Qual a diferença entre a matriz energética e a matriz elétrica de um país?

A matriz energética brasileira é a soma das fontes de energia (ou recursos energéticos) utilizadas para atender a demanda por todos os tipos de energia, incluindo combustíveis, enquanto a matriz elétrica engloba as fontes empregadas apenas na geração de energia elétrica no país. 

Comparado a outros países, o Brasil apresenta uma boa participação de fontes de energia renováveis em suas matrizes, principalmente na elétrica. 

Nesta página, você conhece tudo sobre a matriz energética e a matriz elétrica do Brasil, além da sua comparação com as matrizes energética e elétrica mundiais. Confira! 

Uma matriz energética é a soma dos recursos ou fontes empregados para atender toda a demanda por energia, incluindo eletricidade, aquecimento e transporte. Cada país e região apresenta a sua própria matriz energética, que juntas compõem a matriz energética mundial. 

A matriz energética do Brasil, assim como a do resto do mundo, ainda apresenta uma maior participação de fontes energéticas não renováveis, especialmente o petróleo e seus derivados.  

O que é matriz elétrica? 

A matriz elétrica de um país é o conjunto de fontes ou recursos energéticos que são utilizados apenas para a produção de energia elétrica. Ou seja, a matriz elétrica faz parte da matriz energética. 

O Brasil é um dos países mais sustentáveis na produção de eletricidade, com uma matriz elétrica composta principalmente por fontes renováveis, com destaque para as hidrelétricas, que respondem por mais de 60% da geração de eletricidade no país. 

Qual a diferença entre matriz energética e matriz elétrica? 

A matriz energética, seja de um país ou do mundo, é o compilado dos recursos empregados para atender toda a demanda de energia, incluindo transporte, eletricidade e aquecimento, já a matriz elétrica são apenas os recursos utilizados para a produção de energia elétrica. 

É importante lembrar que um mesmo recurso energético pode ser utilizado tanto para a produção de eletricidade como para outro tipo de energia. Como o gás natural, por exemplo, que serve de matéria prima para geração de energia nas usinas termelétricas, mas também é usado como combustível para os fogões de casas e empresas. 

Qual a matriz elétrica no Brasil?

Segundo o mais recente Balanço Energético Nacional (BEN), divulgado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), a origem da maior parte da matriz energética brasileira ainda está nos recursos não renováveis, especialmente o petróleo e o gás natural. Juntos, eles responderam por 44,9% de toda a oferta interna de energia do país em 2020. 

Nos últimos anos, entretanto, esse cenário vem mudando e as fontes renováveis seguem ganhando mais espaço na matriz energética do Brasil, especialmente a energia solar, eólica e a biomassa derivada da cana de açúcar.  

De 2011 a 2020, a participação das fontes renováveis na matriz energética do Brasil cresceu de 43,6% para 48,4%, enquanto a fatia das fontes não renováveis caiu de 56,4% para 51,6%, segundo o BEN 2021. 

Como é composta a matriz energética brasileira? 

Produzido anualmente pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o Balanço Energético Nacional mostra como está composta a matriz energética brasileira.  

Em 2020, a composição da matriz energética do Brasil era: 

Matriz energética mundial 

Sendo a soma de todos os recursos energéticos utilizados no mundo, a matriz energética mundial ainda é composta principalmente por fontes não renováveis, especialmente o petróleo, carvão mineral e gás natural, grandes emissores de gás carbônico. 

Segundo os dados mais recentes da Agência Internacional de Energia (IEA), a composição da matriz energética mundial é: 

Matriz elétrica brasileira 

Sem dúvida, a matriz elétrica brasileira é uma das mais limpas do mundo, com a maior parte da geração oriunda de fontes de energia alternativas e verdes, como a energia solar. 

A principal fonte de energia da matriz elétrica do Brasil ainda é a hidráulica, isto é, as usinas hidrelétricas espalhadas pelo país, que responderam por 65,2% de toda a energia elétrica gerada no país em 2020.  

Segundo a EPE, a matriz elétrica brasileira, em 2020, era composta por: 

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Matriz elétrica mundial 

Nos últimos anos, com a necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e a queda dos preços das energias renováveis, a matriz elétrica mundial segue em uma transição sustentável, especialmente pelo desenvolvimento das energias solar e eólica.  

No entanto, a maior parte da geração elétrica no mundo ainda é oriunda de fontes não renováveis e poluentes, principalmente o carvão mineral e o gás natural.  

