Como é um culto na Congregação Cristã do Brasil?

Defesa da F�

Edi��o 91

O perfil eclesi�stico da CCB


Por Natanael Rinaldi

Em continua��o � primeira mat�ria desenvolvida sobre a CCB, prosseguimos nossa exposi��o abordando alguns aspectos que nos permitem melhorar nossa concep��o sobre o perfil dessa denomina��o evang�lica. A primeira parte do texto que segue tem car�ter meramente enciclop�dico, � de dom�nio p�blico, e usufrui da anu�ncia dos membros da CCB. A segunda, desenvolvida pelo apologista Natanael Rinaldi, aprofunda-se um pouco mais no exclusivismo comentado na edi��o anterior e nos prepara para iniciarmos as reflex�es b�blicas mais controversas sobre a CCB nas pr�ximas edi��es.


A liturgia da CCB

O culto da CCB segue uma ordem preestabelecida, mas sem uma liturgia fixa, assim, os pedidos de hinos, ora��es, testemunhos e prega��o da B�blia s�o feitos de forma espont�nea, baseados na inspira��o do Esp�rito Santo. Os servi�os s�o solenes, com uma atmosfera formal; desse modo, evitam-se manifesta��es individualizantes, mas preza-se a participa��o coletiva.

H� uma s�rie de pr�ticas no culto, como, por exemplo, o uso do v�u pelas mulheres; a pr�tica do �sculo santo na sauda��o entre irm�os e irm�s; assento separado nas igrejas entre homens e mulheres; as ora��es s�o feitas de joelhos; podem haver at� tr�s ora��es no in�cio do servi�o e apenas uma no final, como agradecimento; tamb�m s�o permitidas at� tr�s prega��es no mesmo culto, todavia, por tradi��o, decidiu-se que uma �nica prega��o � suficiente, evitando-se, assim, que uma prega��o se sobreponha � outra.

O padr�o de realiza��o do Culto � igual em quaisquer de seus templos.


A hierarquiza��o da CCB

Segundo os estatutos da CCB, suas atividades s�o conduzidas por um minist�rio organizado, servindo sem expectativas de receber sal�rios , distribu�do segundo as necessidades de cada localidade, constitu�do por anci�os, cooperadores do of�cio ministerial e di�conos. Somente os anci�os e di�conos s�o ministros ordenados.

Para todos os cargos de minist�rio, auxiliares de jovens e menores, m�sicos oficializados, encarregados de orquestras e administradores, as pessoas devem ser batizadas conforme a doutrina seguida pela Congrega��o Crist� no Brasil.

Vejamos, a seguir, as fun��es desempenhadas na CCB:


Anci�o

Respons�vel pelo atendimento da obra, realiza��o de batismos, santas ceias, ordena��o de novos obreiros (anci�os e di�conos), apresenta��o de cooperadores do of�cio ministerial e cooperadores de jovens e menores, atendimento �s reuni�es para mocidade, encarregado de conferir ensinamentos � igreja, cuidar dos interesses espirituais e do bem-estar da igreja, entre outras fun��es.


Di�cono

Respons�vel pelo atendimento assistencial e material � igreja. � auxiliado por irm�s obreiras chamadas de "irm�s da obra da piedade". Assim como o anci�o, atende a diversas congrega��es de sua regi�o.


Cooperador do of�cio ministerial

Respons�vel pela coopera��o nos ensinamentos e presid�ncia dos cultos oficiais e das reuni�es de jovens e menores em determinada localidade (desde que n�o haja um cooperador de jovens e menores respons�vel pelo atendimento dessa localidade), n�o podendo realizar batismos, Santa Ceia, reuni�es para mocidade, ordena��es, entre outras coisas que s� cabem ao anci�o ou ao di�cono.


Cooperador de jovens e menores

Respons�vel por atender �s reuni�es de jovens e menores de sua comum congrega��o.


M�sico

Membro habilitado que, depois de passar por testes musicais, � oficializado para tocar nos cultos e demais servi�os.


