Quais são as consequências da resistência bacteriana?

Quais são as consequências da resistência bacteriana?

A resistência aos antibióticos é um dos maiores desafios de saúde pública atual. Segundo relatório da ONU, até 2050, pelo menos 10 milhões de pessoas podem morrer por contraírem uma infecção resistente a antibióticos.

Uma lista crescente de infecções como pneumonia, tuberculose, gonorreia e doenças transmitidas por alimentos estão se tornando mais difíceis de tratar à medida que os antibióticos se tornam menos eficazes.

Por isso, neste artigo, você vai conhecer como funcionam os antibióticos e os mecanismos que, nas bactérias levam a um aumento da resistência.

Continue a leitura para saber mais!

Como surge a resistência aos antibióticos?

Os antibióticos são medicamentos usados para tratar infecções bacterianas. A resistência ao medicamento é potencializada pelo mau uso ou administração excessiva de antibióticos, bem como a falta de popularização de novos fármacos pela indústria farmacêutica.

Utilizado de maneira errada, o antibiótico impulsiona a evolução das superbactérias. A resistência pode ocorrer espontaneamente por meio de mutação, mas esta não é a única forma. 

Os antibióticos, quando mal administrados, eliminam apenas as bactérias mais sensíveis às drogas. As mais resistentes, como resultado da seleção natural, permanecem no corpo do indivíduo infectado.

Algumas pesquisas científicas na área têm apontado que um fator importante para o aumento da resistência a antibióticos é a falha nas dosagens. O fato de a mesma dose ser recomendada e administrada para todos os pacientes, desconsiderando suas características particulares, pode comprometer muito a eficácia desses medicamentos.

Quais são as consequências da resistência bacteriana?
 

Como as bactérias se tornam mais resistentes?

Para entender como o uso inadequado de antibióticos pode resultar na alteração genética bacteriana precisamos recordar as formas de atuação desse tipo de medicamento:  

  • destruição da parede celular bacteriana: alguns tipos de antibiótico têm ação direta na estrutura da parede celular;
  • inibição de cromossomos: há também medicamentos que impedem que os genes responsáveis pela reprodução das bactérias se tornem inativos;
  • alteração da permeabilidade da membrana plasmática: essa forma de atuação impede a síntese proteica bacteriana.

Com isso, a resistência bacteriana à ação de antibióticos está relacionada a mecanismos, desenvolvidos pela própria bactéria, para impedir a ação do medicamento.

Ela é determinada pela existência e expressão de genes conhecidos como genes de resistência, que determinam o funcionamento dos mecanismos responsáveis pelo impedimento da ação antibiótica. 

A resistência das bactérias aos antibióticos é resultado de mudanças na estrutura genética desses organismos. Esse processo pode acontecer, basicamente, de duas formas:

  • mutações genéticas aleatórias e consequente seleção natural (genes de resistência que fazem parte de unidades de DNA chamadas de transposons); e
  • aquisição de material genético de outro organismo, como vírus ou outras bactérias (trocas e recombinações de DNA cromossômico entre espécies).

Os principais mecanismos de resistência bacteriana conhecidos são: 

  • produção de enzimas que destroem ou modificam a ação dos antibióticos;
  • redução da permeabilidade da membrana externa;
  • sistemas de efluxo hiperexpressos (excreção de substâncias tóxicas);
  • alteração, bloqueio ou proteção do sítio alvo do antibiótico.

A melhor maneira de prevenir a resistência aos antibióticos é incentivar seu uso responsável, além da adoção de condutas preventivas.

