Quais as contribuições da fenomenologia para a psicologia humanista?

Quais as contribuições da fenomenologia para a psicologia humanista?

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Teorias Humanista, Existencial e Fenomenológica

Introdução

Psicologia Humanista, Existencial e Fenomenológica.

Principais representantes teóricos:

Abraham Maslow, Rollo May, Carl Rogers, Gordon Allport , Martin Heidegger, Jean Paul Sartre, Karl Jaspers Soren Kierkegaard , Irvin Yalom , Ludwing Biswanger , Edmund Husserl, dentre outros. Estudos de caso, aplicações clínicas.

Objetivo Geral:

Compreender criticamente a Psicologia Humanista Existencial na atualidade a partir do conhecimento dos fundamentos epistemológicos dessa abordagem. Construir a capacidade de ver a fenomenologia do cliente. Familiarizar se com os principais conceitos da abordagem e suas aplicações práticas.

Conteúdo programático

Parte I Fundamentos teóricos, históricos e filosóficos da Psicologia Humanista

Origem e evolução da Abordagem Centrada na Pessoa
O conceito de pessoa
A tendência atualizante
Fundamentos fenomenológicos

Parte II Prática Terapêutica da Psicologia Humanista
Contato psicológico
Empatia
Consideração Positiva Incondicional
Congruência
Presença terapêutica
Grupos de encontro

Parte III  Psicologia Existencial

• Breve histórico do Existencialismo
• Psicoterapia Existencial Humanista como Psicoterapia Profunda
• Psicoterapia Existencial Integrativa
• Conceitos existenciais: morte, finitude, limitações humanas; liberdade, responsabilidade, escolhas, destino;
relacionamento, intimidade, encontro; sentido.
• Logoterapia e Análise Existencial
• Terapia existencial de grupo
• Dimensões da prática Existencial

Parte IV Desenvolvimento pessoal mediante a psicoterapia
• Relação terapêutica
• Saberes/atitudes do terapeuta como fatores decisivos no trabalho terapêutico
• A entrevista clínica como forma de trabalho terapêutico
• Benefícios da psicoterapia fenomenológico existencial
• Recursos pessoais como fatores de mudança e transformação

Bibliografia básica
ANGERAMI, Valdemar Augusto. Psicoterapia Existencial : noções básicas. 15 ed. Belo Horizonte: Ed. Artesã, 2018.
FEIJOO, Ana Maria Lopes Calvo de. A escuta e a fala em Psicoterapia : uma proposta fenomenológico existencial. 2 ed. Rio de Janeiro: IFEN, 2010.
PINTO, Marcos. Abordagem Centrada na Pessoa e algumas de suas possibilidades . São Paulo. All Print Editora, 2020.
ROGERS, Carl. Tornar se pessoa . 6ed. São Paulo: Editora Martins Fontes , 2009.

Bibliografia complementar
AUGRAS, Monique. O ser da compreensão: a fenomenologia na situação de psicodiagnóstico. Petrópolis: Vozes, 1981.
CARDOSO, Claudia Lins; GIOVANETTI, José Paulo ( Orgs .). Sofrimento humano e cuidado terapêutico. Belo Horizonte: Artesã, 2019.
FADIMAN, James; FRAGNER, Robert. Carl Rogers e a Perspectiva centrada na pessoa. In: James Fadiman e Robert Fragner

Personalidade e Crescimento pessoal. 5 ed. Porto Alegre: ArtMed ,
GIOVANETTI, José Paulo (Org.). Fenomenologia e psicologia clínica.Belo Horizonte: Artesã, 2018.
GIOVANETTI, José Paulo. Psicoterapia antropológica: as contribuições de Binswanger e Gendlin . Belo Horizonte: Spes,
2018.
HALL. Calvin S.; LINDZEY, Gardner. A psicologia existencial (cap.4) In: Calvin Hall e Gardner Lindzey . Teorias da
Personalidade. Vol. 2 EPU, 1993.
HALL. Calvin S.; LINDZEY, Gardner. A teoria centrada na pessoa (cap.3) In: Calvin Hall e Gardner Lindzey . Teorias da Personalidade. Vol. 2 EPU, 1993.
MASSIMI, MARINA; PERES, Savio Passafaro (Org.) . História da psicologia fenomenólogica . 1. ed. são paulo : Editora Loyola, 2019
MAY, Rollo. A arte do aconselhamento psicológico. 19 ed. Petrópolis: Vozes, 2013.
ROGERS, Carl. Terapia centrada no cliente. São Paulo, SP: Martins Fontes, 1992.
ROGERS, Carl. Um jeito de ser. São Paulo: EPU, 1986.

Links recomendados
Centro de estudos de psicologia humanista: Encontro ACP
https://encontroacp.com.br/material/textos/
 

INSTITUTO DE PSICOLOGIA FENOMENOLÓGICO EXISTENCIAL DO RIO DE JANEIRO
https ://www.ifen.com.br/site/arquivos/artigos
 

REVISTA DA ABORDAGEM GESTÁLTICA
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_issues&pid=1809 6867&lng=pt&nrm=iso
 

CPH MINAS Centro de Psicologia Humanista de Minas Gerais
https://sites.google.com/view/cphminas/blog?authuser=0

Quais as contribuições da fenomenologia para a psicologia humanista?

Carl Rogers e a perspectiva centrada na pessoa

Quem foi Carl Rogers? • Criou e promoveu a terapia centrada no cliente • foi o pioneiro no movimento dos grupos de encontro • foi um dos fundadores da psicologia humanista Isso tenho pouca afinidade com o conceito um tanto prevalente de que o homem é basicamente irracional, e que seus impulsos, se não controlados, levariam a destruição muitos outros e de si. o comportamento do homem é perfeitamente racional, movendo-se com sutil e ordenada complexidade em direção às metas que seu organismo está tentando alcançar (Rogers, 1969, p. 29) História pessoal Carl Rogers, o quarto de seis filhos, nasceu em 8 de janeiro de 1902 em Oak Park, Illinois, numa próspera família protestante. Sua infância foi limitada pelas crenças e atitudes de seus pais e por sua própria impressão das ideias deles: “penso que as atitudes em relação às pessoas de fora de nossa grande família podem ser esquematicamente resumidas da seguinte maneira: as outras pessoas se comportam de formas questionáveis, não aprovadas em nossa família. muitas delas jogam cartas, vão ao cinema, fumam, dançam, bebem e têm outras atividades – algumas delas não mencionáveis. Então o melhor a fazer é ser tolerante com elas, hoje talvez não saibam o que é melhor, evitar qualquer contato mais próximo e viver nossa vida com a família”. (Carl Rogers, 1973, p.3) • para melhor proteger seus filhos das influências corruptoras da cidade e das vizinhanças, os pais de Rogers mudaram-se para uma fazenda na época em que ele cursava o ensino médio. • Quando ingressou na faculdade na universidade de Wisconsin, experiência lhe pareceu significativa e gratificante. “Pela primeira vez em minha vida encontrei proximidade e intimidade genuínas fora da família” (1967, p.349) • No segundo ano de faculdade, Rogers começou a estudar para o sacerdócio. • no ano seguinte, em 1922, ele foi à China para assistir há uma conferência da Federação Cristã mundial de Estudantes em Pequim. Depois, fez uma excursão pelo Oeste da China e por outros países da Ásia. • A viagem abrandou suas atitudes religiosas fundamentalistas e deulhe a primeira oportunidade de desenvolver independência psicológica. “A partir dessa viagem, minhas metas, meus valores e objetivos e minha filosofia passaram a ser pessoais e muito divergentes das opiniões mantidas por meus pais e que eu tinha até então. (1967, p. 351) • Seu primeiro emprego foi em Rochester, Nova Iorque, em um centro de orientação infantil, trabalhando com crianças encaminhadas por diversos órgão sociais. • De 1928 a 1939, enquanto estava em Rochester, A compreensão de Rogers do processo de psicoterapia mudou. Ele escreveu o livro “O tratamento clínico da criança-problema”. Com isso, começou a trabalhar na Universidade de Ohio como professor. • Em 1945, a Universidade de Chicago ofereceu a Rogers A chance de estabelecer um novo centro de aconselhamento com base em suas ideias. • Em 1951, Rogers publicou Terapia Centrada no Cliente. • Nele, Rogers sugere que a principal força diretiva no relacionamento terapêutico deveria ser o cliente, não terapeuta • a terapia centrada no cliente questionável um dos pressupostos mais básicos e inquestionáveis do relacionamento terapêutico – o de que “o terapeuta sabe tudo e que o paciente não tem consciência”. • Em 1963, mudou-se para a Califórnia, onde desenvolveu trabalhos com grupos de encontro e teve oportunidade de testar suas ideias sem a interferência de instituições sociais ou da academia. • Rogers sintetiza Sua posição pessoal citando Lao-Tsé, filósofo chinês do século VI a. C.: Quando eu não me intrometo na vida das pessoas, elas cuidam de si mesmas. Quando eu não controlo as pessoas, elas se comportam. Quando eu não prego as pessoas elas se aprimoram. Quando eu não me imponho as pessoas, elas se tornam elas mesmas (1973,p.13) Antecedentes intelectuais • Rogers Foi profundamente influenciado por sua criação protestante e por seu contato com as ideias de Dewey e William Kilpatrick (Líder do movimento de educação progressista e um dos professores de Rogers na faculdade. Nem a Bíblia nem os profetas, nem Freud ou a pesquisa [...] podem tomar precedência sobre minha experiência pessoal direta. (Rogers, 1961,p.24) “As pessoas que crescem sem uma noção de como o ontem afetou o hoje provavelmente não terão uma forte noção de como o hoje afeta o amanhã. É improvável que eles entendam profundamente como as decisões que tomam agora moldarão e afetarão seu futuro”. ―William K. Kilpatrick Principais conceitos • As pessoas se definem por meio da observação e avaliação das suas próprias experiências As realidades das pessoas são assuntos pessoais e só podem ser conhecidas pelos próprios indivíduos O campo da experiência Existe um campo da experiência peculiar a cada indivíduo; esse campo contém tudo o que está acontecendo dentro do envoltório do organismo em qualquer momento e está potencialmente disponível à consciência (Rogers, 1959, p. 197). Isso inclui eventos, percepções e sensações das quais uma pessoa não está cônscia, mas poderia estar se concentrasse atenção nesses dados. • É um mundo pessoal, privado que pode corresponder ou não à realidade objetiva observada. • É seletivo, subjetivo e incompleto. • É restrito por limitações psicológicas (do que estamos conscientes) e limitações biológicas (do que somos capazes de ter consciência). Exemplos: 1. Nossa atenção se concentra em preocupa ações imediatas para exclusão de quase tudo o mais – se estamos com fome, nosso campo de experiência é completamente preenchido por pensamentos sobre comida. 2. Quando estamos solitários, nosso singular foco de atenção é como aliviar a solidão. Conseguem pensar em outros exemplos? O self como processo • Dentro do campo de experiência está o self. • O self é uma entidade instável, mutável. • O self é uma Gestalt organizada consistentemente, constantemente se formando e reformando enquanto as situações mudam. • O self não pode ser capturado como em uma fotografia. O self de Rogers é um processo, um sistema, que por definição está mudando. • Da noção de fluidez, Rogers formulou a crença de que as pessoas não apenas são capazes de crescimento e desenvolvimento pessoal, mas que essa mudança positiva é uma progressão natural e esperada. • O self é o entendimento que é uma pessoa tem de si mesma, baseado na experiência passada, nos dados presentes e nas expectativas futuras. O self ideal • “é o autoconceito que o indivíduo mais gostaria de possuir, sobre o qual atribui o maior valor para si mesmo” (Rogers, 1959, p. 200). • O self ideal é um modelo pelo qual uma pessoa pode se esforçar. Como o self, ele é uma estrutura mutante, constantemente sofrendo redefinição. • Se nosso self ideal é muito diferente do self real, a pessoa pode sentir-se desconfortável e insatisfeita e experimentar dificuldades neuróticas. • Ser capaz de ver se com precisão e sentir-se confortável consigo mesmo é um sinal de saúde mental. • O self ideal pode se tornar um obstáculo para a saúde pessoal quando ele difere muito do self real. Tendência para a autorrealização É o anseio que se evidencia em toda a vida orgânica e humana – expandir-se, estender-se, tornar-se autônomo, desenvolver-se, amadurecer – a tendência para expressar e ativar todas as capacidades do organismo, na medida que essa ativação realça o organismo ou o self (Rogers, 1961, p.35). Assim como uma planta cresce para se tornar uma planta saudável, e uma semente contém dentro de si o impulso para tornar-se uma árvore, também uma pessoa é compelida a tornar-se uma pessoa inteira, completa e autorrealizada. Poder pessoal A Abordagem Centrada na Pessoa em sociedade, que ele chamou de poder pessoal, refere-se ao “centro de tomada de decisão”: quem toma as decisões que, consciente ou inconscientemente, regulam ou controlam os pensamentos, sentimentos ou comportamento dos outros ou de si mesmo. [...] em suma, é o processo de obter, utilizar, dividir ou abrir mão do poder, do controle e da tomada de decisão” (Rogers, 1978, p. 4-5) “O indivíduo tem dentro de si muitos recursos para autocompreensão, para alteração de seu autoconceito, de suas atitudes e de seu comportamento autodirigido” (Rogers, 1978, p. 7) Congruência e incongruência • Rogers define o termo congruência como o grau de exatidão entre experiência, comunicação e consciência. Um alto grau de congruência significa que a comunicação (o que estamos expressando), a experiência (o que está acontecendo) e a consciência (o que estamos percebendo) são todos quase iguais. • As crianças pequenas apresentam alta congruência. Uma criança que está com fome, está toda com fome!!! • Ocorre uma incongruência quando existem diferenças entre consciência, experiência e comunicação. • Por exemplo, as pessoas mostram incongruência quando parecem estar zangadas (punhos cerrados, voz elevada, praguejamento) mas insistem em afirmar que não estão, mesmo sendo pressionadas. Incongruência é a incapacidade de perceber com exatidão, a incapacidade ou indisposição – ou ambas – para se comunicar com precisão. • Quando a incongruência ocorre entre a consciência e a experiência, ela se chama repressão ou negação. A pessoa não sabe o que está fazendo! A psicoterapia ajuda as pessoas a se conscientizarem mais sobre suas ações, pensamentos e atitudes à medida que esses comportamentos afetam os próprios clientes e outras pessoas. • A incongruência pode ser experimentada como tensão, ansiedade, ou, em circunstâncias mais extremas, desorientação e confusão. • A maioria dos sintomas descritos na literatura de psicopatologia pode ser compreendida em termos de incongruência. • Sentimentos, ideias ou preocupações conflitantes não são em si sintomáticas de incongruência. Na verdade, elas são normais e saudáveis. A incongruência ocorre quando uma pessoa não tem consciência desses conflitos, não os compreende, e portanto, não pode começar a resolve-los e equilibra-los. • Exemplos de incongruência: "Não consigo tomar uma decisão Não sei o que quero Parece que eu nunca consigo permanecer em nada".  

ORIGEM

(AULA 3)

• A combinação dos pressupostos fundamentais do Humanismo, Existencialismo e método fenomenológico fez surgir o movimento denominado por Abraham Maslow de a TERCEIRA FORÇA DA PSICOLOGIA, sucedendo o Behaviorismo e a Psicanálise ortodoxa.
 

• Seus representantes não apresentaram uma abordagem singular, mas, uma pluralidade de concepções sobre o ser humano.

Existem várias abordagens dentro da psicologia humanista.

Representantes da Psicologia Humanista

• A. H. Maslow - pirâmide das necessidades básicas.
• C. R. Rogers - Abordagem Centrada na Pessoa (ACP)
• F. Perls - Abordagem Gestáltica
• G. Allport - 
• V. Frankl - Logoterapia - criada no campo de concentração da guerra - "Livro Em Busca de Sentido"
• R. May - Psicólogo - Livro: "A Arte do Aconselhamento Psicológico". 
• E. From - Psicólogo Humanista
• C. Bühler - 

Para o Behaviorismo, o comportamento tal como é manifesto, aquele que podia ser observado explicitamente e mensurado, era o que realmente importava.

“Deem-me o bebê e o meu mundo para cria-lo e eu fá-lo-ei engatinhar e caminhar; fá-lo-ei trepar e usar as mãos para construir casas de pedra ou madeira; farei dele um ladrão, um pistoleiro ou um toxicômano. A possibilidade de moldá-lo em qualquer direção é quase infinita” (WASTSON, 1926).

A crítica ao Behaviorismo é o não poder reduzir o ser humano a um instinto. "Não agimos mecanicamente e temos nossas escolhas."

