Bacterias gram positivas e negativas

Médicos, técnicos de laboratório e biomédicos ouvem bastante os termos gram positivo e negativo e é muito importante conhecer o seu significado sem hesitação. Afinal, é esse conhecimento que ajuda na hora de definir qual tratamento será ministrado ao paciente que está com um quadro de infecção.

O termo “gram” é usado como homenagem à pessoa que criou o atual método de distinguir bactérias mais e menos nocivas ao corpo humano: trata-se de Hans Christian Joachim Gram, que era um médico nascido na Dinamarca. Relembre agora qual é a diferença entre positivo e negativo.

Bactéria gram positiva versus bactéria gram negativa

A bactéria positiva é ligeiramente menos nociva ao organismo, uma vez que ela pode ser combatida com mais sucesso pelos antibióticos. Isso é possível porque a sua parede, ou seja, a sua proteção, tem menos resistência e os compostos antibióticos podem destruir a bactéria com mais facilidade.

Já as negativas são as bactérias mais perigosas, mais contagiosas e mais difíceis de ser tratadas por causa da alta resistência que apresentam a diversos antibióticos. Diferente das bactérias positivas e as negativas têm uma parede bem mais resistente e, claro, ela impede que os medicamentos as atinjam.

Como se identifica uma bactéria gram positiva e gram negativa

Também foi o médico Hans Gram quem determinou a forma de avaliar as bactérias e classificá-las entre os dois tipos acima. Isso é feito por um processo chamado de coloração e descoloração: de fato, a bactéria é mesmo “pintada”.

Três substâncias são colocadas em contato com elas: primeiro, um corante roxo; em seguida, aplica-se o etanol ou acetona para tentar retirar o corante; depois, coloca-se um corante vermelho chamado safranina. No final dos três processos, a bactéria que ficar de cor vermelha é do tipo gram negativa; por outro lado, se ela ficar de cor violeta, então é gram-negativa.

Dentre as bactérias gram negativas mais comuns, há:

  • Pseudomonas aeruginosas;
  • Haemophilus influenzae;
  • Neisseria gonorrhoeae;
  • Escherichia coli;
  • Salmonella enterica;
  • Meningococo

Já alguns exemplos de bactérias gram positivas são:

  • Pneumococo;
  • Clostridium perfringens;
  • Clostridium difficile

Relevância do exame de gram positivo e negativo

A relevância de se determinar o tipo de bactéria é imensa, pois disso depende a escolha do antibiótico que será ministrado, lembrando que infecções que não são devidamente combatidas podem evoluir para que é chamado de sepse. Nesse caso, vários dos órgãos se infectam e isso pode levar a um colapso e ao óbito.

Geralmente, os médicos que identificam uma infecção de ouvido, uma pneumonia ou uma infecção de garganta, por exemplo, já sabem qual é o tipo de bactéria e quais são os antibióticos mais eficientes, assim como a sua dosagem. Contudo, quando se tratam de infecções mais sérias ou que não cedem à ação do antibiótico ministrado, um exame de gram positivo e negativo é primordial.

O exame de coloração fica pronto em quatro horas, aproximadamente, e pode ser feito com sangue.

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Carlos Estrela & Jesus Djalma Pécora

CARACTERÍSTICAS DA CITOLOGIA  BACTERIANA

Dentre os fatores relacionados que alteram o metabolismo bacteriano estão os fisiológicos ( que englobam a capacidade de síntese, fonte de energia, tensão de oxigênio, temperatura, pH e reprodução) e os bioquímicos (respiração, fermentação, putrefação e outros). Enquanto que entre os componentes enquadrados na virulência estão os fatores de adesão (cápsula, fímbria/fibrila, vesícula); de evasão (cápsula, hidrólise de imunoglobulinas, minetização); de invasão ( flagelo, enzimas-colagenase, hialuronidase, coagulase, neuroaminidase, lecitinase, gelatinase, DNAase, aminas-cadaverina e putrecina, indol, escatol, H2S, ácidos, amônia, ácidos graxos-butirato, propionato e ácido aracdônico) e toxígeno (exotoxina: protéica, imunogênica, neutralizante, toxóide - ação específica e termolábil; endotoxina: lipopolissacarídica, pouco imunogênica, ação inespecífica e termoestábil).

A forma da bactérias pode ser observada através de coloração de Gram que divide as bactérias em dois grupos: Gram-positivas e Gram-negativas, aproximadamente iguais em número e impotância. A reação das bactérias à técnica de Gram expressa diferentes características, de modo especial no que diz respeito à composição química, estrutura, permeabilidade da parede celular, fisiologia, metabolismo e patogenicidade (BURNETT & SCHUSTER, 1982;  NISENGARD & NEWMAN, 1994).

