Inaugurando a onda de revoluções burguesas, a Inglaterra vai promover uma importante reformulação política. A superação do Absolutismo foi essencial para fortalecer a burguesia e criar as bases para a Revolução Industrial. Show
Apesar do nome estar no singular, muitos historiadores dividem a Revolução Inglesa em duas fases. Essas etapas seriam a Revolução Puritana e a Revolução Gloriosa, mas entre uma e outra, tem é história. É confusão, babado e gritaria que vocês querem? Então, vem tranquilo! 1. Absolutista, mas nem tanto.Com a formação dos Estados Nacionais, o absolutismo foi amplamente adotado na Europa durante a Idade Moderna. Contudo, a relação da Inglaterra com o absolutismo foi marcado pela instabilidade. Desde de antes da formação da monarquia parlamentar inglesa, já existiam mecanismos para controlar o poder do rei, como a Magna Carta (1215). O ideal absolutista só vai se concretizar após a Guerra das Duas Rosas (1455 – 1485), entre as famílias York e Lancaster pelo trono inglês. O conflito enfraquece os laços senhoriais e fortalece o poder na figura do rei. Com a dinastia Tudor (1485 – 1603), o absolutismo se concretizou, mas não criou raízes, como veremos a seguir. 2. As tretas religiosasDurante as reformas religiosas, Henrique VIII rompe com a Igreja
Católica e cria a Igreja Anglicana. Apesar de ser amplamente difundido que o rompimento estava ligado somente à negação do divórcio, é importante ressaltar que o interesse do rei estava diretamente ligado às posses da Igreja e seu excesso de poder. Ou seja, a nova religião não nasceu buscando romper dogmas católicos, muito pelo contrário, muitos aspectos continuaram iguais. Junto com o anglicanismo, o Calvinismo também vai ganhar terreno entre a burguesia inglesa, que vai encontrar na nova religião um incentivo às suas práticas comerciais. Conhecidos como puritanos, os burgueses adquiriram mais força econômica, espiritual e religiosa e se fortaleceram politicamente, o que proporcionou uma ascensão cada vez maior dessa classe. 3. A conspiração contra a burguesiaA dinastia dos Stuarts foi marcada pela oposição entre a nobreza e os burgueses, vulgo, puritanos. O crescimento econômico e político da burguesia assustava a
nobreza. Essa desavença vai se estender para o campo político com o acirramento das disputas no Parlamento entre a Câmara dos Comuns e a Câmara dos Lordes. Enquanto a primeira representava os interesses burgueses, a segunda era composta pela nobreza. Com a intenção de diminuir o poder da burguesia, Jaime I (1603 – 1625) vai aumentar os impostos e promover uma perseguição religiosas aos puritanos. Numa clara tentativa de restabelecer o absolutismo e centralizar o poder na sua figura, ele ainda fechou o parlamento (1614 -1622) e manteve uma postura intervencionista com a formação de monopólios estatais. Quando seu filho, Carlos I (1625 – 1649), assume o trono a postura com relação a centralização do poder e a perseguição aos puritanos continua a mesma, porém com o Parlamento aberto. Sofrendo uma oposição ferrenha, principalmente, da Câmara dos Comuns, liderada por Oliver Cromwell, sua postura vai dar início a chamada Guerra Civil. 4. Revolução PuritanaConhecida também como a Guerra Civil Inglesa, o conflito bélico opôs os defensores do poder do rei, os Cavaleiros, e aqueles que defendiam o interesse dos puritanos, os cabeças redondas. Formada por camponeses e pela baixa burguesia, o exército chamado de New Model Army era liderado por Oliver Cromwell e era composto também por dois grupos radicais: os Diggers, que atuavam no campo e os Levellers, que estavam ligados a