• A Psicanálise dava destaque ao ambiente interno ou aos estímulos oriundos de dentro da pessoa sob a forma de impulsos e instintos, enquanto, o Behaviorismo enfatizava o ambiente externo ou os estímulos ambientais como fatores controladores do comportamento.

“A força da psicologia humanística reside na sua disposição para ver o homem como um todo, suas escolhas, sua busca de finalidade, criatividade e tentativas para utilizar todos os seus potenciais. o homem é examinado há uma luz mais otimista [...]. O teor geral dessa psicologia é de esperança e de encorajamento no que se refere a ser possível adquirir um conhecimento mais completo do homem, indo de suas alturas até suas profundezas, com novos discernimentos isso proveniente de tais estudos, sendo proporcionados para a melhoria das relações entre as pessoas através do desenvolvimento de pessoas funcionando mais amplamente” (RICH, 1975, p. 38)

Características do enfoque humanista em psicologia
Temas mais relevantes:
Relação de pessoa para pessoa 
Liberdade e responsabilidade
escala individual de valores e seu enfoque ético
o sentido e o valor da vida
o sofrimento humano
angústia existencial
Ansiedade
as perdas e os ganhos, etc.

Ênfase as qualidades distintamente humanas:
livre arbítrio
Criatividade
Imaginação
Emotividade
autoavaliação
autorrealização

Método principal
Fenomenológico, para enfoque das experiências humanas subjetivas, tal como são acessíveis à consciência, em relação a objetos e a significados.

FENOMENOLOGIA= é o estudo de um conjunto de fenômenos e como se manifestam, seja através do tempo ou do espaço. É uma matéria que consiste em estudar a essência das coisas e como são percebidas no mundo.

FENOMENOLOGIA = EXPERIÊNCIA

Na psicologia humanista não se quer saber o PORQUE das coisas e sim COMO acontecem, como a pessoa vivencia aquela experiencia. 

➜ Quando pensamos sobre o PORQUE aconteceu algo, estamos falando de causa, da causalidade. Na psicologia humanista não se quer saber da causa, e sim do COMO.

Exemplo:

➜ Uma pessoa está sofrendo bullying na escola e leva a queixa para o terapeuta, o terapeuta:

 NÃO vai pergunta, PORQUE isso está acontecendo, e

 SIM vai perguntar, COMO isso está sendo para essa pessoa. Quais são os sentimentos gerados naquela situação, COMO a pessoa está lhe dando com aquilo e com os sentimentos que gerou.

Entenda a FENOMENOLOGIA como um campo maior, um MÉTODO FENOMENOLÓGICO.

Nesse método vai aparecer a palavra: EPOCHÊ que significa, colocar entre parenteses a sua própria experiencia para conseguir entender a experiencia da outra pessoa.

 Um manual de transtornos mentais, uma categoria específica, não ajuda a conhecer a pessoa.

A PSICOLOGIA HUMANISTA de Carl Rogers, a ACP, vai trabalhar com 03 ATITUDES FACILITADORAS:

1 - EMPATIA  - Para se obter a empatia é preciso usar o MÉTODO FENOMENOLÓGICO

2 - ACEITAÇÃO POSITIVA INCONDICIONAL  - Aceitar a pessoa como ela é, incluindo todos os sintomas que ela vai levar para a terapia. Se ela quiser falar sobre esses sintomas, vamos falar sobre os sintomas, se ela quer falar do diagnóstico, vamos falar sobre o diagnóstico, ela quer falar de religião, futebol, do relacionamento, você pode falar sobre tudo que ela quiser falar, não existe uma proibição de assuntos. 

O terapeuta vai aceitar o cliente independentemente do que ela fez, e vai expressar isso para a pessoa. O que não significa que vai deixar ela do jeito que ela está. Até porque o psicólogo humanista da ACP acredita na Tendência Atualizante. A pessoa está na terapia para mudar, para se transformar.

IMPORTANTE: O objetivo da terapia humanista é a liberdade, é ajudar as pessoas a se sentirem livres. Livres para serem elas mesmas, livres para fazerem escolhas. 

3 - CONGRUÊNCIA  - Quando a pessoa chega para a terapia, geralmente ela está no estado de incongruência. Ou seja, ela não está da maneira que ela gostaria de estar. Ela está sofrendo, ansiosa. Gostaria de falar algo, mas não da conta. Se está em uma relação prejudicial, toxica e não consegue sair dela. Não gostar do que faz, um curso, um trabalho.

Essas e várias situações fazem com que a pessoa esteja no estado de incongruência. 

A CONGRUÊNCIA é o estado de estar em sincronia com o pensamento e a experiência. 

Quando o terapeuta está no estado de congruência, ele consegue transmitir esse estado para o cliente. Rogers vai dizer que, quando o terapeuta é congruente, o cliente passa a ser congruente consigo mesmo.

A CONGRUÊNCIA aparece na terapia a medida em que o terapeuta percebe algo no cliente e fala, ele sinaliza, dá alguma orientação no sentido de fazer a pessoa pensar, sem deixar as coisas passarem despercebidas, dando um feedback, validando os sentimentos. 

Contribuições
a psicologia humanista tenta completar e não substituir outras orientações, tais como a psicanalítica e a cognitivo comportamental.

Sobre a Natureza humana
O organismo humano possui uma exclusiva natureza intrínseca de necessidades básicas e de tendências direcionais que garantem a sua plena realização.

Necessidades básicas:

ALIMENTAÇÃO

SEGURANÇA

AMOR

ESTIMA

AUTO-REALIZAÇÃO

1 – Necessidades fisiológicas:São aquelas que relacionam-se com o ser humano como ser biológico. São as mais importantes: necessidades de manter-se vivo, de respirar, de comer, de descansar, beber, dormir, ter relações sexuais, etc.

2 – Necessidades de segurança: São aquelas que estão vinculadas com as necessidades de sentir-se seguros: sem perigo, em ordem, com segurança, de conservar o emprego etc. 

3 – Necessidades sociais: São necessidades de manter relações humanas com harmonia: sentir-se parte de um grupo, ser membro de um clube, receber carinho e afeto dos familiares, amigos e pessoas do sexo oposto.

4 – Necessidades de estima: Existem dois tipos: o reconhecimento das nossas capacidades por nós mesmos e o reconhecimento dos outros da nossa capacidade de adequação. Em geral é a necessidade de sentir-se digno, respeitado por si e pelos outros, com prestígio e reconhecimento, poder, orgulho etc. Incluem-se também as necessidades de auto-estima.

5 – Necessidades de auto-realização: Também conhecidas como necessidades de crescimento. Incluem a realização, aproveitar todo o potencial próprio, ser aquilo que se pode ser, fazer o que a pessoa gosta e é capaz de conseguir. Relaciona-se com as necessidades de estima: a autonomia, a independência e o auto controle.

Ainda Sobre a Natureza humana

Há um impulso inerente ao organismo em direção à auto realização ou individuação, ou seja, no sentido de desenvolver e ampliar seus potenciais humanos, suas capacidades e talentos pessoais.

As inerentes tendências direcionais do organismo humano são positivas e construtivas em sua natureza e tendem a garantir sua manutenção e crescimento.

Para Rogers o Homem é bom, e ele vai manifestar essa bondade se condições básicas necessárias forem concedidas para esse ser humano.

Comportamentos negativos ou destrutivos, contra a vida em todas as suas manifestações, são consequências das frustrações severas de necessidades básicas intimamente ligadas às tendências direcionais positivas.

Sobre a Natureza humana.

Se a pessoa é essencialmente boa, porque existem pessoas que cometem crimes?

Rogers vai dizer que essas são pessoas que tiveram muitas frustrações ao longo da vida, não tiveram um ambiente de aceitação incondicional, viveram em meio a incongruências, não tiveram compartilhamento de regras impostas pela sociedade.
 

Há um processo organísmico de avaliação inerente ao indivíduo. Esse processo evolui para um sistema interno de valores que Visa estabelecer um eixo integrador da personalidade.

As experiências do passado e as projeções do futuro pertencem unicamente ao presente e estão manifestamente ativas no aqui e agora.
 

A conscientização de si mesmo corresponde ao aspecto essencial do crescimento sadio da personalidade.

É interessante perguntar ao cliente o que ele espera da terapia, o que ele pode fazer para alcançar seus objetivos, o que ele pode fazer de diferente para obter algo que ele ainda não obteve.

Para Matson (1975),

“O terapeuta existencial (isto é, o terapeuta humanista) deixou de ser a tela branca ou catalisador silencioso que era no tempo de Freud; pelo contrário, é um participante ativo com a totalidade do seu ser. participa não só para ajudar, mas, ainda mais basicamente, para conhecer e compreender”

Carl R. Rogers (1902-1987) e a Abordagem Centrada na Pessoa.

IMPORTANTE:

O TERAPEUTA HUMANISTA não está para concertar a pessoa atendida, está para acolher a experiencia dela.

Carl R. Rogers (1902 - 1987) e a
Abordagem Centrada na Pessoa

Carl Rogers criou uma abordagem popular de psicoterapia conhecida, inicialmente, como não diretiva ou centrada no cliente e, mais tarde, como terapia centrada na pessoa.
 

Rogers desenvolveu sua teoria não a partir de pesquisa experimental de laboratório, mas a partir de sua experiência no trabalho com clientes.

“Terapia centrada na pessoa”. Sugere que o dom de mudar ou aperfeiçoar a personalidade é centrado no interior da pessoa. Em outras palavras, é a pessoa, e não o terapeuta, quem determina tal mudança.
 

O papel do terapeuta é assistir ou facilitar a mudança.

Rogers acreditava que somos seres racionais governados por uma percepção consciente de nós mesmos e de nosso mundo imanente.
 

Ele não deu muita importância às forças inconscientes ou a outras explicações freudianas e rejeitou a noção de que eventos passados exercem uma influência controladora sobre o comportamento presente.
 

Embora tivesse reconhecido que as experiências da infância afetam o modo como percebemos nosso ambiente e nós mesmos, insistia em afirmar que os sentimentos e emoções presentes têm um impacto maior sobre a personalidade.

É importante passar da atitude natural para a atitude fenomenológica

Atitude Natural 

Estamos acostumados a viver. Observamos as coisas como se estivessem sempre à nossa frente.

Atitude Fenomenológica

Qual significado o objeto tem para mim? Busca pelo sentido.

Aplicação para a clínica

Atenção aos fenômenos da consciência.

Exemplo:

No momento em que um paciente vive algo como doloroso, não se deve buscar palavras para definir o que seja doloroso mas deve-se buscar o sentido doloroso, ou seja, a intenção segundo a qual ele vive o doloroso.

Isso significa que...

"A pessoa se comporta como resposta ao significado que ele dá ao que existe."

(Giovanetti, 2018).

"O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós."

(Jean-Paul Sartre)

"Não importa o que fizeram de mim, importa o que eu faço com o que fizeram de mim."

(Uma adaptação de Daniel Andrade).

Na visão de Rogers, o ponto mais importantes sobre o nosso mundo experiencial é que ele é particular e, dessa forma, pode ser completamente conhecido somente por nós. 
 

Como a tendência atualizante na infância nos leva a crer e a desenvolver, nosso mundo experiencial se amplia. Os bebês são expostos a mais e mais fontes de estimação e respondem a elas conforme são percebidas subjetivamente. Nossas experiências tornam-se a única base para nossos julgamentos e comportamentos. 
 

"A experiência é pra mim, a mais alta autoridade. O critério de validade é a minha própria experiência" (Rogers, 1961, p. 23).

O desenvolvimento do self na infância 

À medida que os bebês desenvolvem gradualmente um campo experiencial mais complexo, com a ampliação dos encontros sociais, uma parte de sua experiência torna-se diferenciada do restante. Essa parte separada, definida pela palavra "eu", "me" e "mim", é o self ou o autoconceito.

O autoconceito é também nossa imagem do que somos, do que deveríamos ser e do que gostaríamos de ser.

➩ Em condições ideais, o self é um padrão consistente, um todo organizado. Todos os seus aspectos buscam a coerência. Por exemplo, pessoas que ficam perturbadas por possuir sentimentos agressivos e preferem ignorá-los não ousam expressar nenhum comportamento agressivo evidente.

➩ Proceder assim significaria a assumir a responsabilidade por ações que são incoerentes com o seu autoconceito, pois acreditam que não deveriam ser agressivas.

Se a pessoa está sentindo raiva, ela precisa expressar essa raiva de alguma forma.

EMOÇÕES EXISTEM PARA SEREM SENTIDAS!

TENDÊNCIA ATUALIZANTE

Ordem ontogenética

Desenvolvimento do indivíduo

Ordem filogenética

Desenvolvimento da espécie

“Se a experiência pode se organizar na ausência de fatores perturbadores graves, esta organização – incluída sua  expressão no comportamento – se efetuará no sentido da maturidade e do funcionamento adequado, isto é, no sentido de um comportamento racional, social, subjetivamente satisfatório e objetivamente eficaz”.

(Rogers & Kinget, 1977, p.43)

II. A noção do “eu”

 É uma estrutura perceptual, isto é, um conjunto organizado e mutável de percepções relativas ao próprio indivíduo.

Exemplos:
Características,
Atributos,
Qualidades e defeitos
Capacidades e limites
Valores e relações que o indivíduo reconhece como descritivos de si mesmo.

A tendência a atualização do eu age constantemente e busca a conservação e o enriquecimento do eu.

 Opõe-se a tudo o que compromete o eu, seja no sentido da diminuição, da desvalorização ou da contradição.

O sucesso da tendência a atualização depende:

NÃO - DA SITUAÇÃO REAL

SIM - DE COMO O INDIVÍDUO A PERCEBE

Psicologia humanista

A combinação dos pressupostos fundamentais do humanismo do existencialismo do método fenomenológico fez surgir um movimento que foi denominado por Abraham Maslow de “a terceira força da psicologia”

A psicologia humanista não pode ser considerada como um corpo único de teoria, mas uma coletânea de numerosas tendências e escolas do pensamento.

autores importantes:

A. Maslow,

C. Rogers,

F. Perls,

g. Allport,

V. Frankl,

R. May,

E. Fromm, etc.

Características da psicologia humanista

Ênfase ao:

livre arbítrio

Criatividade

Imaginação

emotividade

auto avaliação

auto realização

método principal

Fenomenológico

a psicologia humanista tenta completar e não substituir outras orientações como a psicanalítica e a cognitivo comportamental.

Abraham H, Maslow (1908-1970) A vida de Abraham Maslow

Abraham Maslow nasceu em Nova York em 1908. Ele era filho de pais judeus russos pobres, que, como muitos outros na época, imigraram do Leste Europeu para fugir da perseguição e garantir um futuro melhor para sua família (Hoffman, 2008).

Maslow se descreveu como neurótico, tímido, solitário e autoreflexivo ao longo de sua adolescência e vinte anos. Isso foi, em parte, por causa do racismo e preconceito étnico que ele experimentou devido à sua aparência judaica. Ele próprio, no entanto, não era religioso.

Maslow estava originalmente envolvido no campo do behaviorismo, que argumenta que o comportamento humano pode ser explicado e alterado usando formas de condicionamento. Em consonância com os métodos laboratoriais da época, Maslow realizou pesquisas com cães e macacos, e alguns de seus primeiros trabalhos abordaram a emoção de nojo em cães e os processos de aprendizagem de primatas (DeCarvalho, 1991).

Embora Maslow tenha se afastado do behaviorismo, observou-se que ele permaneceu firmemente leal aos princípios do positivismo em todas as etapas de sua educação e carreira, que estão na base desse ramo da psicologia (Hoffman, 2008).

Maslow acabou estudando psicologia da gestalt na New School for Social Research, em Nova York. Mais tarde, ele se juntou ao corpo docente do Brooklyn College e tornou-se chefe do departamento de psicologia da Brandeis University em Waltham, onde permaneceu até 1969 (Encyclopedia Britannica, 2021).

Durante sua carreira, Maslow cofundou o Journal of Humanistic Psychology em 1961 e o Journal of Transpersonal Psychology em 1969 (Richards, 2017). Hoje, ambos os periódicos são altamente citados e respeitados em seus campos, servindo como uma homenagem ao legado de Maslow no campo da psicologia.

Com o início da Segunda Guerra Mundial, o foco intelectual de Maslow mudou.

Em seus escritos, ele lamentou que as forças americanas não entendessem a oposição alemã e sentiu que o campo da psicologia poderia ajudar a facilitar a compreensão e restaurar a paz no mundo (Hoffman, 1999).

Dados os horrores da guerra, Maslow conduziu sua pesquisa com um renovado senso de urgência. Isso levou a seus famosos trabalhos sobre o conceito de auto-realização e à introdução de sua hierarquia seminal de necessidades em meados da década de 1940 (Hoffman, 2008). Contribuições de Maslow para a psicologia humanista

Logo depois que Maslow começou sua carreira, ele ficou frustrado com as duas forças dominantes da psicologia na época, a psicanálise freudiana e a psicologia comportamental (Koznjak, 2017).

