Quais foram as mudanças que Dom João implementou no Rio de Janeiro?

O dia em que a Família Real chegou ao Brasil

Quais foram as mudanças que Dom João implementou no Rio de Janeiro?

Você sabia que o Brasil já foi casa de um monarca europeu? Foi no ano de 1808, quando Dom João e a Família Real portuguesa chegaram no nosso país. E quem era Dom João? Ele era príncipe real, herdeiro da coroa portuguesa, e governava o Reino de Portugal e dos Algarves no lugar de sua mãe. Mas como assim? Ora, Dona Maria I havia enlouquecido após a morte de seu esposo, o rei Dom Pedro III, e de seu filho mais velho, Dom José. Dom João, como o próximo na linha de sucessão ao trono, assumiu como regente o governo do país e de suas colônias (incluindo o Brasil). Para tanto, ele era auxiliado por ministros de Estado.

E aquela história de monarca morando no Brasil, como foi? Assim: Em novembro de 1807, a Família Real saiu de Lisboa, capital de Portugal, e veio morar no Rio de Janeiro, que na época passou a ser a capital do Brasil e de todo o reino também. Só pra lembrar, há dois séculos atrás, o Rio era bem diferente do que é hoje. Mesmo as casas mais luxuosas do Brasil pareciam simples perto do Palácio de Queluz (que ficava próximo a Lisboa, capital portuguesa), onde a Família Real estava acostumada a viver. A chegada de Dom João causou o maior rebuliço na pacata cidade do Rio!

Grandes obras no Rio

É isso aí. Dom João realizou um monte de mudanças na cidade. Foi obra pra chuchu! Ele criou, por exemplo, a Real Biblioteca (hoje conhecida como Biblioteca Nacional) para abrigar os 60 mil livros trazidos de Portugal. Também foram construídos o Museu Real, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, a primeira escola de Medicina do Brasil, o Banco do Brasil e a Escola de Belas Artes, entre outras.

Os moradores ricos do Rio de Janeiro também queriam impressionar a Família Real. Por isso, muitos deles reformaram suas casas e ajudaram a pagar as construções feitas por Dom João. Porém, mesmo com o apoio dos ricos, a Família Real sofreu com a mudança para o Brasil. Primeiro porque, como já sabemos, a nova casa não tinha nem metade do conforto e luxo do palácio de Portugal. Segundo porque em Portugal, o clima era frio, e eles passaram o maior calor aqui no Brasil, onde o clima é bem mais quente. Isso não combinou muito com o costume que os portugueses tinham de usar várias camadas de roupas.

Mas por que eles resolveram vir para o Brasil?

O general francês Napoleão Bonaparte proclamou-se imperador de seu país após governar por alguns anos como ditador. Ele treinou e equipou o exército francês de uma maneira tal que conseguiu derrotar todos os países europeus em várias batalhas! Quando derrotava um país, ele prendia o rei e colocava um parente seu no lugar. Assim ocorreu na Espanha com Dom Carlos IV, que foi trocado pelo irmão de Napoleão, José Bonaparte. Dom João sabia que Portugal, um país pequeno, com uma população ainda menor e um Exército diminuto, seria incapaz de derrotar as tropas francesas. Seus ministros relembram-no de um antigo projeto português de transferir a Capital do Reino para o Brasil, o maior, mais rico e povoado território da coroa portuguesa.

Para realizar essa missão, Portugal precisava de proteção para os vários navios com dezenas de milhares de pessoas que iriam viajar para o Brasil. O mais antigo aliado do Reino português era a Grã-Bretanha, e que também era inimiga da França de Napoleão Bonaparte. A Grã-Bretanha aceitou enviar navios de guerra para proteger os portugueses, e em troca seus produtos teriam taxas menores nos mercados brasileiros.

Mudanças no País

Com a chegada da Família Real, o Brasil passou a ser o centro do poder. Dessa maneira, ganhou mais importância. Dom João criou faculdades de Medicina e de Direito, o Banco do Brasil, a Biblioteca Nacional, a Escola de Belas Artes, o Jardim Botânico e a Acaddmia Militar, dentre outros.

Porém, nem todos ficaram felizes com a chegada da Família Real. Para poder abrigar as mais de 15 mil pessoas da corte, várias pessoas tiveram que sair das suas casas. Alguns historiadores dizem também que a Família Real implantou no Brasil a cultura e os costumes da Europa. Isso teria atrapalhado na criação de uma cultura própria do brasileiro.

