Como tirar a aceleração do carro?

Por Fernando Miragaya
09 de dezembro de 2020 19:00
*Matéria atualizada em 25 de abril de 2022

Que atire o primeiro solenoide quem nunca se deparou com uma situação na qual o carro se arrasta. O motorista acelera, mas o veículo parece estar com as rodas presas por grilhões e bolas de chumbo. Se o carro está sem força, não se desespere: as causas podem ser várias, e as soluções, bem simples. Veja 10 motivos que podem fazer o motor render menos.

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1. Velas de ignição

As velas são uma das principais razões para o carro estar sem força, ou como se engasgasse nas acelerações. As peças são responsáveis por produzir a centelha que vai inflamar a mistura ar/combustível no motor. Se estiverem sujas ou gastas, o automóvel não vai render como deveria.

Há duas alternativas, que dependem do quanto você já rodou com o carro. Uma delas (menos praticada atualmente) é a limpeza. As velas devem ser limpas com uma lixa 220, aplicada sobre o eletrodo e com movimentos para frente e para trás, até o metal ficar limpo e brilhante.

Porém, antes disso veja no Manual do Proprietário o prazo para a troca dos componentes conforme a quilometragem. Se for a hora, substitua todas as velas, e não apenas as mais gastas. Guarde as que estiverem em melhor estado para uma reposição emergencial.

2. Cabo de vela

Como tirar a aceleração do carro?
Velas e os respectivos cabos são fontes comuns de falhas do motor

Bem, velas ok, mas o carro está sem força. A culpa ainda pode rondar as velas, só que mais especificamente os cabos. São eles que levam a energia das baterias para as peças produzirem a faísca necessária para o funcionamento do motor. Cabos gastos, ressecados, partidos ou até mal encaixados podem ocasionar falhas no desempenho do propulsor.

3. Gasolina ou etanol batizado

Isso é um mal ao qual muitos motoristas estão sujeitos. Gasolina adulterada tem menor poder energético e reduz o desempenho. Pode também contaminar o óleo lubrificante. Se o seu carro começou a engasgar ou aumentou consideravelmente a média de consumo após você abastecer em um posto, desconfie. Também atente para estabelecimentos que cobram o litro do combustível muito barato que os demais.

Lembre-se que caso suspeite de que comprou gasolina adulterada, você pode fazer uma denúncia na ouvidoria da Agência Nacional do Petróleo (ANP). E que também todo consumidor tem o direito a exigir um teste da qualidade do combustível no posto, que deve ser feito na hora e na frente do cliente.

4. Bobina

A falta de força do motor pode ter origem também nas bobina de ignição. Ela recebe corrente de baixa voltagem da bateria e a transforma numa de dezenas de milhares de volts para as velas, e qualquer defeito na peça pode comprometer o rendimento do carro. Porém, problemas em uma ou mais bobinas (dependendo do modelo do automóvel) só são detectados com equipamentos de scanner automotivo.

5. Bomba de combustível

Essa pode ser uma forte razão para o carro que está sem força. A bomba é a responsável por mandar o combustível do tanque para dentro do motor – e é um componente caro. Se a peça estiver com defeito, ela não mantém o fluxo de gasolina-etanol-diesel, nem a pressão necessária, o que pode causar engasgos no desempenho e até mesmo dificuldades para o veículo dar a partida.

6. Bicos injetores

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Componentes podem demandar manutenção ou até substituição

Responsáveis por pulverizar o combustível no interior do cilindro, os bicos injetores estão diretamente ligados ao desempenho do carro. Se algum destes componentes estiver com defeito ou mesmo “entupido” pode resultar em redução da taxa de combustível injetada, ou esguichar em vez de pulverizar.

Os sintomas mais comuns de bicos injetores defeituosos, além de perda de potência, são dificuldades em fazer o carro pegar, instabilidade da marcha lenta, engasgos e até mesmo no desempenho das arrancadas. Geralmente, problemas deste tipo no sistema de injeção eletrônica são diagnosticados pela central do carro e o motorista é alertado pelo quadro de instrumentos.

