Tempo de leitura: 3 minutos Show Embora as mordidas dadas por cães pequenos a outros pets não representem riscos maiores, todo ataque com perfuração pode infeccionar, prejudicando a saúde e o bem-estar do animal. Você sabe como agir em caso de mordida de cachorro? Continue a leitura para saber mais. Quando a mordida de cachorro é realmente perigosa?Ao pensar em um cachorro sendo mordido por outro, a principal preocupação é com os pets de grande porte, que possuem uma arcada dentária mais robusta. Algumas raças, como Pitbull, Rottweiler e Pastor Alemão, são conhecidas por uma mordida forte, capaz de causar muitos danos. Segundo a Dra. Valéria Correa, médica-veterinária da Petz, existem alguns riscos associados aos ataques. “A mordida de cachorro pode ser superficial, causando perfurações pontuais, ou penetrantes, gerando grandes dilacerações de pele e músculos, assim como esmagamento”, destaca. “No entanto, qualquer mordida de cachorro pode provocar uma infecção”. Nesse sentido, a Dra. Valéria aponta que as feridas penetrantes são mais perigosas que as lesões por uma mordida de cachorro superficial. Isso porque introduzem bactérias naturais da boca do cão profundamente na pele, o que dificulta a limpeza e podem causar infecções se não forem contidas. Meu pet foi mordido por outro cachorro, o que devo fazer?Como visto, um dos principais perigos da mordida de animal é o desenvolvimento de uma infecção. Por esse motivo, de acordo com a Dra. Valéria, a primeira coisa a fazer nessas situações é lavar a ferida com água e sabão. “Se houver sangramento, o local deve ser comprimido até que a hemorragia seja estancada”, completa. Feitos os primeiros socorros, o ideal é levar o peludo ao veterinário para uma avaliação mais detalhada das lesões. O especialista determina a gravidade do caso e adota as medidas necessárias, como estancar o sangue, realizar uma limpeza mais profunda do local e receitar um antibiótico para mordida de cachorro. “Alguns pacientes precisam de cuidados intensivos e internação nos primeiros dias para controlar a infecção e os danos causados pela briga”, explica a veterinária. Nessas horas, a Dra. Valéria diz que é importante certificar-se de que o seu filho de quatro patas esteja imunizado contra a raiva. A mordida de cachorro vacinado evita que o outro pet pegue raiva ou transmita doenças para humanos. Se for possível, também procure saber sobre o histórico de saúde do outro cão envolvido. Tratamento da mordida de cachorro em outros cãesO tratamento da mordida de cachorro em outros cães vai depender da gravidade de cada caso. “É sempre necessário realizar uma limpeza profunda no ferimento, pois o risco de infecção é grande”, diz a Dra. Valéria. Em seguida, o veterinário verifica se houve comprometimento de musculatura, nervos e fratura óssea. “Se ele considerar que a ferida está limpa, e o risco de infecção é baixo, a lesão poderá ser suturada”, diz. Mas a veterinária explica que, em algumas situações, o risco de infecção permanece alto mesmo com a limpeza. Nesses casos, a lesão deve ser mantida aberta para que limpezas periódicas sejam feitas onde o cachorro mordeu até que a cicatrização ocorra naturalmente. “Quase sempre são utilizados antibióticos e analgésicos como protocolo para o tratamento de mordida de cachorro”, finaliza a especialista. Como separar dois pets que estão brigando?Até aqui, esclarecemos algumas dúvidas sobre o que fazer após a mordida de cachorro em outro. Mas como agir no momento da briga para separar os cães e evitar lesões mais sérias? De maneira geral, a Dra. Valéria explica que a melhor maneira de separar dois cães é tentar chamar a atenção deles para outra coisa. Para isso, é possível usar truques como jogar água ou fazer barulhos com palmas e assovios. Mas lembre-se de tomar cuidado nesse momento, evitando que o pet te morda por impulso. Já em casos mais difíceis, em que o cachorro continua a morder, é possível tentar puxá-lo pelo rabo e erguer as patas traseiras, balançando-as. “Assim, ele se concentra em não cair e solta o outro cão”, diz a Dra. Valéria. Agora que você sabe o que fazer em situações de mordida de cachorro em outro, continue acompanhando o blog e as redes sociais da Petz para mais informações sobre saúde e bem-estar animal!
