1 / 1 Show Introdu��o De acordo com Cidade e Freitas (2002), o desporto para deficientes f�sicos surgiu com a necessidade de a sociedade reabilitar seus indiv�duos traumatizados vertebromedulares pela 1� e 2� Grande Guerra Mundial. A partir da�, a atividade f�sica passou a ser reconhecida no auxilio a reabilita��o e o desporto para deficientes tornou-se uma realidade. Para que fosse poss�vel � participa��o de deficientes f�sicos em eventos competitivos, v�rias modalidades foram adaptadas ou criadas, podendo assim ser praticadas por deficientes f�sicos como lesados medulares, lesados cerebrais, portadores de poliomielite, amputados, dentre outros (LOPES e MELO, 2002). As primeiras modalidades tiveram origem na Inglaterra, por iniciativa do m�dico Ludwig Guttmann e seus colaboradores, onde indiv�duos com les�o medular ou amputa��es de membros inferiores come�aram a praticar jogos esportivos em um hospital em Stoke Mandeville como parte integrante da reabilita��o m�dica e social (ADD, 20061; CASTRO, 2002). Dentre as modalidades posteriormente criadas, encontramos o bocha adaptado, que "est� no programa paraol�mpico desde 1992" (CIDADE e FREITAS, 2002, p 90) e foi criado inicialmente para atender as pessoas com paralisia cerebral (PC) severa. Atualmente outras pessoas com defici�ncia
tamb�m podem competir, desde que inseridas na mesma classe no grau da defici�ncia, como por exemplo, pessoas com distrofia muscular progressiva, acidente vascular cerebral, entre outras (CAMPE�O apud LIMA et ali).
O jogo consiste em lan�ar bolas adaptadas o mais pr�ximo poss�vel da bola alvo. As bolas de bocha s�o constitu�das nas cores azul, vermelha e branca e s�o fabricadas com materiais especiais, sendo mais leves e menores que as bolas comuns, desta forma adaptando-se as necessidades dos jogadores. Durante o jogo o atleta ter� como objetivo lan�ar seis bolas (azuis ou vermelhas) com a inten��o de aproxim�-las o m�ximo poss�vel da bola branca, que ser� a bola alvo. Pode-se jogar o bocha atrav�s de confrontos individuais, em pares ou por equipes (tr�s pessoas), sendo que em todas as categorias s�o aceitas provas mistas de acordo com as classes. As modalidades esportivas adaptadas s�o baseadas na classifica��o funcional dos atletas, que "constitui-se em um fator de nivelamento entre os aspectos da capacidade f�sica e competitiva, colocando as defici�ncias semelhantes em um grupo determinado" (CIDADE e FREITAS, 2002, p 106). No bocha adaptado, os atletas est�o divididos nas classes BC1, BC2, BC3 e BC4. O paradesporto, assim como as pr�ticas recreativas para deficientes, "vem conquistando um espa�o cada vez maior no cen�rio nacional e no cen�rio mundial" (SAMULSKI, 2002, p. 99). Assim, de acordo com Samulski (2002) tem-se evidenciado a necessidade de melhoria das condi��es de treinamento e tamb�m de um melhor suporte para o atleta dedicar-se �s atividades esportivas. A escolha de uma modalidade esportiva, assim como sua manuten��o nela,
Sabendo de tais fatores, e sabendo que a falta de tais condi��es muitas vezes levam os atletas ao abandono do paradesporto, este estudo tem como objetivo obter informa��es sobre os deficientes f�sicos praticantes de bocha adaptada e descrever quais s�o as principais dificuldades encontradas por estes atletas, deficientes f�sicos, para treinar e competir.
Popula��o e amostra Participaram da presente pesquisa, 7 atletas de bocha adaptado, novatos e experientes, sendo 2 da classe BC1, 1 da classe BC2, 2 da classe BC3 e 2 da classe BC4 (Fig. 1), todos da Associa��o de Deficientes F�sicos do Paran� (ADFP), localizada em Curitiba. Todos os atletas apresentam defici�ncia f�sico-motora e s�o usu�rios de cadeira de rodas; em rela��o ao sexo, a predomin�ncia � de atletas do sexo masculino, sendo 5 no total (Fig. 2).
Os dados foram coletados atrav�s de entrevista com utiliza��o de question�rio, sendo realizada a coleta por telefone. Este question�rio visou conhecer o perfil do grupo (tempo de pr�tica da modalidade, defici�ncia f�sico-motora, entre outros) al�m de saber quais s�o as dificuldades encontradas pelos atletas para treino e competi��o. As perguntas eram
padronizadas, por�m de forma a adaptar a linguagem para melhor compreens�o dos atletas.
