O que foi a nova ordem mundial

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Na teoria das relações internacionais, a expressão "Nova Ordem Mundial" (NOM) tem sido utilizada para se referir a um novo período no pensamento político. Das diversas interpretações deste termo, a expressão é principalmente associada ao conceito de governança global.[1][2]

Foi o presidente dos Estados Unidos Woodrow Wilson quem, pela primeira vez, desenvolveu um programa de reforma progressiva nas relações internacionais e liderou a construção, por meio da Liga das Nações, daquilo que se convencionou a denominar "Nova Ordem Mundial".[3][4] Nos Estados Unidos, a expressão foi usada literalmente pela primeira vez pelo presidente Franklin Delano Roosevelt, em 1941, durante a II Guerra Mundial.[5]

Nova Ordem Mundial também é um conceito socioeconômico e político que faz referência ao contexto histórico do mundo pós-segunda guerra[6] e pós-Guerra Fria. Foi utilizado pelo presidente dos Estados Unidos Ronald Reagan na década de 1980, referindo-se ao declínio da União Soviética e ao rearranjo geopolítico das potências mundiais.[carece de fontes]

Ver também[editar | editar código-fonte]

  • Nova Ordem Mundial (teoria conspiratória)
  • Globalização
  • Ordem mundial
  • Teoria do sistema-mundo

Referências

  1. Global Governance - Our Global Neighborhood: The Report of the Commission on Global Governance'
  2. [https://web.archive.org/web/20090208221522/http://sovereignty.net/p/gov/gganalysis.htm Arquivado em 8 de fevereiro de 2009, no Wayback Machine. Our Global Neighborhood: A Summary Analysis by Henry Lamb Bouciet Cassiet
  3. Biography of Woodrow Wilson
  4. Knock, Thomas J. To end all wars : Woodrow Wilson and the quest for a new world order (1992). Subject: Wilson, Woodrow, 1856-1924; League of Nations;
  5. Address for Navy and Total Defense Day. 27 de outubro de 1941.
  6. Folha de S.Paulo Carlos Eduardo Lins Da Silva (Publicado na Folha de S.Paulo em 17 de julho de 1994)

A Nova Ordem Mundial é um conceito político e econômico que se refere ao contexto histórico do mundo pós-Guerra Fria. Estabeleceu-se no fim da década de 80, com a queda do muro de Berlim (1989), no quadro das transformações ocorridas no Leste Europeu com a desintegração do bloco soviético.

O termo Nova Ordem Mundial é aplicado de forma abrangente. Em um contexto atual, pode se referir também à importância das novas tecnologias em um mundo progressivamente globalizado e às novas formas de controle tecnológico sobre as pessoas.

A Nova Ordem Mundial busca garantir o desenvolvimento do capitalismo e estrutura-se a partir de uma hierarquização de países, de acordo com seu nível de desenvolvimento e de especialização econômica. Veja algumas das principais características.

Distribuição do poder internacional

Em termos militares, a bipolaridade (fato de haver dois pólos de força, que eram Estados Unidos e URSS) foi substituída pela chamada pax imperial americana, que significa que não existe país no mundo capaz de se contrapor ao poderio militar americano. A supremacia militar incontestável dos Estados Unidos é exercida de forma intensa em todas as partes do mundo onde seus interesses econômicos ou geopolíticos se fazem presentes.

Em termos econômicos e tecnológicos temos a multipolaridade, com pelo menos três grandes blocos: o primeiro, organizado em torno dos EUA; o segundo, em torno da Europa (União Européia) e um terceiro, o bloco asiático, onde se destacam o Japão, a China, a Índia e até mesmo a Rússia.

Urbanização mundial

A intensa urbanização mundial é um fenômeno típico de países não-desenvolvidos e resultante de sua industrialização e modernização recente. No ano 2000, a ONU (Organização das Nações Unidas) divulgou que a população urbana mundial superou a população rural.

A urbanização é acelerada e irreversível em especial nos países em desenvolvimento. É geralmente caótica, o que agrava os problemas ambientais e concentra a pobreza, potencializando seus aspectos negativos.

