Argolas jogos olímpicos de verão de 2022

Na entrada do ginásio de São Caetano do Sul, as fotos de sua maior conquista são um incentivo para mais um treino de Arthur Zanetti. Há exatamente dez anos, ele se tornava o primeiro brasileiro campeão olímpico na ginástica artística. A caminho dos Jogos de Paris, ele recorda o ouro das argolas nas Olimpíadas de Londres e celebra a medalha que lhe abriu portas naquele 6 de agosto de 2012.

Argolas jogos olímpicos de verão de 2022

Zanetti celebra 10 anos do ouro e revela apoio de rival por Paris 2024

- Em alguns momentos o sentimento aumenta (de carinho pela medalha). Por tudo que passei. São dez anos de uma medalha, e você continua ali, treinando se esforçando, querendo fazer seu melhor. Então quando pego ela é muito gratificante. Depois que recebi a medalha, o Bernard (Rajzman, vice-campeão olímpico do vôlei) me disse: “Vai mudar muita coisa na tua vida”. E foi isso mesmo - contou Arthur.

Arthur Zanetti 10 anos ouro de Londres — Foto: Marcos Guerra

O ginasta relembra que o primeiro impacto que sentiu foi uma explosão de seguidores nas redes sociais. Na chegada ao Brasil, não acreditava que precisava de segurança para deixar o aeroporto de Guarulhos, tomado por repórteres e fãs. Patrocinadores e até mesmo o novo ginásio de São Caetano do Sul, inaugurado apenas neste ano, foram legados do ouro de Londres.

Argolas jogos olímpicos de verão de 2022

Arthur Zanetti conquista ouro inédito para o Brasil nas Olimpíadas de Londres

Dez anos depois, pouco mudou na rotina de Arthur Zanetti. O ginasta mantém uma carga puxada de treinos para continuar entre os melhores do mundo nas argolas. Prata na Rio 2016, foi finalista nos Jogos de Tóquio e aos 32 anos está em seu quarto ciclo olímpico rumo a Paris 2024, algo raro na ginástica.

- Eu não imaginava (estar competindo 10 anos depois do ouro de Londres). Pensava em dar uma pausa na ginástica depois de Tóquio e ir tirando a ginástica devagar. A gente é muito metódico. Perder isso de vez, acho que até faria mal para a mente. Conversei com os amigos e com outros atletas, principalmente com o grego (Eleftherios Petrounias, campeão olímpico do Rio), que é um grande adversário em competições, mas também é um grande amigo. Ele falou: “E aí? Depois de Tóquio você vai parar?” “Estou vendo aqui, talvez eu deva parar. Vou continuar mais um ano e paro.” Ele falou: “Não, cara, vamos para Paris. Eu vou estar em Paris, e você também tem de estar junto lá. Mais um ciclo olímpico”. Depois de Tóquio, tinha de fazer uma cirurgia no ombro direito e recuperei muito bem. Estou sem dor. Não vou dizer que estou 100% da minha força, mas acredito que a gente vai adquirindo durante os treinamentos. Isso me motivou a continuar, além de ser um ciclo mais curto - disse o campeão olímpico.

Ainda entre os melhores do mundo, Zanetti foi campeão pan-americano das argolas no mês passado — Foto: Ricardo Bufolin/CBG

Em Paris, Arthur Zanetti vai tentar ser o primeiro ginasta da história a conquistar três medalhas olímpicas nas argolas. E mesmo dez anos depois, recorda com detalhes o ouro que abriu essa jornada em Olimpíadas.

- Estava muito preparado. A gente fez a série milhares de vezes. Ali na final, na hora que eu cheguei na saída eu conseguiria passar magnésio de novo e fazer outra série. Isso é quase impossível fazer. Mas naquele momento estava tão bem que conseguiria fazer isso. Não estava nervoso. Consegui dormir muito bem no dia anterior, descansei. Estava muito tranquilo, sem preocupação nenhuma. Quem deveria estar preocupado era o chinês (Chen Yibing), que era o atual campeão olímpico. Eu só ia fazer minha parte. Fiz a minha rotina normal, só que desta vez não cravei, dei um passinho. Acabou demorando um pouquinho mais para sair a nota. Meu técnico falou: “Não sei se vai dar”. “Vai dar sim! Vai ser ouro, a série foi muito boa!” Aí quando saiu a nota deu lá no ranking que eu estava em primeiro e o chinês tinha ficado em segundo. Aí foi só comemoração - contou Zanetti.

