Quais são os principais problemas e desafios a serem enfrentados no campo do ensino de biologia?

DIFICULDADES NO ENSINO-APRENDIZAGEM DE BOT�NICA E POSS�VEIS ALTERNATIVAS PELAS ABORDAGENS DE EDUCA��O AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE

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Edinalva Alves Vital dos Santos�; Luiz Sodr� Neto�

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1Licenciada em Ci�ncias Biol�gicas pela Universidade Federal de Campina Grande/

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2Doutor em Ecologia e Recursos Naturais pela Universidade Federal de S�o Carlos, Professor da Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Educa��o e Sa�de, Cuit�-PB/ luiz.

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Resumo: O ensino-aprendizagem de Bot�nica em n�vel b�sico� marcado por aulas tradicionais e isto tem implicado de forma negativa na forma��o cientifica e pessoal relacionadas aos problemas que envolvem o estudo das plantas. Oobjetivo deste trabalho foi investigar poss�veis causas de dificuldades na aprendizagem do tema eenfatizar a import�ncia do uso de alternativas para promo��o da alfabetiza��o cient�fica por meio da abordagem da Educa��o Ambiental e da Sustentabilidade.Question�rios semiestruturados foram utilizados para a obten��o dos dados. Os resultados apontam dificuldades de aprendizagem possivelmente relacionadas �s metodologias de ensino que precisam ser melhoradas em termos de contextualiza��o.

Palavras chaves: Ensino, Aprendizagem, Bot�nica, Contextualiza��o.

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DIFFICULTIES IN TEACHING AND LEARNING BOTANY, AND POSSIBLE ALTERNATIVES THROUGH ENVIRONMENTAL EDUCATION AND SUSTAINABILITY APPROACHES

Abstract:Teaching and learning botany in basic education have been marked by traditional classes, and this impairs the scientific and personal formation related to the study of plants. This study aimed to investigate possible causes of difficulties in botany learning. It also sought to emphasize the importance of using alternatives to promoting scientific learning in botany classes through the Environmental Education and Sustainability approaches. Semistructured questionnaires were used as a method to obtain the data. The results indicate that the main difficulties of learning on the subject can be related to the teaching methodologies that need to be based in contextualization.

Keywords: Teaching, Learning, Botany, Contextualization.

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Ensino de Bot�nica, Educa��o Ambiental e Sustentabilidade

As diversas �reas do conhecimento abordadas no Ensino de Biologia exigem uma fragmenta��o na organiza��o dos conte�dos e na forma��o docente espec�fica. Isto frequentemente faz com que os professores individualizem tamb�m os conte�dos trabalhados em sala de aula, deixando uma lacuna no lugar das poss�veis associa��es, contextualiza��es e aplica��es entre os temas trabalhados em momentos diferentes. Consequentemente, este ensino fragmentado tende a escolarizar pessoas que mais tarde n�o conseguir�o associar o que foi estudado na escola aos problemas socioambientais do cotidiano.

Um desafioevidente � a forma��o do professor interdisciplinar na �rea das Ci�ncias Naturais, como discute Ara�jo (2016), na qual deve ser buscada a uni�o dos conhecimentos, n�o a fragmenta��o caracter�stica de um ensino marcado por metodologias tradicionais que priorizam principalmente o uso de aulas expositivas no ensino b�sico(GON�ALVES; MORAES, 2011), centradas no uso de conceitos e nomes dif�ceis (BATISTA; ARAUJO, 2015).

Particularmente no Ensino de Bot�nica, que abrange uma consider�vel gama de conte�dos das Ci�ncias Naturais, mais especificamente no Ensino de Ci�ncias e Biologia, h� uma considera��o de que esta �rea � uma das mais dif�ceis de compreender (MELO et al., 2012). A abordagem da bot�nica no Ensino M�dio tem se revelado de forma mais acentuada como sendo tecnicista e tradicional, com concep��es de ensino-aprendizagem ainda voltadas para um excesso de teoria, com a necessidade da memoriza��o de conceitos e nomes, n�o contribuindo para uma consider�vel apreens�o do conhecimento (BATISTA; ARAUJO, 2015, ROMANO; PONTES, 2016).