Segundo os dados mais recentes, a composição da matriz elétrica do mundo é: 

Matriz energética brasileira: fontes renováveis e não renováveis 

As fontes de energia não renováveis ainda predominam na matriz energética do Brasil, com destaque para o petróleo, o gás natural e o carvão. Na parte da energia renovável, as principais fontes são a energia hídrica e a biomassa.  

No geral, a matriz energética brasileira é composta por 51,6% de fontes não renováveis e 48,4% de fontes renováveis. 

Fontes renováveis na matriz energética brasileira 

Em 2020, as fontes renováveis com maior participação na matriz energética do Brasil eram: 

• Biomassa derivada de cana-de-açúcar 

O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, a qual é utilizada como recurso energético em usinas térmicas e a partir do etanol, biocombustível que alimenta veículos e usinas termelétricas. 

• Energia hidráulica 

As hidrelétricas são a principal fonte de geração da energia consumida no Brasil e respondem pela segunda maior fonte renovável na sua matriz energética. 

• Biomassa de lenha e carvão vegetal 

Em terceiro lugar estão a lenha e o carvão vegetal, utilizados para geração elétrica em usinas térmicas e como insumo para vários segmentos industriais. 

• Energia eólica 

A energia eólica, obtida pela força dos ventos, é uma das fontes renováveis que mais cresceu no Brasil nos últimos anos. Atualmente, a eólica é a terceira maior fonte renovável na geração elétrica do país e uma das principais na matriz energética brasileira. 

• Energia solar 

Outra fonte renovável em forte crescimento no Brasil é a energia solar fotovoltaica. Os painéis fotovoltaicos, que transformam a luz do sol diretamente em energia elétrica, já são utilizados em centenas de usinas solares, além de estarem presentes em mais de um milhão de estabelecimentos no país inseridos no segmento de Geração Distribuída (GD). 

Matriz energética brasileira ao longo do tempo 

Assim como no resto do mundo, a demanda por energia tende a crescer a cada ano no Brasil, o que resulta em mudanças na sua matriz energética ao longo do tempo. 

Segundo os dados disponibilizados pelo Governo Federal, de 2011 a 2020, a capacidade da matriz energética brasileira cresceu aproximadamente 5,8%, com um aumento na participação de fontes renováveis e consequente queda das fontes não renováveis. 

Confira abaixo o histórico da matriz energética brasileira e a participação de cada fonte de energia ao longo do tempo: 

Matriz energética brasileira 100% renovável: é possível? 

Alcançar uma matriz energética movida 100% por fontes renováveis é um dos principais objetivos dos países no combate às mudanças climáticas, e um dos maiores desafios atuais da nossa civilização. 

Segundo as informações do Plano Nacional de Energia (PNE), divulgado pelo Governo Federal, o Brasil poderia alcançar uma matriz de energia 100% renovável até 2050. 

Para isso, seriam necessários R$ 794 bilhões em investimentos em fontes renováveis, especialmente em projetos centralizados de energia solar e eólica, os quais responderiam por 50% da capacidade instalada da matriz elétrica brasileira ao final do período.  

Outro pilar dessa transição seria a geração distribuída, que segundo o PNE poderia atingir uma capacidade instalada de 50 GW até 2050, sendo 85% desta apenas de sistemas de energia solar fotovoltaica. 

A matriz energética mundial também poderia se tornar 100% renovável até 2050, de acordo com o estudo “Global Energy System based on 100% Renewable Energy”, lançado pela universidade finlandesa LUT e pelo Energy Watch Group. 

Segundo o documento, utilizar fontes renováveis para suprir todos os setores (energia, aquecimento, transporte e dessalinização) não seria apenas sustentável, como também mais barato que o atual modelo energético global, pois reduziria a necessidade de combustíveis fósseis caros e poluentes. 

A matriz energética renovável prevista pelo estudo seria composta por: energia solar (69%), eólica (18%), hidroeletricidade (3%), bioenergia (6%) e energia geotérmica (2%). Somente a energia eólica e a energia solar fotovoltaica responderiam por 96% da eletricidade total e aproximadamente 88% da oferta total de energia. 

O principal resultado dessa transição renovável seria a redução das emissões anuais de gases de efeito estufa do setor energético mundial, que passariam de quase 30 GtCO2eq (giga tonelada de dióxido de carbono equivalente) em 2015 para zero em 2050. 

Além disso, o estudo afirma que mudar a matriz energética para 100% de renováveis poderia empregar 35 milhões de pessoas em todo o mundo.  

Para atingir essa transição, o estudo afirma ser fundamental que os países incluam metas nacionais de descarbonização de suas matrizes alinhadas com os compromissos climáticos globais, criando ações e medidas de incentivo ao uso de fontes renováveis. 

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