Quais são os recursos pedagógicos utilizados com os alunos de educação especial?

Quais são os recursos pedagógicos utilizados com os alunos de educação especial?

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Os recursos pedagógicos são, todas e quaisquer, ferramentas que integrem o momento e o ambiente de ensino, propiciando a aprendizagem.

Por exemplo: quadros, canetas e folhas são recursos pedagógicos. Também as imagens que o professor venha a espalhar pela sala ou o computador pelo qual ela preparou uma apresentação e o projetor que a refletiu.

O principal objetivo dos recursos pedagógicos é permitir que o processo de ensino-aprendizagem ocorra de maneira mais natural, ou seja, é uma forma de facilitar a troca de conhecimento entre professores e alunos por meio de algumas ferramentas.

Com o passar do tempo os recursos pedagógicos foram se atualizando e renovando de maneira a atender as necessidades dos alunos e professores para construção de conteúdos mais lúdicos e interativos.

Os recursos mais comuns como quadro, canetas e folhas não foram abandonados por completo, mas perderam parte de seu espaço no ambiente escolar pelo movimento de inserção de outras possibilidades.

Por exemplo, por que propor a cópia de textos extensos se podemos disponibilizar PDFs e fazer um aproveitamento de tempo com dinâmicas em jogo?

Essa evolução se mostrou, também, presente nas tecnologias educacionais digitais, que são recursos pedagógicos mediados pelo uso de tecnologias digitais, como por exemplo as plataformas online. 

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Quais são os recursos pedagógicos utilizados com os alunos de educação especial?

Jonir Bechara Cerqueira  &  Elise de Melo Borba Ferreira  

Quais são os recursos pedagógicos utilizados com os alunos de educação especial?



Resumo | Os materiais did�ticos s�o de fundamental import�ncia para a educa��o de deficientes visuais. Este texto pretende definir, classificar e ilustrar alguns destes materiais, al�m de apresentar recursos dispon�veis a partir da utiliza��o de equipamentos de inform�tica.

Introdu��o

Talvez em nenhuma outra forma de educa��o os recursos did�ticos assumam tanta import�ncia como na educa��o especial de pessoas deficientes visuais, levando-se em conta que:

  • um dos problemas b�sicos do deficiente visual, em especial o cego, � a dificuldade de contato com o ambiente f�sico;

  • a car�ncia de material adequado pode conduzir a aprendizagem da crian�a deficiente visual a um mero verbalismo, desvinculado da realidade;

  • a forma��o de conceitos depende do �ntimo contato da crian�a com as coisas do mundo;

  • tal como a crian�a de vis�o normal, a deficiente visual necessita de motiva��o para a aprendizagem;

  • alguns recursos podem suprir lacunas na aquisi��o de informa��es pela crian�a deficiente visual;

  • o manuseio de diferentes materiais possibilita o treinamento da percep��o t�til, facilitando a discrimina��o de detalhes e suscitando a realiza��o de movimentos delicados com os dedos.

Defini��o

Recursos did�ticos s�o todos os recursos f�sicos, utilizados com maior ou menor freq��ncia em todas as disciplinas, �reas de estudo ou atividades, sejam quais forem as t�cnicas ou m�todos empregados, visando auxiliar o educando a realizar sua aprendizagem mais eficientemente, constituindo-se num meio para facilitar, incentivar ou possibilitar o processo ensino-aprendizagem. De um modo gen�rico, os recursos did�ticos podem ser classificados como:

  • Naturais: elementos de exist�ncia real na natureza, como �gua, pedra, animais.

  • Pedag�gicos: quadro, flanel�grafo, cartaz, gravura, �lbum seriado, slide, maquete.

  • Tecnol�gicos: r�dio, toca-discos, gravador, televis�o, v�deo cassete, computador, ensino programado, laborat�rio de l�nguas.

  • Culturais: biblioteca p�blica, museu, exposi��es.

