Meu gato foi mordido por um cachorro o que fazer

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Embora as mordidas dadas por cães pequenos a outros pets não representem riscos maiores, todo ataque com perfuração pode infeccionar, prejudicando a saúde e o bem-estar do animal. Você sabe como agir em caso de mordida de cachorro? Continue a leitura para saber mais.

Meu gato foi mordido por um cachorro o que fazer
Meu gato foi mordido por um cachorro o que fazer

Quando a mordida de cachorro é realmente perigosa?

Ao pensar em um cachorro sendo mordido por outro, a principal preocupação é com os pets de grande porte, que possuem uma arcada dentária mais robusta. Algumas raças, como Pitbull, Rottweiler e Pastor Alemão, são conhecidas por uma mordida forte, capaz de causar muitos danos. 

Segundo a Dra. Valéria Correa, médica-veterinária da Petz, existem alguns riscos associados aos ataques. “A mordida de cachorro pode ser superficial, causando perfurações pontuais, ou penetrantes, gerando grandes dilacerações de pele e músculos, assim como esmagamento”, destaca. “No entanto, qualquer mordida de cachorro pode provocar uma infecção”.

Nesse sentido, a Dra. Valéria aponta que as feridas penetrantes são mais perigosas que as lesões por uma mordida de cachorro superficial. Isso porque introduzem bactérias naturais da boca do cão profundamente na pele, o que dificulta a limpeza e podem causar infecções se não forem contidas.

Meu pet foi mordido por outro cachorro, o que devo fazer?

Como visto, um dos principais perigos da mordida de animal é o desenvolvimento de uma infecção. Por esse motivo, de acordo com a Dra. Valéria, a primeira coisa a fazer nessas situações é lavar a ferida com água e sabão. “Se houver sangramento, o local deve ser comprimido até que a hemorragia seja estancada”, completa.

Feitos os primeiros socorros, o ideal é levar o peludo ao veterinário para uma avaliação mais detalhada das lesões. O especialista determina a gravidade do caso e adota as medidas necessárias, como estancar o sangue, realizar uma limpeza mais profunda do local e receitar um antibiótico para mordida de cachorro.

Meu gato foi mordido por um cachorro o que fazer
Meu gato foi mordido por um cachorro o que fazer

“Alguns pacientes precisam de cuidados intensivos e internação nos primeiros dias para controlar a infecção e os danos causados pela briga”, explica a veterinária. Nessas horas, a Dra. Valéria diz que é importante certificar-se de que o seu filho de quatro patas esteja imunizado contra a raiva. 

A mordida de cachorro vacinado evita que o outro pet pegue raiva ou transmita doenças para humanos. Se for possível, também procure saber sobre o histórico de saúde do outro cão envolvido.

Tratamento da mordida de cachorro em outros cães

O tratamento da mordida de cachorro em outros cães vai depender da gravidade de cada caso. “É sempre necessário realizar uma limpeza profunda no ferimento, pois o risco de infecção é grande”, diz a Dra. Valéria. 

Em seguida, o veterinário verifica se houve comprometimento de musculatura, nervos e fratura óssea. “Se ele considerar que a ferida está limpa, e o risco de infecção é baixo, a lesão poderá ser suturada”, diz. Mas a veterinária explica que, em algumas situações, o risco de infecção permanece alto mesmo com a limpeza. 

Nesses casos, a lesão deve ser mantida aberta para que limpezas periódicas sejam feitas onde o cachorro mordeu até que a cicatrização ocorra naturalmente. “Quase sempre são utilizados antibióticos e analgésicos como protocolo para o tratamento de mordida de cachorro”, finaliza a especialista.

Como separar dois pets que estão brigando?

Até aqui, esclarecemos algumas dúvidas sobre o que fazer após a mordida de cachorro em outro. Mas como agir no momento da briga para separar os cães e evitar lesões mais sérias?

De maneira geral, a Dra. Valéria explica que a melhor maneira de separar dois cães é tentar chamar a atenção deles para outra coisa. Para isso, é possível usar truques como jogar água ou fazer barulhos com palmas e assovios. Mas lembre-se de tomar cuidado nesse momento, evitando que o pet te morda por impulso. 

Já em casos mais difíceis, em que o cachorro continua a morder, é possível tentar puxá-lo pelo rabo e erguer as patas traseiras, balançando-as. “Assim, ele se concentra em não cair e solta o outro cão”, diz a Dra. Valéria.

