Como diferenciar mandioca amarela da branca

Como diferenciar mandioca amarela da branca
Teresa Losada Valle, do Instituto Agronômico, receberá R$ 150 mil da Fundação Péter Murányi (foto:T.L.Valle/IAC)

Pesquisa que resultou em melhoramento da mandioca é premiada

06 de março de 2012

Por Karina Toledo

Agência FAPESP – A participação em pesquisas que resultaram no desenvolvimento de uma variedade de mandioca mais nutritiva, saborosa e produtiva rendeu à pesquisadora Teresa Losada Valle, do Instituto Agronômico (IAC), o Prêmio Péter Murányi 2012.

A homenagem é concedida pela Fundação Péter Murányi a trabalhos que ajudem a melhorar a qualidade de vida dos brasileiros e de outras populações situadas ao sul do paralelo 20 de latitude norte. A edição deste ano priorizou estudos na área de alimentação. A pesquisadora receberá R$ 150 mil.

Em entrevista à Agência FAPESP, Valle contou que as pesquisas com a variedade de mandioca amarela batizada de IAC 576-70 começaram na década de 1970 e que o grupo deve lançar em breve no mercado uma nova variedade ainda mais nutritiva.

“Antes a mandioca branca, menos rica em vitamina A, era a mais consumida. A mandioca amarela que existia naquela época produzia pouco e tinha baixa resistência a doenças e pragas”, disse.

A diferença de cor entre os dois tipos, explicou, deve-se ao fato de que a variedade amarela é mais rica em carotenoides – substâncias antioxidantes que, no organismo humano, se transformam em vitamina A. “Enquanto uma porção de mandioca branca tem 21 unidades internacionais de vitamina A, a mandioca IAC 576-70 tem 230”, disse.

Por meio de técnicas tradicionais de melhoramento genético, ou seja, cruzamento entre variedades distintas e seleção de exemplares com as características desejadas, os cientistas do IAC conseguiram desenvolver uma variedade de mandioca amarela mais produtiva, saborosa e resistente a doenças e pragas. O trabalho levou aproximadamente 20 anos para ser concluído.

“Essas sementes chegaram ao mercado no fim dos anos 1980 e nos anos 1990 se difundiram completamente. Hoje, em São Paulo, praticamente só se consome a IAC 576-70. Ela também é muito comum no Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Distrito Federal”, disse.

Para disseminar a nova variedade principalmente entre pequenos produtores rurais e a população de baixa renda das grandes cidades, sementes da IAC 576-70 eram distribuídas até em igrejas e postos de saúde, graças a parcerias com assistentes sociais, profissionais de saúde e organizações assistenciais.

“Essa variedade produz praticamente o dobro em relação ao grande número de variedades que eram cultivadas anteriormente em quintais. Essas populações passaram a ter mais alimentos e de melhor qualidade e ainda podiam vender o excedente”, disse Valle.

O trabalho foi considerado inovador pela organização do Prêmio Péter Murányi por se preocupar também com as questões de acesso da população a essa variedade da mandioca.

Valle revelou que um novo tipo ainda mais rico em vitamina A já está em fase final de estudo e deve ser lançado em breve pelo IAC. “Tem cerca de 800 unidades internacionais do nutriente por porção”, disse.

A pesquisadora já coordenou cinco projetos de pesquisa com diferentes variedades de mandioca com apoio da FAPESP. O mais recente tinha como objetivo identificar novas variedades do tubérculo com alta produtividade e alto rendimento industrial, que possam ser usados para a produção de farinha de mandioca, amido e biomassa, com potencial para fabricação de etanol e alimentação animal.

Os outros dois finalistas do prêmio foram Marília Regini Nutti, da Embrapa Agroindústria de Alimentos, e Eder Dutra de Resende, Eliana Monteiro Soares de Oliveira e Suelen Alvarenga Regis, da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro.

Mais informações: www.fundacaopetermuranyi.org.br
 

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Como diferenciar mandioca amarela da branca

Como diferenciar mandioca amarela da branca

O Brasil é um país que contém muita variedade de alimentos, como a mandioca. Há, por exemplo, a mandioca brava e a de mesa. Esses dois tipos são bastante parecidos e não podem ser diferenciados a olho nu, precisando de uma análise laboratorial. Entenda suas diferenças neste artigo!