Encarregado de orquestra

M�sico oficializado, designado para coordenar o ensino musical aos interessados e organizar ensaios musicais da orquestra da congrega��o.


Examinadoras

S�o organistas mulheres, oficializadas, designadas para avaliar outras organistas aprendizes no processo de oficializa��o.


Auxiliar de jovens e menores

S�o jovens, rapazes ou mo�as solteiros, designados para preparar e organizar os recitativos das reuni�es de jovens e menores individuais ou em grupo e cuidar da ordem e da organiza��o durante a reuni�o.


A administra��o da CCB

Existe um minist�rio material, constitu�do por presidente, tesoureiro, secret�rio, auxiliares da administra��o, conselho fiscal e conselho fiscal suplente. Os administradores s�o eleitos a cada tr�s anos e o conselho fiscal, anualmente, durante a Assembl�ia Geral Ordin�ria. � permitida a recondu��o ao cargo.

Para constru��es de templos, utilizam-se, na maioria dos casos, de voluntariado mobilizado em esquema de mutir�o. Para outros servi�os das igrejas, como portaria, limpeza, som, fundo b�blico sem fins lucrativos, entre outros, tamb�m s�o escolhidos, entre os membros, volunt�rios que n�o possuem expectativa de receber sal�rio.

Segundo os seus estatutos, a CCB n�o possui registro de membros, considerando que estes devem responder somente a Deus; n�o prega o d�zimo e mant�m-se pelo esp�rito volunt�rio dos seus membros, que contribuem com coletas an�nimas e volunt�rias. O exercente de qualquer cargo espiritual ou de administra��o se mant�m pelo seu trabalho, ou meios pr�prios, uma vez que � vedada qualquer esp�cie de remunera��o ou retribui��o pelo exerc�cio dessas atividades ou pela ministra��o de servi�os espirituais ou sacramentos.

As mudan�as de car�ter doutrin�rio na CCB s�o discutidas em assembl�ia anual e pelo conselho de anci�os, formado pelos anci�os mais antigos no minist�rio (n�o necessariamente de idade). Nessas assembl�ias, s�o considerados "t�picos de ensinamentos", os quais, tomados em reuni�es e por ora��o, tratam de assuntos relacionados � doutrina, costumes e comportamento na atualidade.

A organiza��o eclesi�stica da CCB � uma forma adaptada do governo presbiteriano: um grupo de igrejas locais � reunido em uma "regi�o administrativa", normalmente correspondente a um munic�pio nos Estados onde a igreja � maior e v�rios munic�pios onde a Congrega��o � menor, presidida por um conselho de anci�os e por um corpo administrativo. As regi�es administrativas s�o agrupadas em "regionais", que, por sua vez, se concentram nas assembl�ias estaduais. O organismo m�ximo � a Assembl�ia Geral, que ocorre na congrega��o do Br�s (SP), anualmente, sempre no m�s de abril.


A orquestra da CCB

A CCB possui uma orquestra de m�sica sacra muito valorizada. E prov� aos fi�is escolas musicais gratuitas e ensaios musicais em suas depend�ncias. Atualmente, o �rg�o � o �nico instrumento permitido �s mulheres, sendo poss�vel aos homens a execu��o de mais de vinte outros tipos de instrumentos.

O hin�rio da CCB � intitulado de Hinos de louvores e s�plicas a Deus. Possui muitas melodias de autores norte-americanos e italianos, com algumas poesias traduzidas e semitraduzidas do ingl�s e do italiano. S�o 450 hinos e, entre eles, h� especiais para batismos, santas ceias, funerais, cinq�enta pe�as para as reuni�es de jovens e menores e sete coros. Esse hin�rio � motivo de orgulho para muitos membros que defendem, sem conhecimento, que todas as suas melodias s�o in�ditas, originais e, conseq�entemente, superiores aos louvores dos hin�rios oficiais de outras denomina��es, como, por exemplo, a Harpa Crist� assembleiana e o Cantor Crist�o batista.

A Congrega��o Crist� n�o produz grava��es de seus hinos, e muito menos as autoriza.


