Por que a exposição excessiva ao sol pode ser prejudicial

COTIDIANO

12/03/2013

A exposição ao sol é cumulativa; a cada vez que a pele é exposta ao sol, os danos causados se acumularão durante toda a vida do indivíduo, ou seja, danos causados na adolescência se manifestarão com o envelhecimento, predispondo a riscos como o câncer de pele. Na época em que a pele clara era considerada ideal e desejável, ainda não se conheciam os riscos da exposição ao sol, mas a partir do momento em que o estilo de vida foi modificando, surgiu também a preocupação com o câncer de pele e sua associação ao sol. Os primeiros protetores solares só surgiram nos anos 70 e desde então há uma crescente evolução, mas mesmo assim estima-se que apenas 22% da população brasileira use filtro solar. Muitos dos danos causados pelo sol ocorrem nas primeiras décadas de vida, época onde mais se expõe ao sol, e com o envelhecimento, esses danos aparecem em áreas expostas cronicamente. Podem surgir manchas escuras, agravamento dos cloasmas e melasmas, danos ao DNA celular, a pele tornar-se espessa, as rugas se tornarem mais profundas e os riscos de aparecimento de carcinomas e melanomas. Pesquisas mostram que a infância é uma fase particularmente vulnerável aos efeitos nocivos do sol, pois as crianças se expõem anualmente ao sol três vezes mais que os adultos. No Brasil, o câncer mais freqüente é o de pele, que segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer) corresponde a cerca de 25% de todos os tumores diagnosticados em todas as regiões geográficas, e a radiação ultra-violeta proveniente do sol é o seu maior agente etiológico. Isto deve-se ao fato de que mais de 50% da população brasileira possui pele clara e se expõe muito ao sol, seja por trabalho, seja por lazer, e o país situar-se geograficamente numa zona de alta incidência de raios UV. Além disso, ocorre dano ao tecido conjuntivo da derme e as fibras elásticas ficam mais espessas, emaranhadas e se degeneram, fazendo com que a pele perca sua elasticidade e firmeza. A ação do sol na pele também pode degradar o colágeno e, juntamente com a perda das fibras elásticas, resultar em uma pele de aparência amarelada e ressecada. A exposição aos raios UV também diminui a concentração de antioxidantes, que são substâncias que combatem os radicais livres, alterar a microcirculação da pele e levar a uma perda de água transepidermal maior. O sol é ainda responsável por agravar certas doenças ou por causar danos esporádicos como as queimaduras solares, insolação, herpes labial e o lúpus eritematoso. Portanto, para a prevenção não só do câncer de pele como também das outras lesões provocadas pelos raios UV, é necessário evitar a exposição ao sol sem proteção. O uso de chapéus, guarda-sóis, óculos escuros e filtros solares durante qualquer atividade ao ar livre, bem como a exposição em horários em que os raios ultravioletas são mais intensos, ou seja, das 10 às 16 horas, são imprescindíveis para se evitar qualquer problema futuro. É necessário ainda ter cuidado em regiões de grandes altitudes. A cada 300 metros de altitude, a intensidade da queimadura produzida na pele pela luz ultravioleta aumenta em 4%. A neve, a areia branca e as superfícies brancas são refletoras dos raios solares. Assim, nessas condições, os cuidados devem ser redobrados.

Como tudo na vida, algo em excesso faz mal. Quando o assunto é tomar sol, isso não é diferente. Os raios solares fazem muito bem para a saúde, desde que sejam absorvidos pela pele nos horários adequados. O ideal é tomar sol antes das 10h e após as 16h, quando os raios UVA/UVB são mais amenos.

Segundo o dermatologista Victor Peixoto, tomar sol faz muito bem à pele. “O sol é fonte de vitamina D e tem sido usado como um dos recursos para tratar e prevenir diversas doenças. Ele ajuda a aumentar a imunidade e a produção de hormônios importantes para o corpo humano. No entanto, a exposição excessiva à radiação solar pode causar inúmeros problemas à saúde e efeitos graves à pele”.

Entre os principais problemas causados pelo excesso de sol estão: queimaduras e envelhecimento precoce da pele, problemas de visão, acne, alergias, manchas e feridas na pele e até câncer.

Queimaduras e manchas na pele

Se você gosta de tomar sol na praia ou na piscina, evite os horários em que os raios solares apresentam maior incidência de radiação. Caso o cuidado não seja suficiente, é possível causar queimaduras e manchas na pele.

Outro efeito indesejado na pele se você tomar sol inadequadamente é o envelhecimento precoce da pele. O risco de você ganhar rugas antes do tempo é ainda maior se não usar protetor solar.

