A mula s cabeça conto popular

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A lenda da Mula-sem-cabeça é de origem desconhecida e é evidenciada em todo Brasil. De acordo com as regiões, sofre alguma modificações, principalmente no nome, passando a ser chamada, por exemplo, de: Mulher de Padre, Mula de Padre, Mula Preta, entre outros.

Não se sabe ao certo como surgiu o primeiro caso, porém segundo pesquisadores seria resultado de uma maneira de pensar, comportar-se e agir tipicamente relacionado à Igreja Católica, pois na sua origem a criatura seria o resultado de um pecado (aos modos, costumes, princípios e condutas da Igreja Católica). Isso porque seria o resultado do que acontecia com todas as mulheres que mantivessem uma relação amorosa com um padre, o que podemos deduzir, segundo muitos estudos sobre esta lenda, que as mulheres que frequentavam igrejas nunca poderiam ver o Padre como um homem, e sim como uma "criatura especial", quase um Santo, pois estava se mantendo e vivendo para pregar a palavra de Jesus Cristo, Deus e Santos. Caso alguma mulher pensasse em namorar com um Padre, saberia que viraria uma Mula-sem-cabeça.

A mula s cabeça conto popular

Algumas pessoas juram já ter visto a criatura, e segundo elas a Mula-Sem-Cabeça tem as seguintes características: É uma mula, de cor marrom ou preta; não apresenta cabeça no lugar apenas fogo; possui em seus cascos ferraduras que podem ser de aço ou prata; seu relincho é muito alto que pode ser ouvido por muitos metros e é comum gemer como um ser humano; ela costuma aparecer somente durante a noite, e principalmente quinta ou sexta-feira, principalmente se for noite de Lua Cheia. Segundo a Lenda existem duas maneiras de acabar com o encantamento que fez a mulher virar Mula-Sem-Cabeça, a primeira consiste em uma pessoa arrancar o cabresto que ela possui, a outra forma é furá-la tirando sangue (uma gota no mínimo, com um alfinete virgem que nunca foi usado).

A mula s cabeça conto popular

Como referenciar: "Mula-Sem-Cabeça - Lendas e Mitos" em Só História. Virtuous Tecnologia da Informação, 2009-2022. Consultado em 09/06/2022 às 22:45. Disponível na Internet em http://www.sohistoria.com.br/lendasemitos/mula/

A mula sem cabeça é uma lenda que faz parte do folclore do Brasil e de outros países da América Latina. Ela fala de mulheres amaldiçoadas que assumem a forma de uma mula com labaredas no lugar da cabeça, ferindo pessoas e animais por onde passa. Essa maldição seria uma punição para mulheres que mantivessem relações íntimas com padres.

Tal lenda surgiu na Península Ibérica, tendo sido trazida para a América Latina durante a colonização. Acredita-se atualmente que ela fazia parte de um esforço para reforçar os valores morais da época, com o objetivo de impedir que mulheres mantivessem relações sexuais antes do casamento.

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O que é a mula sem cabeça?

A mula sem cabeça é uma figura tradicional do folclore brasileiro. Essa lenda também é conhecida como burrinha de padre e burrinha, e fala de mulheres que se transformam em uma mula com labaredas no lugar da cabeça e que sai causando alvoroço e agredindo homens e outros animais por onde passa.

A mula s cabeça conto popular
A mula sem cabeça é uma figura do folclore brasileiro entendida como uma maldição para mulheres que cometessem atos profanos.

No folclore, entende-se a mula sem cabeça é uma figura amaldiçoada, sendo essa maldição uma punição dedicada a mulheres que mantêm relações íntimas com padres. Os estudiosos da lenda, no entanto, nunca encontraram alguma menção de punição dedicada aos padres que decidiam quebrar os seus votos (nesse caso, estamos falando do voto da castidade).