A pol�tica na CCB

A CCB � uma organiza��o religiosa apol�tica, crendo na separa��o total entre Estado e religi�o. N�o mant�m liga��o, nem se manifesta de forma alguma em rela��o a causas ou partidos pol�ticos, candidatos a cargos p�blicos, ou qualquer outra institui��o ou organiza��o, governamental ou n�o. Se algum membro de seu corpo ministerial aceitar cargos pol�ticos, dever� renunciar ao seu cargo congregacional. Seus membros s�o doutrinados a n�o votarem em candidatos que neguem a exist�ncia de Deus e a sua moral.


A m�dia e CCB

A CCB n�o possui propaganda em meios de comunica��o, como, por exemplo, r�dio, televis�o, imprensa escrita, ou qualquer outro tipo de propaga��o da sua doutrina que n�o seja o ato de freq�entar quaisquer de suas igrejas pelos interessados em conhec�-la. A CCB n�o autoriza que seus trabalhos, sejam eles cultos ou n�o, sejam gravados e reproduzidos.


Sete pontos que revelam o car�ter exclusivista da CCB

A seguir, apresentaremos alguns aspectos que reafirmam mais detalhadamente o exclusivismo da CCB apresentado na edi��o anterior. Esclarecemos que n�o temos a pretens�o de esgotamento desses aspectos e n�o nos deteremos em refutar biblicamente cada uma dessas caracter�sticas, primeiro pela obviedade b�blica das respostas e, segundo, por n�o ser esta a proposta dessa exposi��o, que �, t�o-somente, o delineamento do perfil da CCB.


1. A irmandade

A Lista secreta de ensinamentos de 1961, publica��o da CCB, declara: "O Senhor nos guiou a somente considerar nossos irm�os aqueles que se batizam entre n�s. Na obra de Deus n�o temos parentes nem amigos, todos somos iguais e quem n�o est� na doutrina n�o � considerado como irm�o, nem tem liberdade nos cultos".


2. O jugo desigual

Os l�deres da CCB ensinam aos membros a n�o se prenderem a um jugo desigual, apoiando sua exorta��o em 2Corintios 6.14. Mas, quem s�o os classificados como "infi�is" e est�o em "trevas", segundo eles? Resposta: os crentes evang�licos. Unir-se a um crente de outra igreja � considerado, pela CCB, jugo desigual.


3. Os s�bios e entendidos

Os membros da CCB gostam de citar o discurso de Jesus: "Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: Gra�as te dou, � Pai, Senhor do c�u e da terra, que ocultaste estas coisas aos s�bios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos" (Mt 11.25). Costumam dizer que os s�bios e entendidos s�o os "sect�rios", pessoas identificadas por eles como pertencentes a outras denomina��es evang�licas, pessoas que gostam de estudar a B�blia e livros teol�gicos; por outro lado, os pequeninos s�o os membros da CCB.


4. A visita��o �s outras igrejas

N�o bastasse ser pecado de morte se opor � CCB, tamb�m consideram pecado visitar outras igrejas evang�licas. Visitar outras igrejas � ser c�mplice de pecado de morte. Isso porque o ensino dos anci�os, mediante suas "Listas de doutrinas secretas", declara que as manifesta��es espirituais em igrejas diferentes da CCB s�o operadas por esp�ritos mundanos ou demon�acos. O que est� atr�s dessa proibi��o � o receio de que se inverta a situa��o e que a "irmandade" observe que, nas igrejas evang�licas, se ensina a B�blia e o medo de que os membros da CCB sejam expostos a ensinamentos b�blicos jamais acess�veis em seus cultos.


5. As declara��es de estranha f�

Os l�deres da CCB denominam as "declara��es de f�" dos crentes evang�licos de "estranha f�", mas n�o explicam ou refutam essas declara��es: primeiro, porque isso n�o seria poss�vel � luz da B�blia; segundo, porque, para isso, seria preciso estudar a B�blia que, segundo a CCB, precisa ficar de lado, sob a alega��o de que a "letra mata" (2Co 3.6).