Maslow acreditava que a psicanálise se concentrava demais na “metade doente da psicologia” (Koznjak, 2017, p. 261). Da mesma forma, ele acreditava que o behaviorismo não se concentrava o suficiente em como os humanos diferem dos animais estudados no behaviorismo. Assim, ele contribuiu para a terceira força da psicologia que surgiu em resposta a essa frustração: a psicologia humanista .

Proposições sobre a natureza humana

cada ser humano possui uma natureza interna essencial, que é intrinsecamente herdada e cuja tendência é realizar-se. Nela incluem se as necessidades básicas

(de sobrevivência,

de segurança,

de filiação e

de afeição,

de respeito e

dignidade pessoal ,

individuação e

auto realização).

Parte da natureza é universal na espécie e parte é individual.

É possível estudar cientificamente parte da natureza humana e descobrir suas características. Também se pode fazer de modo subjetivo, através da introspecção e da psicoterapia.

Grande parte da natureza íntima e mais profunda é inconsciente.

A natureza interna da pessoa possui uma força dinâmica que lhe é própria, denominada vontade de saúde, que se traduz num impulso para crescer, para alcançar a individuação, a busca de uma identidade própria. É isso o que, em princípio, torna possível a psicoterapia, educação e o aperfeiçoamento pessoal (Maslow, 1968, p. 227).

O EU  dá o sentido à vida por meio das escolhas e corresponde a um determinante pessoal preponderante. (que prepondera; dominante, hegemônico. Que tem mais peso, importância, influência ou força.)

A psicologia humanista ganhou influência em meados do século XX por seu foco no impulso inato dos indivíduos para se autor realizar, se expressar e alcançar todo o seu potencial.

Tais focos representaram uma mudança significativa das abordagens patologizantes e behavioristas do passado, e o trabalho de Abraham Maslow é amplamente considerado como o centro desse movimento.

No centro do movimento da psicologia humanista estava a ideia da psicologia da gestalt  de que os seres humanos são mais do que apenas a soma de suas partes e que a aspiração espiritual é uma parte fundamental da psique.

Como Freud, um proponente da abordagem psicanalítica dominante na época, Maslow reconheceu a presença do inconsciente humano.

No entanto, enquanto Freud argumentou que muito de quem somos como pessoas é inacessível para nós, Maslow argumentou que as pessoas estão profundamente conscientes de suas próprias motivações e impulsos em uma busca contínua de autocompreensão e autoaceitação.

Quanto à origem da doença, Maslow afirma: “a doença geral da personalidade é definida como qualquer condição em que a pessoa fica aquém do seu pleno desenvolvimento, ou individuação, o plena realização da sua humanidade”. (Maslow, 1968, p. 228)

 Quanto à saúde psicológica, Maslow afirma: “A saúde psicológica não é possível, a menos que esse núcleo essencial da pessoa seja fundamentalmente aceito, amado e respeitado pelos outros e pela própria pessoa. A saúde psicológica do cronologicamente imaturo dá-se o nome de crescimento sadio. a saúde psicológica do adulto recebeu várias designações: auto realização , maturidade emocional, individuação, produtividade, autenticidade, plenitude humana, etc”. (Maslow, 1968, p. 231)

A individuação ou autorrealização é definida como:

A) Aceitação e expressão do núcleo interno ou eu, isto é, a realização das capacidades latentes, potencialidades, pleno funcionamento, Acessibilidade da essência humana e pessoal.

B) Uma presença mínima de má saúde, neurose, psicose, de perda ou diminuição das capacidades humanas e pessoais básicas). (Maslow, 1968, p. 232)

Conclui-se que é importante o encorajamento da natureza interna da pessoa, ao invés de suprimi-la ou reprimi-la. A pura espontaneidade consiste na

expressão livre,

desinibida,

incontrolada,

confiante e

não premeditada do eu,

isto é, das forças psíquicas com interferência mínima da consciência.

Controle,

vontade,

cautela,

autocrítica,

moderação,

deliberação,

constituem os freios a essa expressão que se tornaram intrinsecamente necessários pelas leis dos mundo social e natural, fora do mundo psíquico. (Maslow, 1968, p. 60).

Noções sobre a Motivação Humana

Para Maslow organismo humano é ativado e energizado por uma hierarquia na qual se organizam as necessidades básicas, chamadas por ele de instintoides, devido a sua Natureza hereditária ou inata.

essas necessidades são dispostas ordenadamente:

1. necessidades fisiológicas (alimentação, água, sobrevivência);

2. Necessidades de segurança (proteção, manutenção, estabilidade);

3. necessidades de afiliação e pertencimento (amar e ser amado);

4. necessidades de estima e apreço (de si mesmo e dos outros);

5. necessidades de auto realização (individuação)

Em 1943, Maslow publicou o artigo que marcou época de sua carreira, A Theory of Human Motivation , que apareceu na revista Motivation and Personality (DeCarvalho, 1991). No artigo, Maslow argumentou que “os desejos fundamentais dos seres humanos são semelhantes, apesar da multidão de desejos conscientes” (Zalenski & Raspa, 2006, p. 1121).

Em seu artigo, Maslow (1943) descreve essas necessidades como sendo organizadas em uma hierarquia de prepotência.

Em outras palavras, o primeiro nível de necessidades é o mais importante e monopolizará a consciência até que seja atendido. Uma vez que um nível de necessidades é atendido, a mente passa para o próximo nível, e assim por diante, até que a autorrealização seja alcançada.

Níveis da hierarquia de Maslow

Na base da hierarquia estão asnecessidades fisiológicas, consideradas universais. Entre as necessidades fisiológicas estão ar, água, comida, sono, saúde, roupas e abrigo. Essas necessidades posicionadas na base da pirâmide significam que são fundamentais para o bem-estar humano e sempre terão prioridade sobre outras necessidades.

Em seguida na hierarquia estão as necessidades de segurança. Se uma pessoa não se sente segura em seu ambiente, é improvável que direcione a atenção para tentar atender a necessidades de ordem superior. Em particular, as necessidades de segurança incluem segurança pessoal e emocional (por exemplo, proteção contra abuso), segurança financeira e bem- estar .

O terceiro na hierarquia é a necessidade de amor e pertencimento por meio de conexões familiares, amizade e intimidade.

Os seres humanos estão conectados, o que significa que buscamos aceitação e apoio de outras pessoas, seja individualmente ou em grupos, como clubes, organizações profissionais ou comunidades online. Na ausência dessas conexões, ficamos suscetíveis a estados de mal-estar, como a depressão clínica (Teo, 2013).

O quarto nível da hierarquia são as necessidades de estima. De acordo com Maslow, existem dois subtipos de estima.

• A primeira é a estima refletida na percepção que os outros têm de nós. Ou seja, estima na forma de prestígio, status, reconhecimento, atenção, apreciação ou admiração (Maslow, 1943).

A segunda forma de estima está enraizada no desejo de confiança, força, independência e capacidade de realização.

Além disso, Maslow observa que quando nossas necessidades de estima são frustradas, é provável que surjam sentimentos de inferioridade, fraqueza ou desamparo (Maslow, 1943).

No topo da hierarquia de Maslow está a autorrealização. De acordo com Maslow, os humanos só vão buscar a satisfação dessa necessidade após a satisfação de todas as necessidades de ordem inferior (Maslow, 1943).

• Maslow a relacionou com o sentimento de descontentamento e inquietação quando não se está colocando seus pontos fortes em pleno uso:

Um músico deve compor,
um artista deve pintar,
um poeta deve escrever,
caso pretendam deixar seu coração em paz.
O que um homem pode ser, ele deve ser.
A essa necessidade podemos dar o nome de
autorrealização.

(Abraham Maslow, 1943, p.382)

Exemplos de necessidades de autorrealização incluem a aquisição de um parceiro romântico, a paternidade, a utilização e o desenvolvimento de talentos e habilidades e a busca de objetivos (Deckers, 2018).

➩ No final de sua carreira, Maslow revisitou sua conceituação original da pirâmide e argumentou uma sexta necessidadeacima da autorealização. Ele chamou essa necessidade de autotranscendência, definida como o desejo de uma pessoa de “promover uma causa além do eu e experimentar uma comunhão além dos limites do eu através da experiência máxima” (Koltko-Rivera, 2006, p. 303). Exemplos de comportamentos de transcendência

➩ dedicar-se a descobrir uma 'verdade', apoiar uma causa, como justiça social ou ambientalismo, ou buscar unidade com o que é percebido como transcendente ou divino (por exemplo, fortalecer o relacionamento Com Deus).

➩ De acordo com Maslow, aqueles que buscam a auto-realização e a autotranscendência são mais propensos a ter experiências de pico, que são momentos profundos de amor, êxtase, compreensão ou alegria (Maslow, 1961).

➩ Exemplos de experiências de pico podem incluir experiências místicas, interações com a natureza e experiências sexuais em que o senso de eu de uma pessoa transcende o eu pessoal (Koltko-Rivera, 2006). Críticas e aplicações modernas da hierarquia de Maslow

➩ Embora a pesquisa moderna tenha confirmado a presença de necessidades humanas universais (Tay & Diener, 2011), a maioria dos psicólogos concorda que não há evidências suficientes para sugerir que tais necessidades existem dentro de uma hierarquia. Algumas falhas

➩ A falha em explicar as diferenças culturais decorrentes da criação de uma pessoa em uma sociedade individualista versus uma sociedade coletiva, pois essas diferenças podem influenciar a forma como uma pessoa prioriza suas necessidades (Wahba & Bridwell, 1976);

➩ O posicionamento do sexo dentro da hierarquia que Maslow argumentou se enquadra nas necessidades fisiológicas (Kenrick, Griskevicius, Neuberg, & Schaller, 2010)

➩ A possibilidade de que a ordenação das necessidades possa mudar dependendo da região, geopolítica e assim por diante. Por exemplo, o posicionamento das necessidades fisiológicas e de segurança na hierarquia pode mudar em tempos de guerra (Tang & West, 1997).

O Mundo Experiencial 

Roger queria saber como percebemos e reagimos a esse mundo multifacetado de experiências.

• Ele respondeu a essa questão dizendo que a realidade de nosso ambiente depende da percepção que temos dele que nem sempre pode coincidir com a realidade.

Algumas intervenções (SEMPRE sem julgamento, e interpretação) nos momentos de discrepância do cliente:

• O que você sente quando isso acontece?

• Fala um pouco mais sobre essa ansiedade.

➩ Podem ser feita algumas intervenções para ajudar a pessoa a esmiuçar a experiência, no sentido de fazer com que ela perceba as incongruências, contradições e discrepâncias e saber lhe dar melhor com os medos, com a dor.

Podemos reagir a uma experiência de modo muito diferente de como nossos melhores amigos o fazem.

➜ Você pode julgar o comportamento de um amigo que está na faculdade com você de uma forma absolutamente diferente do julgamento de uma pessoa algumas décadas mais velhas.

A noção de a percepção ser subjetiva é antiga e não é exclusiva de Rogers. Essa ideia chamada FENOMENOLOGIA, argumenta que a única realidade da qual podemos estar seguros é o nosso próprio mundo de experiências, nossa percepção interna da realidade.

Fenômeno,

É aquilo que se mostra, que aparece.

Não interessa as características do objeto em si, mas como objeto se mostra a consciência. 

Ex.: Quando falamos a palavra Árvore, cada um pensa em uma árvore diferente, em situações diferentes.

Para um marceneiro, é uma boa madeira.

Para o viajante, é uma sombra.

Para um artista, algo que valoriza a paisagem.

 Não interessa a constituição da árvore, altura, força, mas como ela se mostra ao ser humano.

O que é o pensar fenomenológico?

É criar uma postura de ver o mundo que nos abre para a possibilidade de captarmos o sentido e os significados, é superarmos a visão objetivante das ciências, que classifica todos os objetos segundo categorias determinadas.

 Quando a gente pensa fenomenologicamente, não se olha para a pessoa a partir do sintoma. Ou seja, não vai tratar a ansiedade, vai tratar a pessoa que tem ansiedade. O foco é a pessoa que tem o sintoma. O sintoma não vai ser desprezado, vamos ajudar a pessoa a falar da experiência dela em relação ao sintoma.

Tendência atualizante

Tendência de todos os humanos (e de outros animais e plantas) a se moverem em direção a conclusão ou a realização dos potenciais (Rogers 1979, 1980).
 

"O comportamento é basicamente a tendência intencional do organismo de satisfazer suas necessidades conforme experienciadas, no campo conforme percebido" (1951, p. 491)

A tendência atualizante, principal conceito da Abordagem Centrada na Pessoa, é o impulso e a capacidade, latente ou manifesta, do indivíduo compreender a si mesmo, resolver seus próprios problemas e alcançar um funcionamento adequado.

MAIS UM POUCO SOBRE, ATITUDES FACILITADORAS...

 Rogers discutia aqui sempre que congruência, consideração positiva incondicional e empatia estiverem presentes em um relacionamento, o crescimento psicológico ocorrerá invariavelmente. Por essa razão, ele considerava essas três condições como necessárias e suficientes para uma pessoa se tornar plenamente funcional ou auto realizada.

O desenvolvimento da Personalidade

O organismo e o self, embora possuam a tendência inerente a realizar-se, estão sujeitos a fortes influências do ambiente, e especialmente do ambiente social.
 

as avaliações que os pais e outras pessoas fazem do comportamento da criança às vezes são positivas e às vezes são negativas, a criança aprende a diferenciar entre ações e sentimentos que são valiosos (aprovados) e ações e sentimentos indignos (desaprovados).

As experiências indignas tendem a ser excluídas do autoconceito mesmo que sejam organismicamente válidas. Isso resulta em um autoconceito em desacordo com a experiência organísmica.

A criança tenta ser aquilo que os outros querem que ela seja em vez de tentar ser aquilo que realmente é: “Ela valoriza uma experiência positiva ou negativamente só́ devido às condições de valor que absorveu dos outros, não porque a experiência melhora ou não é capaz de melhorar seu organismo” (1959, p. 209).

Um menino tem uma autoimagem de ser um bom menino e de ser amado pelos pais, mas também gosta de atormentar sua irmãzinha, pelo que é punido. Como resultado dessa punição, ele é levado a revisar sua autoimagem e seus valores de uma das seguintes maneiras:
(a) “Eu sou um menino mau.”
(b) “Meus pais não gostam de mim” ou
(c) “Eu não gosto de implicar com a minha irmã”.

Cada uma dessas autoatitudes pode conter uma distorção da verdade.
Vamos supor que ele adote a atitude de “Eu não gosto de implicar com a minha irmã”, negando assim seus reais sentimentos.
A negação não significa que os sentimentos deixaram de existir; eles ainda influenciarão seu comportamento de várias maneiras,  mesmo que não sejam conscientes.

Então existirá um conflito entre os valores conscientes introjetados e os inconscientes genuínos. Se cada vez mais dos valores “verdadeiros” da pessoa forem substituídos por valores tirados ou tomados emprestados de outros, ainda que sejam percebidos como sendo da própria pessoa, o self se tornará uma casa dividida contra si mesmo.
 

Essa pessoa vai sentir-se tensa, desconfortável e esquisita. Ela vai sentir como se não soubesse realmente quem é e o que
quer.

 

Então, durante a infância, o autoconceito se torna cada vez mais distorcido devido as avaliações dos outros.

Negar uma experiência não é o mesmo que ignorá-la. Negar significa falsificar a realidade, dizendo que ela não existe ou percebendo-a de maneira distorcida.

Um benefício social importante obtido pela aceitação e assimilação de experiências que tiveram negada a simbolização é que a pessoa passa a compreender e a aceitar melhor os outros.
 

Quando uma pessoa se sente ameaçada por impulsos sexuais, ela pode tender a criticar aqueles que percebe como se comportando de modo sexual. Por outro lado, quando aceita os próprios sentimentos sexuais e hostis, a pessoa será mais tolerante quando os outros os expressarem.

Rogers salientou como é importante, para um ajustamento sadio, manter um contínuo exame dos próprios valores: “À medida que o indivíduo percebe e aceita mais as experiências orgânicas em sua auto estrutura, ele descobre que está substituindo seu atual sistema de valores – baseado tão amplamente em introjeções distorcidamente simbolizadas – por um processo de valoração contínuo” (1951, p. 522).

