Como administrar um projeto social

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Como administrar um projeto social
Gestor de projetos sociais promove trabalho colaborativo entre as equipes.

Um bom começo é entender o papel principal de um gestor de projetos sociais, ou gestora. De um modo geral, é preciso colocar de pé a ideia de um projeto específico pensado para um determinado local e público. E fazer dar certo.

Dar certo significa atingir os resultados esperados, como o de atender positivamente às necessidades das pessoas e da localidade para os quais o projeto foi desenhado.

Mas antes de detalhar os desafios, é importante você entender que toda articulação do gestor de projetos sociais, ou gestora, acontece no que o setor chama de território.

É o mesmo que comunidade e tudo o que ela envolve:

  • líderes comunitários;
  • trabalhadores;
  • moradores;
  • comércio;
  • escolas;
  • hospitais;
  • órgãos públicos e privados;
  • unidades de saúde;
  • instituições e transportes públicos;
  • entre tantas outras coisas que existem num local.

Ah, lembrando que esse local está situado num bairro, de uma cidade e de um país. Enfim, é nesse cenário que acontece o trabalho do gestor de projetos sociais, ou gestora.

E para chegar nisso, quem tem o papel de gestor ou gestora precisa arregaçar as mangas e se preparar para vencer alguns desafios; cinco deles destacamos aqui.

Gestor de Projetos Sociais e os 5 desafios para transformar realidades

Como administrar um projeto social
Ações do gestor de projetos sociais envolvem muitas etapas, a primeira é reunir parceiros.

1. Firmar parcerias para a mobilização

Mobilizar é a palavra essencial no trabalho dos gestores ou gestoras.

O primeiro passo é fazer um diagnóstico para saber se o projeto atende às necessidades da comunidade.

Se você concluir que vai trazer um diferencial para a localidade, siga em frente para negociar parcerias e implantar o projeto.

Vamos dar um exemplo para ficar fácil de entender como isso tudo acontece na comunidade.

Em um projeto de geração de renda em um bairro da periferia,  o gestor ou a gestora propõem a criação de oficinas de culinária para mães desempregadas.

Com o trabalho em equipe, o gestor de projetos sociais, ou gestora, vai articular e pedir apoio a pessoas da comunidade para desenvolver essa ideia.

Nesse caso, uma parceria válida seria firmada com comerciantes locais, como donos ou donas de supermercados, que poderiam colaborar fornecendo ingredientes para as aulas. E por aí vai.

2. Olhar socioambiental e de desenvolvimento local

Gestor ou gestora social precisam ter uma visão ampla de desenvolvimento local, que é implantar um projeto que seja autossustentável.

Ou seja, depois de garantir uma transformação social local, o projeto tem de continuar sendo tocado pela própria comunidade.

Para isso, o gestor ou a gestora devem prever essa possibilidade desde o início, na análise do projeto.

Além disso, profissionais dessa área nunca separam o social das questões ambientais.

Ou seja, qualquer projeto social tem de promover a responsabilidade das pessoas com o meio ambiente; agir localmente e pensar globalmente.

No caso das oficinas, por exemplo. Mulheres e homens podem:

  • aprender receitas reaproveitando alimentos para evitar o desperdício;
  • aplicar na prática conceitos de reciclagem e consumo consciente;
  • aprender a fazer um planejamento financeiro, etc.

Dá para prever até o impacto na economia local com as vendas realizadas.

Bom demais para comunidade, concorda…

3. Usar a educação como mudança social

Entre as parcerias, o gestor de projetos sociais, ou gestora, precisa se aliar à área de educação, pelo seu poder transformador.

É um dos setores mais preparados para conversar, conscientizar e sensibilizar pessoas, principalmente crianças, quando o projeto prioriza esse público.

Muitas escolas costumam trabalhar com empresas e Organizações da Sociedade Civil (OSC), antes reconhecidas como Organizações Não Governamentais (Ongs), para avaliar globalmente o potencial e o impacto de um determinado projeto na comunidade.

Depende muito da competência e sensibilização do gestor ou gestora de terem a educação como aliada para a mudança social.

Então, fica a dica!