Acne e alergias também são problemas comuns de quem adora tomar muito sol. O dermatologista também aponta o risco de desenvolver queratose, que são feridas ásperas e pequenas, que demoram para sarar e normalmente aparecem na pele após excesso de sol.

 Problemas de visão e câncer

Os olhos são uma parte sensível do nosso corpo e os raios solares podem prejudicar muito a visão. Por conta disso, se você gosta de tomar sol, use óculos escuros com proteção solar para proteger as pálpebras de queimadura.

Entenda a diferença entre proteção UVA e UVB

O câncer de pele também é uma grande ameaça para quem busca um bronzeado sem se proteger corretamente. Uma alternativa que auxilia na proteção da pele é o uso de roupas com proteção UV. “O câncer de pele atinge a derme e pode se dividir em carcinona basocelular, espinocelular e melanoma, sendo esta última uma das doenças mais letais”, afirma Victor.

Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), são cerca de 176 mil novos casos por ano no Brasil. Uma das principais causas é a exposição excessiva ao sol, agravada pela falta de uso de fatores de proteção solar.

Cuidado com ao tomar sol

Prevenir ainda é a melhor solução para evitar os problemas de saúde. Ao tomar sol na praia, piscina ou numa simples caminhada ao ar livre, não esqueça de usar protetor e solar, óculos com fator de proteção UV, chapéu ou bonés.

Se você não abre mão de um bronzeado no Verão, fique atento aos horários mais indicados para tomar sol e aproveite com segurança.

O corpo humano é constituído por diversos tipos de tecido e a nossa pele, especificamente, é formada pelo tecido epitelial. Para ficarmos mais bem informados sobre esse tipo de tecido, vamos conhecer mais algumas características sobre ele.

O tecido epitelial é classificado em dois tipos, o epitélio glandular, também chamado por alguns autores de epitélio de secreção, e o epitélio de revestimento. O epitélio glandular forma as glândulas, estruturas especializadas na produção de substâncias úteis ao organismo, como a tireoide, glândulas mamárias, suprarrenais etc. Já o epitélio de revestimento é aquele que recobre todo o nosso corpo, ou seja, a nossa pele, que é formada por duas camadas chamadas respectivamente de epiderme e derme.

A epiderme é a camada mais externa da pele e é formada por células muito unidas entre si, que conferem a ela proteção contra micro-organismos e também contra atrito. A camada logo abaixo da epiderme é a derme e é nela que encontramos as terminações nervosas, as glândulas, entre outras estruturas. As células da nossa pele são renovadas constantemente a cada trinta dias.

Como vimos, nossa pele é um órgão que deve ser tratado com muito cuidado, pois além de revestir todo o nosso corpo, ainda é a principal barreira contra micro-organismos. Um dos principais cuidados que temos que ter com nossa pele é com o sol, que emite radiações que trazem diversos prejuízos à nossa pele.

O sol, por emitir radiações infravermelhas e ultravioletas (UVA e UVB), torna-se um inimigo quando utilizado de forma errada, mas não podemos nos esquecer de que o nosso organismo precisa das radiações solares para ativar algumas reações.

A exposição ao sol não deve ocorrer no período entre as 10 e 16 horas, pois é nesse horário que as radiações ultravioletas são mais intensas, e, portanto, são mais prejudiciais à pele.

A exposição excessiva ao sol nos horários não recomendados pode ter consequências desastrosas como eritemas(vermelhidão na pele), queimaduras, manchas como sardas e pintas que podem evoluir para um câncer de pele, que é o tipo de câncer mais comum.

Como vivemos em um país cuja latitude beneficia a incidência de radiação solar, devemos sempre estar atentos para alguns cuidados a serem tomados, como:

● Ao se expor ao sol, utilize chapéu e óculos escuros certificados;

● Sempre que sair de casa, mesmo nos dias nublados, passe protetor solar com fator de proteção (FPS) 15 no mínimo;

● Se for praticar atividades ao ar livre, proteja-se do sol com o uso do protetor solar, que deverá ser reaplicado a cada 2 horas;

● Evite se expor ao sol nos horários entre 10 e 16 horas;

● Quando estiver na praia ou na piscina, não se exponha ao sol nos horários não recomendados e lembre-se de que, mesmo à sombra, é importante o uso de filtro solar, pois a areia e a água refletem a luz, causando queimaduras mesmo na sombra.

O sol é extremamente importante em nossas vidas, pois além de melhorar a nossa disposição e o nosso humor, participa da síntese de vitamina D, da manutenção dos ritmos circadianos, entre outros. Por isso, não se prive do sol, apenas use com moderação.

Por Paula Louredo

Graduada em Biologia

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