Arthur Zanetti, medalha de ouro nas Olimpíadas de Londres — Foto: Ronald Martinez / Getty Images

Símbolo das Olimpíadas é formado por um conjunto de cinco anéis coloridos (azul, preto, vermelho, amarelo e verde), entrelaçados e dispostos sobre um fundo branco. Esta imagem simboliza a união dos continentes em prol do esporte.

Também conhecido como “Anéis Olímpicos”, o símbolo dos Jogos Olímpicos da era moderna foi desenvolvido pelo francês Pierre de Frédy, mais conhecido como Pierre de Coubertin (1863 – 1937), o fundador do Comitê Olímpico Internacional (COI).

Argolas jogos olímpicos de verão de 2022

Através dos anéis olímpicos, o Lorde de Coubertin quis representar os valores do universalismo e humanismo presentes no esporte, além de salientar a importância de respeitar as diferenças existentes entre as nações.

Vale lembrar que no começo do século XX, vários países viviam regimes totalitários e com ideais nacionalistas, gerando um constante clima de rivalidade e instabilidade entre as nações. Neste contexto, naquela época, o símbolo dos Jogos Olímpicos também serviu como uma "arma" contra os discursos de ódio e incompreensão.

Criada em 1913, mas apresentada mundialmente apenas em 1914, o atual símbolo das Olimpíadas não esteve presente na primeira edição dos Jogos Olímpicos da era moderna (1896, na cidade de Atenas, Grécia). Na realidade, os Anéis Olímpicos só foram utilizados após as Olimpíadas de Estocolmo, em 1912, onde pela primeira vez participaram atletas de todos os continentes do mundo.

Saiba mais sobre o significado dos Jogos Olímpicos.

Cada anel colorido representa um continente específico, sendo que as cores foram escolhidas com base na cor predominante nas bandeiras dos países que compõem determinado continente.

Argolas jogos olímpicos de verão de 2022

Assim, da esquerda para direita:

  • Azul: Europa
  • Preto: África
  • Vermelho: América
  • Amarelo: Ásia
  • Verde: Oceania

Em todas as edições dos Jogos Olímpicos, a bandeira com o símbolo das Olimpíadas é hasteada em um mastro durante a cerimônia de abertura da competição.

A bandeira permanece hasteada durante todo o evento, somente sendo recolhida no final dos Jogos, quando é entregue ao prefeito da cidade-sede, para que depois seja utilizada novamente na próxima edição das Olimpíadas.

Além dos Anéis Olímpicos, existem outros símbolos utilizados e que representam o espírito das Olimpíadas, como as mascotes (que variam de acordo com a cidade-sede que recebe a competição), a tocha, as medalhas e o lema olímpico: Citius, Altius, Fortius.

Saiba mais sobre a Tocha Olímpica.

Um símbolo é a representação visual de alguma coisa, que pode ser um país ou conceito. Neste caso, o símbolo das Olimpíadas é a representação gráfica do evento esportivo que acontece de 4 em 4 anos.

Saiba mais sobre o significado de Citius, Altius, Fortius.

Quantas argolas tem as Olimpíadas?

Histórico das argolas em Jogos Olímpicos. Constituído por dois cabos suspensos em uma estrutura e que possuem em suas pontas duas argolas, o aparelho é disputado exclusivamente no masculino e avalia a força e o equilíbrio do ginasta.

Qual foi a colocação do Brasil prova das argolas?

O primeiro campeão olímpico da ginástica artística nacional terminou a decisão no oitavo lugar, com nota de 14.133. A medalha de ouro ficou com o chinês Liu Yang (15.500) e a prata com outro chinês, You Hao (15.300).

Quando as argolas foram incluídas nos Jogos Olímpicos?

As argolas estão presentes nos Jogos Olímpicos desde a primeira edição, em Atenas, 1896, tendo como primeiro campeão o grego Ioannis Mitropoulos.

Qual atleta campeão olímpico e Mundial na modalidade de argolas?

O russo Aleksandr Balandin ficou com a medalha de prata (15.733) e o norte-americano Brandon Wynn com a de bronze (15.666). Arthur tornou-se campeão mundial aos 23 anos, o que, somado ao título olímpico, confirmava seu domínio nas argolas.