O bom aproveitamento dos recursos did�ticos est� condicionado aos seguintes fatores:

  • capacidade do aluno;

  • experi�ncia do educando;

  • t�cnicas de emprego;

  • oportunidade de ser apresentado;

  • uso limitado, para n�o resultar em desinteresse.

Sele��o, adapta��o e confec��o

Na educa��o especial de deficientes visuais, os recursos did�ticos podem ser obtidos por uma das tr�s seguintes formas:

Sele��o Dentre os recursos utilizados pelos alunos de vis�o normal, muitos podem ser aproveitados para os alunos cegos tais como se apresentam. � o caso dos s�lidos geom�tricos, de alguns jogos e outros.

Adapta��o H� materiais que, mediante certas altera��es, prestam-se para o ensino de alunos cegos e de vis�o subnormal. Neste caso est�o os instrumentos de medir, como o metro, a balan�a, os mapas de encaixe, os jogos e outros.

Confec��o A elabora��o de materiais simples, tanto quanto poss�vel, deve ser feita com a participa��o do pr�prio aluno. � importante ressaltar que materiais de baixo custo ou de f�cil obten��o podem ser freq�entemente empregados, como: palitos de f�sforos, contas, chapinhas, barbantes, cartolinas, bot�es e outros.

Com rela��o ao uso, os recursos devem ser:

  • Fartos: para atender a v�rios alunos simultaneamente;

  • Variados: para despertar sempre o interesse da crian�a, possibilitando diversidade de experi�ncias;

  • Significativos: para atender aspectos da percep��o t�til (significativo para o tato) e ou da percep��o visual, no caso de alunos de vis�o subnormal.

Materiais b�sicos

Para alcan�ar desempenho eficiente, o aluno deficiente visual, especialmente o aluno cego, precisa dominar alguns materiais b�sicos, indispens�veis no processo ensino-aprendizagem. Entre esses materiais, destacam-se: reglete e pun��o, sorob� (�baco), textos transcritos em Braille e gravador cassete.

Na medida do poss�vel, o educando dever� usar m�quina de datilografia Braille, cujo rendimento, em termos de rapidez, pode mesmo ultrapassar o da escrita cursiva dos videntes.

A m�quina de datilografia comum pode ser utilizada pelo aluno deficiente visual, a partir da quarta s�rie, na apresenta��o de pequenos trabalhos escolares. Constitui-se num valioso recurso de comunica��o nas fases posteriores da aprendizagem e tem in�meras aplica��es na vida pr�tica e no desempenho de muitas profiss�es.

Para alunos de vis�o subnormal, na maioria dos casos, os recursos did�ticos mais usados s�o:

  • cadernos com margens e linhas fortemente marcadas e espa�adas;

  • l�pis com grafite de tonalidade forte;

  • caneta hidrocor preta;

  • impress�es ampliadas;

  • materiais com cores fortes e contrastantes.

Crit�rios

Na sele��o, adapta��o ou elabora��o de recursos did�ticos para alunos deficientes visuais, o professor dever� levar em conta alguns crit�rios para alcan�ar a desejada efici�ncia na utiliza��o dos mesmos, tanto para crian�as cegas como para as crian�as de vis�o subnormal.

Tamanho: os materiais devem ser confeccionados ou selecionados em tamanho adequado �s condi��es dos alunos. Materiais excessivamente pequenos n�o ressaltam detalhes de suas partes componentes ou perdem-se com facilidade. O exagero no tamanho pode prejudicar a apreens�o da totalidade (vis�o global).

Significa��o T�til: o material precisa possuir um relevo percept�vel e, tanto quanto poss�vel, constituir-se de diferentes texturas para melhor destacar as partes componentes. Contrastes do tipo: liso/�spero, fino/espesso, permitem distin��es adequadas.

Aceita��o: o material n�o deve provocar rejei��o ao manuseio, fato que ocorre com os que ferem ou irritam a pele, provocando rea��es de desagrado.