“É, portanto, devido às percepções distorcidas decorrentes das condições de valor que o indivíduo se afasta da integração que caracteriza seu estado de bebê... Essa, em nossa opinião, é a alienação básica do homem. Ele não foi fiel a si mesmo, à sua valoração da experiência organísmica natural, mas, para preservar a consideração positiva dos outros, ele passou a falsificar alguns dos valores que experiencia e a percebê-los apenas em termos baseados no seu valor para os outros. O caminho do desenvolvimento para a maturidade psicológica, o caminho da terapia, é desfazer tal alienação no funcionamento do homem, dissolver as condições de valor, conseguir um self congruente com a experiência e restaurar um processo de valoração organísmica unificado como o regulador do comportamento.”

Segundo o modelo de Rogers, a psicopatologia ou a perturbação emocional acontece em indivíduos que foram expostos a uma consideração positiva condicional. As condições de valor associadas levaram à incongruência self-experiência.

Ao contrário, os indivíduos que experienciam a consideração positiva incondicional mantêm ou reinstalam a congruência self-experiência.
Devido à ausência de conflito ou incongruência, tais indivíduos não precisam depender de defesas. Rogers caracterizou essas pessoas sadias como funcionando plenamente.

Por fim...

A Psicoterapia Centrada na Pessoa tem como pressuposto básico a confiança no ser humano enquanto um organismo que possui em si mesmo os recursos para seu próprio crescimento, um ser essencialmente ativo. Rogers considera o homem como seu próprio arquiteto. Cabe a ele utilizar-se de seu próprio potencial de crescimento, necessitando para isso de condições facilitadoras.

Rogers chama esse potencial de crescimento intrínseco à pessoa de tendência atualizante e descreve-o como "um fluxo subjacente de movimento em direção à realização construtiva das possibilidades que lhe são inerentes.

A partir desse ponto de vista, sua proposta se baseia no poder pessoal, buscando o desenvolvimento fluido da autonomia da pessoa, enquanto um ser livre e responsável por sua própria escolha. Para Rogers, a opção responsável e pessoal é elemento essencial no fato de ser pessoa.

O modelo de homem da abordagem centrada na pessoa é existencialista, dentro da visão sartreana de que o homem é o que ele faz, um projeto que se vive subjetivamente. No existencialismo, segundo Sartre, o homem é responsável por aquilo que é. "Assim o primeiro esforço do existencialismo é o de pôr todo o homem no domínio do que ele é e de lhe atribuir total responsabilidade de sua existência"1. Na visão de Sartre, o homem é o que ele faz, seu destino encontra-se em suas próprias mãos: "...um homem nada mais é do que uma série de empreendimentos de que ele é a soma, a organização, o conjunto das relações que constituem estes empreendimentos.

Rogers trabalha no sentido de desenvolver no cliente características positivas que lhe são inerentes e que contribuem para seu próprio desenvolvimento.

I. A NOÇÃO CHAVE

O ser humano tem a capacidade, latente ou manifesta de compreender-se a si mesmo e de resolver seus problemas de modo suficiente para alcançar a satisfação e eficácia necessárias ao funcionamento adequado.

➩ O ser humano tem uma tendência para exercer esta capacidade

O exercício desta capacidade requer um contexto de relações humanas positivas, favoráveis à conservação e à valorização do eu, isto é, requer relações desprovidas de ameaça ou de desafio à concepção que o sujeito faz de si mesmo.

1. A tendência à atualização

É a capacidade do indivíduo.
Preside o exercício de todas as funções, tanto físicas como experienciais.
Visa desenvolver as potencialidades do indivíduo.
Visa assegurar sua conservação e “enriquecimento”.

ENRIQUECIMENTO: compreendido como tudo aquilo que favorece o desenvolvimento integral do indivíduo pelo crescimento de tudo o que possui e de tudo o que é, de sua importância, seu saber, seu poder, sua felicidade, seus talentos, seu prazer, suas posses e tud aquilo que aumenta a satisfação que ele obtém disso.

Fundamentos da Psicologia Humanista Existencial

1.1. Fundamentos filosóficos e psicológicos

➩ Quando falamos em psicoterapia existencial, está implícito que temos como princípio o EXISTENCIALISMO.

➩ A psicologia humanista é um movimento cultural que surge dentro da sociedade americana no pós-guerra (com ápice entre 1960 e 1970). Humanismo: conjunto de ideias que busca explicitar o humano como fundamento de todas as coisas, e destaca no homem algo característico, específico em relação aos outros seres. Tais ideias de valorização da totalidade e integralidade do homem surgem como oposição a duas tendências dominantes: PSICANÁLISE E BEHAVIORISMO 

Representantes da Psicologia Humanista 

Abraham Maslow 

Quais as contribuições da fenomenologia para a psicologia humanista?

Gordon Allport 

Quais as contribuições da fenomenologia para a psicologia humanista?

Erich Fromm

Quais as contribuições da fenomenologia para a psicologia humanista?

Carl Rogers 

Quais as contribuições da fenomenologia para a psicologia humanista?

Henry A. Murray

Quais as contribuições da fenomenologia para a psicologia humanista?

Rollo May 

Quais as contribuições da fenomenologia para a psicologia humanista?

IDEIA CENTRAL

O homem é senhor da própria história

A psicologia humanista coloca em primeiro lugar uma pessoa e seu autoaperfeiçoamento.

Seus principais temas são:

valores superiores,

autorrealização,

criatividade,

liberdade,

amor,

responsabilidade,

autonomia,

saúde mental,

relacionamentos interpessoais.

O objetivo da psicologia humanista não é a previsão e o controle do comportamento humano, mas a libertação de uma pessoa dos grilhões do controle neurótico que surgiram como resultado de seus "desvios" das normas sociais ou das condições psicológicas do indivíduo. Em 1963, o primeiro presidente da Associação Psicológica Americana, James Bugental, formulou cinco disposições principais desta abordagem:

1. O homem, como ser integral, supera a soma de seus constituintes (ou seja, o homem não pode ser explicado como resultado de um estudo científico de suas funções particulares).

2. A existência humana se desenvolve no contexto das relações humanas

3. Uma pessoa está consciente de si mesma e não pode ser compreendida pela psicologia, sem levar em conta sua autoconsciência.

4. Uma pessoa tem uma escolha (não é um observador passivo de sua existência, mas cria sua própria experiência).

5. Uma pessoa é intencional (voltada para o futuro, sua vida tem um propósito, valores e significado).

A abordagem humanista em psicologia é claramente voltada para problemas práticos. Seus conceitos centrais são o crescimento pessoal (tornar-se) e as capacidades humanas. Ela argumenta que as pessoas podem mudar trabalhando em si mesmas.

Merece destaque: Pensamento de Carl Rogers

A tendência atualizante é princípio para construção de sua história.

É uma visão positiva do ser humano que se coloca como oposta a uma visão determinante do homem, o qual é fruto de condicionamentos.

SOBRE A ACP

O terapeuta assume uma atitude não-diretiva em relação ao cliente , ou seja, não tentar dar respostas a perguntas ou conselhos, mas apenas levar o cliente a encontrar a solução certa por conta própria.

“À medida que me aprofundo nas experiências de muitos clientes durante as relações psicoterapêuticas que estamos tentando criar para eles, chego à conclusão de que cada cliente faz a mesma pergunta. Por trás da situação-problema de que o indivíduo se queixa, por trás dos problemas com a escola, esposa, patrão, por trás do problema de seu próprio comportamento descontrolado ou estranho, os sentimentos assustadores residem no que constitui a principal busca do cliente. Parece-me que, no fundo, cada pessoa está perguntando: "Quem sou eu realmente? Como posso entrar em contato com o meu verdadeiro" eu "subjacente ao meu comportamento superficial? Como posso me tornar eu mesmo?"

(Rogers, em “Tornar-se Pessoa)

Conceitos importantes da ACP

Autoconceito: Eu real e Eu ideal

A maneira como uma pessoa percebe sua personalidade e como ela gostaria de vê-la. A diferença entre o real e o ideal determina como uma pessoa se desenvolverá. Se a diferença entre os dois autoconceitos for muito grande, surgem desconforto, neurose e outros problemas psicológicos.

Tendência à autorrealização  (auto-atualização)

O desejo de mostrar e desenvolver as melhores qualidades e talentos, que, segundo Rogers, é inerente a cada pessoa. O processo de autoatualização não pode ser realizado completamente: mesmo uma pessoa que realiza com sucesso seu próprio potencial sempre tem espaço para crescimento.

Experiência, abertura para a experiência

A capacidade de estar profundamente ciente dos próprios sentimentos, emoções e processos psicológicos, a ausência de medo deles. A capacidade de agir de acordo com suas próprias motivações intrínsecas - ou a capacidade de limitar suas ações com uma consciência clara dessas motivações.

Liberdade empírica

Uma sensação de total liberdade e total responsabilidade por sua própria vida. Sensação de liberdade de escolha ao tomar decisões de vida e responsabilidade por seus resultados. Alcançar essa sensação de liberdade é um dos objetivos da terapia.

Boa vida

Outro objetivo da terapia. Rogers entende a vida boa como o modo de vida e o caminho que uma pessoa livre escolhe conscientemente para si de acordo com seus próprios valores e aspirações.

“Uma pessoa livre e saudável está em um estado de correspondência entre experiência, comunicação e consciência. As dificuldades surgem quando há um descompasso: por exemplo, entre experiência e comunicação. Eu sinto uma coisa e digo outra. Ou, por exemplo, a discrepância entre comunicação e consciência. Estou fazendo algo, mas o que estou fazendo e por quê? Isso amplia a lacuna entre o eu real e o eu ideal. Nesta situação, não posso internalizar a experiência adequadamente, melhorá-la ou repetila. Alinhar o que uma pessoa sente, faz e tem consciência é a chave para uma autoatualização bemsucedida."

Relacionamento cliente- terapeuta,

fluxo da sessão

A sessão de psicoterapia centrada no cliente ocorre em um formato de conversa em que o cliente desempenha o papel de liderança.

O psicólogo não interfere no conselho, não dá recomendações.

A tarefa é que o cliente seja capaz de expressar mais plenamente suas emoções, de avançar na compreensão de sua personalidade, na consciência de seus próprios desejos e aspirações.

Todas as ações do terapeuta têm como objetivo fazer com que o cliente se mova em direção a seus próprios objetivos.

O psicólogo apoia empaticamente o diálogo, reflete o que ouviu, verifica se entendeu o que foi dito corretamente e incentiva a expressão de sentimentos.

Além do componente falado, ele atenta para o aspecto corporal: voz, postura, gestos.

“Se eu vir que uma pessoa diz uma coisa, mas se manifesta corporalmente de uma maneira diferente, com certeza vou esclarecer o que exatamente ela está experimentando. Eu não escuto apenas a pessoa que veio até mim. Confio não apenas nas palavras, mas em toda a integridade que ele é”.

O terapeuta acredita e sabe que a aspiração natural do cliente é viver, ser feliz e se desenvolver. Nossas defesas, que surgem de fracassos, lesões na infância e posteriormente, interferem nesse processo. A pessoa começa a desistir de algumas partes, habilidades, experiências de sua personalidade. Ele perde o contato com seu verdadeiro Eu. A tarefa é devolver esse Eu por completo a ele.

E o que é a Fenomenologia?

Método de investigação criado por Edmund Husserl (1859-1938) No sentido literal, a fenomenologia é o estudo de "fenômenos", os fenômenos das coisas, ou as coisas como aparecem em nossa experiência, ou as maneiras como experimentamos as coisas e, portanto, os significados que as coisas têm em nossa experiência.

a fenomenologia estuda a estrutura de vários tipos de experiência -

da percepção,

pensamento,

memória,

imaginação,

emoção,

desejo,

consciência corporal,

ação,

atividade social, incluindo a atividade linguística.

A estrutura dessas formas de experiência, via de regra, contém o que Husserl chamou de "intencionalidade", ou seja, a orientação da experiência para as coisas no mundo - aquela propriedade da consciência, graças à qual ela é consciência de alguma coisa.

O EXISTENCIALISMO

É a doutrina sobre o homem que tem suas raízes na cultura europeia.

Movimento filosófico que se estruturou entre a Primeira e Segunda Guerra Mundial. Ganhou força no início dos anos 1950.

Principais existencialistas

Martin Heidegger

Quais as contribuições da fenomenologia para a psicologia humanista?

Martin Buber

Quais as contribuições da fenomenologia para a psicologia humanista?

Jean-Paul Sartre

Quais as contribuições da fenomenologia para a psicologia humanista?

Sören Kierkegaard 

Quais as contribuições da fenomenologia para a psicologia humanista?

Karl Jaspers 

Quais as contribuições da fenomenologia para a psicologia humanista?

Gabriel Marcel

Quais as contribuições da fenomenologia para a psicologia humanista?

“Nós somos nossas escolhas” (Sartre)

Com o existencialismo...

A existência precede a essência.

O que nos interessa é o homem concreto, situado no seu contexto histórico, e com base nesse contexto, construindo o seu caminho.

EXISTENCIALISMO

Conceito central:

EXISTÊNCIA

Revela o mais íntimo do homem: o SER

É UM IR SENDO NO MUNDO

SOU “SER-NO-MUNDO” (Estou ligado a) MUNDANEIDADE

Se na prática psicoterápica aproximarmos humanismo e existencialismo, teremos uma psicoterapia humanista existencial.

Se a fenomenologia dialogar com o existencialismo, teremos uma psicoterapia fenomenológico-existencial.

No pensamento de Eugene Gendlin (1926- 2017), encontramos a presença da fenomenologia, do humanismo e do existencialismo. Sua abordagem terapêutica é chamada de “Focalização” (Focusing). Focalização

A focalização, uma abordagem centrada no cliente amplamente usada, foi desenvolvida pelo colaborador próximo de Rogers, Eugene Gendlin, na década de 1970.

A essência do foco é concentrar-se no aspecto físico da experiência: em um ritmo calmo, as reações e sensações no corpo do cliente são exploradas.

"Sentimentos táteis" são observados em resposta a pensamentos e solicitações. Ao rastreá-los, a pessoa transforma sua atitude em relação ao problema, ganha uma conexão com seu próprio corpo.

Perto da meditação, a natureza da concentração ajuda a aliviar o estresse psicológico e físico, treinar a habilidade de atenção plena, aliviar a ansiedade e a depressão.

Psicologia Humanista

Revisão

Qual o principal objetivo da Psicologia Humanista?

Tornar as pessoas livres

Abordagem Centrada na Pessoa – Carl Rogers

Principal autor: Carl Rogers

É basicamente fenomenológica, isto é, dá importância às experiências da pessoa, seus sentimentos, valores, vida interior.

Principal característica: processo de mudança que é posto em ação quando os clientes percebem no terapeuta uma consideração positiva incondicional, compreensão empática e congruência.

O cliente se torna uma pessoa em pleno funcionamento quando uma completa congruência é adquirida.

O organismo: é o locus de toda a experiência. A experiência inclui qualquer coisa potencialmente ao alcance da consciência do organismo em um dado momento.

A totalidade da experiência constitui o campo fenomenal.

O modo como o indivíduo se comporta depende do campo fenomenal (realidade subjetiva) e não das condições de estimulação (realidade externa).

O self (real, como ele é), ou autoconceito denota a Gestalt conceitual organizada e consciente, composta de percepções das características do eu, de percepções das relações deste eu com os outros e com vários aspectos da vida e dos valores atribuídos a essas percepções. (Rogers, 1959, p. 200)

O self ideal é aquilo que a pessoa gostaria de ser.

A incongruência entre o self e o organismo faz com que os indivíduos se sintam ameaçados ou ansiosos. Comportam-se defensivamente e seu pensamento se torna restrito e rígido.

Implicações sobre congruência/incongruência

1.Congruência ou sua falta, entre a realidade subjetiva (campo fenomenal) e a realidade externa (o mundo tal como é)

2. Grau de correspondência entre o self e o self ideal

Se a discrepância entre o self e o self ideal for grande, a pessoa se torna insatisfeita e “desajustada”.

Tendência atualizante

O organismo possui uma só tendência e esforço básicos: realizar-se, manter-se e desenvolver-se na experiência (Rogers, 1951, p. 487). O organismo realiza-se seguindo as linhas traçadas pela hereditariedade. Ele se torna mais diferenciado, desenvolvido, autônomo e mais socializado à medida que amadurece.

Há uma força de impulsionamento na vida de todas as pessoas; esta é a única força com que pode contar o terapeuta que deseja provocar um crescimento em seu cliente.

Embora possuam a tendência inerente para se realizar, o organismo e o self estão sujeitos a fortes influências do ambiente, e especialmente do ambiente social.