cidade. Vencido o exército dos nobres, os puritanos decapitaram o rei Carlos I em 1649 e instalaram uma república liderada por Oliver Cromwell. 5. A República de CromwellChamada de Commonwealth, o novo modelo republicano, que a princípio lutou contra o absolutismo, vai ser construído em cima de contradições. A centralização do poder, que era a grande crítica à monarquia, vai ser a marca principal do governo de Oliver Cromwell. Ele dissolveu o Parlamento e se declarou o Lord Protetor da Inglaterra, Irlanda e da Escócia e se manteve enquanto tal até a sua morte. Apesar do autoritarismo, Cromwell não esqueceu as demandas da burguesia e promulgou os Atos de Navegação (1651). Através dele, impulsionou a marinha inglesa, diminuiu a concorrência holandesa e aumentou o lucro dos comerciantes ingleses. 6. O retorno daqueles que não foramCom a morte de Oliver Cromwell, seu filho Richard Cromwell assume o poder. Porém, sua liderança e popularidade não eram lá grandes coisas. Com um governo marcado pela instabilidade, ele será retirado do poder e o Parlamento vai conseguir restaurar a monarquia e colocar a dinastia Stuart no poder. Mas como os nobres continuavam sendo nobres e a burguesia continuava sendo a burguesia, os conflitos continuaram. Carlos II seguia o exemplo dos antecessores: flertava abertamente com o absolutismo, fechou o Parlamento (1681), perseguiu os puritanos e para piorar, se aproximou novamente do catolicismo. A conversão de seu sucessor, Jaime II, a religião católica e a concessão de benefícios aos católicos pode ser considerado o estopim para a eclosão de um novo conflito. 7. Revolução GloriosaCom o aumento da insatisfação de ambos os grupos, nobreza e burguesia, o
Parlamento se reúne e organiza um golpe político para tirar Jaime II do poder. Maria II, filha do rei, junto com Guilherme de Orange, seu marido, armam com o Parlamento para depor o rei. E assim se concretizou a revolução: sem derramamento de sangue e de forma rápida. Jaime II foi retirado do poder, que foi assumido pela sua filha e por seu marido. Porém, o Parlamento, principalmente a burguesia, vai assegurar a aprovação da Bill of Rights – Declaração de Direitos de 1689 – garantindo a limitação do poder real. A promulgação da Bill of Rights acaba de vez com o absolutismo na Inglaterra e promove a consolidação da monarquia parlamentarista. É a vitória da burguesia sobre os privilégios da nobreza. 8. ConsequênciasAs consequências diretas do sucesso da primeira revolução burguesa foi a conquista da liberdade de expressão e da profissão da fé, além da subordinação da figura do rei ao
Parlamento. Ademais, garantiu o direito à propriedade privada e a criação de mecanismo que impediam a volta do absolutismo. A Revolução Inglesa favoreceu a transformação da Inglaterra em uma potência comercial devido ao aumento da participação da burguesia nas decisões políticas através do Parlamento. Ela consolidou o poder político na mão da burguesia, um fator essencial para a criação das bases necessárias para a Revolução Industrial e para o desenvolvimento pleno da classe burguesa. 9. Aquele resuminho que noix gostaUFA! Chegamos ao fim desse rolê histórico. Respira e inspira, foca aqui naquele resuminho esperto:
Outros aspectos importantes sobre a Revolução InglesaA Vida Social Antes da Revolução InglesaCom a Dinastia Tudor, a Inglaterra teve muitas conquistas, que serviram de base para o desenvolvimento econômico do país. Os governos de Henrique VIII e de sua filha Elisabeth I trouxeram:
Foi com esses monarcas que também surgiu a formação de monopólios comerciais, como a Companhia das Índias Orientais e dos Mercadores Aventureiros. Isto serviu para impedir a livre concorrência, embora essa ação tenha sufocado alguns setores da burguesia, o que resultou na divisão da burguesia de um lado – grandes comerciantes que gostaram da política de monopólio – e de outro a pequena burguesia que queria a livre concorrência. Entre os grandes problemas da época estavam a detenção de privilégios nas mãos das corporações de ofício é a situação problemática na zona rural, com a alta dos produtos agrícolas as terras foram valorizadas. Isso gerou os cercamentos, isto é, os grandes proprietários rurais queriam aumentar suas terras expropriando as terras coletivas, transformando-as em particulares. O resultado foi a expulsão de camponeses do campo e a criação de grandes propriedades para