Nova divisão do trabalho

Ao contrário do que ocorria até pouco tempo, a nova divisão internacional do trabalho (DIT) não separa apenas países exportadores de manufaturados de países exportadores de matéria-prima.

A Nova Ordem Mundial é atualmente caracterizada pela sua multipolaridade em termos econômicos e pela unipolaridade no plano militar.

A Nova Ordem Mundial é o atual panorama internacional demarcado pelas relações e disputas de poder entre os Estados Nacionais e pelas relações de equilíbrio entre eles. A emergência desse contexto é associada ao término daquilo que se convencionou chamar por Guerra Fria, em que o mundo deixou de ser considerado bipolar, recebendo novas designações.

Com os eventos que anunciaram o fim da União Soviética, a queda do Muro de Berlim e a dissolução do bloco socialista, o então presidente dos Estados Unidos em 1991, George H. Bush, anunciou a emergência de uma “nova ordem mundial”. Essa ordem seria marcada, então, pelo fim da rivalidade entre soviéticos e estadunidenses, anunciando a solidez de organizações internacionais como a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e a consolidação do modelo de estruturação dos blocos econômicos, até então em ascensão.

Uma das características básicas que marcaram a transição da bipolaridade para a Nova Ordem Mundial foi a mudança do padrão internacional de poder. Antes, o poderio de uma nação era medido pela sua capacidade bélica, tanto em termos estratégicos quanto em recursos tecnológicos, nas chamadas “corrida armamentista” e “corrida espacial”. Atualmente, são os níveis de desenvolvimento econômico os principais determinantes para configurar as relações internacionais, embora o plano militar ainda exerça uma considerável influência.

Apesar disso, ainda há caracterizações da atual ordem mundial como sendo unipolar, uma vez que o poderio bélico dos Estados Unidos é absolutamente superior ao das demais nações do globo terrestre. Apesar de a Rússia ter herdado a maior parte do volumoso arsenal soviético, não se sabe a sua capacidade econômica para mantê-lo, uma vez que a tecnologia nuclear demanda muitos custos de manutenção e esse país encontrou-se nos anos 1990 em uma profunda crise econômico-social.

Por outro lado, levando em conta os critérios econômicos e as respectivas ascensões nesse campo por Japão, União Europeia e, mais recentemente, pela China, boa parte das análises afirma que a Nova Ordem Mundial é do tipo multipolar, ou seja, demarcada pela confluência de diferentes potências econômicas que estabelecem o equilíbrio das relações de poder internacionais.

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Por fim, em uma perspectiva de unir essas duas concepções, fala-se de uma ordem mundial unimultipolar, ou seja, uma abordagem que não desconsidera nem o poderio econômico hegemônico dos Estados Unidos nem as novas relações econômicas mundiais.

As novas formas de regionalização do mundo

Durante o período da Guerra Fria, convencionou-se regionalizar o plano político mundial em três “mundos”. O 1º mundo seria formado pelos países capitalistas de economia desenvolvida; o 2º mundo, pelos países socialistas ou de economia planificada, e o 3º mundo, pelos países subdesenvolvidos. Além disso, com a rivalidade entre capitalistas e soviéticos, as relações de poder eram demarcadas pela oposição leste x oeste.

No entanto, a derrocada desse segundo mundo tornou tal regionalização obsoleta e sem muito sentido, pois não haveria modos de se falar de primeiro e terceiro mundos sem a existência de um segundo. Além disso, as distinções – que, como vimos, abandonaram o plano militar e agregaram o plano econômico – deixaram de ser marcadas pelo leste contra o oeste, mas passaram a ser delimitadas pela oposição norte x sul. Ao norte, temos a maioria das economias consideradas desenvolvidas e, ao sul, as economias consideradas subdesenvolvidas e emergentes. Observe o mapa a seguir:

O que foi a nova ordem mundial

Mapa da regionalização norte-sul, característica da Nova Ordem Mundial

Com isso, observamos as principais características da Nova Ordem Mundial. No entanto, é preciso observar que, por ser um contexto atual, é possível que alterações se estabeleçam, o que poderia transformar as relações de poder e, talvez, até definir a emergência de outra ordem.

Por: Rodolfo F. Alves Pena