 

Bacterias gram positivas e negativas
A parede da célula Gram-negativa é constituída por estruturas de múltiplas camadas bastante complexas, que não retêm o corante quando submetidas a solventes nos quais o corante é solúvel, sendo descoloradas e, quando acrescentado outro corante, adquirem a nova coloração. Já a parede da célula Gram-positiva consiste de única camada que retém o corante aplicado, não adquirindo a coloração do segundo corante.

Nas bactérias Gram-negativas, a perede celular está composta por uma camada de peptidioglicano e três outros componentes que a envolvem externamente; lipoproteína, membrana externa e lipopolissacarídeo.

O peptidioglicano, responsável pela forma das células e proteção do citoplasma frente às diferenças de pressão osmótica entre os meios externo e interno, confere rigidez ao corpo bacteriano. Está formado por dois açúcares aminados, o ácido N-acetil glicosamina e o ácido N-acetil murâmico, e por um tetrapeptídio, sempre ligado ao resíduo de ácido N-acetil murâmico; as sub-unidades peptídeas de cadeias glicídicas adjacentes, são unidas entre si por ligações diretas ou indiretas (pontes de ligação). O peptidioglicano situa-se no espaço periplásmico, localizado entre a membrana citoplasmática (interna) e a membrana externa, onde também são encontradas enzimas hidrolíticas (fosfatases, nucleases, proteases e outras), que facilitam a nutrição bacteriana, proteínas de ligação, que participam da captação de açúcares e aminoácidos a partir do meio, enzimas que inativam certos antibióticos (BURNETT & SCHUSTER, 1982; NISENGARD & NEWMAN, 1994).

A lipoproteína está ligada de modo covalente ao peptidioglicano e não covalente à membrana externa; sua função, inferida de estudos realizados com amostras mutantes, é estabilizar a membrana externa e ancorá-la à camada de peptídioglicano. A membrana externa é uma dupla camada, contendo fosfolipídeos e proteínas e apresentando, em sua camada externa, o lipopolissacarídeo.

Entre suas funções, a membrana externa representa uma barreira molecular, prevenindo ou dificultando a perda de proteínas periplasmáticas e o acesso de enzimas hidrolíticas e certos antibióticos ao peptidioglicano; possui receptores para bacteriófagos e bacteriocinas e participa da nutrição bacteriana. O lipopolissacarídeo consiste no lipídio A (endotoxina), àqual estão ligadas duas regiões de natureza polissacarídica, respectivamente, o �core� e as cadeias laterais. O lipídeo A é um glicofosfolipídeo cujo papel biológico consiste na  participação nos mecanismos de patogenicidade da célula bacteriana (BURNETT & SCHUSTER, 1982; NISENGARD & NEWMAN, 1994).

Entretanto, a parede celular das bactérias Gram-positiva e Gram-negativa são diferentes. A parede celular da bactéria Gram-positiva é espessa, 10 a 50 ?m, chegando até a 80 ?m e a da Gram-negativa é menos espessa, 7,5 a 10 ?m. A membrana citoplasmática adere fortemente ao componente interno da célula bacteriana. A parede celular da bactéria Gram-positiva é única e consiste de uma camada espessa, composta quase que completamente por peptídioglicano, responsável pela manutenção da célula e sua rigidez. As múltiplas camadas de peptidioglicano (15 a 50 ?m) das bactérias Gram-positivas constituem uma estrutura extremamente forte em tensão, enquanto que nas Gram-negativas o peptidioglicano é apenas uma camada espessa e, consequentemente, frágil (SLOTS & TAUBMAN, 1992; NISENGARD & NEWMAN, 1994).

 

Bacterias gram positivas e negativas
Como fatores de ataque ou agressão, as células Gram-positivas e Gram-negativas caracterizam-se por graus diferentes de virulência. As bactérias Gram-negativas são contituídas por uma endotoxina, o LPS, que lhes confere a propriedade de patogenicidade, enquanto nas bactérias Gram-positivas a exotoxina, composta pelo ácido lipoteicoico, tem como característica principal a aderência.

O lipopolissacarídeo (LPS) é o maior fator de virulência, determinando efeitos biológicos que resultam na amplificação das reações inflamatórias. Esta endotoxina é um antígeno fraco não específico que é pobremente neutralizado por anticorpos, sendo capaz de ativar a cascata do complemento. A ativação do complemento envolve a formação de cininas, outro importante mediador da inflamação. Além do mais, ativa plaquetas, mastócitos, basófilos e células endoteliais. O LPS induz os macrofágos a secretarem outras proteínas, as interleucinas (IL-1, IL-6 e IL-8), fator alfa de necrose tumoral (TNF ?), oxigênio reativo, nitrogênio intermediário (óxido nítrico), interferon ?, ? e ?, fatores ativadores de plaquetas e prostaglandinas. Estes são fatores importantes que causam reabsorções ósseas nas lesões periapicais. Mesmo quantidades pequenas de endotoxinas são capazes de induzir a resposta inflamatória periapical. Uma possível explicação para a multiplicidade de achados com endotoxinas é a variabilidade genética do LPS de diferentes microrganismos. As endotoxinas são encontradas em maior quantidade em dentes sintomáticos que naqueles assintomáticos.