4. Captar recursos

A capacidade de firmar parcerias engloba também a de captar recursos financeiros. O gestor de projetos sociais, ou gestora, costuma ter um perfil vendedor, negociador.

Para isso, é preciso dominar ferramentas de negociação, de apresentação de projeto, para valorizar a ideia que transformará a comunidade.

Com isso, bingo. Muitos aliados e recursos necessários.

5. Mediar conflitos

Por trás de uma boa ideia, há pessoas. Isso quer dizer que os conflitos são inevitáveis.

Cabe ao gestor de projetos sociais, ou gestora, também lidar e mediar as relações interpessoais.

Esse é um desafio e tanto.

Daí a importância de o gestor ou gestora terem conhecimento sobre mediação de conflitos, comunicação não violenta, estratégias de articulação para lidar no dia a dia com as pessoas, que normalmente vivem em estado de vulnerabilidade.

Tipos de projetos

Como administrar um projeto social
Gestor de projetos sociais identifica várias frentes a partir da execução de uma única ideia.

Os projetos sociais têm formatos e duração variados, de acordo com a área de atuação.

Às vezes, enquanto um projeto está em desenvolvimento, surge uma outra frente que necessita de solução e continuidade.

O gestor de projetos sociais, ou gestora, pode trabalhar em empresas, mas atuar na comunidade por anos depois de perceber outras necessidades. Só é preciso ter uma visão ampla do território.

Muitas empresas investem na área de Responsabilidade Social para proporcionar o desenvolvimento local e as melhorias do bairro e da região onde estão instaladas.

Outros projetos são iniciados dentro das empresas para beneficiar os funcionários e funcionárias, como buscar alternativas educacionais para os seus dependentes e outras ações sociais estendidas aos familiares.

E ainda há a modalidade de projetos que contam com a participação de funcionários e funcionárias para atender às necessidades da comunidade. Um exemplo: campanhas do agasalho.

Campos de atuação

O gestor de projetos sociais, ou gestora, pode trabalhar nos departamentos de Responsabilidade Social das empresas privadas, que têm muitas frentes.

Mas também em órgãos públicos e ainda em OSC (Ongs), que desenvolvem os próprios projetos em áreas diversas: saúde, socioambiental, social, etc.

É um mercado com muitas oportunidades.

Em situações de calamidades, desastres, pandemias, há muito espaço de atuação para gestores ou gestoras, por reunirem características, como: serem organizados e mais preparados para visualizar e atender às necessidades das pessoas.

Perfil para ser um gestor de projetos sociais:

• Gostar de pessoas em qualquer situação, inclusive em situação de vulnerabilidade; • Gostar de estudar para se atualizar tecnicamente; • Ter disciplina; • Ter afinidade com a tecnologia;

• Gostar de conversar e se relacionar.

Média salarial

A atuação do gestor de projetos sociais, ou gestora, não é regulamentada, portanto a média salarial acaba sendo definida pela demanda do mercado.

Gira em torno de 3,2 salários mínimos. Para compor essa média, são considerados alguns itens referentes ao projeto, como:

  • Complexidade;
  • Tempo de duração;
  • Tempo de envolvimento;
  • Definição do território (local).

Importância da formação

Como administrar um projeto social
Conhecimento é o diferencial para se tornar um bom gestor de projetos sociais.

Para vencer esse tanto de desafio, a formação e aprimoramento técnico são fundamentais.

Há muitas opções de cursos, curtos e focados em um assunto específico (livres), e mais longos, mais abrangentes (qualificação profissional), para você se especializar na área.

Conheça alguns deles:


Curso de qualificação técnica – Coordenador de Projetos sociais, 160 horas de duração

Você dominará as estratégias de articulação com o território e os seus atores sociais. Poderá elaborar e avaliar projetos, coordenar atividades previstas, mediar pessoas e conflitos.

Curso livre –  Agente de Desenvolvimento Local, 160 horas de duração

Você fará pesquisas, diagnósticos, para entender e mapear as necessidades locais. A partir daí, poderá construir os relacionamentos com atores sociais para o desenvolvimento dos projetos na comunidade.