 “Se uma pessoa pudesse experimentar apenas a consideração positiva incondicional, então não se desenvolveriam condições para a atribuição de valor, auto estima seria incondicional, as necessidades de consideração positiva e auto estima jamais divergir iam da avaliação organísmica e o indivíduo continuaria a ser psicologicamente ajustado, funcionando plenamente”

(Rogers, 1959, p. 224) Tornar-Se Pessoa

“Compreender é duplamente enriquecedor. Quando trabalho com clientes perturbados, verifico que compreender o mundo estranho de uma pessoa psicótica, ou compreender e sentir as atitudes de um indivíduo que tem a impressão de que sua vida é demasiado trágica para poder ser suportada, ou compreender um homem que se sente indigno e inferior – cada uma dessas compreensões me enriquece de algum modo...”.

“... Talvez o que mais importa é que a minha compreensão dessas pessoas permite a elas se modificarem. Permite-lhes assumir seus próprios temores, os pensamentos estranhos, os sentimentos trágicos e os desânimos, tão bem como os seus momentos de coragem, de amor e de sensibilidade. [...] Quando alguém compreende perfeitamente esses sentimentos, torna-se possível aceita-los em si mesmo. [...] ocorrem modificações tanto nos sentimentos quanto na própria pessoa. “Posso, com minha própria atitude, criar uma segurança na relação, o que torna mais possível a comunicação”.

...é sempre altamente enriquecedor poder aceitar outra pessoa”.

“a experiência é para mim, a suprema autoridade. A minha própria experiência é a pedra de toque de toda a validade. Nenhuma ideia de qualquer outra pessoa , nem nenhuma das minhas próprias ideias, tem a autoridade que se reveste minha experiência”.

“Nem a Bíblia , nem os profetas – nem Freud, nem a investigação, nem as revelações de Deus ou dos homens – podem ganhar precedência relativamente à minha experiência”.

A experiência mostrou-me o que as pessoas têm fundamentalmente uma orientação positiva”. [...] As palavras que julgou descreverem com maior veracidade essa direção são: positiva, construtiva, tendente a auto realização, progredindo para a maturidade e para a socialização”.

“A vida, no que tem de melhor é um processo que flui, que se altera e onde nada está fixo. [...] Quando me deixo levar pelo fluir da minha experiência que me arrasta para frente, para um fim de que estou vagamente consciente, é assim que me sinto melhor. [...] A vida é sempre um processo de devir”.

“Não posso fazer mais do que tentar viver segundo a minha própria interpretação da presente significação da minha experiência, e tentar dar aos outros a permissão e a liberdade de desenvolverem a sua própria liberdade interior para que possam atingir uma interpretação significativa da sua própria experiência”.

Abraham Maslow

Maslow acreditava que a psicanálise se concentrava demais na “metade doente da psicologia” (Koznjak, 2017, p. 261).

➩ Da mesma forma, ele acreditava que o behaviorismo não se concentrava o suficiente em como os humanos diferem dos animais estudados no behaviorismo. Assim, ele contribuiu para a terceira força da psicologia que surgiu em resposta a essa frustração: a psicologia humanista .

A psicologia humanista ganhou influência em meados do século XX por seu foco no impulso inato dos indivíduos para se autorrealizar, se expressar e alcançar todo o seu potencial.

Em 1943, Maslow publicou o artigo que marcou época de sua carreira, A Theory of Human Motivation.

De acordo com sua teoria, os seres humanos possuem necessidades de ordem superior e inferior, que são organizadas em uma hierarquia. Essas necessidades são:

• Necessidades psicológicas;

• Segurança;

• Pertencimento e amor;

• Estima ; e

• Autorrealização (Maslow, 1943).

O processo de autorrealização desempenhou um papel crítico na teoria de Maslow. Ele definiu essa tendência como "o pleno uso e exploração de talentos, capacidades, potencialidades, etc.“

Ou seja, as pessoas estão constantemente se esforçando para atingir seu pleno potencial.

➩ A autorrealização não é um ponto final ou um destino. É um processo contínuo no qual as pessoas continuam a se esforçar e alcançar novos patamares de bem-estar, criatividade e realização.

Maslow acreditava que as pessoas autorrealizadas possuem uma série de características-chave. Algumas delas incluem autoaceitação, espontaneidade, independência e a capacidade de ter experiências de pico (experiências de autorrealização intensa).

Perguntas

1. Explique os conceitos de noção de eu e campo fenomenal segundo Rogers.

A noção de "eu" se dá na percepção que o indivíduo atribui a si mesmo. O Campo Fenomenal são as experiencias que acontecem com o indivíduo, sendo que cada pessoa têm seu campo onde as experiencias são vividas de forma individual e única. 

2. O que é uma abordagem não-diretiva?

Uma abordagem onde o profissional não possui um roteiro programático. O trabalho é feito de forma onde quem está no centro do processo é o atendido e não o profissional.

3. Explique o que é compreensão empática e sua importância no processo terapêutico.

É uma posição de aceitação e compreensão verdadeira para com a demanda trazida pela pessoa atendida. Um olhar espelhado, onde o profissional se veste com os olhos do outro para então fazer as devidas devoluções genuínas ao cliente.

4. Explique o que é a necessidade de consideração positiva.

É uma expressão que o indivíduo necessita para que seu desenvolvimento seja pleno.  

5. O que é congruência?

Estar em concordância com os sentimentos e comportamentos.

6. O que é fenomenologia?

É os estudo dos fenômenos utilizado pela psicologia humanista que visa compreender e considerar tudo aquilo que acontece com o indivíduo.  

7. Qual a contribuição de Maslow para a Psicologia Humanista?

Frustrado com as abordagens freudianas e com as teorias comportamentais Maslow, com o conceito de auto-realização e a hierarquia das necessidades, contribuiu para a psicologia humanista.

8. Explique a hierarquia das necessidades de Maslow.

São 6 necessidades organizadas em uma escala, das quais sendo respectivamente realizadas o indivíduo completa um pleno desenvolvimento. Tais são elas, necessidades primárias (básicas) que são as fisiológicas e as de segurança e as necessidades secundárias, que são as sociais, estima e auto-realização. 

9. Relacione a teoria de Maslow à prática de psicoterapia.

A teoria de Maslow  foi compreendida como "A teoria da motivação humana", o que justamente colabora para a psicoterapia entendendo que o indivíduo para sua plenitude necessita estar motivado e satisfeito em todas as esferas que englobam as que Maslow propõe. 

10. Quais são as características das pessoas autorrealizadas?

PSICOTERAPIA EXISTENCIAL

Temas Fundamentais

Essência

O Ser-no-Mundo

Morte

A escuta e a fala

Psicoterapia Existencial

O existencialismo é primeiramente uma corrente filosófica que busca compreender a condição humana.

Neste contexto, refere-se a um movimento, concebendo o ser humano como um ser emergente, que não possui uma essência definidora, pois sua existência precede a sua essência.

Existência e Essência

➩ A máxima do existencialismo é encontrada na afirmação de Jean Paul Sartre...

➩ “a existência precede a essência”,

➩ ... o que significa dizer que, antes de tudo, o homem cria a essência, dentro da sua própria existência. Isto representa uma parte consistente do que Sartre enfatiza quando diz: “Nós somos o que escolhemos ser” (MAY, 1977, p.132)

O que significa isso?

➩ O homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo e só depois se define.

➩ Ao se comparar a essência humana com a de outros seres, nota-se a condição de ser existente que se transforma e se projeta na própria dimensão de seu ser.

➩ Uma árvore, por exemplo, se desenvolve a partir da essência de sua semente; seu desenvolvimento e crescimento são determinados a partir das condições climáticas.

➩ A sua essência, no entanto, é inalterável: não se consegue a partir de uma laranja um abacateiro.

➩ A essência humana jamais é estática ou uma mera repetição de fenômenos a partir de fatos ocorridos no passado.

➩ Essa condição assegura ao homem a peculiaridade de transformar-se e, se necessário, recomeçar a reconstruir a cada instante uma vida “perdida” diante do sofrimento e das agruras da existência.

SER NO MUNDO

➩ O homem existe não apenas em sua relação corpórea ou apenas pelo lugar que ocupa no espaço.

➩ o homem existe em relação à sua condição de ser no mundo.

➩ eu fato de estar no mundo constituem por si só, determinante de muito sofrimento de desespero.

➩ O mundo com suas condições e normas – morais, éticas, políticas, religiosas – cerceia a quase totalidade do desdobramento das possibilidades existenciais.

➩ O ser no mundo implica numa luta constante do homem consigo para não perder sua dignidade existencial e suas características individuais.

➩ O ser no mundo traz também a questão de que o homem é o único ser que constrói seu ambiente de vida (talvez destrua, se levarmos em conta os desastres ecológicos).

➩ Os animais, por outro lado, habitam num determinado ambiente sem condições de transformá-lo ou até mesmo de se adaptarem no outro ambiente.

Morte

➩ Na morte somos a totalidade que não pudemos ser em vida. Mas mesmo em vida, podemos, em certo sentido, antecipar-nos a nós mesmos em direção à morte e, assumindo a morte, adotar um ponto de vista sobre nós como totalidade.

➩ Para SartreA morte é ocorrência que determina o fim da existência, ponto fim a todos os projetos elaborados.

➩ Heidegger coloca a morte como fazendo parte da vida.

➩ Resistência humana sofre perda de continuidade com o ato de morrer.

➩ a morte tem a condição de determinar a resistência o fim de seus devaneios , planos e ilusões. A morte é assim a ocorrência mais concreta da existência humana, determinando muitas vezes a condição de absurdidade da vida.

O sentido da vida

➩ Tem entre os temas existencialistas o sentido da vida é um dos que mais provocam discussão.

➩ A vida enquanto existência única e isolada não tem sentido. O homem existe a partir de suas realizações, não existindo pela sua própria vida isolado no contexto de suas realizações.

➩ A consciência de que a vida é um emaranhado de sofrimentos e agruras (aflições, empecilhos) existenciais faz com que assumamos a dimensão da nossa responsabilidade, enquanto seres livres e responsáveis pela construção dos propósitos ideais de vida.

➩ O sentido da vida e significação é determinante da gratificação emocional obtidas pelas realizações alcançadas ao longo de existir.

➩ Ao longo de sua existência homem busca afoitamente no sentido de vida que lhe dê uma significação plena e total.

➩ Nessa busca se depara com as mais diversas dificuldades fazendo com que a existência seja permeada de obstáculos a serem vencidos e que, na grande maioria das vezes, dá-lhe uma dimensão real dos fatos fenômenos da existência.

➩ O sentido da vida é algo buscado pelo homem desde os primórdios da humanidade. Ao mesmo tempo em que o homem evolui nos avanços tecnológicos me conhecimentos técnicos, a busca do sentido da vida continua sendo realizada da mesma forma há milênios.

➩ O sentido da vida muitas vezes é determinado pelas crenças que norteiam a existência.

➩ O sentido da vida é determinante da gratificação emocional obtida pelas realizações alcançadas ao longo da existência.

➩ O homem é um contínuo vir-a-ser e a própria dinâmica propulsora da existência é a renovação da motivação inerente ao sentido da vida.

➩ Existem também as pessoas que ao decidirem como sentido de vida a realização de projetos de vida praticamente inalcançáveis atingem não as metas inicialmente propostas, mas certamente alcançam patamares muito superiores aos impostos pela própria existência.

➩ É através do sentido da vida que o pensamento existencialista contribui de maneira significativa para uma tomada de consciência decisiva sobre a própria realidade da existência humana.

➩ E também é através do sentido da vida que determinados sentimentos podem ser avaliados e superados de modo livre e autêntico.

Conforme May (1977), a abordagem existencialista:

 não é um sistema de terapia, mas uma atitude frente à terapia;

➩ não é um conjunto de novas técnicas, mas uma preocupação com a compreensão da estrutura do ser humano, características estas que devem estar presentes em todas as técnicas.

Qual é a base da relação terapêutica na Fenomenologia?

A escuta e a fala

A fala permite ao cliente uma melhor compreensão e percepção de si mesmo.

O cliente é um ser emergente, em transformação durante todo o processo psicoterápico, considerado um ser responsável por suas escolhas.

O terapeuta existencial trabalha com a aceitação da escolha do indivíduo e responsabilidade sob as escolhas.

A escuta é uma habilidade básica do terapeuta, que segundo Giovanetti (1993), revela uma postura mais dinâmica, que exige uma atenção maior para aquilo que se passa, uma interrogação sobre o significado mais profundo do que é dito.

Relação terapêutica

➩ Nada mais é que uma relação humana, na qual se proporciona a ambos os envolvidos – terapeuta e cliente, um meio de aprendizado de si mesmo e para o terapeuta, principalmente, um aprendizado da dinâmica do outro.

➩ O psicoterapeuta existencial deve procurar sempre conhecer a si mesmo e trabalhar suas questões pessoais mais conflituosas, para que durante o processo psicoterapêutico possa ocupar o lugar do outro sem emitir juízo de valor.

➩ Conforme Erthal (1995), “... o terapeuta deve ser autocongruente e transparente, desejando se envolver com o cliente como uma pessoa completa. Precisa compreender e aceitar o seu “self” tanto quanto o de outros indivíduos”.

Vivência do cliente

➩ Durante o processo psicoterápico, o psicoterapeuta procura focalizar a vivência do cliente como um todo, buscando informação sobre vários contextos da vida do cliente como, por exemplo, saber seu relacionamento com a família, com colegas de trabalho, com amigos e na vida sentimental.

➩ Dessa forma, o terapeuta poderá conhecer toda a dinâmica do paciente e focalizar posteriormente em pontos conflituosos que se repetem em diferentes contextos.

➩ É preciso salientar que o terapeuta deve examinar e apreender a linguagem verbal e não verbal do cliente, sempre baseado no contexto.

➩ Nas palavras de Erthal (1995) “Não se pode não comunicar. O silêncio, a imobilidade ou qualquer outra forma de renuncia já é em si uma comunicação”

➩ O terapeuta na fenomenologia existencial busca apreender o cliente para realizar intervenções mais assertivas a partir da fala verbal ou não verbal do cliente.

➩ Para Erthal (1995), o terapeuta precisa ser capaz de entender seu cliente, compreender suas declarações e responder de maneira que facilite a realização dos objetivos fixados.

➩ A partir dessas intervenções, o cliente passará a perceber seus comportamentos e principalmente a sua responsabilidade sobre eles, podendo o terapeuta sinalizar o cliente de suas condutas e comunicação não verbal.

EXISTENCIALISMO

➩ Pode ser definido como uma ampla corrente filosófica contemporânea, nascida na Europa pósprimeira guerra mundial.

➩ Este movimento prioriza a existência concreta do homem no mundo e teve suas raízes históricas no pensamento do filósofo dinamarquês Sören Kierkegaard (1813-1855).

Origens

➩ O movimento existencialista configurou-se enquanto tal na Alemanha da década de 1920, período de muito sofrimento, desespero e angústias. É na década de 1950, entretanto, que ocorre maior divulgação desse movimento, inclusive no contexto norte-americano (Penha, 1982).

➩ Dentre os diversos pensadores que difundiram o existencialismo, destacam-se:

 Jean-Paul Sartre,

 Martin Buber,

 Karl Jaspers,

 Gabriel Marcel,

 Emmanuel Levinas.

➩ Cada um, da sua forma, utilizou o método fenomenológico para elaborar a sua filosofia da existência, unindo assim os dois conceitos – fenomenologia e existencialismo (Gobbi e outros, 2002).

Como o existencialismo concebe o ser humano?

comprometido com o mundo, cuja existência é instável e contraditória.

É um conjunto de possibilidades em constante atualização.

É capaz de criar condições para adquirir a sua liberdade, o que não lhe garante tranquilidade e bem estar, ao contrário, obriga-lhe a ser mais cuidadoso consigo, já que passa a ter diversas opções existenciais.

CONVOCA-NOS A ATUARMOS COMO PROTAGONISTAS DE NOSSA PRÓPRIA VIDA, ASSUMINDO NOSSAS ESCOLHAS NO MUNDO E, POR CONSEGUINTE, SENDO RESPONSÁVEIS POR SUAS CONSEQUÊNCIAS.

Para Rogers,

(...) A essência da terapia... é um encontro de duas pessoas, no qual o terapeuta é aberta e livremente ele próprio e evidencia isto talvez mais completamente, quando ele pode livre e com receptividade entrar no mundo da outra.

(...) O cliente sente-se confirmado não somente no que ele é, mas em suas potencialidades. Pode afirmar-se, temerosamente de estar certo, como uma pessoa única, separada. Pode tornar-se o arquiteto de seu próprio futuro através do funcionamento de sua consciência.

O que isso quer dizer é que já que ele está mais aberto à sua experiência, pode permitir-se viver simbolicamente em função de todas as possibilidades.

Pode consentidamente dar vida, em seus pensamentos e sentimentos, aos impulsos criativos dentro de si mesmo, às tendências destrutivas que ele descobre dentro de si, ao desafio do crescimento, ao desafio da morte.

