Quais foram as justificativas usadas pelas potências económicas europeias para a partilha da África?

Os desenvolvimentos tecnológicos ocorridos na segunda metade do XIX levaram ao surgimento do neocolonialismo que impôs a exploração intensa da África.

O neocolonialismo foi um novo impulso colonialista que surgiu nas nações europeias a partir da segunda metade do século XIX. Esse impulso apareceu com as demandas do capitalismo que estava em ascensão na Segunda Revolução Industrial. Um dos continentes mais afetados por esse ciclo neocolonialista foi a África, que foi quase inteiramente colonizada pela Europa na virada do século XIX para o século XX.

Segunda Revolução Industrial

A Europa da segunda metade do século XIX passou por intensas transformações tecnológicas durante a Segunda Revolução Industrial. O desenvolvimento tecnológico desse período levou as nações industrializadas a usarem novas fontes de energia, como o petróleo e a energia elétrica. Além disso, a produção de metais pesados, como o aço, sofreu forte impulso. Houve também avanços na química, no desenvolvimento de meios de transporte mais eficientes etc.

Todas essas transformações resultaram em um crescimento industrial muito acentuado, o que ocasionou o fortalecimento e desenvolvimento do capitalismo. À medida que a produção industrial crescia, surgia a demanda por novas fontes de matérias-primas e novos mercados consumidores. Continentes até então pouco explorados, como a África e a Ásia, tornaram-se, então, alvo das ambições das nações industrializadas.

Partilha da África

Com os interesses das nações industrializadas pelas possibilidades econômicas da África, iniciou-se uma verdadeira corrida para a ocupação do continente. Essa corrida acabou resultando na Conferência de Berlim, que estipulou algumas normas para essa ocupação e promoveu a divisão do continente africano entre esses países interessados em colonizá-lo.

A conquista do continente africano foi justificada pelas potências europeias a partir de um discurso civilizatório. As nações industrializadas da Europa afirmavam que seu domínio visava levar a “civilização” para locais remotos. Além disso, alegavam que levariam as benesses da modernidade para os povos considerados “atrasados” e que também difundiriam os valores do cristianismo entre eles.

Essas justificativas utilizadas na época também tinham grande respaldo de ideais baseados em uma leitura incorreta da teoria da evolução das espécies, de Charles Darwin. Essas ideias, conhecidas como “darwinismo social”, classificavam as raças humanas em uma hierarquização que colocava a raça caucasiana europeia como “superior”. Com base nesse argumento, a civilização europeia tinha o “fardo” de levar a “civilização” para o negro, considerado “inferior” e “atrasado”.

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Todas essas ideias, no entanto, eram utilizadas para encobrir o verdadeiro e único interesse das potências europeias no continente africano: econômico. O grande interesse dessas nações europeias era explorar os recursos que o continente africano oferecia, como também aproveitar as possibilidades econômicas que esses novos mercados consumidores obtidos à força trariam.

A conquista da África foi relativamente fácil para as nações europeias. As missões de missionários e de exploradores haviam gerado um certo conhecimento da geografia africana e dos reinos estabelecidos nas diferentes partes do continente. Isso possibilitou aos europeus explorar as fraquezas e vulnerabilidades de cada local.

A chegada dos europeus naturalmente resultou em diversos movimentos de resistência, que pipocaram em diferentes partes da África. No entanto, esses movimentos provocaram uma reação militar das nações europeias. Como os europeus possuíam tropas profissionais e armamento de guerra moderno, a vitória dos invasores aconteceu rapidamente.

A Conferência de Berlim foi realizada para organizar a ocupação da África e foi inicialmente idealizada por Portugal. Sua organização, no entanto, acabou efetivada pelo primeiro-ministro alemão, Otto von Bismarck, em Berlim. Ocorrida entre novembro de 1884 e fevereiro de 1885, a reunião de catorze nações decidiu desde questões relativas à navegação dos rios Congo e Níger, ao domínio belga sobre o Congo etc.

Após a Conferência de Berlim, mais de 90% do continente africano estava sob domínio europeu, e apenas Libéria e Etiópia não foram transformadas em colônias europeias. O controle de países europeus sobre o continente africano durou até meados do século XX, quando o processo de descolonização levou à independência das colônias africanas.

Aproveite para conferir a nossa videoaula relacioanda ao  assunto:

Quais foram as justificativas dos europeus para partilhar a África?

Utilizavam a África como fornecedor de mão de obra escrava, num comércio lucrativo em que participavam Inglaterra, Espanha, França e Dinamarca. A expansão europeia para o continente africano, no século XIX, foi justificada para a opinião pública como a necessidade de “civilizar” este território.

Quais foram os motivos que levaram a Partilha da África?

Um dos momentos decisivos para a Partilha da África foi a Conferência de Berlim, que tinha por principal objetivo estabelecer um acordo pacífico e “amigável” para a disputa por território entre os países europeus, já que esses territórios da África eram cobiçados pelas nações europeias desde a queda do império ...

Qual a principal justificativa usada pelas ações imperialistas europeias?

O principal motivo da corrida imperialista foi a exploração econômica e política a qual os países capitalistas ocidentais desejavam submeter os continentes africano e asiático. A dominação econômica tinha como um dos objetivos a busca de mercados consumidores para seus produtos industrializados.

Quais as razões que levaram a Europa a partilhar entre si regiões da África e da Ásia naquilo que ficou conhecido como imperialismo?

Essa dominação ocorreu devido à busca incansável pelo lucro, uma vez que a Europa passava pela Segunda Revolução Industrial e necessitava de matérias-primas, mão-de-obra barata e mercado consumidor, buscando-os, assim, em outras regiões do globo.