Pode cruzar mãe e filho cães?

Dr, o cachorro filhote pode cruzar com a mãe?

Eu costumo ouvir essa pergunta mais vezes do que você imagina, pois muitas pessoas não imaginam o risco que essa prática pode causar

A verdade é que essa prática apresenta um risco imenso para os animais, tanto para as mães, quanto para a ninhada.

Então, cachorro filhote pode cruzar com a mãe? A resposta é não! O cachorro filhote não deve, em hipótese alguma, ter uma cruza com a mãe. O ato pode desencadear diversos problemas para uma possível ninhada que venha a surgir.

Para ir mais a fundo nesta questão complexa, separei o artigo em tópicos, tal como um guia completo que esclarecerá de uma vez por todas o porquê de essa prática não ser aconselhada e quais as suas consequências. Confira!

Cachorros da mesma família podem cruzar? 

Apesar de ser um tema aparentemente batido, o questionamento é sempre presente. Afinal, cachorro filhote cruzando com a mãe, pode? E o pai com a filhote fêmea? E entre irmãos?

Pois bem, todos tratam do mesmo caso, denominado por especialistas como cruzamento consanguíneo.

Para os cachorros, é sempre importante destacar, não existe essa diferença no momento da cruza. 

Por isso, é muito comum em diversos ambientes ver o cachorro filhote cruzando com a mãe ou mesmo o pai com a filhote fêmea.

Os animais não são capazes de distinguir relações familiares.

Portanto, é importante ter consciência sobre as consequências do cruzamento de cachorro filhote com a mãe, bem como demais cruzamentos consanguíneos, que podem ser muito prejudiciais ao cachorro.

Cruzamento de cachorro da mesma família é saudável?

O cruzamento consanguíneo é uma prática não recomendada pelos especialistas e nada saudável para os animais.

Isso porque esse tipo de cruzamento gera filhotes muito mais propícios a doenças e totalmente frágeis na sua estrutura. 

Além disso, por mais que aconteça em menor escala, se comparado a seres humanos, o cruzamento consanguíneo facilita o nascimento de filhotes com deformidades físicas e limitações motoras.

Os problemas, enfrentados desde o nascimento, são evidenciados na fase adulta, mas também comportam casos mais severos, tais como: 

• Filhotes com uma patinha a menos;
• Patas curtas;
• Cabeça deformada;
• Olhos completamente fechados;
• Ausência de partes do corpo (orelhas ou olhos, por exemplo);

Dessa maneira, o cruzamento de cachorro de maneira consanguínea não é recomendado por veterinários e especialistas da área, visto que é uma agressão à próxima linhagem de animais da família. 

Os problemas físicos surgem a partir de consequências genéticas.

O cruzamento de cachorro filhote com a mãe desencadeia alterações nos genes da próxima linhagem, que jamais poderão ser consertados, condenando os animais a uma vida de sofrimento por questões genéticas.

Dessa forma, as grandes consequências do cruzamento de cachorro filhote com a mãe estão diretamente relacionadas às questões genéticas. 

Para evitar que esse cruzamento de cachorro ocorra, dê uma olhada nesse artigo onde ensino como evitar que a cachorra fique prenha, que pode ajudar muito nestes casos.

Portanto, os problemas genéticos surgirão de uma forma ou outra em função do cruzamento consanguíneo.

Problemas genéticos que podem surgir no cruzamento de cachorro

Os problemas genéticos observados se dão a partir do cruzamento consanguíneo.

O filhote gerado no cruzamento de cachorro filhote com a mãe terá limitações do ponto de vista genético das mais diferentes maneiras.

Isso se deve ao fato de que mãe e filhote apresentam genes muito similares e, quando geram descendentes, muito provavelmente farão dele pouco resistente a doenças ou desencadearão problemas físicos eventuais no futuro.

O filhote de cruzamentos consanguíneos é mais frágil e em grande parte dos casos sequer sobrevive aos primeiros dias após o nascimento.

A evolução da tecnologia tem auxiliado a dar uma vida digna a estes filhotes, mas ainda assim há problemas difíceis de solucionar, como ausência de patas, olhos ou até mesmo capacidade pulmonar. 

Endogamia em cachorros

Existe um termo para o cruzamento consanguíneo de membros da mesma família, seja ele de animais ou humanos.

Denominado como endogamia, este método de acasalamento visa gerar descendentes a partir de ascendentes de parentesco próximo.

A endogamia tem como consequência o empobrecimento genético e, mais cedo ou mais tarde, acaba originando degenerações em grupos e raças em prol de suposta pureza no sangue. 

A história, no entanto, mostra como a ideia não progrediu e foi fadada ao fracasso e ao esquecimento.

Por que criadores fazem o cruzamento de cachorros consanguíneos?

Uma parcela de criadores realiza esta prática de cruzamento consanguíneo sem avaliar as possíveis consequências. 

Sem se importar com danos colaterais, eles geram ninhadas e mais ninhadas, com o intuito de aproveitar a maior proporção de filhotes minimamente saudáveis. 

Com isso, os animais têm a carga genética empobrecida e desenvolvem problemas graves ao longo da vida adulta – quando chegam até ela.

Por conseguinte, o animal é passado adiante, o que acaba perpetuando na sua procriação sem conhecimento prévio da ancestralidade da raça. 

Um animal que ainda sofre muito com isso é o Pastor Alemão, muito provavelmente a raça mais castigada do ponto de vista dos cruzamentos consanguíneos.

Isso porque, durante a fase adulta, o animal acaba apresentando deficiências intelectuais ou mesmo sucessivas doenças no quadril entre a fase adulta e idosa.

E por falar no quadril do Pastor Alemão, temos um ótimo artigo sobre os motivos que levam esta raça a ter a traseira baixa. Confira!

Cruzamento consanguíneo é um erro

Cachorro filhote pode cruzar com a mãe em algumas situações específicas, quando, por exemplo, deseja-se corrigir problemas para eles e descendentes da raça. 

No geral, costuma ocorrer para correção de problemas de fenótipo, os quais podem afetar diretamente a raça em específico.

Entretanto, é um processo inteiramente acompanhado por profissionais e em um ambiente seguro e controlado.

Além, claro, de ser algo raro e complexo de ser feito, tendo-se muita atenção para evitar erros ou irresponsabilidades.

Conclusão

No geral, porém, o cruzamento de cachorro filhote com a mãe ou demais parentes é um erro. É uma prática que precisa ser coibida, visto que só tende a prejudicar os animais indefesos e que simplesmente são incapazes de diferenciar com quem podem ou não podem acasalar.