Neste 7 de setembro, a Rede Nacional de Rádio apresenta série especial que conta a história de personagens importantes no processo de independência do país. Show Intitulada Heróis e Heroínas da Independência, a série traz dez programetes sobre brasileiros e brasileiras que tiveram atuação decisiva no processo de emancipação do país. Todo o material pode ser reproduzido, de graça, por qualquer emissora de rádio do país. A série também será veiculada na programação da Rede Nacional de Rádio, distribuída via satélite, pelo mesmo sinal da Voz do Brasil, até o dia 8 de setembro, às 14h03 e às 18h. Conheça aqui brasileiros e brasileiras que foram importantes para a independência do Brasil: Sepé Tiaraju - No final do século 18, o índio guarani despontou como líder das forças missioneiras na Guerra Guaranítica pelas terras do Sul do país. Tinha horror à escravidão e até hoje é venerado como santo no Rio Grande do Sul. Frei Caneca - Foi um dos principais líderes da Revolução Pernambucana contra a dominação portuguesa em 1817. Também esteve à frente da Confederação do Equador, que rejeitava a constituição conservadora outorgada por dom Pedro I em 1824. Domingos José Martins - Foi um dos mentores da Revolução Pernambucana em 1817. Comerciante bem-sucedido, não concordava com altos impostos e desmandos de Portugal no Brasil Colônia. Ajudou a difundir os ideais de liberdade em reuniões no Recife, em Salvador e no Rio de Janeiro. Luís Gonzaga das Virgens e Veiga - Ele foi um dos líderes da Conjuração Baiana - revolta popular que mobilizou a Bahia em 1798 contra o sistema colonial português. Negro e neto de escravos, deixou de ser promovido na carreira militar por causa dos ideais republicanos e acabou sendo enforcado. Cipriano Barata - Nasceu em Salvador e se formou médico em Portugal, onde conheceu as ideias iluministas. Dedicou-se à política e à imprensa, e foi preso diversas vezes sob acusação de ser “inimigo do imperador”. Joana Angélica - No início do século XIX, a religiosa baiana foi protagonista de um dos episódios mais dramáticos nas batalhas pela independência do Brasil. Ela morreu defendendo o Convento da Lapa, em Salvador, contra o ataque dos soldados portugueses. Maria Felipa- Na Ilha de Itaparica, perto de Salvador, a pescadora conseguiu vencer a tirania dos portugueses com sua força e inteligência. Era descendente de negros escravizados do Sudão, e se vestia com batas e turbantes. Maria Quitéria - Foi a primeira mulher a integrar o Exército, na campanha da Bahia pela independência do Brasil. Contra a vontade do pai, fugiu de casa para se alistar, vestida com as roupas do cunhado. Bárbara Heliodora - No final do século XVIII, o Brasil Colônia sofria com os desmandos de Portugal. Em Minas Gerais, um grupo de intelectuais e comerciantes mineiros se uniu para defender os ideais de liberdade do povo brasileiro. Entre eles, estava Bárbara Heliodora, considerada a primeira poetisa do país e primeira mulher a participar de um movimento político. Bárbara de Alencar - Avó do escritor José de Alencar e matriarca de uma família de revolucionários em um Nordeste marcado pelo patriarcado, em 1817, proclamou e assumiu a presidência da República do Crato, no interior do Ceará. Por defender os ideais separatistas, entrou para a história como primeira presa política do país. Universidade de São Paulo Disciplina: Ensino de História: Teoria e Prática Sequência Didática Título: Simón Bolívar e a figura do herói. Tema: A construção e desconstrução da figura do herói ao longo da História, descrição passada e contemporânea. O imaginário popular e a propaganda política através de ícones. Público Alvo: O assunto, que é específico, mas se encontra inserido dentro de um mais abrangente, o da Independência da América, deve ser tratado preferencialmente com os alunos que já tiverem noções desses processos de emancipação, a partir especialmente do 7º ano do ensino fundamental ao ensino médio. Objetivos: o tema propõe uma reflexão acerca da imagem de um indivíduo que, em dado momento histórico, foi importante e como essa imagem pode ser construída pelo imaginário popular, pela propaganda e da mesma forma distorcida de acordo com interesses políticos da época ou mesmo por questões de revisionismo histórico. Atividades: a sequência faria parte de uma aula dentro do tema da Independência da América, mas podendo também ser utilizada em outros contextos de discussão que considerassem essa questão da figura do herói. O conteúdo selecionado abrange possivelmente apenas uma aula (50-60 min), que parece suficiente para a discussão do tema. Apresenta-se também uma pequena sugestão bibliográfica para auxiliar na produção de mais aulas sobre História da América.