Pode fazer face, em seu consciente, ao que para ele significa ser, e o que lhe significa não ser. Torna-se uma pessoa humana autônoma capaz de ser o que é e de escolher seu caminho. Este é o resultado da terapia, vista por esta segunda tendência (Rogers, 1980, p. 100- 101).

ASPECTOS FENOMENOLÓGICOS PRESENTES NA ACP

➩ A fenomenologia possibilitou à psicologia uma nova postura para inquirir os fenômenos psicológicos: a de não se ater somente ao estudo de comportamentos observáveis e controláveis, mas procurar interrogar as experiências vividas e os significados que o sujeito lhes atribui, ou seja, o de não priorizar o objeto e/ou sujeito, mas centrar-se na relação sujeitoobjeto- mundo (Bruns, 2001, p.63).

➩ "[...] cabe ao psicoterapeuta a tarefa de trazer à tona a expressão inautêntica e autêntica do cliente, mobilizando-o de forma a possibilitar o reconhecer-se – bem como, uma vez lançado em sua liberdade e sua responsabilidade, escolher suas possibilidades" (Feijoo, 2000, p.105).

➩ Quanto ao conceito de angústia, na teoria da personalidade formulada por Rogers, ela aparece enquanto uma resposta funcional ao alto grau de incongruência entre self e experiência organísmica.

➩ Já em Heidegger, é vista como uma disposição fundamental da existência, fenômeno constitutivo da condição humana, que possibilita desvelamento da existência, sair da cotidianidade e uma apropriação de si.

Referência

BEZERRA, Márcia Elena Soares; BEZERRA, Edson do nascimento. Aspectos humanistas, existenciais e fenomenológicos presentes na abordagem centrada na pessoa. Rev. NUFEN, São Paulo , v. 4, n. 2, p. 21- 36, dez. 2012 . Disponível em . acessos em 17 set. 2019.

Psicologia Existencial

Definição

• A psicologia existencial tradicional é uma direção que cresceu a partir da filosofia existencial, que considera a pessoa como uma criatura única, e toda a sua vida é única e de grande valor.

História da psicologia existencial

• A psicologia existencial tradicional se desenvolve a partir da fenomenologia e das ideias dos escritores russos LN Tolstoy e FI Dostoiévski. No início do século XX. o psicólogo e filósofo alemão K. Jaspers, ao revisar as abordagens tradicionais da psiquiatria, introduziu nelas as idéias do existencialismo.

Ludwig Binswanger, um médico suíço, introduziu o existencialismo na psicologia estudando as obras de Jaspers e Heidegger. Uma pessoa não se torna mais um simples receptáculo controlado de mecanismos e instintos psicológicos, mas uma entidade integral e única. Depois, há um rápido desenvolvimento da psicologia existencial e suas ramificações, que incluem a famosa logoterapia de V. Frankl.

As principais ideias da abordagem existencial em psicologia

A psicologia existencial-humanista baseia-se em aspectos fundamentais:

• consciência e autoconsciência;

• liberdade;

• responsabilidade;

• procure o significado;

• escolha;

• consciência da morte.

A psicologia existencial, suas ideias e princípios são retirados da filosofia existencial:

• o livre arbítrio de uma pessoa a ajuda a estar em constante desenvolvimento;

• o conhecimento do mundo interior é a principal necessidade do indivíduo;

• a consciência da própria mortalidade e a aceitação desse fato é um recurso poderoso para revelar o componente criativo da personalidade;

• a ansiedade existencial torna-se o gatilho para encontrar o próprio significado único em uma existência aparentemente sem sentido.

Representantes da Psicologia Existencial

• A psicologia existencial de V. Frankl é o exemplo mais claro de não desistir, encontrando em si mesmo a vontade de viver. Frankl despertou grande confiança em si mesmo pelo fato de todos os seus métodos psicoterapêuticos terem sido testados em si mesmo e naquelas pessoas que, por coincidência fatal, estavam nas masmorras de um campo de concentração nazista.

Outros principais psicólogos existenciais: 

• Rollo May;

•Irvin Yalom;

• James Bugental;

•Medard Boss (seguidor de Heidegger);

• Ludwig Binswanger.

Abordagem existencial em psicologia

• É uma direção na qual a personalidade de uma pessoa é de grande valor devido à sua imagem interior única do mundo, sua singularidade.

• A psicologia existencial ao ensinar técnicas e exercícios simples ao paciente em situações de infortúnio e vazio existencial ajuda as pessoas a encontrar novos significados e escolhas, a sair da posição de vítima.

Relações entre Psicologia Humanista e Psicologia Existencial

• A psicologia existencial é uma ramificação da psicologia humanista, de modo que muitos dos conceitos centrais da personalidade humana têm uma descrição semelhante.

• a abertura da personalidade de uma pessoa para o mundo, experimentar-se neste mundo e sentir o mundo em si é a principal realidade psicológica;

• a natureza do homem é tal que ele precisa constantemente da revelação de si mesmo e do desenvolvimento contínuo de suas potencialidades;

• uma pessoa tem liberdade, vontade e capacidade de escolha dentro de seus valores;

• a personalidade é uma entidade criativa e ativa;

• a vida de uma única pessoa deve ser considerada como um processo único de tornar-se e ser.

Problemas da psicologia existencial

Problemas de vida, morte e tempo: uma pessoa percebe que é mortal, que isso é um fato inevitável. O desejo de viver e o medo da morte formam um conflito.

➩ Os problemas de comunicação, solidão e amor são a consciência da solidão neste mundo: uma pessoa vem a este mundo sozinha e a deixa igualmente sozinha, consciência de si mesma sozinha na multidão.

Problemas de responsabilidade, escolha e liberdade: o desejo de liberdade de uma pessoa e a ausência de padrões, estruturas restritivas e ordenadas e ao mesmo tempo o medo de sua ausência geram conflitos.

Os problemas do sentido e do absurdo da existência humana surgem dos três primeiros problemas. Uma pessoa está constantemente no conhecimento de si mesma e do mundo ao seu redor, cria seus próprios significados. A perda de sentido vem da percepção da solidão, do isolamento e da inevitabilidade da morte.

Crise Existencial em Psicologia

Os princípios da psicologia existencial derivam da presença de problemas que surgem em uma pessoa. Uma crise existencial oprime qualquer pessoa da juventude à velhice, todos pelo menos uma vez se perguntaram o sentido da vida, de sua existência, de ser.

Para alguns são pensamentos comuns, para outros a crise pode ser aguda e dolorosa, levando à indiferença e à falta de motivação adicional para a vida: todos os significados estão esgotados, o futuro é previsível e monótono.

Uma crise existencial pode penetrar em todas as esferas da vida humana. Acredita-se que esse fenômeno seja inerente a pessoas de países desenvolvidos que já se satisfizeram e têm tempo para analisar e refletir sobre sua própria vida. Uma pessoa que perdeu entes queridos e pensou em termos de "nós" se depara com a pergunta: "Quem sou eu sem eles?"

A terapia existencial é mais como um diálogo que empurra o paciente para o autoconhecimento. E um psicólogo existencial não segue um plano de consulta rígido e não impõe nenhum ponto de vista. Apenas tente permitir que o cliente perceba suas características e a si mesmo.

Psicoterapia Existencial

A abordagem fenomenológica favorece a observação dos fenômenos à medida que aparecem, independentemente de corresponderem ou não a uma realidade objetiva. Na verdade, não há realidade em si, mas apenas uma realidade em mim: sou eu que dou sentido à experiência tal como a percebo.

 O sentimento não é verificável, não é certo ou errado: o paciente só pode aprender a reconhecê-lo e administrá-lo .

A abordagem fenomenológica, portanto, observa os fenômenos humanos diretamente, sem estruturas teóricas pré-estabelecidas, em que, posteriormente, se colocaria o indivíduo. Na verdade, qualquer estrutura é redutiva.

➩ I. Yalom definiu a psicoterapia existencial como uma abordagem psicodinâmica.

Existem duas diferenças importantes entre a psicodinâmica existencial e a psicodinâmica analítica:

1. os conflitos existenciais e as ansiedades existenciais surgem como resultado do inevitável confronto das pessoas com os dados últimos do ser: morte, liberdade, isolamento e falta de sentido.

2. a dinâmica existencial não implica a adoção de um modelo evolutivo ou "arqueológico" em que "primário" seja sinônimo de "profundo". Quando os terapeutas existenciais e seus pacientes fazem uma extensa pesquisa, eles não se concentram nas ansiedades cotidianas, mas refletem nos problemas existenciais subjacentes. Além disso, as abordagens existenciais também podem ser usadas para abordar questões relacionadas à liberdade, responsabilidade, amor e criatividade. [E. Yalom escreve que as abordagens psicoterapêuticas "refletem e são moldadas pela patologia que tratam".

A psicoterapia existencial pode ser realizada tanto individualmente quanto em grupo. Normalmente o grupo é composto por 9-12 pessoas.

As vantagens da forma grupal são que pacientes e psicoterapeutas têm maior oportunidade de observar as distorções que ocorrem na comunicação interpessoal, comportamentos inadequados e corrigi-los.

• A dinâmica de grupo na terapia existencial tem como objetivo identificar e demonstrar como o comportamento de cada membro do grupo:

1) é considerado por outros;

2) faz os outros sentirem;

3) criar uma opinião sobre ele nos outros;

4) influenciam sua opinião sobre si mesmos.

• A maior atenção nas formas individuais e em grupo de psicoterapia existencial é direcionada para a qualidade da relação psicoterapeuta-paciente.

•Os terapeutas existenciais descrevem seu relacionamento com os pacientes usando palavras como presença, autenticidade e devoção. O aconselhamento de vida individual envolve duas pessoas reais.

•Um psicoterapeuta existencial não é um "holofote" fantasmagórico, mas uma pessoa viva que tenta compreender e sentir o ser do paciente.

• R. May considera existencial qualquer psicoterapeuta que, apesar de seus conhecimentos e habilidades, consegue se relacionar com o paciente da mesma forma que, nas palavras de L. Binswanger, "uma existência se relaciona com outra".

• Os psicoterapeutas existenciais não impõem seus pensamentos e sentimentos aos pacientes.

• O terapeuta ajuda o paciente “sendo confiável e interessado; presente afetuosamente ao lado dessa pessoa; acreditando que seus esforços conjuntos acabarão levando à correção e à cura. um psicoterapeuta precisa não apenas de envolvimento completo na situação, mas também de qualidades como indiferença, sabedoria e capacidade de se envolver o máximo possível no processo psicoterapêutico.

Trabalhando com a consciência da morte

• O estudo de pessoas que estiveram em situações extremas, que sobreviveram à experiência da morte clínica, bem como de pacientes crônicos, indica irrefutavelmente que uma consciência mais profunda da morte pode levar a uma maior valorização da vida.

• A situação de proximidade com a morte provoca uma grande variedade de reações nas pessoas. Muitos tentam negar este fato. Outros caem em pânico, apatia ou reflexão infrutífera ("Por que eu?", "O que fiz de errado com minha vida e como posso consertar isso?").

•Outros ainda começam a se vingar de todas as pessoas saudáveis ou apenas daqueles que podem sobreviver a elas. Outras pessoas ativam os meios de defesa psicológica, distorcendo a realidade.

• É importante preparar qualquer pessoa para isso com antecedência e ensiná-la a usar suas doenças como uma oportunidade de crescimento pessoal.

• A consciência da singularidade e finitude da vida humana leva à "insustentável leveza do ser" - uma reavaliação de valores, aceitação no momento presente, uma experiência mais profunda e completa da arte, estabelecendo contatos próximos e sinceros com todas as pessoas, e não apenas com parentes e amigos, entendendo a relatividade dos medos e desejos humanos, estabelecendo um contato mais próximo com a natureza.

• Yalom recomenda proceder da seguinte posição: a ansiedade associada à morte é inversamente proporcional à satisfação com a vida. Aumentar a consciência da inevitabilidade da morte pode aumentar a ansiedade, mas o terapeuta deve tentar não entorpecer a ansiedade dos pacientes, mas ajudá-los a chegar a um acordo com ela e usá-la de forma construtiva.

• A técnica para trabalhar com mecanismos de proteção é identificar mecanismos de defesa inadequados e suas consequências negativas. Os psicoterapeutas tentam ajudar os pacientes a aceitar que não viverão para sempre, em vez de negar a morte.

• A consciência da mortalidade lembra-se nos períodos de transição da vida. De extrema importância são a transição da adolescência para a vida adulta, o estabelecimento de relacionamentos permanentes e a assunção das obrigações correspondentes, a retirada dos filhos de casa, a separação conjugal e o divórcio.

• Na meia-idade, muitos pacientes começam a ficar mais conscientes da morte, percebendo que não estão crescendo agora, mas envelhecendo. Além disso, a perda do emprego ou o surgimento repentino do perigo de uma prisão na carreira podem aprofundar a conscientização sobre a morte.

• Um exemplo interessante de reavaliação semântica da morte leva V. Frankl. Ele foi abordado por um médico idoso que estava deprimido há dois anos pela morte de sua esposa.

“Como eu poderia ajudá-lo? O que devo dizer a ele? Agora, eu não disse nada, mas em vez disso fiz a pergunta: "O que aconteceria, doutor, se você morresse primeiro e sua esposa sobrevivesse a você?" "Oh", disse ele, "seria terrível para ela, como ela sofreria!" Então eu respondi: "Veja, doutor, ela escapou desse sofrimento, e foi você quem a libertou deles, mas você tem que pagar por isso com o fato de ter sobrevivido e chorado por ela". Ele não respondeu uma palavra, mas apertou minha mão e saiu calmamente do meu escritório.

• Trabalhe com responsabilidade e liberdade

Quando os pacientes experimentam extrema ansiedade em relação à liberdade, os psicoterapeutas se concentram em conscientizar os pacientes de sua responsabilidade por suas vidas e ajudá-los a assumir essa responsabilidade.

•Os psicoterapeutas podem ajudar os pacientes a entender as funções de certos comportamentos (por exemplo, compulsividade) como evasão da responsabilidade de escolha.

• Além disso, os psicoterapeutas podem discutir com os pacientes sua responsabilidade por seus próprios infortúnios e, se necessário, colocar os pacientes frente a frente com essa responsabilidade.

Exemplos:

1. Um homem que reclamou amargamente que sua esposa se recusou a ter contato sexual com ele. O terapeuta esclareceu a escolha implícita observando: "Mas você deve gostar dela, já que está casado há tanto tempo!"

2. Uma dona de casa reclamou: "Não consigo lidar com meu filho, ele só fica sentado assistindo TV o dia todo". A terapeuta explicitou a escolha implícita com a seguinte observação: "E você é muito pequena e indefesa para desligar a TV".

3. O homem impulsivo e obsessivo gritou: "Pare, eu tenho medo que isso vai me matar." O terapeuta disse: "Devo impedi-lo? Se você realmente quer cometer suicídio - realmente morrer - ninguém pode impedi-lo, a não ser você mesmo.

• A essência dessa técnica é que, quando o paciente se queixa de uma situação desfavorável em sua vida, o terapeuta se interessa em saber como o paciente criou essa situação.

• Além disso, o terapeuta pode se concentrar em como o cliente está usando a "linguagem evitativa" (por exemplo, as pessoas costumam dizer "não posso" em vez de "não quero").

• Técnica de identificação de evasão Os psicoterapeutas confrontam os pacientes com suas tentativas de transferir a responsabilidade pelo que acontece dentro ou fora da psicoterapia para os psicoterapeutas. Para tanto, a conscientização do psicoterapeuta sobre seus próprios sentimentos em relação aos pacientes é muito importante, auxiliando na identificação de reações emocionais nos pacientes. Técnica para enfrentar os limites da realidade. Visa mudar o ponto de vista do paciente.

• Primeiro, o psicoterapeuta pode ajudar a identificar as áreas da vida que o paciente pode continuar a influenciar, apesar das limitações que surgiram. Assim, por exemplo, ninguém pode mudar o fato de uma doença grave, mas depende apenas de uma pessoa assumir a posição de vítima passiva em relação a esse fato ou tentar encontrar "o melhor nesta situação“.

• Em segundo lugar, os psicoterapeutas podem mudar a atitude existente em relação às restrições que não podem ser alteradas. Trata-se de aceitar a injustiça que existe na vida e reformulá-la como "se você não pode mudar a situação, mude sua atitude em relação a ela".

• Técnica de enfrentamento do sentimento existencial de culpa

•Na psicoterapia existencial, uma das funções da angústia é considerada o apelo à consciência. E uma das fontes de ansiedade é a culpa, por não perceber o próprio potencial. Técnica para liberar a capacidade de desejar É impossível sentir desejos sem contato com seus próprios sentimentos. Portanto, para compreender os verdadeiros desejos de uma pessoa, os psicoterapeutas existenciais trabalham com afetos reprimidos que bloqueiam os desejos.