Estimula��o Visual: o material deve ter cores fortes e contrastantes para melhor estimular a vis�o funcional do aluno deficiente visual.

Fidelidade: o material deve ter sua representa��o t�o exata quanto poss�vel do modelo original.

Facilidade de Manuseio: os materiais devem ser simples e de manuseio f�cil, proporcionando ao aluno uma pr�tica utiliza��o.

Resist�ncia: os recursos did�ticos devem ser confeccionados com materiais que n�o se estraguem com facilidade, considerando o freq�ente manuseio pelos alunos.

Seguran�a: os materiais n�o devem oferecer perigo para os educandos.

Recursos did�ticos espec�ficos

Modelos

A dificuldade de contato com o ambiente, por parte da crian�a deficiente visual, imp�e a utiliza��o freq�ente de modelos com os quais podem ser razoavelmente superados problemas de: tamanho dos objetos originais, dist�ncia em que se encontram e impossibilidade de contato.

A melhor maneira de se dar ao aluno deficiente visual a no��o do que seja uma montanha, por exemplo, � mostrar-lhe um modelo deste acidente geogr�fico. Ainda que se considere a possibilidade de a crian�a subir a eleva��o, ter� ela apenas a id�ia do caminho percorrido.

Os modelos devem ser criteriosamente escolhidos e, sempre que poss�vel, sua apresenta��o ao aluno ser acompanhada de explica��es verbais objetivas. Objetos muito pequenos podem ser ampliados, para que se tornem percept�veis detalhes importantes. Objetos situados a grandes dist�ncias, inacess�veis portanto, precisam ser apresentados sob forma de modelos. O formato de uma nuvem, a forma do sol, da lua, s� podem ser apreendidos pelos alunos atrav�s de modelos miniaturizados.


Mapas

Os mapas pol�ticos, hidrogr�ficos e outros, podem ser representados em relevo ou, no caso do primeiro, por justaposi��o das partes (encaixe). Mapas em relevo podem ser confeccionados com linha, barbante, cola, cartolina e outros materiais de diferentes texturas. A riqueza de detalhes num mapa pode dificultar a percep��o de detalhes significativos.

Livro did�tico

O emprego de desenhos, gr�ficos, cores nos livros modernos vem dificultando de forma crescente sua transcri��o para o Sistema Braille. Este fato imp�e a ado��o de uma das seguintes solu��es:

  • adapta��o do livro para transcri��o em Braille;

  • elabora��o de livros especiais para cegos.

A primeira solu��o pode acarretar perda de fidelidade quanto ao original, da� a necessidade de tais adapta��es serem feitas por pessoa realmente especializada na educa��o de deficientes visuais. A segunda, embora atenda �s peculiaridades do aluno cego, � onerosa e lenta na elabora��o, decorrendo, assim, dificuldades em sua aplica��o quando inexistirem recursos materiais indispens�veis.

Livro falado

� o livro gravado em fitas cassete. De ampla utiliza��o no Brasil, constitui eficiente recurso como livro did�tico no segundo grau e no ensino superior. A utiliza��o do livro falado, no primeiro grau, deve limitar-se tanto quanto poss�vel, � literatura ou aos did�ticos de leitura complementar.

Avan�os tecnol�gicos

O grande avan�o tecnol�gico verificado nos �ltimos anos vem proporcionando, tamb�m � educa��o especial, recursos valiosos para o processo ensino-aprendizagem, inclusive com a utiliza��o de equipamentos de inform�tica. Entre esses recursos podem ser destacados:

Sistema de leitura ampliada: Circuito Fechado de Televis�o (CCTV)Apresenta-se monocrom�tico ou colorido, podendo ampliar at� 60 vezes o tamanho de um car�cter e funciona como perif�rico, acoplado a um microcomputador.

Programas (Softwares): Providos de recursos para amplia��o de caracteres, permitindo sua leitura em monitores, bem como sua impress�o.

ThermoformDuplicador de materiais, empregando calor e v�cuo, para produzir relevo em pel�cula de PVC.