Fique atento também ao cheiro demasiado de combustível, o que pode ser causado por falhas nas vedações, vazamento pela base dos bicos, o que provoca combustível em excesso sendo queimado na câmara de combustão.

Bicos injetores precisam de limpeza? Depende: assista ao vídeo e entenda!

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7. Filtros

Aqui vale atenção para a dupla de filtros. O de ar (elemento) é o responsável por impedir que fuligem, impurezas e sujeiras de um modo geral cheguem à câmara de combustão. Ao funcionar com um filtro de ar sujo, o motor vai ter de fazer mais esforço, e o carro perde rendimento, principalmente nas retomadas de velocidade, além de aumentar o consumo de combustível. A troca dessa peça deve ser feita a cada 10 mil km ou com maior frequência no caso de se rodar em estradas poeirentas.

O filtro de combustível fica entre o tanque e o motor e funciona como uma barreira para evitar que as impurezas cheguem à bomba. Se estiver entupido o combustível não passa. Ou se perder o poder de filtragem, toda a sujeira vai passar pela bomba e chegar ao sistema de injeção eletrônica. E, como já dito, bicos sujos ou entupidos afetarão o desempenho do carro e podem comprometer até as partidas do motor. A troca deve ser feita a cada 15 mil km ou 20 mil km.

Para todas essas trocas de filtros, especialmente no caso de carros novos e zero km, consulte o Manual do Proprietário. Muitas das substituições estão previstas nos planos de revisões dentro da garantia.

8. Ponto de ignição

Pois é, você já ouviu o termo “o motor está fora do ponto”? É o ponto de ignição que, se estiver “atrasado” ou “avançado” , vai fazer com que o carro não desenvolva corretamente e fique com aquela sensação já descrita de que está se arrastando e demorando a pegar embalo. Percebe-se isso quando o carro está em ponto morto ou marcha lenta, e dá aquelas trepidações excessivas e “morre”. Ou mesmo tem dificuldade de pegar.

É possível aferir se o ponto de ignição de seu carro está correto. Muitas oficinas têm equipamentos próprios que aferem se o propulsor está “atrasado” ou “avançado”.

9. Sensores da central eletrônica

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Problemas eletrônicos podem gerar prejuízos

A central eletrônica administra o funcionamento do motor e corrige seus parâmetros centenas de vezes por minuto, de acordo com as informações que recebe dos sensores: rotação, temperatura, passagem de ar, tipo de combustível, carga, acelerador, etc. Se algum deles deixar de enviar a informação correta para a central, o motor perde desempenho; além disso, ocorre aumento de consumo e de emissões.

10. Tapete do motorista

Por incrível que pareça, o tapete no assoalho do lado do motorista pode estar mal fixado, correr para debaixo do pedal do acelerador e impedir que seja acionado até o limite. Neste caso, o motorista pode estar pisando fundo, mas a central não recebe essa informação porque…. o tapete não deixa!

Fotos: Shutterstock

O que fazer quando o carro está muito acelerado?

O corpo de borboleta sujo ou com defeitos pode fazer com que o carro permaneça acelerado até mesmo em ponto morto. Para evitar esse problema a dica é limpar este item e resetar o sistema pelo scanner para que o motor volte a funcionar normalmente.

Quando o carro está acelerado pode ser o quê?

Quais são as causas do carro acelerado? Quando o motor está acelerando sozinho logo que você pisa na embreagem, é porque pode estar com uma folga no virabrequim. Isto é, o sensor manda uma mensagem incorreta ao atuador de marcha lenta, o que é traduzido como se o motor estivesse atrasado ou adiantado.

O que controla a aceleração do motor?

O sensor TPS é um dispositivo que controla a posição da borboleta, que é ligada ao pedal do acelerador. Então, conforme sua posição, o sensor consegue medir o quão será exigido do motor para responder à ação do motorista ao pisar no acelerador.

Tem que tirar o pé do acelerador para trocar a marcha?

Para mudar de marcha, é preciso tirar o pé direito do acelerador e só depois pisar com o esquerdo na embreagem, até o fundo do pedal. Não pise na embreagem e no acelerador ao mesmo tempo, pois o giro do motor vai aumentar e o carro vai “pular” no momento em que você tirar o pé da embreagem.