Quais as duas teorias que mais influenciaram o movimento operário?

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Teorias dos movimentos sociais são o conjunto de abordagens sociológicas e de outras ciências humanas sobre o fenomeno social denominado movimento social.

As mais conhecidas abordagens dos movimentos sociais são as chamadas "tradicionais", como a abordagem funcionalista, comportamentalista, entre outras, e as mais recentes, como a abordagem da mobilização de recursos, a das oportunidades políticas, a dos novos movimentos sociais e a marxista[1]. Essas últimas são as que ficaram em evidência especialmente a partir dos anos 1960, com exceção do marxismo que é anterior, mas pouco abordava os movimentos sociais (excluindo os movimentos de classes sociais, que, para alguns autores, não se incluem nessa categoria). A chamada teoria da mobilização de recursos e a teoria do processo político são hegemonicamente norte-americanas e a chamada teoria dos novos movimentos sociais é hegemonicamente europeia, enquanto que a concepção marxista é desenvolvida em diversos países e continentes[2].

A teoria da mobilização de recursos tem como principais representantes Olson, Oberschall, McCarthy e Zald e sua principal tese é referente aos recursos (financeiros, humanos e de infraestrutura)como elemento fundamental para existência e sucesso de um movimento social[3].

A teoria do processo político ou das oportunidades políticas tem como principais representantes Sidney Tarrow, Charles Tilly, e os demais adeptos da teoria da mobilização de recursos, pois essa abordagem é uma mutação desta. O seu foco na análise dos movimentos sociais é na questão do Estado e das oportunidades políticas em determinados contextos conjunturais[3].

A teoria dos novos movimentos sociais tem um conjunto enorme de representantes, com destaque para Alain Touraine, Alberto Melucci, Claus Offe. Ao contrário das duas abordagens anteriores, ela é mais diversificada e sua tese central reside mais na negação do marxismo e na ênfase cultural do que em qualquer unidade de concepção a respeito dos movimentos sociais[3].

A teoria marxista tem como principais representantes Karl Marx, os historiadores ingleses (Erich Hobsbawm, George Rudé, Edward T. Thompson)[3], Karl Jensen, Nildo Viana [4], entre outros.Como o marxismo é dividido e subvidivido em diversas correntes, há também diferenças internas nas abordagens dos movimentos sociais. Existe polêmicas a respeito do que são os movimentos sociais e, derivado disso, quais autores marxistas realmente abordaram tal fenômeno. Para alguns, o movimento operário, bem como o movimento sindical[5], seriam movimentos sociais e assim já seriam abordados desde Marx; para outros, os movimentos sociais se distinguem do movimento de classes sociais [6]e, portanto, a análise marxista desse fenômeno é recente.

Referências

  1. GOHN, Maria da Glória. Teorias dos Movimentos Sociais. São Paulo: Edições Loyola, 1997; ALONSO, Angela. Teorias dos Movimentos Sociais: um balanço do debate. Lua Nova, n. 76, 2009
  2. Idem.
  3. a b c d idem
  4. Da Silva, Gabrielle Andrade. Karl Marx e os Movimentos Sociais:Uma análise sobre os conceitos desenvolvidos pelo pensamento marxista. Movimentos Sociais, Ano 01, num. 01, jul.dez. 2016
  5. MONTAÑO, Carlos; DURIGUETTO, Maria Lúcia. Estado, Classe e Movimento Social. 3 ed. São Paulo: Cortez, 2011.
  6. VIANA, Nildo. Os Movimentos Sociais. Curitiba: Prismas, 2016; JENSEN, Karl. Teses sobre os Movimentos Sociais. Marxismo e Autogestão. Ano 1, num. 1, jan./jun. 2014

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Movimento Operário é um termo que se refere à organização coletiva de trabalhadores para a defesa de seus próprios interesses, particularmente (mas não apenas) através da implementação de leis específicas para reger as relações de trabalho. Em sentido amplo, abrange o conjunto dos fatos políticos e organizacionais relacionados ao mundo do trabalho e à vida política, social e econômica dos trabalhadores.[1]

Revoltados grupos de artesãos atacavam as fábricas, quebrando as máquinas. Desse mesmo tipo também foi a reação dos operários jogados na miséria pelas primeiras crises de desemprego. Depois de algum tempo, os operários começaram a perceber que o problema não estava nas fábricas, nem nas máquinas em si, mas sim na forma como a burguesia havia organizado os meios de produção. No início do século XIX, na Inglaterra, o movimento dos trabalhadores fez-se sentir por meio de demonstrações de massa, como motins e petições. Foi nesse século que os sindicatos surgiram como uma nova força no cenário político.