SegundoTowata, Ursi e Santos (2010), o ensino de bot�nica ainda � explorado de forma te�rica, com �nfase na reprodu��o das informa��es, falta de problematiza��o e contextualiza��o, implicando na falta de associa��o entre conhecimentos pr�vios e a constru��o de novos saberes. Silva et al. (2015) relatama import�ncia do trabalho com as informa��es pr�vias trazidas pelos alunos afim de mudar ou dar outros significados aos conceitos preexistentes. Neste sentido, vale refor�ar a ideia de mudan�a no desenvolvimento do Ensino de Bot�nica, para que este seja investigativo, problematizado e contextualizado, para que ele possa favorecer aprendizagem tamb�m pela reconstru��o do conhecimento dos alunos, envolvendo articula��es entre conte�dos conceituais, procedimentais e atitudinais, como destacam Coswosk e Giusta (2015) em sua pesquisa sobre pr�ticas investigativas.

O car�ter desestimulador do estudo das plantas, pelofato de se manterem distantes no que se refere � intera��o, mesmo fazendo parte da realidade do aluno (SILVA et al., 2015),� considerado contr�rio, por exemplo, ao da zoologia, em que os animais proporcionam maior dinamismo,intera��o e consequente atra��o da curiosidade dos alunos (ARRAIS; SOUSA E MARSUA, 2014). Al�m disso, as pr�ticas de ensino da �rea tamb�m s�o consideradas pouco atrativas ou, at� mesmo, engessadas, como citam Romano e Pontes (2016), sobretudo pela falta de equipamentos que auxiliem atividades capazes de motivarem os alunos.

Segundo Arrais, Souza e Masrua (2014), os problemas do Ensino de Bot�nicatamb�m s�o atribu�dos � falta de seguran�a dos professores quanto� abordagem do tema.Silva eGiliard-Lopes (2014) e Batistae Ara�jo (2015) apresentam tamb�m a preocupa��o composs�veis desfechos negativos doprocesso de ensino-aprendizagem de bot�nica.Para Melo et al. (2012) as dificuldades podem ser frutos de uma variedade de eventos:

[...], despertar nos alunos o interesse pela Bot�nica � um desafio em algumas salas de aula, principalmente se a proposta de ensino for baseada em m�todos convencionais, restritos aos livros did�ticos e aulas expositivas que n�o atendem a real situa��o � qual o estudante est� inserido. (MELO, et al. 2012, p. 2).

Discutir a respeito das dificuldades dos alunos em aprender bot�nica e relacion�-la a realidade torna-se relevante em fun��o das frequentes constata��es nas pesquisadas sobre a abordagem superficial no ensino da �rea, concentrado em conceitos e nomenclaturas (SILVA, 2008).

Partindo desta ideia, o papel do professor �fundamental na tentativa de desenvolver um ensino-aprendizagem de qualidade, embora haja o desafio permanente de encontrar atividades atrativas que desperte o interesse dos alunos e a falta de infraestrutura que subsidie o professor na realiza��o de aulas diferenciadas (TOWATA; URSI; SANTOS, 2010; RIVAS, 2012).O professor pode explorar m�todos simples e criativos que motivem a participa��o dos alunos e, por meio depequenas atitudes, pode mudar o rumo do ensino e consequentemente o da aprendizagem.