A mandioca de mesa também é conhecida como aipim, macaxeira e mandioca mansa, e o nome usado vai depender da região brasileira na qual o alimento se encontra.

Uma curiosidade da mandioca na região do Nordeste brasileiro é que eles comumente usam os nomes “aipim” e “macaxeira” como sinônimo de mandioca de mesa, mas, quando alguém fala apenas “mandioca”, eles podem pensar que se trata de uma mandioca brava.

Já na região Sul do país não é tão utilizado os termos “aipim” e “macaxeira”, nem mesmo costuma chamar a mandioca de mesa por esse nome. Lá, simplesmente é dito “mandioca”, e todo mundo entende.

Mandioca brava

A mandioca brava, por outro lado, é sempre conhecida dessa forma, e o nome não foi dado ao acaso. Acontece que esse tipo de mandioca é tóxico e pode causar sérios problemas na vida de um indivíduo.

Ainda assim, pode ser consumido depois de determinados procedimentos.

Quais as diferenças entre elas?

Existem diferenças entre esses dois tipos de mandioca, mas é impossível detectá-las ao olhar, tocar ou mesmo provar os dois alimentos. A chave para identificar qual é o determinado tipo de mandioca é a análise laboratorial.

Afinal, é através dos testes de laboratório que se pode avaliar o teor do ácido cianídrico presente na mandioca. Ambos os tipos têm esse ácido; a diferença é que a mandioca brava tem uma concentração muito maior, tanto que chega a ser extremamente tóxica a humanos e animais.

Não tente procurar por particularidades nos tipos de mandioca, pois você não encontrará. Tanto a mandioca de mesa quanto a mandioca brava podem apresentar pele branca ou rosada, caule verde ou rosado ou alguma característica semelhante nas raízes.

Como diferenciar mandioca amarela da branca
As características da mandioca brava e de mesa são semelhantes e não é possível avaliar diferenças a olho nú

Veja abaixo esse vídeo explicando um pouco mais sobre diferenças entre mandioca brava e mansa, mas como já dissemos, adianto que não dá pra identificar sem análise detalhada.

Fonte: Vida no Sertão

A mandioca brava pode ser consumida

Uma dúvida interessante é se a mandioca brava, por ser tóxica, pode ser consumida. A resposta é sim, mas também é carregada de condições. A mandioca brava tem que passar por técnicas de detoxificação, como, por exemplo, a secagem.

A secagem, junto a outros procedimentos, garante que o alimento possa ser consumido. Geralmente, a mandioca brava é a mesma que mais tarde se torna o polvilho, a farinha e a fécula, não sendo, portanto, aquela que encontramos nas feiras. Por esta característica ela também é conhecida como mandioca de indústria.

A mandioca brava pode ser utilizada também na alimentação do gado depois de triturada e exposta ao sol por pelo menos 24 horas. Já a mandioca mansa ou de mesa pode ser dada in-natura sem problema nenhum.

Quais os consumos da mandioca de mesa?

A mandioca de mesa, por outro lado, é aquela que comumente encontramos inteiras ou em pedaços e que são usadas para comer cozidas, fritas ou em caldo. Além disso, ela pode ajudar a compor receitas, como biscoitos, bolos, purês e pudins.

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Como saber se a mandioca é branca ou amarela?

Para ter certeza de que está levando uma mandioca fresca para casa, quebre-a ao meio para se certificar de que o miolo está bem branquinho ou amarelo, dependendo do tipo. O miolo também precisa estar úmido e sem manchas. O mesmo funciona para a casca, que deve estar uniforme e sem manchas.

Tem mandioca branca e amarela?

A mandioca branca é a consumida principalmente no Norte e no Nordeste. A amarela é comum no sudeste. E a nova variedade dá para perceber que é bem mais amarelada, justamente por causa do betacaroteno. A base dos pratos indígenas é a farinha de mandioca.

Como diferenciar as mandiocas?

Tanto a macaxeira quanto a mandioca brava podem apresentar pele branca ou rosada, caule verde ou rosado ou alguma característica semelhantes nas raízes. Esses dois tipos são bastante parecidos e não podem ser diferenciados a olho nu, precisando de uma análise laboratorial para quantificação do ácido cianídrico” diz.