A an�lise dos dados � descritiva sendo realizado distribui��o de freq��ncia para cada item. Pelo pequeno n�mero de entrevistados, n�o foi realizado nenhum procedimento de compara��o entre classes ou sexo. O programa Microsoft Office Excel 2003 foi utilizado para os procedimentos necess�rios
Perfil do grupo Na presente pesquisa foram entrevistados 7 atletas, sendo 5 do sexo masculino e 2 do sexo feminino. Todos s�o atletas da Associa��o de Deficientes F�sicos do Paran� (ADFP), e dentre os entrevistados temos uma atleta que pr�tica a modalidade h� aproximadamente 8 anos e tem grande experi�ncia em campeonatos, e tamb�m uma novata, que ainda n�o teve a oportunidade de competir. Os demais atletas j� participaram de competi��es e o tempo de pr�tica varia entre, aproximadamente 1 ano e meio, e 7 anos. Em rela��o � defici�ncia, a predomin�ncia � de paralisados cerebrais (57,14 %). Os demais atletas apresentam tetraplegia (14,28 %), les�o medular (14,28 %) e distrofia muscular (14,28 %).
Para an�lise dos fatores que dificultam a vida do atleta, tanto para treino quanto para competi��o, foi utilizado um question�rio adaptado de Samulski 2002, com 15 itens, sendo eles explicados a seguir:
Em cada item, o atleta deveria responder se tal fator n�o dificulta, dificulta pouco, dificulta ou dificulta muito sua vida. Durante a entrevista os itens que os atletas tiveram mais dificuldade em responder foram: "federa��o" e "desmotiva��o". O motivo desta dificuldade foi � falta de compreens�o sobre a que se referia "desmotiva��o" e a falta de contato com o �rg�o respons�vel, sendo o item "federa��o" n�o respondido por 2 atletas. De modo geral (tabela 1.0), podemos verificar
que o item mais citado pelos atletas de bocha adaptada como sendo o fator que dificulta muito a vida de atleta foi "patroc�nio" (57,14%). Esse resultado � conseq��ncia do pouco apoio financeiro destinado aos para atletas, problema este, enfrentado por muitos outros, famosos ou an�nimos. "Transporte para competi��o" foi citado por 50% dos atletas, gra�as � dificuldade de conseguir o transporte para as viagens, al�m de, nem sempre, estarem nas condi��es id�ias, pois independente da dist�ncia a ser
percorrida, as viajes s�o feitas em �nibus, causando desconforto, cansa�o excessivo nos atletas, al�m de favorecer o aparecimento de escaras.
Devido a diversos fatores f�sicos, nenhum dos atletas trabalha, por�m o item "necessidade de trabalhar" foi bastante citado, mostrando o quanto a falta de patroc�nio, al�m de dificultar a vida dos atletas, tamb�m � um fator que os preocupa. Os itens que n�o dificultam a vida, unanimemente citados, foram "amigos" e "col�gio" ambos com 100% das respostas. O item "excesso de treino" tamb�m mostrou-se um fator de pouca interfer�ncia negativa na vida dos atletas de bocha adaptada.
A participa��o de deficientes f�sicos em eventos competitivos no Brasil e no mundo aumenta a cada ano, por�m ainda � necess�rio maior apoio de entidades publicas e privadas para que as modalidades possam se desenvolver. Este trabalho relatou algumas das dificuldades encontradas na vida dos atletas de bocha adaptada para poderem treinar e competir, por�m � fato que existem outros problemas n�o relatados no presente estudo, e que as dificuldades encontradas pelos para atletas s�o muitas. Apesar da dedica��o e esfor�o individual de cada atleta na busca do aprimoramento e manuten��o do esporte, n�s, estudantes e profissionais de educa��o f�sica, e amantes do esporte adaptado, n�o podemos fechar os olhos para tais dificuldades e devemos, juntamente com os atletas, procurar maneiras de venc�-las. Estudos em tal �rea, e a divulga��o do esporte adaptado (paraol�mpico ou n�o) s�o fundamentais para o crescimento quantitativo e qualitativo das modalidades.
Quais as principais dificuldades dos atletas paraolímpicos?Problemas estruturais como locais para treinamento, pouca sensibilização da iniciativa privada e a não renovação de recursos humanos, parecem ser os principais entraves para a consolidação da carreira do atleta paraolímpico no Brasil.
Quais os principais obstáculos que os atletas paralímpicos precisam superar na sociedade?Obstáculos maiores do que a própria condição. Falta de patrocínio. É sabido que o esporte não é tão valorizado no Brasil. ... . Preconceito social. As pessoas portadoras de necessidades especiais precisam estar sempre provando suas capacidades, dentro e fora das quadras. ... . Pequena visibilidade dos esportes paraolímpicos no Brasil.. Quais são as dificuldades dos deficientes no esporte?Além das barreiras físicas advindas da deficiência, a pessoa deficiente praticante de atividade física sofre ainda com as barreiras sociais, como aponta Matthiesen (2007), como a falta de patrocínio; apoio dos meios de divulgação; ausência de mão de obra qualificada; falta de material específico para o desempenho no ...
Quais são os preconceitos enfrentados pelos atletas que participam dos esportes adaptados?Com relação às barreiras enfrentadas, os depoimentos demonstraram que o preconceito contra a pessoa com deficiência, a falta de patrocinadores no início da carreira, a baixa divulgação midiática, o despreparo de profissionais para atuar junto ao esporte adaptado e a falta de acessibilidade nos espaços urbanos e ...
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