Uma possibilidade decontextualiza��o no estudo dabiologia vegetal� o trabalho da bot�nica com enfoque na Educa��o Ambiental(EA), afim de favorecer a forma��o cientifica de cidad�os conscientes e respons�veis pelasquest�es ambientais, com conhecimentos e habilidades de interven��o (RIVAS, 2012).Para Monteiro (2014), a EA � um campo aberto que deve abordar transversalmente todas as disciplinas, buscando alimentar os saberes cient�ficos e transcend�-los para al�m sala de aula, para permear os mais diversos ambientes com a��es de conscientiza��o e pr�ticas na defesa do meio ambiente e do desenvolvimento sustent�vel, com enfoque na preserva��o e conserva��o da biodiversidade.

Por meio da EA � poss�vel trabalhar a bot�nica taxon�mica,frequentemente aversiva para os alunos, com enfoque nas fam�lias vegetais amea�adas de extin��o e na conserva��o das esp�cies e seus ecossistemas.Apenas memorizar aspectos morfol�gicos para classificar fam�lias bot�nicas contribui pouco para uma aprendizagem com criticidade e percep��o para a sua realidade. Silva et al. (2014)complementam a ideia afirmando que:

No ensino dos conte�dos de bot�nica e de Ci�ncias de um modo geral � importante escolher atividades que exaltem a import�ncia do assunto para o indiv�duo e para o ambiente. � importante que haja o envolvimento dos diversos contextos econ�mico e socioambiental no ensino de ci�ncias, tal como destacando o uso das plantas nesses m�ltiplos aspectos, permitindo ao estudante compreender as rela��es entre o ser humano e a natureza mediada pela tecnologia, superando interpreta��es ing�nuas sobre a realidade � sua volta.

Aliada � EA, a sustentabilidadepode favorecer o ensinocontextualizado da bot�nica por meio da abordagem de esp�cies vegetais com valor econ�mico, os aspectos ecol�gicos, e os demais conhecimentosdo ponto de vista sustent�vel do uso e manejo destes recursos.

Diante do exposto o presente estudo teve como objetivos investigar causas de dificuldades de aprendizagem de Bot�nica, apresentadas por alunos da 2� s�rie do Ensino M�dio de uma escola estadual paraibana, e identificar conte�dos de dif�cil compreens�o para que sejam repensadas as atividades docentes voltadas para o tema, sugerindo-se o uso da EA e sustentabilidade como temas transversais nas aulas.

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Metodologia da Pesquisa

A pesquisa foi realizada em Maio de 2016, tendo como p�blico alvo alunos de duas turmas de Biologia da 2� s�rie do ensino m�dio, de uma Escola Estadual localizada na Cidade de Nova Floresta-PB. A escolha da s�rie � justificada pelo fato dos alunos estudarem conte�dos de bot�nica no respectivo ano. No total, 57 alunos participaram da pesquisa, de cunho explorat�rio e descritivo, seguindo os crit�rios de Gil (2008). Estes foram numerados, do 01 ao 57, aleatoriamente, na sequ�ncia livre de an�lises das respostas, para que facilitasse a refer�ncia aos estudantes no decorrer da discuss�o dos resultados.

Para coleta de dados optou-se pela utiliza��o de um question�rio por ser um instrumento de f�cil aplica��o, com baixo custo e acima de tudo por proporcionar facilidade na padroniza��o e compreens�o dos dados (LAKATOS; MARCONI, 2003). Lakatos e Marconi (2010) destacam que os gr�ficos podem evidenciar aspectos visuais dos dados, de forma clara, o que facilita compreens�o.

O question�rio semiestruturado foi constitu�do por cinco quest�es que apresentavam alternativas e pediam a justificativa para a resposta escolhida. As perguntas envolveram dificuldades de compreens�o, dificuldades no ensino, interesse pelo estudo das plantas, e trabalho do professor em aulas te�ricas e pr�ticas, respectivamente. Ap�s an�lise, algumas das justificativas apresentadas foram transcritas,exatamente como foram escritas pelos estudantes, e discutidas no texto.

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An�lise e Discuss�o dos Resultados

Os dados apresentados nos gr�ficos seguintes correspondem � concep��o dos alunos participantes quanto aos aspectos do processo de ensino aprendizagem em bot�nica.