A primeira luta de caráter político, empreendida pelos operários ingleses, foi a conquista do direito de voto. Nessa luta, o movimento operário contou inicialmente com o apoio da burguesia, uma vez que esta classe não podia enviar seus deputados para a câmara dos Comuns, que estava nas mãos dos latifundiários. A revolução de 1830 na França, acabou dando um grande impulso a esse movimento. Em 1832, o Parlamento promulgou uma reforma do sistema eleitoral (Reform Act), beneficiando a burguesia, mas negando qualquer benefício aos operários na época.

Sufrágio universal[editar | editar código-fonte]

Em 1836, desencadeou-se uma crise industrial e comercial que lançou à rua milhares de operários. Organizou-se então a Associação dos Operários para a luta pelo Sufrágio Universal. Sufrágio foi o fim do voto censitário para todos os homens, (mulheres ainda não podiam votar). No ano seguinte essa associação elaborou uma extensa petição (Carta do Povo) para ser enviada ao Parlamento; surgiu o movimento denominado cartismo. Reivindicava-se o Sufrágio Universal, a igualdade dos distritos eleitorais, a supressão do censo exigido dos candidatos do Parlamento (que limitava essa possibilidade somente a burguesia rica e à nobreza), voto secreto, eleições anuais e salário para os membros do Parlamento (antes, somente os ricos possuíam condições de exercer a atividade política sem receber).

De 1838 em diante, o movimento cartista espalhou-se por toda a Inglaterra, ganhando a adesão maciça dos trabalhadores e ampliando a pauta de reivindicações nitidamente operárias: limitação da jornada de trabalho, abolição da Lei dos Pobres e fim das casas operárias.

Entretanto, os dirigentes cartistas se dividiram quanto ao método a ser utilizado para alcançar seus objetivos. Alguns achavam que a Carta deveria ser conquistada em aliança com a burguesia e unicamente através de meios pacíficos, chamado de (Socialismo Científico por Karl Marx). Outros, influenciados por Karl Marx e Engels, defendiam a luta armada, ou seja, diziam que não há um meio pacífico para isso. Essa divisão seria a principal causa da derrota do movimento cartista. Apesar disso, graças à influência desse movimento, os operários conseguiram uma série de vitórias como a redução da jornada de trabalho para dez horas, a proteção ao trabalho de mulheres e crianças, a reforma do código penal e a regulamentação das associações políticas.

Essas reformas abrangiam toda a vida social, consolidando a ordem burguesa. Os sindicatos foram fortalecidos, a liberdade de opinião foi regulamentada e o sistema de cooperativas defendido.

Referências

  1. BRAVO, Gian Mario. Movimento operário. In: BOBBIO, Norberto. Dicionário de política. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1998, p. 781.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

  • «Movimento operário no século XIX»
  • «Movimento operário e ideologias revolucionárias»
  • «A 1ª Internacional na história do movimento operário europeu» (PDF)

Quais as duas teorias que mais influenciaram o movimento operário no século XIX?

As principais teorias sociais difundidas no Brasil foram o socialismo científico e o anarquismo.

Quais as principais ideologias que influenciaram o movimento operário?

Basicamente, as teorias que embasaram os movimentos operários no século XIX são relacionadas com a crítica ao capitalismo, como um sistema opressor e de exploração da força de trabalho. Neste sentido, se destacam dois movimentos com visões socialistas: o comunismo e o anarquismo.

Quais foram as causas do surgimento do movimento operário?

As causas do movimento operário foram devido às condições precárias de trabalho enquanto estava acontecendo a Revolução Industrial. Ao mesmo tempo estavam surgindo a ideologia Marxista e Socialista, ambas defendiam a classe dos trabalhadores.

Quais foram os dois movimentos da Revolução Industrial?

A revolução resultou em transformações sensíveis no modo de produção das mercadorias e nas relações de trabalho e em forte redução do salário. Os trabalhadores, intensamente explorados, mobilizaram-se em organizações e coordenaram dois movimentos: o ludismo e o cartismo.