Curso livre – Agente de Desenvolvimento Socioambiental, 160 horas de duração

Nesse caso, você fará diagnósticos para entender e promover ações para a comunidade, mas com um olhar focado na sustentabilidade e na educação ambiental do território.

Você se preparará para participar do planejamento e da implementação dos projetos socioambientais e em ações educativas.

Curso livre – Agente de Projetos Sociais, 160 horas de duração

O seu papel será elaborar os projetos sociais, com o compromisso e a clareza de obter resultados efetivos para a comunidade.

Para isso, você terá uma visão global e real de como articular com atores sociais e atender às necessidades locais.

Curso livre – Agente de Proteção Social Básica, 240 horas de duração

Você passa a dominar leis e políticas públicas que regulamentam as ações sociais.

Os projetos precisam estar dentro das normas legais para serem realizados. É uma forma de garantir os direitos das comunidades. É uma verdadeira imersão nesse universo da proteção social.

Curso livre – Como Buscar Parcerias para Viabilizar Projetos Sociais, 36 horas de duração

Com um jeito muito dinâmico de aprender conceitos e prática, você aprenderá a negociar, elaborar uma peça de comunicação vendedora para captar recursos.

Você sairá com estratégias para mobilizar os recursos por meio das parcerias que conseguir. Fundamental, né!

Curso livre – Diversidade nas Organizações, 40 horas de duração

Como administrar um projeto social
Entre as competências do gestor de projetos sociais está a de trabalhar com a diversidade.

Encontramos de tudo, inclusive uma reação a essa diversidade, como, por exemplo, o racismo.

São muitas situações para serem conhecidas e administradas. Mas sempre buscando a inclusão e respeito a todos e todas.

Curso livre – Educador Social, 160 horas de duração

Diferente da educação básica, você lidará com a educação social. Isso significa que terá de sensibilizar as pessoas para mostrar os benefícios do projeto e até os seus direitos e deveres.

Você conhecerá estratégias sociais para debater assuntos diversos com a comunidade ou público-alvo, que estão envolvidos com o projeto.

Exemplo: a escola básica tradicional aborda determinados assuntos relacionados ao racismo dentro da sala de aula.

Os educadores sociais, por sua vez, preferem fazer uma visita monitorada a um museu que trata a questão do racismo. De um modo geral, optam por ações mais lúdicas.

A visão de educadores sociais é mais construtivista: valoriza os bens e conhecimentos próprios das pessoas e da comunidade.

Curso livre – Elaboração de Projetos Sociais Sustentáveis, 36 horas de duração

O seu trabalho será o de desenvolver projetos socais, considerando o diagnóstico e as necessidades do local. Mas, neste caso, com o viés da sustentabilidade.

É um projeto para ser autossustentável, que seja continuado pela própria comunidade.

O envolvimento de atores sociais locais é fundamental para um projeto, com essas características, atingir o sucesso.

Curso livre – Mediação de Conflitos, 40 horas de duração

Você terá uma visão geral de como os projetos são desenvolvidos na comunidade. Mas seu trabalho será focado em pessoas, em mediar conflitos.

Com o aprendizado de técnicas, ferramentas, como cultura de paz, comunicação não violenta, saberá administrar as relações interpessoais.

Terá condições de contornar reações diversas durante um trabalho coletivo, como as frustrações, por exemplo.

Curso livre – Mobilização de Recursos para Impacto Social, 60 horas de duração

Com essa formação, você se preparará para captar recursos. Dominará ferramentas de comunicação para ajudar na apresentação do projeto, para que seja um sucesso.

Você conhecerá as estratégias de marketing, planejamento e finanças, por exemplo, para abordar corretamente possíveis doares e doadoras.

Um encontro com potencial parceiro ou parceira não se pode perder, não é mesmo?.

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E, agora?

Está tudo aí mostrando como a atuação do gestor de projetos sociais, ou gestora, é importante. Você imaginava quanta mudança é possível fazer numa comunidade?

Se você se inspirou, é uma carreira bem interessante e gratificante. Apenas, lembre-se que suas chances aumentam se conhecer bem o papel do gestor ou gestora.

Boa sorte!

Colaboração:
Neemias Rodrigues, docente da área de desenvolvimento social do Senac São Miguel Paulista.

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