Meu gato foi mordido por um cachorro o que fazer
Meu gato foi mordido por um cachorro o que fazer

Agora que você sabe o que fazer em situações de mordida de cachorro em outro, continue acompanhando o blog e as redes sociais da Petz para mais informações sobre saúde e bem-estar animal!

Meu gato foi mordido por um cachorro o que fazer

Felipe Simas e sua família Reprodução/Instagram

Recentemente, o ator Felipe Simas causou comoção nas redes ao contar que Vicente, seu filho caçula de apenas dois anos, foi mordido no rosto por um cachorro. Mesmo que a criança tenha sofrido apenas ferimentos leves, os primeiros cuidados imediatamente após o acidente são indispensáveis.

A pediatra Carolina Peev, do Sabará Hospital Infantil, explica que é importante lavar o local dos ferimentos com sabão e água abundante. “Os cuidados vão depender se esse animal é conhecido da família. Então se o cachorro ou gato vive dentro de casa, a primeira coisa é fazer a higienização. Se for numa região de olho e de boca, lábio interno, não vai esfregar com uma força tão grande”.

Caso a mordida tenha sido na região ocular, atingindo a pálpebra e parte do globo ocular, o recomendado é procurar imediatamente um pronto-socorro especializado em olhos porque, segundo a especialista, as lesões causadas na córnea podem ser de extrema gravidade, o que demanda o atendimento especializado de forma emergencial.

Vale destacar, no entanto, que mordidas em regiões como cabeça, pescoço, mãos, polpas digitais e planta do pé são consideradas de maior gravidade, mesmo que o ferimento seja leve. Nesses casos, é importante procurar o atendimento médico e iniciar o tratamento com a vacina antirrábica – a dosagem vai depender do estado de saúde do animal.

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Além dos primeiros cuidados, é necessário acompanhar o comportamento do gato ou cachorro por pelo menos 10 dias após a mordida. Isso porque, caso o aniaml não seja vacinado contra raiva ou esteja com o vírus em ação no corpo, os cuidados com os ferimentos precisam ser redobrados, chegando a ser necessário a administração de até cinco doses do imunizante na pessoa ferida, além do soro antirrábico.

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“Se for um animal da rua, tem que seguir o protocolo do Ministério da Saúde de risco de raiva. É importante observar se o cachorro ou gato está sadio, mas se o animal sumir ou morrer, ou a pessoa não tiver como acompanhá-lo, precisa ir ao posto de saúde. São unidades de saúde pública que tem o antirrábico, hospitais privados não tem esse tipo de vacina”, explica Carolina.

Caso a mordida seja nas mãos, nos pés ou na face, é necessário fazer o tratamento antirrábico imediatamente, mesmo se o animal estiver em bom estado de saúde. Se a lesão for de maior gravidade, o soro antirrábico também é necessário.

“Eventualmente, se a mordida for muito profunda, pode infeccionar porque a boca do cachorro e do gato tem algumas bactérias. Mesmo que a ferida seja pequena, mas evolui com vermelhidão, com dor na região, sai algum tipo de secreção ou a região fica aquecida, precisa também de avaliação médica para uso de antibióticos ou, em alguns casos, internação por conta de lesões extensas infectadas”, explica a pediatra.

Segundo o Ministério da Saúde, apenas dois casos de raiva humana foram diagnosticados este ano no Brasil. Os principais sintomas da doença, seja em crianças ou adultos, são: febre, mal-estar, perda de apetite e dor muscular; conforme a doença evolui, podem ocorrer episódios de irritabilidade, náuseas, movimentos anormais no corpo e doenças neurológicas.

“O vírus [da raiva] age diretamente nas terminações nervosas, por isso os animais ficam espumando e agressivos, e essa parte neurológica [dos sintomas] também acontece com os humanos contaminados”, explica a pediatra.

De acordo com o Manual MSD, em alguns dias após a infecção pelo vírus o paciente também pode sofrer de encefalite, que ocorre em 80% dos casos, ou paralisia.

Como consequência da encefalite, há ocorrência de inquietação, confusão, agitação, comportamento bizarro, alucinações e insônia, além de salivação excessiva e espasmos dos músculos da faringe e da laringe ao tentar ingerir líquidos.

“Não existe um tratamento específico, então usamos sintomáticos, o soro e acompanhamos como vai ser a evolução do paciente. É importante manter em dia a vacinação antirrábica dos animais [que estão no nosso entorno], porque vaciná-los é a nossa principal proteção, impede que eles fiquem doentes e transmitam o vírus para os humanos”, destaca a pediatra.