Outros estudiosos, porém, defendem que as mudanças foram muito importantes para o crescimento do Brasil e mais tarde para a independência do nosso país. O historiador americano Roderick J. Barmam diz que a vinda da Família Real para cá ajudou a manter o Brasil unido. De acordo com ele, a presença de Dom João VI centralizava o poder, ou seja, o Brasil tinha apenas um governante. O pesquisador disse que se a Família Real não tivesse vindo para o Brasil, hoje o nosso país estaria dividido em três: República do Brasil, formada pelos estados do Sudeste e Centro-oeste; República do Equador, formada pelos estados do Nordeste; e República do Norte, formada pelos estados da região Norte.

Volta da Família Real

O Brasil se tornou o centro do Reino português e de suas colônias. Isso, porém, não agradou em nada os portugueses. Depois que Dom João e a Família Real vieram para o Brasil, Portugal foi invadido pelas tropas francesas do general Junot, mas logo foram expulsos pelos portugueses e britânicos.

Portugal passava por um período de crise econômica e muitos acreditavam que os problemas somente seriam resolvidos com a volta da Família Real portuguesa. Os portugueses exigiram o retorno de Dom João, que então já era Dom João VI, rei de Portugal, Brasil (que deixou de ser colônia e foi elevado à categoria de reino) e dos Algarves. Aí, em 1821, temendo que a situação em Portugal piorasse, Dom João VI retornou a Portugal e deixou o seu filho, Dom Pedro, como regente em seu lugar no Brasil.

Porém, o Brasil não queria mais saber dessa história de ser reino. Então, pouco mais de um ano depois da partida de Dom João, no dia 7 de setembro de 1822, Dom Pedro I declarou a independência do Brasil.

Parentes reais

Até hoje, mesmo depois da instalação da república, há descendentes da Família Imperial Brasileira (que surgiu da Família Real portuguesa) que moram no Brasil. Hoje eles não têm o poder nem o prestígio daquela época do reino e do império do Brasil. Dom Luiz de Orleans e Bragança, que seria o imperador do Brasil se o País ainda fosse uma monarquia, mora num apartamento simples em São Paulo. Porém, ele acredita que um dia a família voltará a governar o Brasil.

— A monarquia vai voltar, não hoje, mas amanhã, em médio ou longo prazo, ela pode, sim, voltar — afirmou o pentaneto de Dom João VI (bisneto da princesa Isabel, que era bisneta de Dom João VI).

E você, plenamigo, também acredita que o Brasil pode voltar a ter um rei?

Reprodução autorizada desde que contenha a assinatura "plenarinho.leg.br - Câmara dos Deputados" e não seja para fins político-partidários

Quais foram as melhorias feitas por Dom João no Rio de Janeiro?

Fundação da academia militar, da marinha e de um hospital militar; Criação da Fábrica de Pólvora (Rio de Janeiro); Criação do Jardim Botânico do Rio de Janeiro; Criação da Academia Imperial de Belas Artes.

O que Dom João fez no Rio de Janeiro?

Uma nova cultura de requintes europeus introduziu-se no Rio e no Brasil. No antigo Largo do Carmo, atual Praça XV de Novembro, o Paço dos Vice-Reis passou a se chamar Paço Real. Dom João criou instituições e regulamentos que deram início à transformação da antiga colônia, à liberdade e ao desenvolvimento do Brasil.

Quais as novidades implantadas no Rio de Janeiro pela chegada da corte de d João?

Dentre as novidades implantadas pela chegada da Corte de D. João, estão:I) Maior controle sobre a concessão de sesmarias, via criação da Mesa do Desembargo do Paço do Rio de Janeiro. II) Fundação do Banco do Brasil. III) Criação da Companhia Geral de Comércio do Grão Pará e Maranhão.

Quais foram as mudanças feitas por D João no Brasil?

Mas a abertura dos portos foi apenas a primeira das muitas mudanças que acompanharam a corte ao Brasil. Outra revolução foi a liberação das manufaturas ou indústrias. Com apenas essas duas medidas, o Brasil libertava-se de três séculos de monopólio português e entrava no sistema internacional de comércio e produção.