Braille faladoMinicomputador, pesando 450g e dispondo de sete teclas atrav�s das quais o aparelho pode ser operado, para edi��o de textos a serem impressos no sistema comum ou em Braille. O Braille Falado, conectado a um microcomputador, pode ser utilizado como sintetizador de voz, transferir ou receber arquivos. Funciona ainda como agenda eletr�nica, calculadora cient�fica e cron�metro.

MicrocomputadorEquipamento que amplia recursos na �rea da educa��o especial, na vida pr�tica e em atividades profissionais dos deficientes da vis�o. Os computadores existentes no mercado, providos de programas espec�ficos e de diferentes perif�ricos, podem ser operados normalmente pelas pessoas cegas. Entre os perif�ricos, podem ser destacados:

Sintetizadores de vozConectados a um computador, permitem a leitura de informa��es exibidas em um monitor. Dentre as diferentes modalidades produzidas em outros pa�ses, inclusive com voz sintetizada na l�ngua portuguesa, destaca-se o DOSVOX, desenvolvido pelo N�cleo de Computa��o Eletr�nica da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Terminal Braille (Display Braille)Representa, em uma ou duas linhas, caracteres Braille correspondentes �s informa��es exibidas em um monitor. Os caracteres Braille s�o produzidos por pinos que se movimentam verticalmente em celas, dispostas numa placa, geralmente met�lica.

Impressora BrailleExistem hoje, no mercado mundial, diferentes tipos de impressoras Braille, seja para uso individual (pequeno porte) ou para produ��o em larga escala (m�dio e grande porte). As velocidades de produ��o s�o muito variadas. Essas impressoras, geralmente, podem imprimir Braille interpontado ou n�o em seis ou oito pontos, bem como produzir desenhos. Algumas impressoras Braille podem utilizar folha solta, mas a maioria funciona com formul�rio cont�nuo.

Scanner de MesaA transfer�ncia de textos impressos para microcomputadores (via scanner) vem alcan�ando ampla utiliza��o entre estudantes e profissionais deficientes da vis�o. O texto digita��li���zado pode ser lido atrav�s de um sintetizador de voz de um terminal Braille, impresso em Braille ou no sistema comum ampliado. O scanner pode ser operado com facilidade por um deficiente visual.

Sistema Operacional DOSVOXO N�cleo de Computa��o Eletr�nica da UFRJ (NCE) vem se dedicando � implementa��o de um sistema destinado a atender aos deficientes visuais que desejem utilizar computadores para desempenharem diferentes tarefas. Neste sentido, foram desenvolvidas as seguintes ferramentas computacionais:

  • sintetizador de voz port�til que possibilita a produ��o de fala, ainda que o computador n�o possua placa de som;

  • sistema operacional complementar ao DOS, destinado a produzir sa�da sonora com fala em l�ngua portuguesa;

  • editor de textos;

  • caderno de telefones, agenda de compromissos, calculadora, rel�gio, jogos etc.;

  • utilit�rios para acesso � INTERNET, para preenchimento de cheques e outros.

O Sistema DOSVOX alcan�ou ampla aceita��o em todo o Brasil, registrando-se v�rias centenas de usu�rios, muitos deles, estudantes de diferentes n�veis de escolaridade.

O Instituto Benjamin Constant mant�m cursos do Sistema Operacional DOSVOX, e possui um Laborat�rio de Pesquisa em Computa��o para Deficientes Visuais em coopera��o com a Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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Jonir Bechara Cerqueira e Elise de Melo Borba Ferreira s�o professores do Instituto Benjamin Constant.
Fonte: Revista do Instituto Benjamin Constant, Abril 2000

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15.Mar.2012 publicadopor MJA

Quais são os recursos pedagógicos?

Os recursos pedagógicos são, todas e quaisquer, ferramentas que integrem o momento e o ambiente de ensino, propiciando a aprendizagem. Por exemplo: quadros, canetas e folhas são recursos pedagógicos.

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