• Técnica de facilitação de decisões Os psicoterapeutas existenciais encorajam os pacientes a perceber que toda ação é precedida por uma decisão.

• Como as alternativas são excluídas na hora de tomar uma decisão, as decisões são uma espécie de situação limítrofe em que as pessoas criam a si mesmas. Muitos pacientes paralisam sua capacidade de tomar decisões com perguntas que começam com "Sim, mas..." ou "E se..." (por exemplo, "E se eu perder meu emprego e não conseguir encontrar outro?").

• Os psicoterapeutas podem ajudar os pacientes a explorar as ramificações de cada pergunta "e se..." e analisar os sentimentos induzidos por essas perguntas.

• Quando necessário, os psicoterapeutas existenciais ajudam os pacientes a exercer sua vontade. A aprovação do terapeuta permite que os pacientes aprendam a confiar em sua vontade e ganhem a confiança de que têm o direito de agir.

• Yalom recomenda levar as seguintes mensagens aos pacientes reprimidos com a maior frequência possível: "Só eu posso mudar o mundo que criei", "Não há perigo na mudança", "Para conseguir o que realmente quero, tenho que mudar", "Eu posso mudar". Trabalhando com isolamento

• O terapeuta pode ajudar o paciente a entender que, em última análise, cada pessoa nasce, vive e morre sozinha. Isso é doloroso o suficiente, pois destrói todos os padrões românticos de relacionamentos humanos reforçados pela cultura. No entanto, como a morte, a consciência da solidão total afeta significativamente a qualidade de vida e os relacionamentos.

• Ao explorar sua própria solidão, os pacientes aprendem a determinar o que podem e o que não podem alcançar com os relacionamentos.

• O psicoterapeuta pode oferecer ao paciente a seguinte experiência: isolar-se do mundo exterior por um tempo e permanecer em isolamento. Depois de conduzir esse experimento, os pacientes se tornam mais conscientes tanto do horror da solidão quanto da extensão de seus recursos ocultos e do grau de sua coragem.

• Técnica de identificação do mecanismo de proteção

• identificar as defesas que os pacientes utilizam para enfrentar a contradição entre a necessidade de pertencimento e o fato do isolamento existencial.

Técnica de redefinição de problemas

Quando os pacientes reclamam que "a vida não tem sentido", eles parecem admitir que a vida tem um sentido que eles não conseguem encontrar. Essa visão aproxima-se da posição logoterapêutica. No entanto, de acordo com outras abordagens existenciais, as pessoas dão sentido ao invés de recebê-lo. Assim, os psicoterapeutas existenciais sensibilizam os pacientes de que não há um sentido objetivo inerente à vida, mas que as pessoas são responsáveis por criar seu próprio sentido.

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Psicoterapia Existencial – Parte I
 

Transcendência

Uma pedra existe no espaço com os limites de sua área. O homem, ao contrário ocupa uma dimensão que transcende seus limites corpóreos.
O homem tangencia as estrelas com sua imaginação, toca a Lua com sua percepção e desliza mar adentro através de suas sensações.

Pelo conceito de transcendência é que se pode perceber a extensão de que o homem não é um ser estático, mas sim, um ser em contínuo desenvolvimento.

Segundo Sartre: “o homem é o ser que não é o que é e que é o que não é”.
 É pela transcendência que o homem descobre a totalidade de suas poss

ibilidades existenciais; possibilidades que se esgotam ainda que a existência esteja quedada, inerte frente às vicissitudes existenciais.

É através da transcendência que as realizações humanas ganham a dimensão capaz de transformar e até mesmo de redimensiona-la.
A existência que é um contínuo vir-a-ser, um sempre ainda-não, com a possibilidade de um poder-ser, na condição de transcendência se desdobra e faz com que nos projetemos para além de nossas possibilidades existenciais.

Autenticidade

Para Sartre, a autenticidade existe no momento em que reconheço minha liberdade e ajo em seu nome. Querer a liberdade significa afirmar-se enquanto ser livre , em projetar-me constantemente.
A busca da autenticidade é a própria busca da condição humana naquilo que ela tem de mais peculiar e sublime: a consciência de si e do outro.
A conquista do homem singular se efetiva enquanto processo de conquista do ser humano e o processo de conquista passa pelo enfrentamento da angústia e se efetiva enquanto processo de autenticidade.

O homem de Sartre é um ser livre, e por sê-lo e reconhecer sê-lo, é autêntico.

“Com efeito, nada mais sou senão o projeto de mim mesmo para além de uma situação determinada, e esse projeto me pré-esboça a partir da situação concreta, assim como, além disso, ilumina a situação a partir de minha escolha” (Sartre, 2003).

Angústia

 Para os existencialistas a angústia não é um sentimento negativo e sim uma experiência valiosa que emerge quando tomamos consciência da nossa condição humana.
 A angústia é um sentimento que nos amedronta diante do nada existencial.
Somos lançados no mundo, sem escolha pessoal, sem conhecimento prévio. O mundo estava aí diante de nós e estará aí depois de nós.

 É o reconhecimento de que as coisas têm o significado que lhes damos, que o sistema através do qual definimos a cada momento a nossa situação é atribuído ao mundo por nós, e que, portanto, não podemos derivar deles a maneira de ser do mundo.
 O homem é um ser arrojado que uma vez lançado ao mundo terá que, na mais absoluta liberdade, buscar condições existenciais que possam trazer novas perspectivas à própria vida.

 A ação humana deve ser vista como uma reação a um determinado estado de coisas e uma tentativa de instauração de um estado de coisas ideal.

 É através da angústia que o homem poderá direcionar seus atos e sair do quietismo em que muitas vezes é lançado pela condição social.

Amor

 Buber coloca que toda relação atual com um ser, presente no mundo, é exclusiva. O seu Tu é destacado, posto a parte, o único existente diante de nós. Ele enche o horizonte, não como se nada mais existisse, mas tudo o mais vive na sua
luz.

 O amor que acalenta o coração de um amante apaixonado, certamente, não é em essência, o mesmo do missionário que dedica sua vida na mata densa em auxílio de seus semelhantes.
 Os humanistas estão certos ao dizerem que o amor universal dependeria de algum tipo de identificação com os outros.
 Ao reconhecermos o outro como nosso semelhante, práticas como tortura, espoliação mercantilista de mão-de-obra, miséria, fome, etc., tornam-se inconcebíveis.

 O amor seria um processo de entrega onde as pessoas amam para serem amadas?
 Assim, o amor seria um processo dialético, que de certa forma, exclui aquelas formas de entrega onde não existe simetria e troca.

 As várias definições dadas ao amor fazem com que muitas vezes determinados atos sejam chamados de amor num total distanciamento dos fatos.

 Sartre coloca que algumas atitudes humanas como o desejo físico, a indiferença e o amor são de uma forma ou outra alguma modalidade de sadismo ou masoquismo, e todas estão fadadas a frustração.
 Querer ser amado é querer colocar-se para além de todo o sistema de valores de outro e ser tornado como condição de toda= valorização e o fundamento objetivo de todos os valores.

 A amante exige que o amado lhe sacrifique, em seus atos, a moral tradicional, e se preocupa em saber se o amado trairia os amigos por ela, se roubaria por ela, se mataria por ela.
 É o amor da posse onde se deseja inicialmente, com bastante ardor, o corpo do outro, para em seguida possuir-se também a própria alma e os sentimentos.

 O objeto de apego da alma é por assim compreender e definir, a meta que determina os aspectos que possam envolver, ou então, ao contrário, enfeixar as razões de toda uma existência. Quando um objeto é amado, intensamente amado, estabelece-se uma sintonia que busca levar ao encontro toda a propulsão existencial rumo a ele.

PSICOTERAPIA EXISTENCIAL – PARTE II
 

O essencial não é aquilo que se fez do homem, mas aquilo que ele fez daquilo que fizeram dele (SARTRE).

Temas existenciais: conceitos fundamentais.
 

Palavras chave:
Existência, Liberdade, Solidão.

Jean Paul Sartre
(1905-1980)

Martin Heidegger
(1889-1976)

EXISTÊNCIA

 Tanto para Heidegger como para Sartre, a consciência é que distingue radicalmente o homem de outros seres.
Heidegger enumera o que denomina de categorias básicas da existência humana:

Sentimento ou afetividade,
Entendimento,
Linguagem

Homem comum X existencialista

Para o homem comum e para a filosofia tradicional o ideal Supremo de vida é atingir uma vida de tranquilidade sem sofrimentos, onde a felicidade plena esteja presente.

o existencialista contrapõe essa posição, trazendo a tona das discussões o fato de não ser possível esse tipo de idealização, na medida em que determinadas agruras existenciais – angústia, solidão, tédio, etc.,
fazem parte de modo inerente indissolúvel da existência humana .

Não se engane!

 Os existencialistas trouxeram à reflexão Temas como a morte, a solidão e outras, visando compreender melhor a realidade humana.
O pensamento existencialista considera que angústia é inerente à condição humana e não uma forma de patologia.
 a função dos valores existencialistas eu libertar o homem dessas formas degeneradas e doentias de angústia.

LIBERDADE

 A palavra liberdade é usada no linguajar popular, para definir situações onde as pessoas decidem determinados objetivos, e, ao contrário, não é livre, quando não têm condições para tal.

Exemplo:

Se uma pessoa decide mudar de residência, ela será livre para alcançar esse objetivo, de acordo com suas condições pessoais, quem incluem desde a realidade econômica até questões mais subjetivas.

Entretanto, se condições adversas prejudicarem essa mudança, então, essa pessoa não será considerada livre para realizar seu projeto inicial.

Por outro lado, em termos políticos dizemos possuir liberdade quando temos condição de expressar nossa vontade e opinião através do voto, Seja ainda através da manifestação de ideias contrárias à ordem estabelecida.

O homem é liberdade em seu próprio ser. a existência precede e comanda a essência, e todo o empenho em demarcar a liberdade torna-se contraditório, pois a liberdade se explica como fundamento de todas as essências.

Sartre é enfático:

“Estou condenado a existir para sempre, além de minhas essência, além de móveis dos motivos do meu ato: estou condenado a ser livre”.

➩ O homem não é livre para deixar de ser livre

A liberdade e as escolhas

O homem é um ser que, livre, decide a própria vida.
O homem arca com a responsabilidade de sua escolha.
 escolher sua própria vertente significa lutar pela própria dignidade.

A liberdade é extremamente importante

Para Merleau-Ponty, as definições que fazemos de nós mesmos são posturas que assumimos em relação ao outro:

Quando digo que sou brasileiro sou feio ou sou inteligente.

Cabe a cada indivíduo se assumir ou não em relação aos outros.

 Por exemplo:

Se sou deficiente físico fato que normalmente atribuímos a natureza, só adquire significado em comparação a outro indivíduo ou a um padrão:

nunca sou deficiente físico inteiramente para mim mesmo, mas ou em relação ao outro, porém permaneceu livre para por outros como uma consciência cujas visões me alcançam até em meu ser, ou ao contrário como um simples objeto (SARTRE, 1949)

A liberdade não é uma qualidade que se acrescente as qualidades que já possuía como um homem: a liberdade é o que precisamente me estrutura como um homem por que é uma designação específica da própria qualidade de ser consciente, de poder negar, a gente poder transcender.

A liberdade é o que define minha possibilidade de me recusar como coisa, projetando me para além disso, ou se quiser, para além de mim.
 Assim, ao se assumir A liberdade como um dos valores fundamentais da existência, estamos assumindo a nossa própria ação.

SOLIDÃO

A solidão, assim como angústia, foi outro tema que a partir dos existencialistas ganhou uma nova dimensão.
A solidão é inerente à existência humana.
A solidão é uma condição imanente ao homem, faz parte da vida. só que, em determinados momentos percebemos mais agudamente, e não sabemos lidar com ela.

A solidão parece estar longe, quando mantemos um relacionamento muito estreito círculo muito íntimo com uma pessoa que amamos, com a qual temos bastante afinidade e pontos de contato.
 ou numa relação sexual em que os 2 sentem uma possível união total.

 Mas, cedo ou tarde chega a hora de encarar a conclusão inevitável: cada um é um.
 muitas vezes me percebo como parte de um todo de uma família, de um grupo de amigos, de uma comunidade.
 mas chegará um ponto em que tomarei consciência de que, para minhas realizações pessoais, dependo de minhas possibilidades.

 Por mais que se viva junto das pessoas que se ama, por mais que se interagir socialmente não será possível evitar, lá no fundo, a certeza de ser só.

SOLIDÃO É DIFERENTE DE ABANDONO

O homem tem consciência de ser. essa consciência é que vai levá-lo à conclusão:

sou uma pessoa que tem que resolver suas próprias coisas. é de mim que dependo para minhas opções.

Solidão é algo difícil de lidar

Entrar em contato com a solidão não é algo fácil. mas, ao compreendê-la, ao constatar que cada um é único, com sua própria história seu próprio percurso, sua própria biografia, sua maneira própria de buscar sentido para a sua vida, também se percebe que está aí a grandeza é a beleza da condição humana.

Nietzsche recomenda que é preciso aprender a amar-se a si próprio com amor são , o fim de aprender a suportar se a si mesmo e a não rondar fora de si.
Para viver sozinho, é preciso ser um animal ou um deus – diz Aristóteles.

Somos únicos

Ao se pensar na solidão como fazendo parte da existência humana estamos assumindo nossa condição de seres únicos e, portanto responsáveis pela dimensão dada a essa existência.

ESTUDO DIRIGIDO

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1.Quais as relações entre Abordagem Centrada na Pessoa, Gestalt-Terapia e a Psicologia Existencial?

A ACP parte da concepção de um homem ativo voltado para a atualização de seus potenciais inatos, voltado para o crescimento. O existencialismo vê o homem como ser responsável pelas suas escolhas, além de tratar, mais especificamente, de temas como angústia e morte. No existencialismo a essência não determina o homem e sua premissa básica é que “a existência precede a essência”. Já a Gestalt-Terapia é centrado no cliente, passando a entender o que está acontecendo agora.

2. Explique os seguintes conceitos fundamentais do existencialismo: liberdade, escolha, responsabilidade, angústia, solidão, morte, sentido da vida, autenticidade e inautenticidade, subjetividade.

Para o existencialismo:

Liberdade é a disposição do indivíduo de decidir sobre sua vida.

Escolha é o fruto da liberdade de decidir.

Responsabilidade é o conceito que diz que o ser humano é responsável por suas escolhas.

Angustia é um sentimento gerado justamente pela responsabilidade que o ser humano tem sobre a liberdade de fazer escolhas.

Solidão é o entendimento em que o homem nasce, vive e morre sozinho.

Morte é o fim de todas as possibilidades, o inevitável, o incondicional e o intransponível.

Sentido da vida - gratificação emocional obtidas pelas realizações alcançadas ao longo de existir.

Autenticidade é colocar em prática o projeto de vida que homem faz em relação a seu ser. 

Inautenticidade é não colocar o projeto de vida desejado em prática.

Subjetividade - é tudo aquilo que é pessoal, individual, que pertence ao indivíduo como ser único.


3. O que é Fenomenologia? Quando surgiu? Quem foi o criador dela?

A Fenomenologia é uma corrente filosófica que influenciou várias teorias, dentre elas o existencialismo e o humanismo. A Fenomenologia serve como uma sustentação metodológica que ampara os movimentos existencialista e humanista que juntas dão sentido as abordagens humanistas da psicologia. Edmundo Husserl, um filósofo e matemático alemão desenvolveu a fenomenologia no início do século XX, como um método de pesquisa. 

4. Quais as diferenças entre a fenomenologia de Husserl e de Heidegger?

Para Husserl a fenomenologia explica que as coisas são, como elas se mostram, que não é possível separar o ser com o objeto. Que o objeto não existe se não for reconhecido pela consciência. E para Heidegger as coisas são historicamente construídas.


5. Explique o conceito de "ser-no-mundo" segundo Heidegger.

O ser no mundo é o ser atirado ao mundo para, abertura, possibilidade, projetos infinitos, estar aberto ao real, aberto as possibilidades. Entretanto limitado pela temporalidade, o ser no mundo também é a possibilidade da impossibilidade, com a possibilidade de encarar o nada.  


6. Explique o que é "estar-no-mundo", segundo Heidegger.

Diferente de ser no mundo, estar no mundo segundo heidegger é estar separado, viver independente, fazer parte, mas não integrar. 

7. O que é a angústia, segundo Heidegger?

Angustia é um sentimento gerado pela responsabilidade que o ser humano tem sobre a liberdade de fazer escolhas.


