Papa Paulo III: o responsável pela convocação do Concílio de Trento. O que foi - significado O Concílio de Trento foi o décimo nono conselho ecumênico reconhecido pela Igreja Católica Romana. Foi convocado pelo papa Paulo III, em 1542, e durou entre 1545 e 1563. Teve este nome, pois foi realizado na cidade de Trento, região norte da Itália. Contexto histórico O Concílio de Trento foi uma reação da Igreja Católica à Reforma Protestante, iniciada por Martinho Lutero na primeira metade do século XVI. Com o crescimento do protestantismo na Europa, a Igreja Católica buscou uma reação, que ficou conhecida historicamente como Contrarreforma. Objetivos principais Dentro deste contexto, o Concilio de Trento buscou condenar as novas doutrinas protestantes, além de reafirmar os dogmas da fé católica. Muitas das decisões tomadas pela Igreja Católica foram no sentido de combater as ideias protestantes, muitas delas consideradas heréticas. Vários decretos disciplinares também foram aprovados pelo concílio, visando principalmente a moralidade e a adoção de medidas para melhorar o nível de instrução dos membros do clero (principalmente padres). Principais decisões do Concílio de Trento: - Condenação à venda de indulgências (um dos principais motivos da Reforma Protestante, que foi duramente questionada por Martinho Lutero). - Confirmação do princípio da salvação pelas obras e pela fé. - Ressaltou a importância da missa dentro da liturgia católica. - Confirmou o culto aos santos e à Virgem Maria. - Reativação da Inquisição (Tribunal do Santo Ofício). - Reafirmou a doutrina da infalibilidade papal. - Confirmou a existência do purgatório. - Confirmação dos sete sacramentos. - Proibição do casamento para os membros clero (celibato clerical). - Criação de seminários para a formação de sacerdotes. - Confirmação da indissolubilidade do casamento. - Medidas e decretos visando à unidade católica e o fortalecimento da hierarquia.
Última revisão: 12/09/2019Por Jefferson Evandro Machado Ramos Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994). O Concílio de Trento, realizado de 13 de dezembro de 1545 a 4 de dezembro de 1563,[1] foi o 19.º concílio ecumênico da Igreja Católica. Foi convocado pelo Papa Paulo III para assegurar a unidade da fé e a disciplina eclesiástica,[2] no contexto da Reforma da Igreja Católica e da reação à divisão então vivida na Europa devido à Reforma Protestante, razão pela qual é denominado também de Concílio da Contrarreforma.[2] O Concílio foi realizado na cidade de Trento, no antigo Principado Episcopal de Trento, região do Tirol italiano.[2] Cum quorundam (sobre a Pérpetua Virgindade de Maria) Todos os Concílios Ecuménicos Católicos Portal do Cristianismo O Concílio de Trento, atrasado e interrompido várias vezes por divergências políticas ou religiosas, foi um conselho de uma grande reforma, uma personificação dos ideais da Contrarreforma.[3] Mais de 300 anos se passaram até ao Conselho Ecumênico seguinte. Ao anunciar o Concílio Vaticano II, o Papa João XXIII afirmou que os preceitos do Concílio de Trento continuam nos dias modernos, uma posição que foi reafirmada pelo Papa Paulo VI.[4] Papa Paulo III, organizador do Concílio de TrentoO Concílio de Trento foi o concílio ecumênico mais longo da História da Igreja Católica. Foi também o concílio que "emitiu o maior número de decretos dogmáticos e reformas, e produziu os resultados mais benéficos", duradouros e profundos "sobre a fé e a disciplina da Igreja".[5] Para opôr-se ao protestantismo, o concílio emitiu numerosos decretos disciplinares e especificou claramente as doutrinas católico‐romanas quanto à salvação, os sete sacramentos (como por exemplo, confirmou a presença de Cristo na Eucaristia), o Cânone de Trento (reafirmou como autêntica a Vulgata) e a Tradição, a doutrina da graça e do pecado original, a justificação, a liturgia e o valor e importância da Missa (unificou o ritual da missa de rito romano, abolindo as variações locais, instituindo a chamada "Missa Tridentina"), o celibato clerical, a hierarquia católica, o culto dos santos, das relíquias e das imagens, as indulgências e a natureza da Igreja. Regulou ainda as obrigações dos bispos. Foram criados seminários nas dioceses como centros de formação sacerdotal e confirmou-se a superioridade do Papa sobre qualquer concílio ecuménico. Foi instituído o "Index Librorum Prohibitorum", um novo Breviário (o Breviário Romano) e um novo Catecismo (o Catecismo Romano). Foi reorganizada também a Inquisição.[5][6][7][8] Celebrou-se em três períodos:
