens desta idade n�o conseguirem acelerar al�m destas dist�ncias. A capacidade de acelera��o de jovens velocistas parece ser inferior � de adultos, na qual tem-se observado que a m�xima velocidade de atletas adultos, na condi��o de treinados, pode ser alcan�ado dos 50 aos 70m. Em an�lise realizada com os ex-recordistas mundiais dos 100m rasos Carl Lewis e Ben Johnson, verificou-se que os mesmos conseguiam acelerar at� os 60m da prova e sustentar tal velocidade at� os 70m (DICK, 1989), demonstrando assim grande capacidade de acelera��o.

    A fase de acelera��o compreende, segundo Seagrave (1996), desde a sa�da, com as duas primeiras passadas, at� a denominada acelera��o pura, nas 8-10 passadas seguintes. Segundo Bravo et al. (1994), nos 10m iniciais o atleta pode aumentar bruscamente a velocidade de 0 a 5 m/s. De acordo este autor, nos primeiros apoios do velocista, na qual o mesmo est� adquirindo grande acelera��o, a for�a explosiva tem grande import�ncia. � medida que a velocidade do atleta aumenta, a partir dos 30-40m, a for�a explosiva perde protagonismo em favor da for�a el�stica, quando come�a a fase da corrida em maior �equil�brio�, onde a velocidade vai depender da agilidade e fluidez de movimentos altamente coordenados. Tendo em vista que crian�as ou jovens possuem limita��es neuromusculares, apresentando menores estoques de fosfocreatina para a ress�ntese de ATP e menor capacidade de recrutamento das unidades motoras, estes indiv�duos ir�o possuir menor pot�ncia anaer�bica comparado aos adultos (TOURINHO, 1998). Desta forma, as capacidades anaer�bicas relacionadas � for�a, determinantes na acelera��o do atleta, ainda n�o possuem grande express�o, explicando a menor capacidade de acelera��o de crian�as ou jovens nesta idade.

    De acordo com os resultados do presente estudo, a partir dos 40m (40% da prova) verificou-se que a velocidade passa a diminuir, vindo a caracterizar a desacelera��o ou acelera��o negativa dos corredores mirins na prova. Essa redu��o na velocidade se faz se maneira mais sutil no espa�o dos 40 aos 50 m, na qual os atletas masculinos e femininos perdem, respectivamente, apenas 0,82% e 0,92 % de velocidade em rela��o ao percurso anterior, onde a mesma estava m�xima. A partir da�, essa queda passa a acentuar-se gradativamente, obtendo valores que alcan�am 7,47% e 10,11% (masculinos e femininos, respectivamente) de perda de velocidade ao final da corrida em rela��o ao valor de pico alcan�ado anteriormente. Fica evidenciado assim que a desacelera��o aumenta � medida que se aproxima da linha de chegada, o que � um fato indesej�vel para o atleta que deseja uma boa performance e vencer a corrida.

    A curva de velocidade dos 100m rasos dos sujeitos deste estudo mostra, em fun��o da aus�ncia de uma fase de manuten��o de velocidade, a fraca capacidade anaer�bica de resist�ncia de velocidade destes jovens. Em compara��o com atletas adultos de alto n�vel que realizam esta prova, como Carl Lews e Ben Johnson na final ol�mpica de Seul em 1988, foi registrado o pico de velocidade somente aos 60m e este se manteve at� os 70m (DICK, 1989). Percebe-se assim que estes atletas de alto n�vel t�m uma capacidade de acelerar por uma dist�ncia maior, vindo a sofrer as conseq��ncias de perdas de velocidade somente ap�s completar pelo menos 70% da prova, diferente dos sujeitos deste estudo, que passam a perder velocidade antes mesmo de completar a metade desta prova.

    Para obter sucesso em uma corrida de velocidade, treinadores t�m estabelecido para seus atletas que busquem durante a corrida uma constante acelera��o, desde a sa�da at� a linha de chegada. Para Bravo et al. (1994), o mais importante para o atleta � obter uma velocidade m�dia elevada e n�o uma velocidade m�xima imposs�vel de manter. De acordo com o autor, um meio para avaliar se o atleta est� perdendo muita velocidade na �ltima parte da corrida dos 100m rasos � verificar a diferen�a de tempo entre o primeiro e o segundo 50m. Para atletas adultos de alto n�vel, tal diferen�a est� pr�ximo a 1�25 e 1�15 para homens e mulheres, respectivamente. No presente estudo, os corredores mirins apresentaram uma diferen�a de 0,87� nos sujeitos masculinos e 0,73� nos femininos.