Atividades sugeridas:
Assim como as imagens de exemplo, a grande maioria dos retratos de Simón Bolívar tem o semblante decidido, forte, valente - as vestes são sempre do exército e também por isso com destaque de cor vermelha, que realça a impressão de força que a figura passa. O Bolívar representado nas telas é sempre austero, um guerreiro. Ele é o libertador, o grande general, então sempre a indumentária militar e alguma arma de guerra, como a espada, vão aparecer junto com ele, o cavalo também é considerado o grande elemento que acompanha a figura do herói quando retratado em uma tela, enfim, vários elementos dessa construção de imagem podem ser abordados; o professor deve se atentar a esses detalhes e explicar aos alunos os significados, se eles não conseguirem chegar a conclusões ou idéias desse intuitivamente. Dados importantes sobre Bolívar na lutas pela Independência:
Pelos seus feitos como libertador Bolívar tornou-se a figura ícone da Independência na América Hispânica, posteriormente sendo homenageado até com o nome de uma dessas nações independentes: a Bolívia. Sua estratégia para as lutas de independência foi guiada pelo militarismo e acabou não adotando uma política antiescravista, porque precisava da ajuda da elite (que era escravocrata) para a luta da Independência. No que diz respeito a política pós-independência, Bolívar acreditava que só a união da América poderia ajudar a desenvolver as recém emancipadas repúblicas, era a idealização de uma Liga Americana. Atividade: Leitura comparada O Herói, o Apogeu e a Queda.
Sugestão de leituras:
“Carta da Jamaica”
___________________________________________________ 1 Bolívar, Simón. Obras completas. Vol 1, p. 159-74. reais; não éramos, finalmente, nem magistrados, nem financistas e quase que nem ainda comerciantes; tudo em contravenção direta de nossas instituições. Quando as águias francesas respeitaram apenas os muros da cidade de Cádiz e, com seu vôo, levaram de roldão os frágeis governos da península, aí então nos vimos na orfandade. Antes já havíamos sido entregues à mercê de um usurpador estrangeiro; depois, lisonjeados com a justiça que nos era devida e com esperanças atraentes, sempre burladas; por último, incertos sobre nosso destino e futuro e ameaçados pela anarquia, por ausência de um governo legítimo, justo e liberal, precipitamo-nos no caos da revolução. No primeiro momento cuidou-se apenas de estabelecer a segurança interior contra os inimigos que se encontravam entre nós. A seguir providenciou-se a segurança exterior; erigiram-se as autoridades que substituíssem as que acabávamos de depor e se encarregassem de dirigir a nossa revolução e de aproveitar a conjuntura feliz em que fosse possível estabelecer um governo constitucional, digno do presente século e adequado à nossa situação. Todos os novos governos registraram entre suas primeiras medidas o estabelecimento de juntas populares. Estas elaboraram em seguida regulamentos para a convocação de congressos que produziram alterações importantes. A Venezuela erigiu um governo democrático e federal, declarando previamente os direitos do homem, mantendo o equilíbrio dos poderes e estatuindo leis gerais em favor da liberdade civil, de imprensa e outras; finalmente, constituiu-se um governo independente. A Nova Granada seguiu uniformemente os procedimentos políticos e todas as reformas que fez a Venezuela, estabelecendo como base fundamental de sua Constituição o sistema federal mais radical que jamais existiu; recentemente aperfeiçoou-se no tocante ao poder executivo geral, que obteve todas as atribuições que lhe correspondem. Nesse documento, através desses trechos escolhidos ou não sua íntegra, pode-se perceber as idéias políticas de Bolívar, quais são suas perspectivas para América Hispânica, as possíveis e as utópicas. O professor pode utiliza-lo para fazer uma leitura atenta com os alunos de forma que estes identifiquem essas principais idéias e mesmo consigam perceber o ‘estado de espírito’, o ânimo, daquele que escreve, para depois comparar com outro escrito de Bolívar posterior (na íntegra), que segue abaixo: Carta ao general Juan José Flores
Podemos perceber, através dessa segunda carta, a grande mudança de idéias de Bolívar, seus ideais a perseverança com que lutou pela independência das republicas hispano-americanas dá lugar ao tom derrotista, desgostoso, de quem desistiu da luta a ponto de não ver mais sentido nela. ____________________________________________________________________ 2 Reproduzido de Bolívar, Simón. Obras completas. Vol III p. 501-2. É esse tipo de escrito que lemos de ‘heróis’? Através dessas reflexões o professor pode ajudar os alunos a tentar montar a personalidade do herói.
Essa seqüência didática toca em um assunto bem complexo, que é mesmo o da idolatria, mas, apesar de isso ser abordado, não se pretende fazer nenhuma super explicação desse fenômeno tão profundo e caçar suas verdadeiras causas e efeitos, seria necessário muito mais espaço e tempo. O que se pretende é tentar levantar questionamentos acerca de figuras que passam a ser admiradas a ponto de virarem mito e entender um pouco dessa questão racionalizando os porquês. É curioso mencionar que essa admiração pode ser exemplificada até mesmo por Bolívar, que tinha muitas pessoas a quem admirava pelo seu poder político, mas quem mais lhe chamava atenção era Napoleão Bonaparte, do qual, enquanto esteve na Europa, Bolívar viu todas as coroações e procurava estar sempre perto, tamanha admiração da figura do imperador da França. Os ídolos também têm ídolos.