Figura 1. N�mero de respostas sim e n�o relacionadas � dificuldade de compreens�o da Bot�nica no Ensino M�dio.

Nesta primeira quest�o,sobre as dificuldades em compreender os conte�dos de bot�nica, 35 alunos marcaram a resposta sim, evidenciando, pela expressividade num�rica, a exist�ncia de poss�veis entraves que tem prejudicado a aprendizagem do tema. Os alunos justificam esta dificuldade, relatando que s�o muitas plantas com nomes complicados de dif�cil compreens�o:

�Devido ser muitas esp�cies e g�neros, � dif�cil aprender o nome, esp�cie g�nero de todos�(coment�rio do aluno 08).

�Existe v�rios tipos de plantas diferentes ai fica complicado entender os nomes� (coment�rio do aluno 57)

�Tem alguns nomes complexos que acaba dificultando o entendimento do assunto�(coment�rio do aluno 03)

Foi poss�vel perceber pelas transcri��es acimaque os alunos se referem � taxonomia e �s nomenclaturas das plantas,normalmente exploradas em sala de aula por meio de modalidades te�ricas expositivas, nas quais o aluno se torna um sujeito passivo. Neste ambiente n�o h� intera��o nem associa��o da realidade dos estudantes com os conte�dos estudados. Sobre isto, Silva (2008) comenta:

Considerando-se o ensino da bot�nica desenvolvido nos dias atuais � poss�vel dizer que este �, em sua grande parte, feito por meio de listas de nomes cient�ficos e de palavras totalmente isoladas da realidade, usadas para definir conceitos que possivelmente nem ao menos podem ser compreendidos pelos alunos e pelos professores. Soma-se a isso a confirma��o desta especializa��o impressa nos livros did�ticos, com conte�dos te�ricos espec�ficos e complexos, cada vez mais distantes da realidade de alunos e professores (Silva, 2008, p.27).

Isso pode ser tamb�m o reflexo da incompreens�o das partes envolvidas, frente a uma teoria complexa desassociada de uma complementaridade metodol�gica que subsidie o professor na pr�tica deensino. A dificuldade no ensino, quando se trata de Bot�nica, foi destacada pelos estudantes na quest�o 2 (Figura 2).

Figura 2. N�mero de respostas sim e n�o relacionadas � dificuldade no ensino de Bot�nica, percebida pelos estudantes participantes.

Sobre as poss�veis dificuldades percebidas, os alunos comentaram nas justificativas:

�Sentia dificuldade sim, pois os assuntos era s� na te�rica e n�o na pratica� (coment�rio do aluno 43).

�Dificuldade: pois era um assunto pouco avaliado nas aulas� (coment�rio do aluno 01).

Refletindo sobre o que relataram os alunos nas suas justificativas, sup�e-se que o ensino da bot�nica continua caracterizado principalmente pela preval�ncia de aulas expositivas, com �nfase na morfologia, na fisiologia e na classifica��o das plantas de maneira fragmentada. � emergente, portanto, que o ensino das plantas n�o seja pontuado, mas que os professores fujam de metodologias tradicionais e usem do livro did�tico como uma ferramenta de aux�lio para a consolida��o dos conhecimentos trabalhados de forma integrada com aspectos ecol�gicos da vegeta��o local, com a import�ncia e o uso das respectivas plantas, e com as consequ�ncias das rela��es com o meio ambiente e a vida humana.

Ter conhecimento sobre as dificuldades e tamb�m os conhecimentos pr�vios dos alunos frente a um conte�do em explora��o talvez seja a porta de entrada para buscar por novas estrat�gias que favore�a a constru��o do conhecimento destes alunos. Nesse aspecto, Silva e Ghilardi-Lopes (2014) destacam que:

Uma vez conhecida toda esta problem�tica relacionada ao ensino de diversidade vegetal, � importante que o professor proponha atividades pr�ticas ou mude sua forma de abordar o conte�do. Antes disso, seria interessante se o professor conseguisse identificar entre seus alunos quais s�o as principais dificuldades por eles apresentadas utilizando a estrat�gia dos organizadores pr�vios. (SILVA; GHILARDI-LOPES, 2014).