Felipe Simas e sua família Reprodução/Instagram Recentemente, o ator Felipe Simas causou comoção nas redes ao contar que Vicente, seu filho caçula de apenas dois anos, foi mordido no rosto por um cachorro. Mesmo que a criança tenha sofrido apenas ferimentos leves, os primeiros cuidados imediatamente após o acidente são indispensáveis. A pediatra Carolina Peev, do Sabará Hospital Infantil, explica que é importante lavar o local dos ferimentos com sabão e água abundante. “Os cuidados vão depender se esse animal é conhecido da família. Então se o cachorro ou gato vive dentro de casa, a primeira coisa é fazer a higienização. Se for numa região de olho e de boca, lábio interno, não vai esfregar com uma força tão grande”. Caso a mordida tenha sido na região ocular, atingindo a pálpebra e parte do globo ocular, o recomendado é procurar imediatamente um pronto-socorro especializado em olhos porque, segundo a especialista, as lesões causadas na córnea podem ser de extrema gravidade, o que demanda o atendimento especializado de forma emergencial. Vale destacar, no entanto, que mordidas em regiões como cabeça, pescoço, mãos, polpas digitais e planta do pé são consideradas de maior gravidade, mesmo que o ferimento seja leve. Nesses casos, é importante procurar o atendimento médico e iniciar o tratamento com a vacina antirrábica – a dosagem vai depender do estado de saúde do animal. Veja tambémAlém dos primeiros cuidados, é necessário acompanhar o comportamento do gato ou cachorro por pelo menos 10 dias após a mordida. Isso porque, caso o aniaml não seja vacinado contra raiva ou esteja com o vírus em ação no corpo, os cuidados com os ferimentos precisam ser redobrados, chegando a ser necessário a administração de até cinco doses do imunizante na pessoa ferida, além do soro antirrábico. Publicidade “Se for um animal da rua, tem que seguir o protocolo do Ministério da Saúde de risco de raiva. É importante observar se o cachorro ou gato está sadio, mas se o animal sumir ou morrer, ou a pessoa não tiver como acompanhá-lo, precisa ir ao posto de saúde. São unidades de saúde pública que tem o antirrábico, hospitais privados não tem esse tipo de vacina”, explica Carolina. Caso a mordida seja nas mãos, nos pés ou na face, é necessário fazer o tratamento antirrábico imediatamente, mesmo se o animal estiver em bom estado de saúde. Se a lesão for de maior gravidade, o soro antirrábico também é necessário. “Eventualmente, se a mordida for muito profunda, pode infeccionar porque a boca do cachorro e do gato tem algumas bactérias. Mesmo que a ferida seja pequena, mas evolui com vermelhidão, com dor na região, sai algum tipo de secreção ou a região fica aquecida, precisa também de avaliação médica para uso de antibióticos ou, em alguns casos, internação por conta de lesões extensas infectadas”, explica a pediatra. Segundo o Ministério da Saúde, apenas dois casos de raiva humana foram diagnosticados este ano no Brasil. Os principais sintomas da doença, seja em crianças ou adultos, são: febre, mal-estar, perda de apetite e dor muscular; conforme a doença evolui, podem ocorrer episódios de irritabilidade, náuseas, movimentos anormais no corpo e doenças neurológicas. “O vírus [da raiva] age diretamente nas terminações nervosas, por isso os animais ficam espumando e agressivos, e essa parte neurológica [dos sintomas] também acontece com os humanos contaminados”, explica a pediatra. De acordo com o Manual MSD, em alguns dias após a infecção pelo vírus o paciente também pode sofrer de encefalite, que ocorre em 80% dos casos, ou paralisia. Como consequência da encefalite, há ocorrência de inquietação, confusão, agitação, comportamento bizarro, alucinações e insônia, além de salivação excessiva e espasmos dos músculos da faringe e da laringe ao tentar ingerir líquidos. “Não existe um tratamento específico, então usamos sintomáticos, o soro e acompanhamos como vai ser a evolução do paciente. É importante manter em dia a vacinação antirrábica dos animais [que estão no nosso entorno], porque vaciná-los é a nossa principal proteção, impede que eles fiquem doentes e transmitam o vírus para os humanos”, destaca a pediatra. |