Por que o autor chama o analfabeto político de burro

Aliás dizia-se que no tempo do Prof. Salazar o país pertencia apenas a poucos e se os portugueses, se necessitados estivessem, que emigrassem, como aconteceu com 2/3 da população ativa.

Dinheiro para calçado, alguns não tinham, mas havia um decreto que proibia as pessoas de andar descalças. E salva-se a face do regime e escondia-se a pobreza.

As reformas dos portugueses não existiam (com pouquíssimas exceções) e o jeito era arranjar um varapau e um saco e sair a mendigar, por aí, no fim de uma vida de trabalho.

Enquanto isso uma plêiade de amigos do peito apropriava-se da riqueza nacional.

Quem não se lembra das dificuldades que os portugueses encontravam para "emigrar" para as antigas colónias?

Se não houvesse "carta de chamada" e uma "ficha limpa" do cidadão, essa possibilidade era negada e emigrava-se, então, com todas as facilidades, para a Venezuela e para o Brasil, entre outros países.

A quem interessava o futuro das nossas colónias?

A quem serviam?

Que havia o medo dos portugueses que para lá fossem contribuíssem para a independência, como aconteceu com o Brasil, ninguém tem dúvidas disso.

E grandes fortunas, de meia dúzia de nababos, fizeram-se à custa da apropriação das riquezas ultramarinas e muitas delas aí estão na 2ª e 3ª gerações, fazendo as delícias de muita gente.

Entre as inúmeras mazelas que nos atormentam, verifica-se que as forças policiais vão ficar fora dos sacrifícios que nos afligem a todos; quando os pensionistas do Banco de Portugal vão receber todos os subsídios incluindo o de 2012, com juros desde então; quando os juízes portugueses vão passar a atribuir a si próprios os vencimentos e alcavalas que bem entenderem; quando as pensões vitalícias e as ajudas de custo a políticos e ex-governantes passaram a ser secretas (não vá o diabo tecê-las); quando um ex-ministro das finanças, do atual governo, vem a público dizer que as grandes reformas não puderam ser feitas porque os grandes interesses instalados e extremamente poderosos, não deixam, dá para desconfiar.

O que se sabe é que, para esta governação, o que vale para os mais desfavorecidos, não vale para os mais poderosos.

Qual o nosso papel como cidadãos?

O que valemos?

Temos que olhar à nossa volta e pensarmos direitinho em quem vamos votar?

Vale a pena votar nesse tecido político que aí temos?

Será "que os malfeitores da vida pública querem que continuemos a omitir-nos da política", como dizia Bertolt Brecht?

Ou somos analfabetos políticos e não temos consciência do que vale o nosso voto?

Ninguém melhor que o mesmo Bertolt Brecht para nos avivar a memória:

"O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, das rendas de casa, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.

O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, trauliteiro, corrupto e lacaio das grandes empresas nacionais e multinacionais?"

O Analfabeto Político

Bertolt Brecht

"O pior analfabeto é o analfabeto político.Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão,do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédiodependem das decisões políticas.O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeiaa política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta,o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista,pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo."Nada é impossível de Mudar"Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.E examinai, sobretudo, o que parece habitual.Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é dehábito como coisa natural, pois em tempo de desordemsangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente,de humanidade desumanizada, nada deve parecer naturalnada deve parecer impossível de mudar."Privatizado"Privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de amar e seu direito de pensar.É da empresa privada o seu passo em frente,seu pão e seu salário. E agora não contente queremprivatizar o conhecimento, a sabedoria,

o pensamento, que só à humanidade pertence."

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Bertolt Brecht

Bertolt Brecht (1898-1956) foi um dramaturgo e poeta alemão, criador do teatro épico anti- aristotélico. Seu teatro visava demonstrar e esclarecer questões sociais.

Encenou as suas primeiras peças em Munique, mas foi em Berlim que tomou contato com críticos que lhe chamaram a atenção para o teatro contemporâneo.

Brecht tinha influências marxistas, o que fez de seu teatro uma forma de conscientização do povo para questões da sua própria realidade. Por conta disso, foi exilado da Alemanha nazista.

Brecht é uma época. Uma época tumultuosa de rebeldia e de protesto. Refletem-se, em suas obras, os problemas fundamentais do mundo atual: a luta pela emancipação social da humanidade. Brecht tem plena consciência do que pretende fazer. Usa o materialismo dialético da maneira mais sábia para a revolução estética que se dispôs a promover na poesia e no teatro.

O teatro épico e didático caracteriza-se, em Brecht, pelo cunho narrativo e descritivo cujo tema é apresentar os acontecimentos sociais em seu processo dialético: Diverte e faz pensar. Não se limita a explicar o mundo, pois se dispõe a modificá-lo. É um teatro que atua, ao mesmo tempo, como ciência e como arte.

A alienação do homem, para Brecht, não se manifesta como produto da intuição artística. Brecht ocupa-se dela de maneira consciente e proposital. Mas não basta compreendê-la e focalizá-la. O essencial não é a alienação em si, mas o esforço histórico para a desalienação do homem.

O papel do autor dramático não se reduz a reproduzir, em sua obra, a sociedade de seu tempo. O principal objetivo, quer pelo conteúdo, quer pela forma, e exercer uma função transformadora, que atue revolucionariamente sobre o 'ambiente social.

por Edmundo Moniz

E aí juventude, vamos falar de política?

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Sociologia

Por que o autor chama o analfabeto político de burro
O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, da carne, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto lacaio, exploradores do povo. Bertolt Brecht. 

Por que o autor chama o analfabeto político de burro
O poema de Bertold Brecht trata-se de uma crítica feita pelo autor não ao analfabeto no sentido letrado, aquele não sabem ler nem escrever, mas o analfabeto que não tem a compreensão de que a política interfere diretamente na sua vida cotidiana, determinando inclusive suas próprias condições de sobrevivência, no custo de vida, no preço do pão, do aluguel, do sapato, do remédio. O autor também enfatiza que a falta de envolvimento dos cidadãos nas questões politicas, tanto em saber escolher seus representantes, como em participar da vida política gera uma série de problemas sociais como a prostituição, a violência e a corrupção. 

Sabemos que o descaso dos governantes para com a sociedade também é fruto da falta de interesse dos cidadãos em relação aos assuntos políticos, bem como fiscalizar e cobrar dos governantes ações que melhorem a vida da população. Assim sendo, Brecht, nos chama a atenção para os processos de mudanças em que todos nós somos responsáveis, enfocando que a política não é algo distante da sociedade ou mesmo limitado ao âmbito político-partidário, sendo que os cidadãos também fazem política.



ATIVIDADES PROPOSTAS

fonte: http://sociologia--devnaescolaa.blogspot.com.br/2012/08/o-analfabeto-politico.html


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