A respeito disso, o antropólogo e estudioso do folclore brasileiro Luís da Câmara Cascudo afirma que, muito provavelmente, não havia punição ao padre na lenda porque, no entendimento popular, a punição a ele não se daria no plano terreno, mas sim no plano divino|1|. Podemos entender, então, que a lenda da mula sem cabeça tinha como papel reforçar os padrões morais e visava garantir o controle dos corpos das mulheres, evitando que elas pudessem usufruir da sua própria sexualidade.

Na lenda tradicional, fala-se que a mulher com essa maldição torna-se a mula sem cabeça na passagem da quinta-feira para a sexta-feira. Ela permanece nessa condição durante toda a madrugada e só retorna a sua forma humana quando o galo canta, ainda, outras versões falam que é necessário que o galo cante por três vezes.

Depois que a mulher amaldiçoada assume a forma de mula sem cabeça, ela adquire um relincho alto e assustador e toma a forma de uma mula que, no lugar da cabeça, possui labaredas. Algumas versões da lenda, no entanto, permitem-nos interpretar que a mula poderia possuir uma cabeça, mas que ela estaria tomada pelo fogo. O relincho é confundido com um lamento de dor e a cauda da mula também é tomada por labaredas.

A mula sem cabeça ataca a todos que cruzem o seu caminho, possuindo força suficiente para ferir e, até mesmo, matar uma pessoa. Acredita-se que a forma de fazer com que a mula retornasse a sua forma humana seria um ato de coragem: retirar o freio que da boca da mula. Uma vez feito isso, a mula retornaria à sua forma de mulher.

Outras versões falam que ferir a mula com um objeto pontiagudo também colocaria fim na maldição. Ainda, a mulher que estivesse amaldiçoada com essa condição conseguiria evitar a transformação caso fosse amaldiçoada por um padre por sete vezes antes do início da celebração de uma missa. Como mencionado, aqui no Brasil, a lenda tomou o sentido de ser um castigo individual para uma ação considerada inadequada para uma mulher.

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Origens

A lenda da mula sem cabeça é muito comum no Brasil, mas ela também é encontrada em outros países da América Latina, sendo conhecida como malora, no México, e mula anima, na Argentina. Possui outros nomes em países de idioma espanhol, como alma mula, mula sin cabeza, mujer mula, entre outros|1|.

Sabemos que a lenda da mula sem cabeça teve origem na Península Ibérica e que foi trazida para a América Latina por portugueses e espanhóis. Aqui no Brasil, ela chegou pelos portugueses e espalhou-se por todo o território, podendo ter adquirido diferenças em algumas regiões do país.

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Por que a maldição era transformar-se em uma mula?

A mula s cabeça conto popular
A mula sem cabeça é uma das lendas mais tradicionais do folclore brasileiro, sendo conhecida em outros países da América Latina também.

O porquê da maldição ser a transformação em uma mula foi questionado por estudiosos que se dedicaram ao assunto. Luís da Câmara Cascudo, por exemplo, afirma que, possivelmente, a associação da mulher amaldiçoada com a mula tem relação com o fato de esse animal ser um símbolo muito vinculado aos padres.

Isso porque era comum que padres utilizassem a mula como meio de transporte em Portugal durante a Idade Média e Idade Moderna. Essa proximidade dos religiosos com o animal pode ter relação com uma lei portuguesa do século XIII que decretava que as mulas seriam o meio de transporte oficial daqueles que seguissem a carreira eclesiástica.

Assim, como era o animal mais próximo do padre, tornou-se símbolo na cultura popular de castigo para as mulheres que cometessem “atos profanos” com sacerdotes.

Nota

|1| CÂMARA CASCUDO, Luís da. Geografia dos mitos brasileiros. São Paulo: Global, 2012.