    Esses valores s�o bem inferiores aos relatados para adultos, o que pode representar duas possibilidades: excessiva acelera��o na primeira metade da prova ou falta de resist�ncia de velocidade. Levando em considera��o os relatos presentes na literatura e descritos anteriormente sobre as limita��es neuromusculares das crian�as, imagina-se que a primeira op��o � a mais incerta. Deste modo, constata-se que estes jovens possuem pouca capacidade de resist�ncia de velocidade. Esta hip�tese est� sustentada por pesquisadores que afirmam que a via glicol�tica destes indiv�duos ainda est� em desenvolvimento (ACERO, 1988; FOURNIER, 1981), limitando a capacidade e pot�ncia anaer�bica. A enzima fosfofrutoquinase, reguladora da glic�lise anaer�bica, est� presente em menores concentra��es na musculatura de crian�as quando comparado � de adultos (FOURNIER, 1981) e, em situa��es que ocorrem o ac�mulo excessivo de �cido l�tico na c�lula, h� inibi��o desta enzima, reduzindo a produ��o de energia (ATP) atrav�s desta via energ�tica e a capacidade funcional do m�sculo (PFITZINGER E FREEDSON, 1997). Deste modo, o comprometimento das vias energ�ticas e conseq�entemente da a��o muscular, parece explicar a fraca resist�ncia de velocidade nesta popula��o.

    Quanto aos g�neros, a analise estat�stica realizada mostrou n�o haver diferen�as na velocidade, do in�cio ao fim da corrida, entre meninos e meninas. No entanto, em uma an�lise descritiva, � vis�vel que os meninos, desde o in�cio da corrida, na fase de acelera��o, at� ao fim da corrida, na fase de desacelera��o, conseguem empregar e manter maior velocidade. Esta diferen�a, n�o significante do ponto de vista estat�stico quando assumido um erro de 5%, pode representar diferentes n�veis de condicionamento f�sico, que ir�o determinar o desempenho superior dos meninos na prova.

    A realiza��o dos 100m pelas meninas deste estudo pareceu assim ser mais exaustivo que para os meninos, visto que as mesmas apresentaram menor toler�ncia ao esfor�o m�ximo, apresentando maiores perdas de velocidade na segunda metade da prova. A capacidade e pot�ncia anaer�bicas, indispens�veis nos 100m, parecem sofrer efeito significante da matura��o, sem apresentar diferen�as entre os g�neros at� os 12 anos (ARMSTRONG et al, 1997; CROIX et al, 2001), diferen�as estas mais evidenciadas a partir dos 13 anos, na qual tal capacidade passa a ser maior em meninos (ARMSTRONG et al., 2000).

Conclus�o

    A partir dos resultados obtidos da curva de velocidade da prova de 100m rasos realizada por corredores mirins, constatou-se que tais indiv�duos possuem uma fase de acelera��o que caracteriza-se at� os 40m da prova. A partir deste ponto, come�a a ocorrer perda de velocidade, caracterizando assim a desacelera��o, que aumenta progressivamente at� a linha de chegada. Verificou-se assim, em compara��o com atletas adultos, que os jovens corredores do presente estudo possuem diferen�as na curva de velocidade dos 100m, apontando menor capacidade de acelera��o e menor resist�ncia de velocidade nestes indiv�duos, na qual passam a sofrer efeitos da perda de velocidade precocemente, antes mesmo de completarem a metade da prova.

    Diante disso, uma alternativa para manter as caracter�sticas de uma corrida de velocidade como descrito nos 100m para adultos, na qual ocorrem perdas de velocidade somente ap�s 60 ou at� 70% da prova, � a realiza��o de uma corrida com dist�ncias mais curtas, como 50 ou 60m, propostas por algumas federa��es de atletismo. Esta medida ir� proporcionar menores exig�ncias de resist�ncia de velocidade dos corredores mirins, capacidade esta que ainda n�o est� completamente desenvolvida nesta popula��o.

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Quais são as fases básicas da corrida com barreiras 100 e 110 m?

Nas corridas com barreiras, podemos identificar cinco fases distintas: a partida, a aproximação à primeira barreira, a transposição da barreira, a corrida entre barreiras e, por fim, a corrida da última barreira até à meta.

Qual é o objetivo da corrida com barreiras?

O objetivo deste tipo de corrida, que possui barreiras no percurso, é fazer o atleta saltar. A corrida de obstáculos surgiu na Grécia Antiga e possui provas de 2 mil e 3 mil metros com obstáculos. Em cada volta na pista o praticante terá que saltar em quatro obstáculos e em um fosso de água.

Quantas barreiras obstáculos tem nas provas dos 110m com barreiras?

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Quais são os fundamentos da corrida com barreiras?

1-atacar a barreira com a perna de ataque. 2-passar a outra perna (perna de impulsão) lateralmente. 3-usar os braços para equilibrar no momento de ataque da barreira, alternando o braço com a perna.