Quando questionados sobre o interesse pelo estudo das plantas, a grande maioria dos estudantes (48) respondeu que sim,ou seja, que h� interesse pelo estudo do tema,enquanto os outros (09) responderam que n�o tinham interesse em estudar bot�nica (Figura 3).

Figura 3. N�mero de respostas sim e n�o relacionadas ao interesse pelo estudo das plantas.

Os alunos que responderam sim justificam, de modo geral,que gostam do tema por considerar interessantee que o tema faz parte do seu conv�vio, como pode ser percebido nas transcri��es abaixo:

�� interessante voc� entender como as plantas funcionam, para que serve cada parte da planta, e observar suas caracter�sticas. Acho importante.� (Coment�rio do aluno 28)

�Pois se trata das coisas que vivo no sitio, pois plantas est�o em todos os lugares.� (Coment�rio do aluno 43).

�Porque � legal voc� saber de onde aquela planta �, os benef�cios que ela traz ao meio ambiente e para n�s e tamb�m os malef�cios algumas apresentam.� (Coment�rio do aluno 46)

�Porque � algo do nosso mundo convivemos com as plantas � preciso conhece-las e saber como funciona cada esp�cie para que venhamos cuidar mais�. (Coment�rio do aluno 53)

�O estudo das plantas nos faz refletir a import�ncia que tem a natureza (Coment�rio do aluno 55).

�Diante das justificativas dos alunos, � notada a import�ncia da associa��o da viv�ncia como um a forma de associar a realidade aos temas estudados. Isto pode fazer com que estes alunos gostem do trabalho em sala de aula, independentemente do conte�do abordado. Al�m disso, � demonstrada a preocupa��o com o bem-estar social e ambiental.

No trabalho realizado por Batista e Ara�jo (2015), tamb�m com alunos do Ensino M�dio, 68% deles afirmaram gostar dos conte�dos de bot�nica,corroborando os dados apresentados no presente artigo. Partindo da an�lise desses resultados, parece que os entraves no ensino-aprendizagem de bot�nica reportados nos estudosn�o s�oconsequentes do desinteresse por esta �rea, mas possivelmente, como j� mencionado, dos conte�dos desassociados da realidade ou pela falta de contextualiza��o com a viv�ncia dos estudantes. Contudo, apesar da express�o num�rica das pesquisas, vale ressaltar que os dados apenas indicam uma tend�ncia, pois muitos participantes ao preencherem os question�rios n�o apresentam interesse em contribuir com a pesquisa epodem interferir na interpreta��o da realidade.

Os estudantes que justificaram o n�o gostar da bot�nica referiram-se ao fato de ser um assunto chato e de n�o conseguirem entender, inclusive biologia, no geral:

�Esse assunto � muito chato n�o d� pra entender nada� (Coment�rio do aluno12)

�Porque eu entendo nada sobre plantas e nem de biologia� (Coment�rio do aluno 39).

����������� Isso pode estar associado � pr�tica de ensino adotada pelos professores, mais especificamente � falta de contextualiza��o ou de est�mulo � associa��o com situa��es do cotidiano nas suas aulas. Outro fator que pode ser determinante � a considera��o dos conhecimentos pr�vios dos estudantes como ponto de partida para o desenvolvimento das aulas. Se isto n�o acontece, h� uma probabilidade maior de limitar a participa��o dos estudantes e consequentemente deixar de estimular o di�logo durante as aulas.

No que diz respeito aos tipos de aulas ministradas pelos professores para abordar os conte�dos de bot�nica, dos 57 alunos entrevistados, 53 responderam que apenas aulas te�ricas s�o utilizadas enquanto 04 deles mencionaram aula pr�tica (Figura 5).