Como componente da parede celular das células Gram-positivas está o peptidioglicano, cuja contagem é 40% da massa das células, ligado de modo covalente ao ácido lipoteicoico. Este é composto por polímeros de fosfoglicerol com glicolipídeo no final, sendo potente modificador da resposta biológica. O glicolipídeo e o ácido lipoteicóico se ligam às membranas celulares, particularmente de linfócitos e macrófagos, resultando em ativação celular. São capazes, também, de ativar a cascata do complemento, induzindo a inflamação pulpar e periapical (SCHEIN & SCHILDER, 1975; DAHLÉN & HOFSTAD, 1977; DAHLÉN & BERGENHOLTZ, 1980; FARBER & SELTZER, 1988; SUNDQVIST, 1992; SELTZER & FARBER, 1994).

Como característica específica da célula bacteriana, ao se comparar com a célula humana, observa-se a parede celular que, em conjunto com a membrana citoplasmática, forma o envelope celular das bactérias.

O envelope celular das bactérias Gram-negativas quimicamente consiste de 20 a 25% de fosfolipídeos e 45 a 50% de proteínas, sendo os 30% restantes de uma lipoproteína, o lipopolissacarídeo.

 

Bacterias gram positivas e negativas
A membrana citoplasmática localiza-se subjacente à parede celular, é formada por dupla camada fosfolipoproteica e é fundamental na estrutura bacteriana. Atua como barreira osmótica ( a substâncias ionizadas e grandes moléculas), é livremente permeável aos íons sódio e aos amino-ácidos (permeabilidade seletiva). Acresça-se que esta membrana é sede de importantes sistemas enzimáticos envolvidos nos últimos estágios da formação da parede celular, participantes da biossíntese de lipídeos, e responsáveis pelo transporte de elétrons, assim como enzimas envolvidas no processo de fosforilação oxidativa.

Como sede enzimática, muitas bactérias produzem proteinases que hidrolisam as proteínas uma vez que as bactérias, geralmente, são incapazes de utilizar macromoléculas.

As bactérias, de modo geral, necessitam de condições físico-químicas favoráveis ao seu crescimento e reprodução, e dentre estas encontram-se: temperatura, pH, pressão osmótica, concentrações de substrato, de dióxido de carbono e de oxigênio (BURNETT & SCHUSTER, 1982).

Frente ao conhecimento das estruturas microbianas mais comumente afetadas pelo emprego de uma substância antimicrobiana de uso endodôntico, importa considerar e analisar a dinâmica química, biológica e microbiológica desta substância, cuja preferência atual dado a inúmeras pesquisas, recai no hidróxido de cálcio.

Bacterias gram positivas e negativas
WebMasters: Jesus Djalma Pécora, Danilo M. Z. Guerisoli e Carlos Estrela Copyright 04 de novembro de 1997.
Esta página foi elaborada com apoio do Programa Incentivo à Produção de Material Didático do SIAE - Pró-Reitorias de Graduação e Pós-Graduação da USP.
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Qual a diferença das bactérias Gram positivas e negativas?

As bactérias Gram-positivas são classificadas pela cor que adquirem após aplicação de um processo químico denominado coloração de Gram. As bactérias Gram-positivas adquirem coloração azul quando essa coloração é aplicada a elas. As outras bactérias adquirem coloração vermelha. Elas são chamadas de Gram-negativas.

Quais são as bactérias Gram positivo?

Exemplos de bactérias Gram-positivas Bacillus, Nocardia, Clostridium, Propionibacterium, Actinomyces, Enterococcus, Cornyebacterium, Listria, Lactobacillus, Gardnerella, Mycoplasma, Staphylococcus, Streptomyces, Streptococcus.

O que causa as bactérias Gram negativas?

Sob a cápsula, as bactérias Gram-negativas têm uma membrana externa que as protege contra certos antibióticos, como a penicilina. Quando perturbada, essa membrana libera substâncias tóxicas chamadas de endotoxinas. As endotoxinas contribuem para a gravidade dos sintomas durante infecções com bactéria Gram-negativas.

Qual a semelhança entre bactérias Gram

A forma da bactérias pode ser observada através de coloração de Gram que divide as bactérias em dois grupos: Gram-positivas e Gram-negativas, aproximadamente iguais em número e impotância.