“Era o fim. O general Simón José Antonio de la Santíssima Trinidad Bolívar y Palácios ia embora para sempre. Tinha arrebatado ao domínio espanhol um império cinco vezes mais vasto que as Europas, tinha comandado vinte anos de guerras para mantê-lo livre e unido, e o tinha governado com pulso firme até a semana anterior, mas na hora da partida não levava sequer o consolo de acreditarem nele”. Na época de suas conquistas Bolívar era reconhecido pelos seus feitos, no seu governo acabou por descontentar alguns e foi criticado, julgado e até esquecido e tido como ruim. Hoje o que lembramos é dele como ídolo. Isso mostra que ao longo do tempo uma mesma figura pode ser vista de várias formas, só provando o quanto a história é dinâmica: ela é passado, mas o passado também muda, porque o analisamos sempre com perspectivas diferentes, que são peculiares do presente que vivemos. Esse é um assunto também interessante de ser abordado pelo professor durante a aula, e que pode ajudar e guiar os alunos à própria Metodologia da História, uma vez que saber História não é decorar acontecimentos e fatos, mas pensar sobre eles, pensar sobre como pensaram eles, etc. Atividade: Análise de artigos jornalísticos.
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Ex-militar participou da independência de vários países sul-americanos.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, mandou exumar os restos mortais do líder revolucionário Simón Bolívar para constatar se a causa da morte apontada pelos livros de História é verdadeira. Chávez escreveu na internet que acompanhou pessoalmente o trabalho de exumação durante a madrugada desta sexta-feira (16). Simón Bolívar era um militar venezuelano, que foi responsável pela independência de vários países sul-americanos. Morreu em 1830 de tuberculose, de acordo com os livros de História. Chávez desconfia dessa versão. Ele acredita que seu herói tenha sido vítima de uma conspiração e tenha morrido assassinado por um general colombiano. A oposição achou a iniciativa descabida e disse que o presidente deveria se preocupar com os problemas atuais do país. Um deles envolve justamente a Colômbia, que acusou, na quinta-feira, 15, o governo de Chávez de abrigar vários líderes das Farc na Venezuela. Chávez negou as acusações e disse que o presidente Alvaro Uribe quer impedir que as relações entre os dois países voltem ao normal. Em sinal de protesto, chamou de volta a Caracas o embaixador venezuelano em Bogotá.
Hugo Chávez participa de ato simbólico em homenagem a Simon Bolívar. Foto: AFP
Caracas - O presidente venezuelano, Hugo Chávez, voltou a fechar, este sábado, o sepulcro do Libertador Simón Bolívar, herói da independência de vários países sul-americanos no século XIX, cujos restos haviam sido exumados na semana passada para analisar as causas de sua morte. "Bolívar dignificado pelas mãos do nosso povo e dos nossos soldados. Aqui Bolívar, sua ossada histórica, hoje vive para sempre", disse Chávez ao presidir uma cerimônia no Panteão Nacional de Caracas, por ocasião dos 227 anos de nascimento do Libertador.
Em seguida, Chávez colocou sobre o caixão uma nova bandeira, bordada exclusivamente na Venezuela, com oito estrelas, como havia decretado Bolívar em 1819. "Não será uma bandeira improvisada como a que a burguesia colocou aqui, trancada, prisioneira como estavam prisioneiros os teus restos, como estava prisioneiro o teu pensamento, lastimado", acrescentou. Os restos enterrados no Panteão de Caracas foram exumados na semana passada de forma inesperada pelo governo, alegando querer se certificar de que pertencem à Bolívar, determinar as causas de sua morte e preservar melhor sua ossada.
_________________________________________________________________________________________________________________ Atividade: associação de personagens e fatos.
Bibliografia auxiliar:
Quais os principais líderes da independência da América espanhola?Os dois dos maiores líderes criollos da independência foram Simon Bolívar e José de San Martin. Organizando exércitos pelas porções norte e sul da América, ambos sequenciaram a proclamação de independência de vários países latino-americanos.
Quem influenciou a independência da América espanhola?A independência da América Espanhola foi influenciada pelas ideias iluministas, a independência dos Estados Unidos e a invasão da França à Espanha.
Quais os principais acontecimentos da independência da América espanhola?Resumo da Independência da América Espanhola. Repressão da metrópole em todos os contextos.. Enfraquecimento da Espanha pela expansão Napoleônica.. Influência do Iluminismo.. Liberalismo e capitalismo do USA: substituir o pacto colonial pelo livre comércio.. Financiamento Inglês.. Apoio militar do Haiti.. Quem eram e qual a importância dos criollos no processo de independência da América espanhola?Os criollos, que temiam mais do que tudo as rebeliões populares, tiveram então de organizar sua luta pela independência colonial, ao mesmo tempo em que submetiam as massas populares, garantindo, assim, a manutenção dos seus privilégios.
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