Figura 5.Respostas dos alunos sobre � modalidade de ensino empregada pelos professores para ministrar os conte�dos de Bot�nica.

Mesmo com o crescente n�mero de publica��es de estudos sobre o ensino-aprendizagem, as evidentes causas de dificuldades e as propostas para melhoria, ainda permanece o uso de aulas te�ricasfrequentemente voltadas para a defini��o de conceitos espec�ficos que n�o contribui para forma��o de cidad�o cr�ticos e ativos na resolu��o de problemas do seu entorno.Na tentativa de mudar este cen�rio, uso de espa�os diferenciados pode melhorar o processo de ensino de aprendizagem no ensino b�sico (BATISTA E ARA�JO, 2015).

Apesar de a educa��o escolar brasileira apresentar significativos avan�os, ela � tamb�macompanhada de v�rios entraves como a infraestrutura prec�ria de muitas escolas. Mas esta constata��o muito presente nas publica��es n�o deve ser justificativa para o professor limitar as suas a��es como mediador do conhecimento.Nesse contexto, Silva et al. (2015) revelam que:

�Nas escolas p�blicas, principalmente, s�o not�rias as dificuldades na realiza��o de atividades pr�ticas de qualidade. Apesar das condi��es prec�rias apresentadas pela maioria das escolas com rela��o a falta de materiais did�ticos e espa�o para atividades de laborat�rio, � poss�vel contornar esses problemas ou parte desses, fazendo adapta��o de ambientes para aula pr�tica e utilizando materiais de baixo custo. Essas a��es proporcionam aprendizado mais eficiente e motivador do que as tradicionais aulas meramente expositivas.

O trabalho em campo tamb�m pode ser essencial na aprendizagem do tema, como consideramSchwanteset al. (2013) quando enfatizam a import�ncia dessa modalidade no ensino da Bot�nica por permitir o contato direto do educando com o fato, fen�meno ou conceito a ser assimilado ou modificado na estrutura de conhecimentos j� existente no mesmo.

Considera��es Finais

Os estudantes do Ensino M�dio, participantes da pesquisa, demonstraram estar cientes das dificuldades encontradas por eles e as poss�veis dificuldades encontradas pelos seus professores de Biologia quando a Bot�nica � trabalhada, apesar de as dificuldades n�o serem exclusividade desta �rea do conhecimento.

� presum�vel que nem toda pesquisa realizada traga uma resposta para a problem�tica trabalhada, o que eventualmente n�o colabora muito para a resolu��o dos problemas identificados. Contudo � importante considerar que as pesquisas realizadas nas escolas brasileiras, a partir dosresultados, podem subsidiar a buscar porestrat�gias did�ticas sugeridas que proponham integra��o dos alunos e contextualiza��odos conte�dos ministrados.

����� Diante dos resultados conclui-se que as principais dificuldades enfrentadas pelos alunos em compreender Bot�nica �reflexo de um ensino marcado prioritariamentepor aulas te�ricas e pela explora��o subvalorizada e descontextualizada da realidade.

��������� Por fim, cabe ressaltar que os problemas do ensino-aprendizagem no contexto escolar,mais especificamente os levantados neste artigo, sobre o ensino da Bot�nica, permanecem em evid�ncia pela continuidade da pr�tica docente tradicional. � preciso, portanto, enfatizar a necessidade de mudan�as na forma��o inicial e continuada dos professores, como tamb�m na melhoria de infraestrutura dos espa�os escolares, dentre outras particularidades. Quanto aos aspectos das modalidades did�ticas possivelmente adotadas pelos professores, sugere-se que, independentemente do tipo de aula usada, o professor seja comprometido em contextualizar, partindo das situa��es cotidianas que necessariamente exigem atitudes fundamentadas na EA na sustentabilidade.

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