8. Quais são as diferenças entre psicoterapia humanista (experiencial) e psicoterapia existencial?

Muitas abordagens da psicologia surgiram junto com o conhecimento da medicina, na humanista existencial o conhecimento surgiu da filosofia. Sendo de duas principais escolas da filosofia, a filosofia humanista e a filosofia existencialista ou existencial. Na filosofia humanista é entendida como um movimento filosófico de valorização do ser humano, um movimento que procura investigar e potencializar todas as capacidades do ser humano e o foco é o ser humano. Na filosofia existencial tudo que está acontecendo agora é responsabilidade do próprio ser humano, são consequências de alguma atitude ou uma escolha feita por ele mesmo.

9. O que caracteriza a existência individual?

Significa que não existe uma natureza que determine o que o indivíduo será. Ou seja, sua essência só é formada após existir. Ela é formada através de suas vivências e experiências, da sua liberdade e responsabilidade de fazer escolhas.


10. O que é a ansiedade, segundo a psicologia existencial?

A ansiedade em níveis normais serve ao ser humano como proteção, aumentando a consciência, agindo na vigilância e até contribuindo com a criatividade. Entretanto um nível elevado de ansiedade ocorre quando o ser humano se depara com sua finitude ou frustrações, medos, inseguranças, podendo levar ao adoecimento. 


11. O que Rollo May entende por "ansiedade neurótica"?

Ansiedade neurótica: é desproporcional à ameaça, ocasiona a repressão e bloqueio ou negação na consciência. Acontece quando os valores são “empedrados”, nos recusamos a modificá-los e recusamos o crescimento e desenvolvimento, a mudança. Outro conceito estudado por May era o da culpa


12. O que são os sintomas psicopatológicos, segundo Rollo May?

Presença perdida (melancolia), presença momentânea (mania), presença vazia (esquizofrenia), presença de exibição (histeria) e presença controlada (neurose obsessiva)

13. O que são os conflitos existenciais, segundo Yalom?

Os conflitos existenciais e as ansiedades existenciais surgem como resultado do inevitável confronto das pessoas com os dados últimos do ser: morte, liberdade, isolamento e falta de sentido.


14. Qual a importância da busca de sentido para os indivíduos, segundo Viktor Frankl?

Frankl fala que não podemos evitar o sofrimento, mas podemos escolher como vamos lidar com ele. Ele diz que podemos encontrar um sentido no sofrimento. Frankl afirma que o propósito da vida, é fazer o que você ama dando um significado, independente do que está vivendo.


15. Quais são os objetivos da psicoterapia existencial?

• consciência e autoconsciência;

• liberdade;

• responsabilidade;

• procure o significado;

• escolha;

• consciência da morte.

16. Comente a citação de Teixeira (2006) "[...] a psicoterapia existencial não é conceptualizada como um tratamento nem como uma terapêutica da perturbação mental, nem se focaliza necessariamente no alívio dos sintomas, mas que é essencialmente um processo de confronto com as potencialidades e de mudança pessoal".

Está dizendo que a psicoterapia existencial não enxerga o ser humano com foco na doença, nem se propõe a cura e sim um processo onde a pessoa tem condições de mudar a si mesma.  

17. Quais são as pessoas que mais podem se beneficiar da psicoterapia existencial?

Todas e principalmente aquelas que aceitam, que querem e que acreditam na mudança e no aprimoramento pessoal.

18. Quais são as características da relação terapêutica na psicoterapia existencial?

Presença, autenticidade e devoção.

O terapeuta ajuda o paciente “sendo confiável e interessado; presente afetuosamente ao lado dessa pessoa; acreditando que seus esforços conjuntos acabarão levando à correção e à cura. um psicoterapeuta precisa não apenas de envolvimento completo na situação, mas também de qualidades como indiferença, sabedoria e capacidade de se envolver o máximo possível no processo psicoterapêutico.

19. O que é atitude fenomenológica? Explique.

Atitude fenomenológica é o movimento de colocar em suspenso conceitos adquiridos com as experiências vividas antes, para focar no que está resolvendo no agora.


20. Qual a finalidade do método fenomenológico?

Aprofundar no que esta dado. 

"Ao assumir uma postura de interrogação sobre algo que nos inquieta, não tomando os fatos como verdades já estabelecidas pelas ciências positivistas, buscando uma análise “mais profunda”, sobre o que nos inquieta, estamos assumindo a atitude fenomenológica; esse é modo de pensar fenomenológico."

21. Quais devem ser os objetivos das intervenções terapêuticas em psicoterapia existencial?

As intervenções acontecem como sendo facilitadores para que a pessoa procure um significado para a sua existência. Amplie a consciência de si mesmo de forma clara e profunda para possibilitar o enfrentamento de seus conflitos interiores e tentar entrar em contato consigo mesma e percebe-los.


22. Quais são as atitudes e qualidades profissionais desejáveis ao psicólogo existencial?

Presença, autenticidade e devoção.

23. Qual a motivação da existência, segundo Viktor Frankl?

Viver em busca de dar sentido para todas as vivencias da vida, até mesmo as mais difíceis.

Para Viktor Frankl, o homem está no centro e tem como impulso primário aquilo que chamou de "vontade de sentido", isto é, a vontade de descobrir o sentido da vida (que pode ser encontrado no amor, numa obra ou executando uma determinada tarefa).

24. Quais são os principais aspectos da psicoterapia existencial-humanista norte-americana?

A consciência da realidade da existência é que conduz à ansiedade; ajudar o cliente a identificar e suparar as suas resistências ou modos de evitamento da ansiedade existencial; a tomada de consciência do mundo próprio da experiência subjetiva e a experiência de confronto com os dados da existência é a fonte da ansiedade.

25. Comente a frase de Sartre: "O Homem é aquilo que projeta ser e não existe antes desse projeto".

O homem define seu papel na sociedade ao longo da trajetória de sua vida. 


26. Qual o método proposto por Sartre? Qual o objetivo da psicoterapia existencial sartriana?

Dar autonomia ao indivíduo, para que, depois da alta da psicoterapia, ele tenha maior compreensão de todos estes processos e possa lançar-se ao futuro com possibilidades ampliadas.


27. Comente a frase de Sartre: "A existência precede a essência".

Dizer que a existência precede a essência é lançar o homem no mundo, desprovido de uma definição. O homem surge no mundo e, só posteriormente será aquilo que ele fizer de si mesmo.


28. Qual a importância da escuta e da fala em psicoterapia?

A fala permite ao cliente uma melhor compreensão e percepção de si mesmo.

A escuta é uma habilidade básica do terapeuta, que segundo Giovanetti (1993), revela uma postura mais dinâmica, que exige uma atenção maior para aquilo que se passa, uma interrogação sobre o significado mais profundo do que é dito.


29. Como o existencialismo concebe o ser humano?

O existencialismo coloca no homem a total responsabilidade por aquilo que ele é. Primeiro ele existe e depois se faz por suas escolhas.


30. Relacione em que situações/contextos os conceitos trazidos pelos filósofos existencialistas podem ser aplicados e utilizados na atuação clínica em psicologia.

Servindo como ferramenta facilitadora para que a pessoa se conheça melhor e veja suas questões amplamente e compreenda que tem capacidade de fazer suas escolhas e que precisa ser responsável pelas consequências, seja quais forem.

EM BUSCA DE SENTIDO

No livro Em Busca de Sentido, o autor Viktor Frankl aborda a questão do sentido da vida. Ex-prisioneiro do campo de concentração de Auschwitz ele faz um relato da sua experiência e as situações muito difíceis vivenciadas naquele ambiente de dor, sofrimento e privações. Frente a essas situações ele conta como as pessoas que sobreviveram conseguiram reagir a tudo isso e a busca em encontrar um sentido para a vida após essa dolorosa experiência.

O que foi determinante para as pessoas que sobreviveram e saíram vivas dessa experiência?

1 – O sentido do sofrimento, da dor e a finitude do homem:

“Quando um homem descobre que seu destino é sofrer, tem que ver neste sofrimento uma tarefa sua e única. Mesmo diante do sofrimento, a pessoa precisa conquistar a consciência de que ela é única e exclusiva em todo o cosmo-centro deste destino sofrido. Ninguém pode assumir dela isso, e ninguém pode substituir a pessoa no sofrimento. Mas na maneira como ela própria suporta este sofrimento está também a possibilidade de uma vitória única e singular. Para nós, no campo de concentração, nada disso era especulação inútil sobre a vida. Essas reflexões eram a única coisa que ainda podia ajudar-nos, pois esses pensamentos não nos deixavam desesperar quando não enxergávamos chance alguma de escapar com vida. O que nos importava já não era mais a pergunta pelo sentido da vida como ela é tantas vezes colocada, ingenuamente, referindo-se a nada mais do que a realização de um alvo qualquer através de nossa produção criativa. O que nos importava era o objetivo da vida naquela totalidade que incluiu a morte e assim não somente atribui sentido à “vida”, mas também ao sofrimento e à morte. Este era o sentido pelo qual estávamos lutando!”.

Quando nos deparamos com situações de dor, sofrimento e uma possibilidade de morte eminente passamos a refletir não somente sobre o sentido da vida mas também sobre qual é o sentido desse sofrimento e da morte.

A dor e o sofrimento pertencem somente a pessoa que está passando por determinada situação porque a nossa existência é única, subjetiva e individual. Só nós podemos encontrar na nossa dor e sofrimento os nossos mais profundos sentimentos, esperanças, sonhos e novas perspectivas que deem um novo e profundo significado a nossa existência.

Esse pedaço da vida só pode ser conjugado na primeira pessoa do singular: Eu penso, eu sinto, eu quero, eu vivo e eu morro.

2 – O significado de cada tempo na nossa vida e suas vivências:

“Mas não falei somente do futuro e da penumbra em que este felizmente estava envolto, nem fiquei apenas no presente com todo seu sofrimento. Falei também do passado, com todas as suas alegrias, e da luz que ele ainda lançava para dentro das trevas dos nossos dias. Citei o poeta que diz: “Aquilo que viveste nenhum poder do mundo tirará.” Aquilo que realizamos na riqueza da nossa vida passada, na abundância de suas experiências, essa riqueza interior nada nem ninguém nos podem tirar. Mas não só o que vivenciamos; também aquilo que fizemos, aquilo que de grandioso pensamos, e o que padecemos, tudo isso salvamos para a realidade de uma vez por todas. Estas experiências podem pertencer ao passado, justamente no passado ficam asseguradas para toda a eternidade! Pois o passado também é uma dimensão do ser, quem sabe, a mais segura.“

Viktor também sobreviveu a dolorosa experiência de um campo de concentração porque o tempo vivido por ele não era somente o chronos, o tempo cronológico de quantos dias ou meses ele tinha ainda para “sobreviver” ou até morrer nesse ambiente de privações e sofrimentos. Ele viveu muito o kairós que é o tempo que não pode ser medido, é o tempo da oportunidade, é o tempo do presente, o tempo interno que nos faz caminhar sem tanta angústia e sofrimento e traz à nossa memória os momentos que se tornam inesquecíveis, ainda que tenham sido breves.

3 – A nossa responsabilidade perante a vida:

“O que se faz necessário aqui é uma viravolta em toda a colocação da pergunta pelo sentido da vida. Precisamos aprender e também ensinar às pessoas em desespero que a rigor nunca e jamais importa o que nós ainda temos a esperar da vida, mas sim exclusivamente o que a vida espera de nós. Falando em termos filosóficos, se poderia dizer que se trata de fazer uma revolução copernicana. Não perguntamos mais pelo sentido da vida, mas nos experimentamos a nós mesmos como os indagados, como aqueles aos quais a vida dirige perguntas diariamente e a cada hora – perguntas que precisamos responder, dando a resposta adequada não através de elucubrações ou discursos, mas apenas através da ação, através da conduta correta.”

Nesse trecho o autor nos faz refletir sobre a responsabilidade que temos em respondermos adequadamente as perguntas da vida. A nossa existência não pode ser pautada somente no que temos a esperar da vida, mas sim o que a vida espera de nós.

Todo ser humano tem dons e habilidades que precisam ser descobertos e colocados a serviço do outro, a serviço da vida, a serviço de uma causa maior que aí sim acaba dando, o que Viktor fala num outro trecho do livro, em um super sentido, o qual transcende o significado da nossa existência na Terra.

4 – Da transitoriedade à realidade das potencialidades vividas e guardadas no passado com significado:

“Entre as coisas que parecem tirar o sentido da vida humana estão não apenas o sofrimento, mas também a morte. Nunca me canso de dizer que os únicos aspectos realmente transitórios da vida são as potencialidades; porém no momento em que são realizadas, elas se transformam em realidades; são resgatadas e entregues ao passado, no qual ficam a salvo e resguardadas da transitoriedade. Isto porque no passado nada está irremediavelmente perdido, mas está tudo irrevogavelmente guardado. Sendo assim, a transitoriedade da nossa existência de forma alguma lhe tira o sentido. No entanto ela constitui a nossa responsabilidade, porque tudo depende de nos conscientizarmos das possibilidades essencialmente transitórias. O ser humano está constantemente fazendo uma opção diante da massa de potencialidades presentes; quais delas serão condenadas ao não-ser, e quais serão concretizadas? Qual opção se tornará realidade de uma vez para sempre, imortal “pegada nas areias do tempo”? A todo e qualquer momento a pessoa precisa decidir, para o bem ou para o mal, qual será o monumento de sua existência.“

O trecho acima transcrito foi um dos que mais me trouxe a reflexão sobre a beleza e significado da existência de cada ser humano, quando o autor fala que o único aspecto transitório da vida são as potencialidades. Mas que está em nossas mãos a responsabilidade delas serem realizadas e transformadas em realidade de tal forma que elas passam a ser salvas no passado vivido, onde nada está perdido mas tudo está guardado com muito significado.

5 – Como olhar a vida e a passagem do tempo com um novo significado para o envelhecimento e a morte:

“Ao considerar a transitoriedade essencial da existência humana, a logoterapia não é pessimista, mas antes ativista. Em linguagem figurada poderíamos dizer que o pessimista parece um homem que observa com temor e tristeza que a sua folhinha na parede vai ficando mais fina a cada dia que passa: Por outro lado, a pessoa que enfrenta ativamente os problemas da vida é como o homem que, dia após dia, vai destacando cada folha do seu calendário e cuidadosamente a guarda junto às precedentes, tendo primeiro feito no verso alguns apontamentos referentes ao dia que passou. É com orgulho e alegria que ele pode pensar em toda a riqueza contida nestas anotações, em toda a vida que ele já viveu em plenitude. Que lhe importa notar que está ficando velho? Terá ele alguma razão para ficar invejando os jovens que vê, ou de cair em nostalgia por ter perdido a juventude? Que motivos terá ele para invejar uma pessoa jovem? Pelas possibilidades que estão à frente do jovem, do futuro que o espera? “Eu agradeço”, é o que ele vai pensar. “Em vez de possibilidades, realidades é o que tenho no meu passado, não apenas a realidade do trabalho realizado e do amor vivido, mas também a realidade dos sofrimentos suportados com bravura. Esses sofrimentos são as coisas das quais me orgulho mais, embora não sejam coisas que possam causar inveja.”

A única certeza que temos nessa vida é da morte e que o homem é um ser finito. Então o que é envelhecer até chegar o dia da nossa morte?

Envelhecer é ir aumentado a nossa “malinha” de experiências vividas e recheadas de possibilidades que não ficaram na transitoriedade da vida porque foram realizadas por nós com plenitude e significado.

Envelhecer é agradecer os sofrimentos que foram vividos e suportados com coragem e bravura em busca de descobrirmos um novo sentido para a vida.

Envelhecer é nos permitirmos a vivência de um tempo oportuno onde há o domínio de maior liberdade espiritual e riqueza interior.

E ao final dessa jornada o que será essencial é se conseguirmos responder para a vida a pergunta do que ela esperava de nós. A resposta a essa pergunta é sem dúvida o maior legado que podemos deixar e ficará eternizado na memória do passado que foi um dia o presente vivido com amor, beleza, singularidade e significado.

Qual a relação da fenomenologia com a psicologia humanista?

O humanismo na psicologia aponta para uma atitude fenomenológica, uma postura diferente que se revela o homem no que ele tem de próprio, onde o ser humano tem que ser captado em seu movimento e para isso é necessário nos colocarmos na postura do atual, do presente, do atuante, do em curso.

Quais as contribuições da psicologia humanista?

A maior contribuição dessa nova linha psicológica é a da experiência consciente, a crença na integralidade entre a natureza e a conduta do ser humano, no livre arbítrio, espontaneidade e poder criativo do indivíduo.

Qual o objetivo da psicoterapia humanista fenomenológica?

As psicoterapias de base fenomenológicas, humanistas e existenciais buscam entender o homem através de si mesmo, das suas angústias, sentimentos, motivações e sentidos que atribuem a sua vida.