6. A proibi��o de leituras

� proibido aos membros da CCB ler qualquer literatura publicada por igrejas evang�licas. Essa � uma pr�tica comum �s seitas, notadamente das testemunhas de Jeov�, que, enquanto distribuem sua literatura de casa em casa, recusam terminantemente a aceitar qualquer literatura que n�o seja publicada pela Sociedade Torre de Vigia. O que revela isso? Medo de que seus associados tomem conhecimento das falsas profecias apontadas em seus peri�dicos e questionem o que consideram ser o "canal de comunica��o" entre Deus e os homens. Semelhantemente, procedem os anci�os da CCB.


7. A apostasia da igreja

Os l�deres da CCB apregoam a apostasia da igreja crist� atrav�s dos s�culos e a restaura��o por meio da CCB. Esta � uma reivindica��o pr�pria de movimentos sect�rios, cada qual indicando sua entidade religiosa como respons�vel pela restaura��o da Igreja fundada no dia de Pentecostes. Segundo esse ponto de vista, n�o haveria Igreja de Cristo durante certo per�odo de apostasia, o que contradiz diametralmente a promessa de Jesus (Mt 16.18) e a ininterrupta glorifica��o de Deus pela Igreja, atrav�s dos s�culos (Ef. 3.21). Como poderia Deus ser glorificado na Igreja, por Jesus Cristo, em todas as gera��es, se ela tivesse apostatado? Deve-se ter presente que, segundo a hist�ria da funda��o da CCB, isso se deu apenas em 1910.


Considera��es finais

Como se p�de observar nesta exposi��o, a CCB � uma igreja muito bem organizada em termos eclesi�sticos e administrativos, mas possui um car�ter exclusivista incompat�vel com as recomenda��es b�blicas. Na pr�xima edi��o, convidamos os leitores de Defesa da F� a nos acompanhar numa abordagem mais detida sobre o proselitismo e a motiva��o dos membros da CCB para a prega��o do evangelho.

(continua na pr�xima edi��o...)

1 CONGREGA��O CHRIST� DO BRASIL Conven��o. S�o Paulo, 1936 p. 6.

2 CONGREGA��O CRIST� NO BRASIL. Estatuto, art. 8, � 1. S�o Paulo, 2004.

3 CONGREGA��O CRIST� NO BRASIL. Estatuto Art. 23.

4 CONGREGA��O CRIST� NO BRASIL. Estatuto Art. 24.

5 http://www.congregacaocrista.org.br/ Acessado em 18/4/2011.

6 CONGREGA��O CRIST� NO BRASIL. Estatuto, art. 8, � 1. S�o Paulo, 2004

7 http://www.congregacaocrista.org.br/ Acessado em 18/04/11.

Como é o culto na Congregação Cristã no Brasil?

Os cultos da Congregação Cristã no Brasil são acompanhados de hinos de um hinário intitulado "Hinos de Louvores e Súplicas a Deus". Este hinário contém centenas de hinos cristãos compostos entre os séculos 16 e 21, presentes em outros hinários evangélicos, porém em diferentes versões.

Quais são as regras da Igreja Congregação?

De acordo com as regras da CCB, somente quem é visitante ou quem não recebeu o batismo não usa o véu. O culto continua e, repentinamente, o ancião dirige a fala a um irmão que se faz presente. Ninguém sabe quem é, mas, acredita-se que este será tocado pelo Espírito Santo.

O que não pode fazer na Congregação Cristã no Brasil?

Violinos, trompas, trompetes e demais instrumentos sinfônicos são proibidos para as mulheres. Às mulheres, são destinados os cargos de organistas, apenas. Isso causa muita angústia para as musicistas das Igrejas da CCB.

Qual a doutrina da Congregação cristã?

A congregação acredita e aceita no Velho Testamento, porém sua doutrina é totalmente embasada no Novo Testamento, que é a doutrina que Jesus Cristo deixou é por isso que usam o termo “Da Fé Que Uma Vez Foi Dada Aos Santos”.