Autores

  • Isamara Santos Silva
  • Rosa Layse Saboya Melo
  • Crisley Crivanny Silva de Souza Nascimento
  • Mayanne Santos Sousa
  • Rosa Caroline Mata Verçosa

Palavras-chave:

Consumo abusivo de medicamentos, Educação e saúde, Educação Continuada em Farmácia, Resistência microbiana

Resumo

Introdução: Resistencia bacteriana é capacidade da bactéria em resistir ação dos antibióticos que eram utilizados para tratá-las. Isso acontece quando o indivíduo faz uso de uma medicação de forma irracional devido à banalização de vendas dos fármacos. No Brasil, a ANVISA regulamenta que para a venda de antibióticos é essencial uma receita especial em duas vias, objetivando impedir vendas inadequadas. Objetivo: Informar os fatores que contribuem para resistência bacteriana aos antibióticos e suas consequências. Material e métodos: Trata-se de uma revisão literária de caráter descritivo realizada em dezembro de 2019. Os dados foram coletados de revistas e periódicos da internet através da base de dados SCIELO e BVS, abrangendo o período de 2014 a 2018. Foram selecionados os artigos que atendiam a temática abordada. Resultados: A prescrição ideal de um medicamento se faz através de orientação médica e com base na detecção do microrganismo e sua suscetibilidade bacteriana. Entretanto, a dificuldade na oferta do serviço de saúde, a influência de propagandas e de alguém próximo, ou subsidiado por vendedores mal capacitados de drogarias que não falam sobre o uso nocivo da medicação, o indivíduo se automedica por instinto e expõem sua saúde a riscos. Tais atos levam a ineficácia do antibiótico e a resistência bacteriana. Sem o tratamento adequado a doença prevalece e as bactérias sobreviventes à ação do fármaco são capazes de gerar bactérias resistentes, tornando-se um problema a saúde pública baseado no fato de que a indústria farmacêutica leva anos de pesquisas para desenvolver novos medicamentos para combater às superbactérias. Conclusão: Nota-se que o uso de antibióticos deve ser racionalizado. O indivíduo deve sempre procurar orientação médica para obter o tratamento adequado de sua enfermidade. Deve-se investir na educação em saúde, enfatizando o uso correto das medicações transpassadas por profissionais de saúde habilitados, seguindo a regulamentação da ANVISA.

Quais são as consequências da resistência bacteriana?

Como Citar

Santos Silva, I. ., Saboya Melo, R. L. ., Silva de Souza Nascimento, C. C. ., Santos Sousa, M., & Mata Verçosa , R. C. . (2020). FATORES QUE CONTRIBUEM PARA RESISTÊNCIA BACTERIANA A ANTIBIÓTICOS E SUAS CONSEQUÊNCIAS. Revista Multidisciplinar Em Saúde, 1(1), 24. Recuperado de https://editoraime.com.br/revistas/index.php/rems/article/view/109

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Quais são as consequências da resistência bacteriana?

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Quais as consequências da resistência bacteriana?

A resistência antimicrobiana (RAM) compromete a eficácia da prevenção e do tratamento de um número crescente de infecções por vírus, bactérias, fungos e parasitas. A RAM representa uma ameaça crescente à saúde pública mundial e requer ações de todos os setores do governo e da sociedade.

Quais são as principais causas da resistência bacteriana?

Os principais mecanismos de resistência bacteriana conhecidos são:.
produção de enzimas que destroem ou modificam a ação dos antibióticos;.
redução da permeabilidade da membrana externa;.
sistemas de efluxo hiperexpressos (excreção de substâncias tóxicas);.
alteração, bloqueio ou proteção do sítio alvo do antibiótico..

Qual a consequência do surgimento de bactérias resistentes para a saúde pública?

Segundo a OMS, a cada ano, cerca de 700 mil pessoas morrem, em todo o mundo, devido a infecções resistentes aos antimicrobianos. Doenças comuns, como infecções respiratórias, urinárias e infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) poderão se tornar intratáveis com os medicamentos disponíveis.

Quais as consequências da resistência bacteriana a antibióticos podem gerar para a saúde da população de um país?

A resistência eleva os custos de tratamentos, prolonga a permanência dos pacientes nos hospitais e pode aumentar índices de mortalidade. Conforme os antibióticos vão se tornando ineficazes, o número de infecções que se tornam mais difíceis de tratar tende a aumentar.