Os decretos tridentinos e os diplomas emanados do concílio foram as principais fontes do direito eclesiástico durante os 4 séculos seguintes, até à promulgação do Código de Direito Canónico em 1917. "No Concílio, nenhum consenso foi possível, este acabou apenas por reafirmar os princípios católicos, condenando o protestantismo. Entretanto, algumas medidas moralizadoras começaram a ser tomadas, como a proibição da venda de indulgências e a criação de escolas para a formação de eclesiásticos.[9]" O Conselho, representado por Pasquale Cati (Cati da Iesi) Participação portuguesaNa história de Portugal, o concílio teve grande influência, quer pela participação e apoio dos reis, quer pela influência que os seus decretos tiveram na vida eclesiástica e social do país. No 1.º período participaram o bispo do Porto, Frei Baltazar Limpo, carmelita, e os teólogos dominicanos Frei Jerónimo de Azambuja, também embaixador régio, Frei Jorge de Santiago e Frei Gaspar dos Reis, e ainda o franciscano Frei Francisco da Conceição. Logo que o bispo do Porto regressou de Trento, mandou D. João III que se reunisse com letrados para estudarem o modo de pôr em prática os decretos da reforma. No fim do 2º período D. João III e o cardeal D. Henrique constituíram assembleias de peritos para porem em ação um grande plano de reforma, completando com os decretos do V Concílio Laterense aqueles pontos ainda não promulgados em Trento. No 3.º período, D. Fernando Martins de Mascarenhas e o Dr. André Velho não só atuaram como hábeis embaixadores, mas também se portaram como grandes senhores. D. Frei João Soares, agostiniano, bispo de Coimbra, levou uma comitiva de umas 30 pessoas, sendo conhecido o seu teólogo António Leitão. A caminho do concílio morreu o teólogo dominicano Fr. João Pinheiro, vice-reitor da Universidade de Coimbra. Participou também neste período o Bispo de Leiria D. Frei Gaspar do Casal,[2] eremita de Santo Agostinho. Acérrimo executor do Concílio foi o arcebispo de Braga Frei Bartolomeu dos Mártires, promulgando-o para Braga no sínodo bracarense e adaptando-o a toda a metrópole no IV Concílio Provincial Bracarense de 1566. A Reforma Católico‐romana foi reforçada pela criação, em 1540, da Companhia de Jesus, ordem religiosa fundada pelo espanhol Inacio de Loyola.[2] A Companhia de Jesus transformou-se num verdadeiro "exército" em defesa da manutenção dos princípios católicos e da evangelização na Europa, na Ásia e nas Américas. Os objetivos principais do conselho eram duplos, embora houvesse outras questões que também foram discutidas:
As decisões doutrinárias do conselho estão estabelecidas nos decretos ( Decreta ), que são divididos em capítulos ( capita ), que contêm a declaração positiva dos conciliares dogmas , e em cânones curtos (Cañones), que condenam as opiniões divergentes protestantes com o concluindo anátema sit ("que ele seja anátema").
A história completa é encontrada em Hubert Jedin 's A História do Concílio de Trento (Geschichte des Konzils von Trient) com cerca de 2 500 páginas em quatro volumes: A História do Conselho de Trent: a luta por um Conselho (Vol I de 1951); A História do Concílio de Trento: as primeiras sessões em Trento (1545–1547) (Vol II, 1957); A História do Concílio de Trento: Sessões em Bolonha 1547–1548 e Trento 1551–1552 (Vol III, 1970, 1998); A História do Concílio de Trento: Terceiro Período e Conclusão (Vol IV, 1976). Os cânones e decretos do conselho foram publicados com muita freqüência e em muitas línguas. A primeira edição foi de Paulus Manutius (Roma, 1564). As edições latinas comumente usadas são de Judocus Le Plat (Antuérpia, 1779) e de Johann Friedrich von Schulte e Aemilius Ludwig Richter (Leipzig, 1853). Outras edições estão no vol. vii. do Acta et decreta conciliorum recentiorum. Collectio Lacensis (7 vols., Freiburg, 1870–90), reeditado como volume independente (1892); Concilium Tridentinum: Diariorum, actorum, epistularum,… collectio , ed. Sebastianus Merkle (4 vols., Freiburg, 1901 sqq.); bem como Mansi, Concilia , xxxv. 345 sqq. Observe também Carl Mirbt, Quellen , 2ª ed, pp. 202–255. Uma edição em inglês é de James Waterworth (Londres, 1848; With Essays on the External and Internal History of the Council).[10] Os atos e debates originais do conselho, preparados por seu secretário-geral, Dom Angelo Massarelli , em seis grandes volumes de fólio, estão depositados na Biblioteca do Vaticano e lá permaneceram sem publicação por mais de 300 anos e foram trazidos à luz, embora apenas em parte, de Augustin Theiner, sacerdote do oratório (falecido em 1874), em Acta genuina sancti et oecumenici Concilii Tridentini nunc primum integre edita (2 vols., Leipzig, 1874).[10] A maioria dos documentos oficiais e relatórios privados, no entanto, que dizem respeito ao conselho, foram divulgados no século 16 e desde então. A coleção mais completa deles é a de J. Le Plat, Monumentorum ad historicam Concilii Tridentini collectio (7 vols., Leuven, 1781-87). Novos materiais (Viena, 1872); por JJI von Döllinger (Ungedruckte Berichte und Tagebücher zur Geschichte des Concilii von Trient) (2 partes, Nördlingen, 1876); e August von Druffel , Monumenta Tridentina (Munique, 1884-97).[10]
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