Mula sem cabeça é personagem de uma lenda do folclore brasileiro que conta de mulheres amaldiçoadas e com o poder de transformar-se em mulas que possuem chamas de fogo no lugar de suas cabeças. Essa lenda tem uma relação direta com valores morais cultivados séculos atrás aqui no Brasil e deu-se por uma influência cultural da Península Ibérica (atual Portugal e Espanha).

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Quem é a mula sem cabeça?

A mula s cabeça conto popular
Na lenda, somente mulheres que tiveram relações íntimas com um padre é que se tornavam a mula sem cabeça.

A mula sem cabeça é conhecida no Brasil com outros nomes, que são: burrinha de padre e burrinha. Essa lenda fala de uma mulher que recebe como maldição a capacidade de transformar-se em uma mula, que parte à procura de pessoas para machucá-las e assustá-las. A mula sem cabeça emite sons amedrontadores e dá coices nas pessoas, podendo feri-las e matá-las.

Tornar-se a mula sem cabeça, dentro do folclore, é uma punição às mulheres que mantêm relações íntimas com sacerdotes da Igreja Católica. As que são castigadas por esse sacrilégio, tornam-se mulas na virada de quinta-feira para sexta-feira, e, a partir daí, elas partem em disparada à procura de pessoas para assustá-las ou machucá-las.

O relincho da mula sem cabeça é alto o suficiente para ser ouvido de longas distâncias, e o folclore até cultiva a crença de que ela também emite sons humanos. O coice da mula, de acordo com a tradição, é violentíssimo e pode ferir gravemente um ser humano. Além de tudo isso, a mula tem uma aparência assustadora, pois, no lugar da cabeça, ela tem uma chama ardente (outras versões falam que só seus olhos eram de fogo).

Para evitar que uma mulher em pecado torne-se a mula, o sacerdote tem que amaldiçoá-la sete vezes antes de uma missa. Se não o fizer, era certo que ela se tornará a mula. Para acabar com essa maldição, é necessário conseguir retirar o freio de sua boca enquanto a mulher está transformada no animal. Outras versões da lenda, porém, falam que é necessário ferí-la com um objeto pontiagudo.

Pela lenda, a mula vaga pelo Brasil até o soar do terceiro galo na manhã de sexta-feira, e depois disso retorna à sua forma humana, geralmente nua, ferida e em lágrimas pela maldição. Essa lenda era uma forma encontrada na época para reforçar os padrões de morais que procuravam evitar que mulheres tivessem relações íntimas antes do casamento e, principalmente, com sacerdotes da Igreja.

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De onde veio essa lenda?

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No folclore brasileiro, a mula sem cabeça é conhecida por ter labaredas de fogo no lugar da cabeça.

A lenda da mula sem cabeça teve origem na Península Ibérica (onde fica Portugal e Espanha) e foi trazida para o Brasil durante o período da colonização. Essa lenda espalhou-se por todo o interior do Brasil e ficou conhecida de norte a sul, e, além disso, é conhecida em outros países da América Latina.

Na Argentina, por exemplo, a mula é conhecida como mula anima, alma mula, mula sin cabeza, entre outros nomes. Nese país, assim como no Brasil, a história da mula também trata da maldição imposta a mulheres que têm relações íntimas por um longo período com sacerdotes religiosos da Igreja Católica.

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Origem do nome

Não existe nenhuma certeza acerca do porquê de a mula sem cabeça possuir esse nome, mas um folclorista renomado, chamado Luís da Câmara Cascudo, argumenta que a sua origem pode remontar a uma lei portuguesa do século XIII que determinava que as mulas seriam usadas como meio de transporte pelos membros da Igreja Católica.|1|

A partir dessa lei, essas leis foram tornando-se um animal diretamente associado com membros da Igreja, assim, elas também passaram a ser associadas como um símbolo de punição para mulheres com má conduta (em relação a um sacerdote) para os padrões da época.

Notas

|1| CÂMARA CASCUDO, Luís da. Geografia dos mitos brasileiros. São Paulo: Global, 2012, p. 167.