a criação de ovelhas e produção de lã, condições imprescindíveis para a Revolução Industrial. Para não deixar o conflito entre camponeses e grandes proprietários aumentar o governo tentou impedir os cercamentos. Claro que com essa ação a nobreza rural, Gentry (a nobreza progressista rural), e a burguesia mercantil foram fortes oponentes. Para Entender a Revolução InglesaParece complicado, mas para entender a revolução inglesa é preciso, primeiro, entender uma pouco mais sobre a Dinastia Stuart. Dinastia StuartEsta dinastia iniciou-se após a morte da rainha Elisabeth I, em 1603 que ao morrer sem deixar herdeiros, promoveu o início da Dinastia Stuart. Jaime I, rei da Escócia (1603-1625). Dissolveu o parlamento várias vezes e quis implantar uma monarquia absolutista baseada no direito divino. Por isso, perseguiu os católicos e seitas menores, sob o pretexto que os mesmos estavam organizando a Conspiração da Pólvora (eliminar o Rei), em 1605. Muitos que ficaram descontentes começaram a ir para a América do Norte. Os atritos entre o Rei e o Parlamento se intensificaram , principalmente depois de 1610. Em 1625, houve a morte de Jaime I e seu filho Carlos I, assumiu o poder. Carlos I, sucessor de Jaime I (1625- 1648). Tentou continuar uma política absolutista e estabelecer novos impostos, mas acabou impedido pelo parlamento. Em 1628, com tantas guerras, o Rei viu-se obrigado a convocar o parlamento, que ao juramento da “Petição dos Direitos” (2º Carta Magna inglesa) garantia à população contra os tributos e detenções ilegais. O parlamento queria o controle da política financeira e do exército, além de regularizar a convocação do parlamento. A resposta real foi bem clara, a dissolução do parlamento que voltaria a ser convocado em 1640. Carlos I governou sem parlamento, mas ele buscou o apoio da Câmara Estrelada, uma espécie de tribunal ligado ao Conselho Privado do Rei. Também tentou impor a religião anglicana aos calvinistas escoceses (presbiterianos), gerando rebeliões por parte dos escoceses que invadiram o norte da Inglaterra. Com isso, o rei viu-se obrigado a reabrir o parlamento em abril de 1640 para obter ajuda da burguesia e da Gentry. No entanto, o parlamento tinha mais interesse no combate ao absolutismo e acabou fechado novamente. Em novembro do mesmo ano foi convocado de novo. Desta vez ficou como o longo parlamento, que se manteve até 1653. Se você ainda tiver ficado com alguma dúvida, confere o vídeo abaixo do nossos professor de História, Pellizzari, explicando essa matéria para você entender a Revolução Inglesa de vez! Aproveita também para conferir o post Revolução Inglesa II e e bons estudos! 😉 Quais são as principais consequências da Revolução Inglesa?A Revolução Inglesa teve duas consequências principais: Estabeleceu um modelo de monarquia parlamentarista, com o centro de poder se deslocando para o parlamento (como é até hoje); Abriu caminho para que a burguesia nacional prosperasse; um primeiro passo para a Revolução Industrial Inglesa no século seguinte.
Que foi a Revolução Inglesa?A Revolução Inglesa foi um conjunto de guerras civis e mudanças de regime político que ocorreram na Inglaterra, Escócia e Irlanda entre 1640 e 1688. Estas revoluções marcaram a ascensão da burguesia e consolidaram a monarquia parlamentarista na Inglaterra.
O que foi a Revolução Inglesa Brainly?Ocorrida entre 1640 e 1688, foi uma das primeiras revoluções burguesas que limitaram o poder de um rei absolutista e deu início à formação de uma monarquia constitucional na Inglaterra. Essa revolução marcou também o começo do predomínio das religiões protestantes no reino inglês.
Quais foram as principais consequências da Revolução Puritana?Consequências. Com a morte de Charles I, a monarquia foi abolida e foi declarada república na Inglaterra. O Parlamento foi dissolvido e em 1653, Cromwell assumiu o poder com o título de Lorde Protetor da República em um período conhecido como "Commonwealth".
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